Discurso de Lula da Silva (excerto)

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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Marinha Grande celebra revolta armada de 1934


 
 
Escrito por Luísa Patrício

09-Jan-2008

No próximo dia 18 de Janeiro, Marinha Grande vai evocar a revolta armada de 1934. As comemorações vão ser assinaladas este ano com uma exposição de pintura que, em vinte quadros, pretende recriar o ambiente de repressão e resistência vivido então na cidade vidreira.
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Os trabalhos são da autoria de Gama Dinis, um autodidacta que vai completar 70 anos em breve. O pintor tem o seu atelier junto à Praça Guilherme Stephens. A sua carreira de artista plástico sempre esteve muito marcada pelo operariado da Marinha Grande.
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Actualizado em ( 10-Jan-2008 )


janeiro 10, 2005


Monumento 18 de Janeiro - Marinha Grande

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O Monumento à Revolta de 18 de Janeiro de 1934 destina-se a imortalizar a revolução armada de 18 de Janeiro de 1934, feito pelos Vidreiros numa tentativa de acabar com as situações de perseguição, exploração, a falta de trabalho que por várias vezes os haviam atirado para a miséria e fome.
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O monumento relembra o sofrimento, a fome e a miséria que o povo trabalhador e ordeiro teria passado.
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É constituído por dois blocos. Um pedestal talhado com um operário vidreiro armado com a legenda "Homenagem ao Movimento Operário de 18 de Janeiro". Outro que tem esculpido operários a trabalhar o vidro. Trabalho feito por Joaquim Correia e inaugurado a 18 de Janeiro de 1989. Situado na Rotunda do Vidreiro.
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«Revolta da Marinha Grande 1934»
- Intervenção de Dias Coelho, da Comissão Política do PCP

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Sábado, 20 Janeiro 2007
Inaguração da exposição
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Queremos em primeiro lugar agradecer a vossa presença neste acto comemorativo do 73ª aniversário da heróica jornada do 18 de Janeiro de 1934, promovido pelo PCP
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Fazemo-lo de uma forma singela, , num tempo em que os poderes instituídos da grande burguesia, tudo fazem para limpar e deturpar a realidade histórica e esconder os seus principais protagonistas, fazemo-lo com a consciência de quem procura sobretudo contribuir para que esta data, e este acto histórico nesta terra de operários e trabalhadores e neste país não seja esquecido.
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Como diz a nossa exposição” passados 73 anos, a jornada heróica do proletariado vidreiro da Marinha Grande, permanece como um marco importante na abnegada e combativa luta dos trabalhadores portugueses pela liberdade, contra a exploração, por uma vida digna e com direitos”.
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O 18 de Janeiro de 1934 teve lugar em condições muito específicas.
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Havia poucos, mas violentos anos em que o fascismo havido triunfado.
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O aparelho repressivo do Estado fascista ao serviço do patronato desenvolvia intensa actividade reprimindo, retirando direitos, prendendo, torturando, assassinando.
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Lançaram o processo de fascização dos sindicatos, as condições de vida dos trabalhadores e do povo agravavam-se dia a dia, a exploração intensificava-se, o desemprego aumentava, a fome e a miséria proliferavam.
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Mas os trabalhadores vidreiros, a sua organização sindical de classe – o sindicato dos trabalhadores vidreiros, - cuja unidade e formação foi erguida a pulso com um destacado papel do PCP- desenvolviam intensas lutas por aumentos salariais, pela redução do horário de trabalho para 8 horas.
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É neste quadro que o 18 de Janeiro de 1934, germina
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A forte cultura e concentração operária, a experiência de luta adquirida ao longo de anos, a compreensão do que o fascismo representava, a existência de uma forte organização sindical, e de uma estrutura local do PCP coesa e profundamente ligada aos trabalhadores, determinaram em larga medida que os operários vidreiros e o povo da Marinha Grande ousassem tentar sob a direcção do Partido, tomar nas suas mãos a construção de um futuro de progresso e justiça social.
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Coube à classe operária da Marinha Grande e em particular ao proletariado vidreiro, desempenhar o papel determinante nessa grande jornada contra o fascismo.
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Tomaram os postos chaves, ocuparam a vila, tornaram-se ainda que só por algumas horas donos dos seus destinos.
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Como disse o camarada José Gregório no seu relatório “imediatamente a seguir aos operários se apoderarem das armas e das munições da GNR tendo com elas formado novas brigadas para a defesa, a alegria foi indescritível “. “ Os vivas repetiam-se e os seus ecos atroavam como em dias de grande festa”. “ Deram-se vivas à classe operária, ao povo, à Marinha Grande, aos trabalhadores que por todo o País estavam lutando....”
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Como se sublinha na exposição, “as deficiências, os erros e as ilusões verificadas na preparação e organização da Jornada do 18 de Janeiro não põem em causa, nem apagam o que ela representa como feito da classe operária portuguesa contra a opressão”, e pela construção de um futuro melhor.
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O sobressalto do 18 de Janeiro e outras jornadas de luta, mostraram quanto era ilusória e falsa a propaganda fascista de um Portugal pacificado e aderente ao regime fascista que entretanto se consolidava.
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É certo que os revolucionários do 18 de Janeiro foram derrotados numa luta, em que a desigualdade das forças era enorme, mas como muitas vezes aconteceu na história (lembremo-nos também da Comuna de Paris ) foi do amargo da derrota que o movimento operário revolucionário extraiu as lições para melhorar a sua organização e elevar a sua capacidade de luta.
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Como é conhecido a resposta de Salazar não se fez esperar, criou o Campo de Concentração do Tarrafal com o objectivo de aterrorizar o povo português e poder assassinar, longe do país e das famílias, os presos considerados mais perigosos.
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Quando o Campo da Morte Lenta foi inaugurado 57 dos 152 presos deportados tinham participado na heróica jornada do 18 de Janeiro vários não regressaram tendo sido lá assassinados pelo terror fascista.
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Mas como lembra um dos textos da exposição que agora inauguramos, “o fascismo enganou-se redondamente ao pensar que tinha esmagado aquilo a que chamava a hidra subversiva comunista”.
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Tal como declarou então a CIS, após os acontecimentos de 18 Janeiro que a classe operária portuguesa soubera extrair as devidas lições para o reforço da sua organização, também o PCP soube extrair os ensinamentos necessários para o reforço da sua organização, para o desenvolvimento da luta de massas e para o alargamento da sua influência.
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Aperfeiçoando a sua organização clandestina, centrando o seu trabalho nas empresas, criando um aparelho de imprensa clandestina, elevando o seu trabalho político e ideológico, o PCP deu importantes passos para se tornar naquilo que veio a ser: a verdadeira força dirigente da classe operária portuguesa contra o fascismo e contra a exploração, pela liberdade a democracia e o socialismo.
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Como se afirma na Exposição, numa altura em que se assiste a toda uma política de branqueamento do fascismo e mesmo absolvição dos seus crimes, numa altura em que se reabilitam os principais responsáveis pelo regime fascista e se fala na criação de museus desse odioso regime que perpetuem a sua obra numa altura em que se assiste ao ressuscitar de práticas e manifestações fascistas, é preciso lembrar que o fascismo existiu e que fica para a história do nosso país associado a um enorme cortejo de crimes .
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Mas é também preciso lembrar a todos aqueles que evocando a memória distorcem a verdade histórica encobrindo que o PCP foi a força determinante e decisiva na resistência ao fascismo sendo o principal alvo da repressão bem evidente na elevadíssima % de comunistas entre os que passaram pelas cadeias do fascismo
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È preciso lembrá-lo por respeito pela memória de todos aqueles, que com coragem e elevado espirito de sacrifício deram o melhor das suas vidas e alguns deles a própria vida para que Portugal pudesse ser livre, para que uma sociedade mais justa fosse possível..
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Hoje num tempo em que de novo o poder económico domina o poder político, em que se desenvolve um brutal ataque contra os trabalhadores, os seus salários e pensões, os direitos sindicais e contratuais, o horário de trabalho tentando como acontece aqui na M. Grande no sector da cristalaria aumentar de 36 para 39 horas, desenvolvendo-se também uma forte ofensiva contra as populações, os serviços públicos e funções sociais do Estado, o Poder Local democrático e o sistema eleitoral entre outros pilares essenciais da democracia, empobrecendo-a e afrontando a Constituição da República, afina-se e refina-se o aparelho repressivo do Estado capitalista contra os trabalhadores e o povo, atentando-se contra o regime democrático saído da Revolução, é preciso alargar a consciência, a compreensão, a acção e a luta contra este estado de coisas, para que se possa continuar a dizer; Fascismo Nunca Mais, 25 de Abril Sempre!
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È preciso lutar contra as deturpações da história da resistência antifascista e as actuais perversões democráticas.
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É preciso lutar contra as tentativas de subversão do regime democrático saído da revolução de Abril
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É preciso continuar a luta por melhores condições de vida e de trabalho
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È preciso continuar a reforçar o movimento sindical de classe
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È preciso que o Partido Comunista Português se reforce
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Viva o 18 Janeiro de 1934 e os seus heróicos combatentes
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Viva a democracia e liberdade
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