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MJOSEFS — 11 de Outubro de 2007 — Imagens do castelo, com musica do Carlos do Carmo
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victormanoel5 — 28 de Agosto de 2009 —
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necocrasy — 12 de Abril de 2009 — Aki Cheguei aki me criei...Leiria Cidade modelo
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cscbarata — 13 de Setembro de 2008 — cidade acolhedora
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Castelo de Leiria
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Castelo de Leiria, Portugal. | ||
Construção | D. Afonso Henriques (Século XII) | |
Estilo | Românico / gótico | |
Conservação | Bom | |
Homologação (IPPAR) | MN (DL 16-06-1910, DG 136 de 23-06-1910) | |
Aberto ao público | ||
Site DGEMN, nº IPA | 1009120002 | |
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Site IPPAR | 70548 |
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Edificado em posição dominante a norte sobre a primitiva povoação e o rio Lis, este belo e imponente castelo medieval, onde se contrastam as belezas do patrimônio edificado e as da paisagem natural, é um dos "ex-libris" da cidade, recebendo, anualmente, entre 60 e 70 mil turistas. Considerado o melhor exemplo de transformação residencial de um castelo no país, o monumento compreende outras atracções arquitectónicas, históricas e arqueológicas.
Índice |
História
Antecedentes
Não existem informações seguras acerca da primitiva ocupação humana do sítio do castelo, embora a região de Leiria seja rica em testemunhos arqueologicos pré-históricos e romanos. Sabe-se, entretanto, que à época da Reconquista cristã da península Ibérica, a região constituía, no século XII, um ponto nevrálgico da defesa da fronteira sul do Condado Portucalense. Viria a tornar-se um próspero centro económico medieval, graças ao comércio de cereais e produtos alimentares (trigo, azeite, vinho, frutas), de madeiras (pinhal de Leiria), de minérios (ferro, carvão, sal-gema, calcário) e de produtos artesanais (lanifícios e tecelagens, couros, olarias, ferragens).
O castelo medieval
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Ao consolidar o seu governo a partir de 1128, o jovem D. Afonso Henriques (1112-1185), planeou alargar os seus domínios, então limitados a norte pelo rio Minho a sudoeste pela serra da Estrela e a sul pelo rio Mondego. Para esse fim, a partir de 1130, invadiu por diversas vezes o território vizinho da Galiza a norte, ao mesmo tempo em que se mantinha atento à fronteira sul, constantemente atacada pelos muçulmanos.
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Para defesa desta linde sul, estrategicamente fez erguer, de raiz, um novo castelo entre Coimbra e Santarém (1135), no alto de uma elevação rochosa, um pouco ao sul da confluência do rio Lis com o rio Lena, a cuja guarnição, sob o comando de D. Paio Guterres, foi confiada a defesa da nova fronteira que ali tentava firmar (cf. Brevis historia Gothorum). À povoação que também iniciava, e que passaria a designar o respectivo castelo, chamou de Leiria. Dois anos mais tarde, a povoação e o seu castelo foram assaltados pelos almóadas, que se aproveitaram de uma investida das forças de D. Afonso Henriques à Galiza (1137). Após uma encarniçada resistência, Paio Guterres e seus homens foram forçados a abandonar as suas posições.
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De volta ao reino, o monarca organizou uma contra-ofensiva para conter o avanço dos mouros, cujas forças combinadas derrotou na épica Batalha de Ourique (25 de Julho de 1139). Ao final desse mesmo ano, os muçulmanos, cientes de que o monarca português havia encetado nova campanha contra o rei de Leão, na Galiza, atacaram e novamente conquistaram Leiria e seu castelo, cujos defensores, na ocasião, sofreram pesadas baixas, vindo seu alcaide, D. Paio Gueterres a cair prisioneiro. De volta às mãos de D. Afonso Henriques (1142), o monarca outorgou Carta de Foral à povoação, determinando a reconstrução e reforço da estrutura do castelo, no qual fez erguer uma Capela sob invocação de Nossa Senhora da Pena (entre 1144 e 1147).
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O seu sucessor, D. Sancho I (1185-1211), concedeu novo foral à vila (1195), determinando erguer-lhe uma cerca amuralhada. O desenvolvimento da vila era tão expressivo à época, que a fez sede das Cortes de 1254, convocadas por D. Afonso III (1248-1279).
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Outros monarcas dedicaram atenção a Leiria, destacando-se D. Dinis (1279-1325), que ali residiu por diversas ocasiões, vindo a doar, em Julho de 1300, à rainha Santa Isabel, a vila e o seu castelo, escolhidos para a criação de seu herdeiro, o princípe D. Afonso. É a D. Dinis que se atribui a adaptação do castelo à função de palácio, a reconstrução da capela de Nossa Senhora da Pena e o início da construção da poderosa Torre de Menagem (8 de Maio de 1324), poucos meses antes do seu falecimento. Esta torre foi concluída no reinado de seu sucessor, conforme inscrição epigráfica no seu exterior.
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Sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), quando aqui se reuniram as Cortes de 1372, a vila encontrava-se em expansão até às margens do rio Lis.
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Sob D. João I (1385-1433), que aqui celebrou, em 1401, o casamento de seu filho D. Afonso (futuro conde de Barcelos e duque de Bragança), iniciaram-se os trabalhos de edificação dos chamados Paços da Rainha ou Paços Novos, nos quais se destacam os vãos góticos e o espaço de suas salas e câmaras.D. Manuel I (1495-1521) concedeu Foral Novo a Leiria (1510), alçada, em 1545, à condição de cidade por D. João III (1521-1557).
Da Restauração da independência aos nossos dias
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Ao raiar a Restauração da Independência (1640), o Castelo de Leiria foi uma das primeiras fortificações a erguer o pendão de Portugal. Sem valor militar, entretanto, mergulharia progressivamente no abandono, vindo a se arruinar.
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No contexto da Guerra Peninsular, no início do século XIX, as tropas francesas provocaram extensos danos à cidade e aos seus monumentos.
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Ao final do século XIX, por iniciativa da Liga dos Amigos do Castelo, o arquitecto Ernesto Korrodi elaborou um projecto de restauro das ruínas do castelo (Zurique, 1898). Estas foram classificadas como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910.
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Finalmente, em 1915, a Liga iniciou as obras de restauro pleiteadas, com fundos próprios e o auxílio do poder público, através da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN). Este órgão, entretanto, não aceitou o nome do arquitecto suíço para a direção das obras, paralisadas no ano seguinte. Os trabalhos foram retomados, a partir de 1921, quando uma derrocada parcial nos muros lhes imprimiu caráter de urgência. Korrodi foi finalmente nomeado diretor das obras, à frente de uma comissão sujeita à DGEMN. O seu trabalho desenvolveu-se até 1934, quando se desligou. As obras, porém, prosseguiram na década de 1930, com base nos seus desenhos. As campanhas de recuperação foram retomadas pela DGEMN em meados da década de 1950, prosseguindo nas duas décadas seguintes. Novas campanhas se sucederam a partir de meados da década de 1980, prosseguindo pela década de 1990.
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O castelo encontra-se aberto à visitação pública, apresentando como destaque a torre, requalificada como espaço museológico, onde podem ser apreciados artefatos arqueológicos e armaria medieval.
Características
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Os estudiosos atribuem a atual configuração do Castelo de Leiria à soma de de quatro grandes períodos construtivos:
- o Românico do século XII;
- o Gótico dionisino, da primeira metade do século XIV;
- o Gótico joanino, de inícios do século XV, e
- as correntes restauradoras de finais do século XIX e primeira metade do século XX.
Algumas das intervenções promovidas por Korrodi foram posteriormente desfeitas, considerando-se que o seu projecto pecava por excesso de romantismo, sem respeitar o real perfil (original) do monumento.
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O castelo apresenta planta poligonal irregular, marcada pela solidez de seu sistema defensivo (muros e torres) no interior do qual se destacam o Paço Real, a Igreja de Santa Maria da Pena e a Torre de Menagem. Defendida externamente por uma barbacã, a cerca é reforçada por torreões de planta quadrangular, a intervalos regulares. Nesta cerca se rasgam duas portas: a Porta do Sol, a sul, onde hoje está a Torre da Sé, e a Porta dos Castelinhos, a norte, flanqueada por duas torres. Ultrapassando-se a Porta do Sol ingressa-se em um largo onde se encontram algumas edificações, o antigo Paço Episcopal (hoje sede da PSP) e a Capela de São Pedro. Subindo por uma rampa, ao longo da cerca da vila, acede-se à entrada do castelo, pela Porta da Albacara, em arco de volta redonda sob uma torre rematada por merlões chanfrados e rasgada por frestões, que funcionou como torre sineira da vizinha Igreja de Nossa Senhora da Pena.
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As muralhas do castelo são rematadas por merlões quadrangulares, estando reforçadas no seu trecho mais vulnerável por uma barbacã, seguida por uma cerca avançada, a norte e a leste. Pelo lado oeste, rasga-se a chamada Porta da Traição, em arco quebrado. O reduto interno, envolvido por cinta de muralhas, encontra-se disposto numa plataforma mais elevada a noroeste, e é dominado pela Torre de Menagem.
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As principais estruturas do castelo podem ser descritas sucintamente:
- Porta da Albacara (recolha de gado, em árabe), em estilo românico, em cotovelo conforme o uso muçulmano. No embasamento das torres que a defendem, encontram-se algumas lápides com inscrições romanas, oriundas da antiga "civitas" de Collippo.
- Casa da Guarda, conjunto erguido à época dos trabalhos de restauro iniciados em 1915, conforme projecto de original de Korrodi. No seu alpendre figuram algumas colunas e mísulas tardo-góticas oriundas do claustro do antigo Convento de Santa Ana de Leiria (1494-c. 1917-1920), das monjas da Ordem de São Domingos.
- Torre dos Sinos, porta de acesso ao primitivo recinto fortificado, com arcadas românicas e aduelas contendo sinais cruciformes orbiculares ou templários. No século XIII foi adaptada como torre sineira da vizinha Igreja de Santa Maria da Pena, quando foram rasgadas novas janelas em estilo gótico. Foi também denominada, à época medieval, como Torre da Buçaqueira, o que pode indicar que nela se abrigariam os falcões usados pela realeza em suas caçadas.
- Igreja de Santa Maria da Pena, evolução do primeiro templo de Leiria, a capela casteleira de Nossa Senhora da Pena. Apresenta uma única nave e capela-mor em estilo gótico, acedida lateralmente por um portal ogival de cinco arquivoltas apoiadas em colunelos. A ábside poligonal revela cobertura de abóbadas nervuradas. Os panos laterais da capela-mor são rasgados por frestas ogivais de dois lumes, encimadas por quadrifólios. Foi utilizada como capela palaciana pela Dinastia de Avis.
- Ruínas da Colegiada dos cónegos e clérigos crúzios de Leiria. Local de interesse arqueológico, aqui existiam sala de audiências, celas e dormitórios, refeitório, cozinha, pátio, cumuas e cisterna que atendiam aos religiosos.
- Paços Novos, Paços do Castelo, ou Paços Reais, com planta quadrangular, nas dimensões de 33 m x 21 m. No pavimento inferior, encontra-se um amplo salão com três robustos arcos góticos (Salão dos Arcos), enquanto no segundo piso dois salões menores serviam ao dia-a-dia do palácio (cozinha, adega, dormitório). No terceiro pavimento, os quartos régios situam-se nos extremos, divididos pelo Salão Nobre (Salão das Audiências) que abria para uma galeria ou loggia de arcaria gótica mediterrânica de onde se usufrui a paisagem circundante. Dois corpos que o flanqueiam constituem um quarto piso, que tinha o seu interior repartido por, à época, luxuosas instalações sanitárias.
- Pátio Interior, de interesse histórico e arquitectónico é testemunho das políticas de restauro do monumento no século XX, com destaque para as opções pela falsa ruína e pelo trabalho intencionalmente inacabado.
- Celeiros Medievais, conjunto de três celeiros datáveis do século XIII, abobadados em alvenaria, que deveriam ser primitavamente rematados por construção em madeira e taipa, hoje desaparecida.
- Porta da Traição e Falsas Ruínas, rasgada num pano da muralha a oeste quase que integralmente restaurado na década de 1930, assinala o sítio da porta original. Observam-se também falsas ruínas características das opções de restauro do monumento entre a década de 1930 e a de 1950.
- Torre de Menagem, de planta prismática, elevando-se a 17 metros de altura, divide-se internamente em três pavimentos encimados por terraço, coroada por merlões quadrangulares. Mandada executar sobre os alicerces de uma anterior por D. Dinis, uma lápide epigráfica gótica, com os brasões reais inscritos, assinala o facto no lado esquerdo junto à porta. Foi utilizada como prisão régia desde meados do século XIV, estando activa, ainda, na segunda metade do século XVIII. No recinto, persistem vestígios arruinados de obras do século XV.
- Torre Sineira da Sé, em estilo barroco, ergue-se sobre uma das antigas torres medievais da Porta do Sol. Por volta de 1546, procedeu-se ao seu alargamento e reforma. Posteriormente, durante o episcopado de D. Miguel de Bulhões (1761-1779) adquiriu a forma actual apresentando no coruchéu o brasão deste bispo. Comporta seis sinos fabricados, em 1800, pelo mestre-fundidor João Craveiro de Faria.
- Portas do Norte, marcam o início das muralhas românicas de Leiria que envolviam um perímetro de cerca de 5 hectares. Anteriores a 1152, davam acesso à desaparecida igreja paroquial de Santiago e à Ponte Coimbrã. São compostas por duas quadrigas de vigia e uma barbacã em cujo pórtico se inscreve um dos brasões mais antigos do concelho de Leiria (século XIV), no qual se observa, em torno de um castelo, dois pinheiros encimados por corvos, simbolizando a lenda da fundação de Leiria por D. Afonso Henriques.
- Antigo Paço Episcopal, hoje ocupado pela PSP, constitui um significativo exemplar da arquitectura solarenga portuguesa do século XVII, destacando-se o portal e a janela nobre sobreposta. Ergue-se no sítio dos antigos Paços Régios de São Simão onde residiram, entre outros, D. Afonso III, D. Dinis, a Rainha Santa Isabel e D. Fernando.
- Igreja de São Pedro, em estilo românico coimbrão (cabeceira) e meridional (pórtico), foi edificado em calcário e alvenaria, apresentando figurações escultóricas românicas ao nível dos cachorros e dos frisos decorativos das arquivoltas. Chegou a ser a segunda catedral de Leiria (c. 1548-1574) e, no século XIX, utilizado como sala de teatro.
As lendas do castelo
Existem três lendas, no imaginário local, envolvendo o castelo:
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Segundo uma, estando o castelo em posse dos Mouros, preparava-se o rei D. Afonso Henriques para retomá-lo. Ao observar os corvos que esvoaçavam sobre o castelo, pareceu-lhe que repetiam "agora não, amanhã de manhã". Por essa razão, aguardou até ao amanhecer para desferir o ataque, logrando retomar o castelo.
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Uma outra lenda refere que sob o castelo existe um vulcão adormecido, responsável pelo aquecimento da água da fonte quente.
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A última assegura que existe uma passagem secreta subterrânea que permite a comunicação do castelo com uma igreja, do lado oposto da cidade.
Ligações externas
- Castelo de Leiria (IPA / DGEMN)
- Instituto Português de Arqueologia
- Castelo de Leiria (Pesquisa de Património / IPPAR)
- Visita virtual ao Castelo de Leiria em panoramas de 360°
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