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magic5227
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* Leonel Vicente
BEETHOVEN - AS SINFONIAS (I)
As 9 Sinfonias de Beethoven constituem a parte mais conhecida da sua obra. A maior parte foi composta na fase intermédia da sua criação, à excepção da primeira e da última sinfonia.
A Primeira Sinfonia, composta nos primeiros anos vienenses (cerca de 1799), está fortemente ligada ao classicismo vienense e à tradição de Haydn e Mozart.
A segunda (1800-1802) é uma obra de transição e apresenta já algumas das suas características pessoais, com um tratamento inédito dos instrumentos de sopro.
Beethoven apenas encontraria a sua linguagem sinfónica definitiva na terceira, “Heróica”, uma sinfonia “revolucionária”, que se afasta definitivamente das formas tradicionais da sinfonia clássica vienense. Planeada para ser uma grande homenagem a Napoleão Bonaparte, que admirava, é uma obra grandiosa, de concepção monumental e temática épica, notavelmente longa. Porém a dedicatória napoleónica acabaria por ser retirada na sequência da coroação de Napoleão como imperador da França - Beethoven, decepcionado, alterou o programa da obra, incluindo uma marcha fúnebre “à morte de um herói”.
A Quarta (1806) é uma sinfonia mais relaxada, conhecida pela sua longa introdução, quase independente do restante da obra, traduzindo no seu conjunto, de alguma forma, um retorno a formas mais tradicionais.
[1693]
BEETHOVEN - AS SINFONIAS (II)
17 Setembro, 2004
A Quinta (“Do Destino”), iniciada em 1807, é a mais trágica das nove, fazendo um percurso desde as trevas (os dois primeiros movimentos) até à luz (os dois últimos), abrindo precedentes na história da música. Dotada de extraordinária energia, é rica em desfasamentos rítmicos e repentinas trocas de tonalidade.
A Sexta Sinfonia, Pastoral, também de 1807, é outra ousadia; organizada em cinco movimentos, cada um retratando um aspecto da vida no campo, abriu espaço para as experiências de Liszt e Berlioz no género da música programática. Contrariamente à anterior, caracteriza-se por um clima de repouso idílico.
A Sétima (1811) ficou famosa pelo seu movimento lento, um Allegretto pouco definido, que encantou compositores como Schumann e Wagner. Foi composta num complexo período sentimental. O seu carácter rítmico é o sinal mais distintivo desta sinfonia, definida como a apoteose da dança.
A Oitava (1812) tem no terceiro movimento uma novidade, o minueto. Foi apresentada como “a pequena”.
Finalmente, a Nona (1822, embora a ideia e alguns esboços remontem a 8 anos antes), talvez a obra mais popular de Beethoven, marcando uma época, com a sua grande atracção, o coral final, a Ode à Alegria.
Pode ouvir “toda” a música de Beethoven aqui.
E, por aqui, se encerra esta “digressão”. A descobrir, a seguir, uma grande viagem…
[1698]
in memoriavirtual, por Leonel Vicente
2 comentários:
gostei de ver o maestro tão novinho!
Luz e trevas, sinfonia
de sons o peito queimando
que dizem da nostalgia
inferno e céu recordando!...
Bj
Maria Mamede
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