por Eduardo Bomfim*
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O correto, acredito, é a compreensão de um Brasil cheio de contradições, por se fazer na maioria das coisas, em um mundo em profunda mutação científica e tecnológica, em meio a uma crise econômica mundial profunda onde paradigmas tidos como irrefutáveis desmoronam diariamente.
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Tudo isso, produz uma crise multilateral que atinge os conceitos sobre a economia, a falência dos modelos das instituições internacionais surgidas após a segunda grande guerra mundial. Mas não fica somente restrita às bases objetivas das sociedades contemporâneas - as relações de produção, o mercado, o comércio internacional etc.
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O que emerge, igualmente, é uma crise moral e nas estruturas sociais, de caráter multilateral, ou seja, em várias direções. E aqui não vai uma observação de conteúdo falso moralista ou puritana, mas a constatação do problema da moral sob o ângulo da cidadania e da coisa pública.
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O que se apresenta é uma falência dos valores que compunham essa determinada época sob a égide do capital hegemônico, transformado em Deus, no Alfa e no Ômega das sociedades, como aquele antigo remédio, a “Maravilha Curativa”, a alquimia, a mística, para todos os males da saúde.
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A ruína concreta de um determinado tipo de modelo das primeiras experiências socialistas, também deixou bem mais livre esse capital que migrou em sua maioria para a especulação delirante, com as suas filosofias justificadoras, promovendo uma era que parecia longa, de uma orgia sem data para terminar.
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Mas que findou ruidosamente em 2008 com a quebradeira em série de bancos de investimentos, fraudulentos e ocos, que sustentavam a maioria das nações do primeiro mundo, assim como um edifício fincado em um lodaçal profundo.
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O Brasil foi contaminado, em muitos aspectos, por esses falsos conceitos globais, artificiais, segregacionistas. No entanto, assim como outras nações emergentes como a China, Índia etc, possui condições de alcançar a outra margem do rio, bem mais avançado econômica e socialmente.
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Revelando outras alternativas, inclusive para a humanidade, desde que resista como Estado nacional soberano, promova uma reestruturação diferenciada da sociedade, em contraste às ruínas que aí se encontram, no que é uma espécie de intervalo da inteligência e da consciência humana.
*Eduardo Bomfim, Advogado
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in Vermelho - 30 DE MAIO DE 2009 - 18h33
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