Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Rodin e Chagall - Exposições no Brasil

Intervenção. Foto anônima de 1889 mescla pintura e escultura

FOTO: museu rodin/reprodução
Intervenção. Foto anônima de 1889 mescla pintura e escultura

FOTO: museu rodin/reprodução

FOTO: museu rodin/reprodução

FOTO: museu rodin/reprodução

FOTO: museu rodin/reprodução

Magazine
Testemunho visual
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Marcelo Miranda
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O artista plástico francês Auguste Rodin (1840-1917) não era um entusiasta da fotografia. "O artista é que é verdadeiro, a fotografia é mentirosa", decretou ele. Porém, poucos criadores fizeram uso tão intenso das possibilidades fotográficas do que justamente Rodin - e parte do vasto material gerado a partir do trabalho de diversos fotógrafos em seu ateliê é o foco maior da exposição "Rodin: Do Ateliê ao Museu - Fotografias e Esculturas", que abre hoje, na Casa Fiat de Cultura, e segue até o dia 13 de outubro.

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Estima-se que, ao longo de 40 anos, foram produzidas 7.000 imagens encomendadas por Rodin a quem se dispusesse a acompanhá-lo no cotidiano artístico. "Ele próprio nunca fotografou, mas teve relações muito próximas com quem trabalhou junto dele", diz a francesa Hélène Pinet, uma das curadoras da exposição e responsável pelo acervo fotográfico do Museu Rodin, em Paris - junto a ela, trabalhou Dominique Viéville, diretor da instituição. "As primeiras series eram de registros pessoais. Rodin as transmitia a gravadores, que iriam utilizá-las em jornais para divulgar o que fazia."

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A mostra reúne 194 fotografias originais, datadas entre 1880 e 1917, de nomes pouco reverenciados - Edward Steichen, Alvin L. Coburn, Jean Limet, Stephen Haweis, Henry Coles - que retrataram desde moldes de futuras esculturas (várias dessas fotos são contornadas à mão pelo próprio Rodin, de forma a dar mais intensidade à imagem) até objetos de trabalho, como ferramentas, aquecedores e panos. "Era mistura de fotografia, pintura e escultura", afirma Hélène.

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Essas fotos estão sendo mostradas no Brasil pela primeira (e talvez única) vez. Em seguida, voltam à França para serem armazenadas numa reserva técnica por cinco anos, sem qualquer possibilidade de saírem de lá.

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"Ele considerou a fotografia como testemunho visual, tão verídico quanto a visão direta que se podia ter das reais condições de elaboração da obra", escreve Dominique Viéville no catálogo da exposição.

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Há inclusive imagens de Rodin em pessoa, quase sempre (e vaidosamente) posando para a câmera - a mais impressionante é uma de Edward Steichen, com o francês de frente à sua notória escultura "O Pensador": a luz transforma criador e criação em grandes silhuetas sombreadas; ao fundo, bem iluminado, um retrato do escritor (também francês) Victor Hugo.

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A exposição também reúne 22 esculturas do artista, várias jamais exibidas fora da França.

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Mostra é paralela a pinturas de Marc Chagall

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A exposição dedicada a Auguste Rodin divide o espaço da Casa Fiat com outra mostra, de importância e ineditismo similares: um acervo de 302 obras criadas pelo pintor e gravador bielo-russo Marc Chagall. Ambas são organizadas pela Base7 Projetos Culturais e integram as programações relativas ao Ano da França no Brasil.

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A de Rodin teve orçamento de R$ 3,35 milhões - sendo R$ 2,5 milhões com incentivos da Lei Rouanet e R$ 850 mil de investimento direto de patrocinadores. As duas vão ter itinerância. A de Chagall vai ao Rio de Janeiro, em versão compacta; e a de Rodin será integralmente exibida no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp). (MM)

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Rodin diante de monumento a Victor Hugo, em seu ateliê

FOTO: dornac/reprodução
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Rodin diante de monumento a Victor Hugo, em seu ateliê


FOTO: Victor Pannelier/reprodução

Fotografias eram publicidade do escultor francês
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O primeiro fotógrafo contratado pelo escultor Auguste Rodin para lhe acompanhar no dia-a-dia de seu fazer artístico foi Gaudenzio Marconi.

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A convocação se deu em 1877, no intuito de registrar a concepção da peça "A Idade do Bronze" e ajudar Rodin a refutar acusações de que fazia esculturas como se fossem reprodução natural. Rodin, portanto, fez muito bom uso das fotografias como publicidade de si mesmo.

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Esperto para divulgar o trabalho que realizava, o francês colocava fotografias de seu ateliê nas mostras promovidas com obras da própria autoria, fazendo delas peças autônomas que formavam uma espécie de segunda exposição.

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A certa altura da vida, Rodin mudou a antiga posição e reconheceu por sua conta que aquelas imagens tinham importância única: "Acredito que a fotografia pode criar obras de arte", afirmou. Mas não deixou de criticá-las novamente, desta vez sob o viés social: "Até o momento, ela [a fotografia] tem se mostrado terrivelmente burguesa e balbuciante".

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Além daquelas mostrando o processo de criação de Rodin, o público que for à exposição na Casa Fiat verá fotografias que retratam esculturas integrantes da mostra - pode-se ver, portanto, boa parte do caminho entre a preparação intimista no ateliê até a forma final (e sempre deslumbrante).

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AGENDA

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O que. Exposição "Rodin: Do Ateliê ao Museu - Fotografias e Esculturas"
Onde. Casa Fiat de Cultura (rua Jornalista Djalma Andrade, 1.250, Belvedere)
Quando. De hoje a 13/10, de 3ª a 6ª, das 10h às 21h; sáb e dom, das 14h às 21h
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INFORMAÇÕES E TRANSPORTE. (31) 3289-8910 ou agendamento@casafiat.com.br

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Publicado em:
13/08/2009

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in Tempo on line
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