Discurso de Lula da Silva (excerto)

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terça-feira, 28 de julho de 2009

Mulheres negras destacam luta pelo fim do racismo e sexismo









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No Dia Internacional da Mulher Afro-latino-americana e Afro-caribenha, comemorado neste 25 de Julho, redes e articulações de mulheres negras apontam as conquistas e os marcos da luta contra o racismo e sexismo. “Vivemos em desigualdade. Nossos desafios como movimento de mulheres negras podem ser considerados pequenos em relação à luta que travamos na vida diária contra o racismo, o sexismo e o processo de exclusão social”, avalia Lúcia Xavier, da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras.


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Para ela, a data, que surgiu há 17 anos durante o 1o Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado en San Domingo, na República Dominicana, é um momento de avaliação das condições de vida das mulheres negras. “Temos direito a uma vida plena, a viver numa democracia inclusiva e ter uma agenda de direitos sociais, como expressão e reconhecimento pelo que somos e realizamos. A sociedade precisa mudar”, alerta a ativista.
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Para Lúcia Xavier, o 25 de Julho visibiliza as mulheres negras para todos os setores da sociedade e traz à tona identidades e patrimônios diluídos pela ação do racismo e do sexismo. “É uma data política que evidencia a construção coletiva internacional e o patrimônio das mulheres negras na diáspora. Religamos os vínculos e as alianças temporariamente rompidas pela escravidão. Isso nos possibilita um espaço de conforto para nossas aspirações e a valorização das vitórias alcançadas, dos direitos conquistados e da nossa existência como mulheres negras”, reflete.

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No mesmo ano de 1992 em que foi criada a data comemorativa, foi constituída a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas, Afro-caribenhas e da Diáspora. A Rede promove o fortalecimento das organizações e movimentos de mulheres negras. Dorotea Wilson, membro da entidade, diz que “visibilizamos a situação das mulheres negras, denunciamos a exclusão e formulamos propostas de políticas públicas que devem ser assumidas por Estados e organismos internacionais.”
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Na articulação para o combate ao racismo, a Rede destaca as alianças estratégicas com outros movimentos sociais, a implementação do Plano de Ação de Durban e o aumento da participação da juventude no movimento de mulheres negras. “Estamos impulsionando o processo de articulação para a execução do Plano de Durban, a inclusão da variável étnico-racial nos censos de 2010 e a construção da Convenção Interamericana contra a Discriminação Racial e Toda Forma de Intolerância, na Organização dos Estados Americanos”, complementa Dorotea.
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Herança africana
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Com as primeiras organizações de mulheres negras formadas nos anos 1980, o movimento conquistou importantes espaços institucionais de interlocução e negociação. “Nós, mulheres negras, colocamos o tema dos afrodescendentes e das mulheres afrodescendentes na agenda regional e nacional. Temos uma articulação sólida que dialoga com diferentes redes e organizações de mulheres, organizações sociais, governos e a institucionalidade intergovernamental”, destaca Epsy Campbell, integrante do Grupo de Trabalho, Técnico e Político Afrodescendente para os Censos de 2010.

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A ativista aponta como desafios do movimento de mulheres negras a inserção da luta contra o racismo como eixo estrutural da agenda feminista e o aporte institucional e financeiro para enfrentamento das desigualdades de raça e gênero. “Herdamos a força milenar de nossas guerreiras ancestrais e transformamos os obstáculos em oportunidades e avanços para a humanidade”, considera Epsy Campbell.

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De Brasília
Com informações da UNIFEM



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in Vermelho -

27 DE JULHO DE 2009 - 14h05
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