por Fatima Oliveira*
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Em maio, há muitas datas que ressaltam o papel da mulher como procriadora. A maioria revela a imposição da visão de mulher do catolicismo. Maio é Mês das Noivas e Mês de Maria, mãe de Jesus, pois em maio ocorreu sua consagração.
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Treze de maio é Dia de Nossa Senhora de Fátima e 31 é Dia da Visitação de Nossa Senhora, não à toa, respectivamente, abertura e encerramento da V Conferência Geral dos Bispos da América Latina e do Caribe, em 2007, ocasião da visita de Bento XVI ao Brasil.
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E há o Dia das Mães, oficializado pelo presidente dos Estados Unidos Woodrow Wilson no segundo domingo, em 1914.
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Ignora-se quando maio passou a ser o Mês das Noivas, mas tem a ver com a oficialização do marianismo (1965), pois a regulamentação, ainda em vigor, do matrimônio data do Concílio de Trento (1545-1563), evidenciando que o casamento religioso só adquiriu status de sacramento no século IX.
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Homenagear as mães é tradição antiga: a Festa de Réia, mãe dos deuses (Grécia); a Matronalia, em Roma; e o Mothering Day, que data da Idade Média, na Inglaterra.
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O Dia das Mães atual foi idealizado pela professora norte-americana Anna M. Jarvis (1864-1948), que também criou um símbolo: o cravo – o vermelho para a mãe viva e o branco, para a morta.
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Na Europa, há a tradição de oferendas florais na primavera e celebrar a consagração de Maria foi um costume popular aproveitado por Paulo VI na encíclica Mês de Maio, consagrada a Maria, enfatizando que rezar o santo rosário era “uma oração agradável à Virgem Maria”.
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A oficialização do marianismo foi complementado pela Constituição Dogmática “Lumen Gentium”, que deu a Maria o título de “Mãe de Deus e Mãe dos Homens” e pela Exortação Apostólica “Marialis Cultus” – para a reta compreensão e desenvolvimento verdadeiro do culto à Virgem Maria.
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A relevância de maio para a “reprodução humana” na visão católica motivou participantes do Tribunal Internacional de Denúncia e Violação dos Direitos Reprodutivos (Holanda, 1984) à definição do 28 de maio como Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher, para denunciar o descaso governamental em relação à saúde feminina no período reprodutivo.
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Em 1987, começou a Campanha Mundial pela Saúde da Mulher e de Combate à Morbimortalidade Materna, que obrigou governos pelo mundo afora a integrar as ações; e desde 1994 o Ministério da Saúde do Brasil a definiu como Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.
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*Fatima Oliveira, Médica e escritora. É do Conselho Diretor da Comissão de Cidadania e Reprodução e do Conselho da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe. Indicada ao Prêmio Nobel da paz 2005
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in Vermelho - 8 DE MAIO DE 2006 - 19h25
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