Discurso de Lula da Silva (excerto)

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terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Leya: Vender, vender, vender mais


Editora aposta em mil livros por ano
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* Ana Maria Ribeiro

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Vender, vender, vender mais. Eis o mote da Leya, a holding que detém as seis editoras compradas por Miguel Pais do Amaral nos últimos nove meses e que foi apresentada ontem no Centro de Conferências do Casino Estoril, em Cascais.

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O objectivo do grupo editorial – o maior do País – é lançar mil livros por ano e apostar no mercado internacional, projectando os autores portugueses lá fora, sobretudo tendo em conta que, dentro em breve, o número de falantes da nossa língua será de meio bilião.

A extinção dos nomes das editoras não está prevista, ou seja, a partir de hoje os novos lançamentos da Caminho, da Dom Quixote ou da Asa – só para referir as mais sonantes do grupo – vão aparecer sob a chancela Leya Caminho, Leya Dom Quixote, Leya Asa e por aí adiante. Também não estão previstos, por enquanto, lançamentos em nome próprio: a Leya não vai editar, a não ser “em situações excepcionais”.

Foi, pelo menos, o que explicou Isaías Gomes Teixeira, que, em nome do holding, se escusou a revelar os valores do negócio realizado por Pais do Amaral, mas adiantou, com satisfação, que desde que o grupo começou a trabalhar no mercado escolar – outra das suas apostas fortes – as vendas de manuais para Angola e Moçambique já aumentaram de 13 milhões em 2006 para 20 milhões em 2007.

A estratégia a adoptar no Brasil, onde Pais do Amaral também pretende vir a comprar editoras, ainda não foi delineada, mas será uma prioridade no futuro do grupo. “Neste momento, somos a jibóia a digerir o búfalo”, disse Gomes Teixeira. “O Brasil virá a seu tempo...”

DESPEDIMENTOS PACÍFICOS

Em Março, a Leya deverá inaugurar as suas novas instalações, em Alfragide, mas até lá os funcionários continuarão a trabalhar no mesmo local de sempre. Dos 670 que trabalhavam nas várias empresas, 120 foram dispensados e não estão previstos novos despedimentos.

Gomes Teixeira garante que foi tudo feito de forma pacífica. “As pessoas saíram sem dramas, rapidamente, e a reestruturação está praticamente concluída. Há apenas algumas questões pontuais a resolver.”

UM PRÉMIO LITERÁRIO DE CEM MIL EUROS

Segundo garantiu Gomes Teixeira, a Leya não vai alterar os critérios editoriais das seis empresas que representa. Pretende “apenas” editar “mais e melhor”. “Os catálogos estarão sempre a crescer”, afirmou.

Para garantir o prestígio da marca, a Leya vai passar também a distinguir, anualmente, um inédito de ficção em língua portuguesa com um prémio de cem mil euros. Apesar de não estar ainda constituído o júri do prémio – e de não estarem definidas as suas condições – sabe-se que o Prémio Leya será anunciado durante a Feira do Livro de Frankfurt. Para que desde logo o autor tenha a máxima projecção possível. “Isto revela o nosso empenhamento em exportar os nossos autores”, explicou também Gomes Teixeira.

Os romances não serão necessariamente de autores desconhecidos – a única condição, até ao momento, é de que sejam inéditos.

NOTAS

ASA ERA PRIORITÁRIA PELO MOVIMENTO

Entre as seis editoras detidas pelo grupo de Pais do Amaral está a Asa, a maior editora do grupo e que movimentava, por ano, 12,5 milhões de euros. A sua aquisição era prioritária para a Leya.

D.QUIXOTE E CAMINHO TINHAM OS AUTORES

A D. Quixote e a Caminho traziam os grandes nomes, como José Saramago, Lobo Antunes ou Lídia Jorge, e a Texto Editora assegura à Leya uma posição na luta pelo mercado editorial escolar.
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in Correio da Manhã 2008.01.08
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Foto Bruno Colaço - Pais do Amaral só não revela quanto lhe custou comprar seis editoras, entre as quais a Caminho e a Dom Quixote

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