Discurso de Lula da Silva (excerto)

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sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Numismática e Coleccionismo

Moedas com valorização de 3000% em 20 anos

Numa época em que a procura de alternativas de investimento está na boca de toda a gente, sabe bem ouvir que um escudo de 1935 vale hoje 600 euros (cerca de 120 contos). Não, não se trata de nenhuma correcção monetária motivada pela inflação. É apenas o preço que alguns coleccionadores estão dispostos a pagar por uma dessas moedas, desde que em perfeito estado de conservação.
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Mas o mais interessante da questão é a valorização que as moedas têm experimentado nas últimas décadas. Segundo a Revista Portuguesa de Numismática _ um título apenas acessível por assinatura, que hoje por hoje é a única publicação do género em Portugal _ o escudo em referência (1935) vendia-se no mercado a 15 euros em 1980, encarecendo dez vezes na década seguinte. Em 2000 tinha mais que duplicado o seu valor e no corrente ano subiu mais 85%. O
resultado é uma valorização acumulada de 3900% (!) em pouco mais de 20 anos.

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O que faz correr os coleccionadores? É óbvio que a raridade e a beleza das moedas é um dos factores determinantes, para já não falar no testemunho de cultura e história que transmitem. Mas será só? Nos últimos dias, o DN teve dificuldades em falar com alguns responsáveis pelas secções de numismática de bancos e seguradoras. Vários de entre eles estavam em reuniões... para definir estratégias de compra do centavo de 1922 (ver texto nesta página), que irá ser leiloado esta semana. Tudo menos brincadeira, portanto. A ideia de «coleccionador/investidor é cada vez mais uma realidade em Portugal nos dias de hoje.

As maiores colecções de moedas existentes em Portugal estão na mão de bancos, seguradoras e fundações. Segundo peritos contactados, a mais valiosa é a do Museu Numismático Português, a cargo da Casa da Moeda, mas a «coisa» não «mexe» desde 1990, por decisão da actual Administração. Polémicas à parte, louve-se a do Banco de Portugal, que nos últimos vinte anos tem estado permanentemente activo nos leilões de moedas portuguesas. As fundações António de Almeida, Cupertino de Miranda e Calouste Gulbenkian também têm grandes colecções, com destaque para as moedas francesas da primeira, o museu de papel-moeda da segunda _ único na Europa _ ou as moedas gregas e medalhas renascentistas da última. O BCP, por seu turno, detém a maior colecção privada, bem secundado pela Lusitania Seguros, que aliás se prepara para construir um museu de exposições.
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Se ainda não é coleccionador, despache-se: uma maneira de começar a juntar moedas ou notas são as feiras que regularmente se realizam no Hotel Roma. Os leilões são também uma boa oportunidade de iniciar um trajecto que para muitos acaba por se transformar numa verdadeira paixão.

DN
14/10/2002

A raridade do escudo de 1935 (na foto)
No início de 1935 já estavam gravados novos cunhos com essa era, utilizados numa modesta amoedação dos 50 centavos realizada «no intervalo da preparação da cunhagem para as Colónias» (Moçambique e Índia), ficando os cunhos para a moeda de 1$00 em depósito até finais de 1938.

Em Outubro desse ano, a Casa da Moeda informa que para se concluir a cunhagem que faltava realizar das moedas de alpaca seria necessário adquirir 1,5 toneladas de níquel, já que metais existentes em depósito apenas permitiam concluir a cunhagem dos $50 e fabricar uma pequena quantidade do escudo, de acordo com a seguinte conta referida a 24 de Outubro de 1938 (em quantidade de moedas): (aqui é apresentada uma pequena tabela com os limites de emissão e as quantidades cunhadas).

Face aos dados fornecidos e tendo em conta a necessidade de haver uma reserva de moeda cunhada para emissão quando fosse oportuno, o Ministério das Finanças ordena que se conclua a amoedação dos $50 e se arredonde a conta da cunhagem do escudo para 15 mil contos (ou seja, mais 54300 ex.).

Para esta amoedação, a 8 de Novembro foram abertos novos punções reprodutores dos cunhos para a moeda de $50 com era de 1938, tendo-se concluído a cunhagem ordenada nas primeiras semanas de 1939 (150 000 ex. cunhados em 1938 e 772 700 ex. em 1939). Quanto à moeda de 1$00, também foi cunhada no início de 1939, mas com recurso aos cunhos com era de 1935 em depósito, originando assim essa famosa raridade.

A. Miguel Trigueiros, A Grande História do Escudo Português, 2004

in moedamania.no.sapo.pt/valorizacao

1 comentário:

LuíSidónio disse...

Eu tenho 1 escudo branco que data 1927... pelo menos, cara da moeda, que voces aí tem me parece igual a minha, embora voces digam que essa é posterior a minha... tambem nao percebomuito de moedas...