Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

A invenção dos direitos humanos, por Lynn Hunt

DIGESTIVOS >>> Notas >>> Além do Mais

Quarta-feira, 22/7/2009
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Julio Daio Borges


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Digestivo nº 425 >>> O “pessoal dos direitos humanos”, por diversos motivos, é uma expressão que, frequentemente, se relaciona àqueles que vêm salvar um condenado, reconhecida e unanimemente condenado, de “maus tratos”. Algo como, hoje, reivindicar os “direitos humanos” de transgressores notórios, como muitos dos nossos políticos em Brasília, o artífice por trás do maior esquema de pirâmide da história ou assassinos confessos, televisionados em reality shows macabros. Lynn Hunt, professora de história da Universidade da Califórnia, ao contrário de tudo isso, conta-nos elegantemente a verdadeira história dos direitos humanos – provando que eles são muito mais importantes do que sua aplicação, hipócrita e demagógica, em casos de condenados pop. Hunt refaz a trajetória desde a literatura do século XVIII, que desenvolveu a capacidade (no leitor) de se projetar no seu semelhante (e entender suas razões), passando pela abolição da tortura em julgamentos (e condenações) na França pré-revolucionária, desembocando nas declarações de 1776 (Independência dos EUA), 1789 (Revolução Francesa) e 1948 (Declaração Universal dos Direitos Humanos). Foi um longo caminho desde o fim da escravidão, a liberdade de credo e, mesmo, a igualdade entre os sexos. Hoje tendemos a tomar tudo isso por algo estabelecido, indiscutível e irreversível, mas, em épocas não tão remotas, escravos não tinham, por exemplo, “direito à vida”; quem não participasse da religião “oficial”, não votava; e quem não fosse homem, tinha sua capacidade de julgamento seriamente questionada. Fora questões de classe, privilégios vários e invencionices hoje inimagináveis. Obama e Michael Jackson, por exemplo, teriam sido impossíveis tempos atrás. São avanços que devemos ao estabelecimento dos “velhos” direitos humanos. E todo mundo deveria conhecer a história que Lynn Hunt saborosamente conta...
>>> A invenção dos direitos humanos
Julio Daio Borges
Editor
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in Digestivo Cultural
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Sinopse
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Em 1776, a Declaração de Independência dos Estados Unidos, primeiro grande documento histórico de defesa dos direitos humanos, declarava como autoevidente a verdade de que 'todos os homens são criados iguais'. Essas belas palavras, no entanto, não impediram que a instituição da escravidão persistisse naquele país por mais quase um século, e que as mulheres norte-americanas só conquistassem o direito de votar em 1920. Neste livro, a historiadora norte-americana Lynn Hunt entrelaça a crônica dos enventos políticos, a trama dos conceitos filosóficos e a história do cotidiano, mostrando que noções básicas como a liberdade de pensamento ou a inviolabilidade dos corpos são fruto tanto da leitura de romances aparentemente inócuos como de mudanças nas práticas diárias de vida. Os três documentos fundamentais que serviram de eixo à abordagem da autora - as declarações de direitos dos Estados unidos (1776), da França (1789) e das Nações Unidas (1948) - estão incuídos na íntegra nesta edição.
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