Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A União Soviética não tinha alternativa à assinatura do pacto Molotov-Ribbentrop?

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Sábado, Agosto 22, 2009

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O Pacto Molotov-Ribbentrop, acordo soviético-alemão que está entre os documentos que provocaram a Segunda Guerra Mundial, foi assinado a 23 de Agosto de 1939, mas continua a provocar fortes discussões na sociedade russa.
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O Kremlin continua a defender a posição soviética face a esse pacto, considerando que ele foi provocado pela falta de vontade da Grã-Bretanha e da França de chegarem a um acordo com a União Soviética, obrigando Estaline a assinar o acordo com Hitler como medida de autodefesa.
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Na véspera do 70º aniversário da assinatura desse documento, o Serviço de Reconhecimento Externo (SVR, ex-KGB) da Rússia anunciou a publicação de documentos que provam que José Estaline aprovou a conclusão desse pacto como “a única medida de autodefesa nessas circunstâncias”.
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“Os Governos britânico e francês, ao assinaram o Acordo de Munique de 1938, apostaram num conluio com Hitler. Em Agosto de 1939, as delegações desse país fizeram gorar as conversações de Moscovo sobre a criação de uma coligação anti-hitleriana”, lê-se num comunicado do SVR a propósito do lançamento da colectânea de documentos “Báltico e Geopolítica”.
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O SVR informa que os materiais conseguidos pela espionagem soviética entre 1935 e 1945 revelam as verdadeiras intenções dos principais países europeu
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“Por isso, a única medida acessível de autodefesa para a União Soviética foi a assinatura do Tratado com a Alemanha de Não Agressão de 23 de Agosto de 1939. Esse documento permitiu impedir a conquista dos países do Báltico (Letótia, Lituânia e Estónia) pelos nazis e a sua transformação num trampolin para a invasão do território soviético”, dublinha o SVR.
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“A União Soviética propôs várias vezes a criação de um sistema de segurança colectiva com os países democráticos, com a Grã-Bretanha e a França, mas eles recusaram isso em 1936 e 1938. A URSS propôs ajuda militar à Checoslováquia. A França não deixou fazer isso. Ou seja, a Grã-Bretanha e a França dirigiam a agressão da Alemanha para o Oriente, contra a União Soviética comunista”, considera Vladimir Lavrov, vice-director do Instituto de História da Rússia.
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Porém, Lavrov considera que o protocolo ilegal, que determinava a divisão da Polónia e a ocupação dos três países do Báltico pela União Soviética, era “ilegal”.
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“O pacto, sem o protocolo secreto, não tem nada de mau: dois países acordaram não se atacar. Isso era normal, foi até um momento positivo. Mas havia o protocolo secreto e ele foi avaliado no 2º Congresso dos Deputados do Povo da URSS, a 24 de Dezembro de 1989. Aí sublinhava-se que, em princípio, o acordo correspondia às normas jurídicas internacionais, mas o protocolo secreto era ilegal desde o início”, acrescentou.
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O historiador Nikolai Svanidzé defende que o pacto Molotov-Ribbentrop apenas trouxe proveitos à Alemanha nazi.
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“Na realidade, tratou-se de um pacto entre Estaline e Hitler sobre a divisão da Europa do Leste”, considera ele, e responde aos que defendem que esse acordo permitiu às URSS ganhar tempo: “Conseguimos tanta paz quanto Hitler desejou, porque ele precisava de tempo para atacar a União Soviética, e conseguiu o tempo que queria”.
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Esta discussão tem como fundo a decisão do Kremlin de tomar medidas para não permitir “a falsificação da história”, que é vista por alguns historiadores como uma tentativa de impôr uma versão oficial dos acontecimentos.
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“O problema das falsificações deve preocupar os historiadores profissionais, e não os políticos”, defende Oleg Budnitski, investigador do Instituto de História da Rússia.
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“Para um historiador profissional, qualquer transporte da política para a história, mesmo que com boas intenções, é um mal”, sublinha.
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