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.O termo marrano em espanhol significa "porco", demonstra bem o sentido ofensivo do termo na sua origem, e que se espalhou pela Península Ibérica para designar os judeus. Com o passar do tempo evoluiu, tendo sido inclusivamente adoptada pela comunidade judaica para referir nos séculos XV, XVI e XVII de uma forma geral os judeus ibéricos.
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Se todos os Marranos eram Cristão-novos, o oposto não é necessariamente verdade: nem todos os Cristãos-novos eram marranos, pois o termo cristão-novo incluia também os muçulmanos que tinham sido convertidos.
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As origens
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A presenças de Judeus, e de comunidades judaicas organizadas, na Europa está referenciada em documentos romanos, e em alguns casos precede mesmo a dos povos que estão na origem dos actuais países. Já havia Judeus na Peninsula muito antes de haver portugueses ou espanhois.
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Presentes durante a ocupação romana da Ibéria, continuam durante os reinos suevos e visigodos, sobrevivem à ocupação muçulmana, e estão presentes na constituição dos reinos cristãos da Reconquista.
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Durante a primeira dinastia assumem váriados cargos públicos, e apesar da faceta marcadamente cristã do reino e o aparecimento de algumas ordenações a limitar os locais de culto, actividades que podiam praticar, professam a sua fé publicamente.
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O caso mais revelador desta tolerância, talvez sejo o de Yahia Ben Yahia, no reinado de Afonso Henriques.
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Século XV
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Em Portugal, a 5 de Dezembro de 1496 o Rei D. Manuel como parte das contrapartidas para casar com Isabel de Aragão, cujos pais (os reis católicos) em 1492 através do decreto de Alhambra haviam expulso os judeus, teve de ter atitude idêntica. Assim, só restavam aos judeus portugueses converterem-se ao cristianismo ou o exílo sob pena de morte.
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Apesar de não ser uma prática tão dissiminada em Portugal como na Europa de Leste Central, há referências a massacres de Judeus, semelhantes aos pogroms, como foi o caso do massacre de Lisboa de 1506, onde centenas de judeus foram assassinados.
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Posteriormente, com a introdução da Inquisição, outra das condições impostas pelos Reis Católicos para o segundo casamento de Rei D. Manuel com Maria de Castela, a perseguição assumiu contornos mais metódicos e crueis, com confissões obtidas sob tortura, e os auto de fé para aqueles que fossem descobertos professar em segredo.
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Entre os perseguidos estiveram os descendentes Pedro Nunes, ou as ossadas de Garcia de Horta, exumadas e queimadas em auto de fé na Índia. Entre os que fugiram para o exilo na Europa do Norte ou a Turquia, estavam os pais de Spinoza, Menasseh ben Israel, entre outros.
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Com o êxodo da comunidade judaica, Portugal viu igualmente desaparecer uma grande quantidade da sua comunidade científica, médica, cultural e empresarial, que como em muitos outros países, teve um papel dinamizador do desenvolvimento. Dessa expulsão beneficiaram as regiões que acolheram os judeus portugueses, como a Holanda ou a Flandres.
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Séculos XVI ao XIX
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Por esta altura estima-se que houvesse várias comunidades de Marranos que professavam em segredo, e que com o tempo se foram dissolvendo na sociedade, sobretudo nos centros urbanos. No interior, pelo contrário seguiram um de dois caminhos distintos: a assimilação nas populações locais, ou fecharem-se cada vez mais sobre si próprias.
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Destas últimas, é através das mulheres que a herança judaica é mantida e transmitida, numa curiosa alteração de papeis face ao judaísmo tradicional. As comunidades remanescentes vão acabar por ficar restritas à Beira Interior, vivendo de uma forma geral numa aparente conformidade com os vizinhos cristãos, isto apesar das suspeitas e comentário populares nunca terem deixado de existir.
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Século XX ao Presente
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A Revolução Liberal, e a extinção da Inquisição, a 31 de Março de 1821, ou mesmo o reconheciemnto oficial da Primeira República da liberdade de culto não altera a vida isolada das cada vez menos comunidades de Marranos da Beira Interior, tal como não teve impacto visível o estabelecimento de uma comunidade judaica pública desde os anos de 1810.
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Apesar de muitos dos judeus que se estabelecem em Portugal serem de ascendência ibérica, já não são marranos; adoptaram o rito askenazi e depois de 400 anos de separação, os marranos são-lhes estranhos.
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Reduzidos à Comunidade de Belmonte, e a algumas famílias na região da Covilhã nos anos de 1910, são "descobertos" e tornados públicos pelo Capitão de Barros Basto, ele próprio um marrano convertido, nos anos 1920.
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A integração dos marranos de Belmonte e da Covilhã, e as suas relações com a Comunidade Israelita não foram fáceis; e o processo de intregração das duas comunidades teria ainda um caminho longo a percorrer, até à abertura da Sinagoga.
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Actualmente Belmonte, para além do Templo conta aínda com um museu, e um rabi, e viu o seu estatuto de cripto-judeus reconhecido por Israel.
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Ver também
- Museu Judaico de Belmonte
- Anti-semitismo
- Sinagoga Portuguesa de Amsterdão
- Lista de judeus de Portugal
- Judeus em Portugal
Ligações externas
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As seguintes páginas oferecem informação sobre a comunidade Belmonte.
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- Cripto-judaísmo
- http://zezepina.utopia.com.br/judeus
- http://afixe.weblog.com.pt/arquivo/2004/04/os_ultimos_jude.html
- http://bocc.ubi.pt/pag/garcia-antonieta-judeus-de-belmonte-e-poder-autarquico.pdf
- http://www.wzo.org.il/es/recursos/view.asp?id=553
- Cristãos-novos em Belmonte
- Site Sobre a História Sefaradi
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