* Alexandre M. Silva, Beja com Lusa
Alguns dos importantes achados arqueológicos epigrafados com caracteres da mais antiga escrita da Península Ibérica, a do Sudoeste ou Tartéssica, são a grande atracção do Museu da Escrita do Sudoeste inaugurado ontem pela Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, em Almodôvar, Beja
.Dos achados destacam-se as estelas funerárias, colunas tumulares em pedra de xisto colocadas ao alto nas sepulturas e onde eram feitas inscrições naquela Escrita da I Idade do Ferro no Sul de Espanha e Portugal e desenvolvida pelos Tartessos. Este era o nome pelo qual os gregos conheciam a primeira civilização do Ocidente que se terá desenvolvido em Espanha (Andaluzia) e Portugal (Alentejo e Algarve).
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O museu, que irá funcionar com entradas gratuitas de terça-feira a sábado, das 10h00 às 18h00, no antigo edifício do Cine-Teatro da vila, terá um espólio de duas dezenas de peças, 16 das quais estelas achadas nos núcleos arqueológicos de Almodôvar. De acordo com o arqueólogo Amílcar Guerra, coordenador do projecto, o espaço deverá contar no futuro com outras estelas descobertas fora desta região e do País, com a complexa Escrita do Sudoeste, que permanece ainda indecifrável. Na Península Ibéria são conhecidas 90, 75 das quais descobertas em território português.
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Do espólio, o responsável do museu destaca a estela da Abobada, encontrada no sítio arqueológico com o mesmo nome na freguesia de Gomes Aires, em Almodôvar, e a de São Martinho, achada no sítio arqueólogo com o mesmo nome, mas na freguesia de São Marcos da Serra, no concelho algarvio de Silves. “É uma estela notável, não só pelas dimensões mas especialmente pela extensão do texto, com cerca de 60 signos identificados, o que permite considerá-la uma das mais extensas de escrita tartéssica”, referiu.
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Na cerimónia de inauguração, Isabel Pires de Lima deixou a promessa de que, em 2008, no âmbito do Programa Operacional da Cultura, dará início ao processo de construção do sítio arqueológico de Mesas do Castelinho, freguesia de Santa Clara-a-Nova.
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in Correio da Manhã 2007-10-20
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Foto - Uma das 16 estelas funerárias do Museu da Escrita
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