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rvccgerinho
23 de Dezembro de 2008
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Letra de João Vasconcelos e Sá. [Popular]... Fado Corrido Repertório de António Pinto Basto.
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Mestre alentejano
João Vasconcelos e Sá / Popular *fado corrido*
Repertório de António Pinto Basto.
Terra de grandes barrigas / Onde ha tanta gente garda
Ás sopas chamam açorda / E à açorda chamam-lhe migas;
Ás razões chamam cantigas / Milhaduras são gorjetas
Maleitas dizem maletas / Em vez de encostas, chapadas
Em vez de açoites, nalgadas / E as bolotas são boletas
.
Terra mole é atasquero / Ir embora é abalar
Deitar fora é aventar / Fita de coiro é apero;
Vaso com planta é cravero / Carpinteiro é abegão
E a choupana é cabanão / E às hortas chamam hortejos
Os cestos são cabanejos / E ao trigo chama-se pão!
.
No resto de Portugal / Ninguém diz palavras tais
As terras baixas são vales / Monte de feno é frascal;
Vestir bem, parece mal / Á aveia chamam cevada
Ao bofetão, orelhada / Alcofa grande é gorpelha
Égua lazã é vermelha / Poldra ‘Isabel’ é melada
.
Quando um tipo está doente / Logo dizem que está morto
E a todo o vau chamam porto / Chamam gajo a toda a gente;
Vestir safões é corrente / Por acaso é por atrego
As saco chamam talego / E até nas classes mais ricas
Ser janota é ser maricas / Ser beirão é ser galego
.
Os porcos medem-se às varas / E o peixe vende-se aos quilos
E a gente pasma de ouvi-los / Usar maneiras tão raras;
Chamam relvas às cearas / Ás vezes, não sei porquê
E tratam por vomecê / Pessoas a quem venero
Não quero, diz-se nã quero / Eu não sei’ diz-se *ê nã sê*
Repertório de António Pinto Basto.
Terra de grandes barrigas / Onde ha tanta gente garda
Ás sopas chamam açorda / E à açorda chamam-lhe migas;
Ás razões chamam cantigas / Milhaduras são gorjetas
Maleitas dizem maletas / Em vez de encostas, chapadas
Em vez de açoites, nalgadas / E as bolotas são boletas
.
Terra mole é atasquero / Ir embora é abalar
Deitar fora é aventar / Fita de coiro é apero;
Vaso com planta é cravero / Carpinteiro é abegão
E a choupana é cabanão / E às hortas chamam hortejos
Os cestos são cabanejos / E ao trigo chama-se pão!
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No resto de Portugal / Ninguém diz palavras tais
As terras baixas são vales / Monte de feno é frascal;
Vestir bem, parece mal / Á aveia chamam cevada
Ao bofetão, orelhada / Alcofa grande é gorpelha
Égua lazã é vermelha / Poldra ‘Isabel’ é melada
.
Quando um tipo está doente / Logo dizem que está morto
E a todo o vau chamam porto / Chamam gajo a toda a gente;
Vestir safões é corrente / Por acaso é por atrego
As saco chamam talego / E até nas classes mais ricas
Ser janota é ser maricas / Ser beirão é ser galego
.
Os porcos medem-se às varas / E o peixe vende-se aos quilos
E a gente pasma de ouvi-los / Usar maneiras tão raras;
Chamam relvas às cearas / Ás vezes, não sei porquê
E tratam por vomecê / Pessoas a quem venero
Não quero, diz-se nã quero / Eu não sei’ diz-se *ê nã sê*
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