Discurso de Lula da Silva (excerto)

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sábado, 18 de julho de 2009

Bertold Brecht - Vida e Obra

Berthold Brecht
BIOGRAFIA

Bertolt Brecht nasceu na Baviera em 1898. Foi um dos nomes mais influentes do teatro do século XX, não só pela criação de uma obra excepcional, mas também pelas inovações que introduziu no teatro e na poesia. Escritor e director de teatro alemão, a partir de 1929 começou a elaborar a sua teoria do "teatro épico" que pretendia opor se ao "teatro dramático", que na sua opinião conduzia o espectador a uma ilusão da realidade e lhe retirava a percepção crítica. Em 1933, com a ascensão do nazismo, exilou se sucessivamente na França, Dinamarca, Finlândia e Estados Unidos, onde permaneceu seis anos. Acusado de actividades anti americanas, foi forçado a voltar para a Alemanha, fixando se em Berlim oriental, onde criou a sua própria companhia, o Berliner Ensemble.

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A obra teatral de Brecht atravessou diversas fases.

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As peças mais conhecidas do primeiro período, quando ele ainda estava na Baviera, são: Baal (1922), Trommeln in der Nacht (1922; Tambores na noite), Im Dickicht der Städte (1924; Na selva das cidades) e Leben Eduards des Zweiten von England (1923; Vida de Eduardo II da Inglaterra). Todas focam os conflitos do indivíduo em relação ao meio social.

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O segundo período corresponde à primeira época berlinense. Duas peças se destacam como transição do expressionismo para um niilismo iconoclasta: Mann ist Mann (1927; Um homem é um homem) e Die Dreigroschenoper (1928; A ópera dos três vinténs) com música de Kurt Weill, colaborador constante de Brecht, e foi com esta peça que ele se tornou internacionalmente conhecido. Estas peças são comédias satíricas, em parte musicadas, nas quais a crítica à sociedade burguesa é mais anárquica do que na fase anterior.

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Em 1930 surgiu Aufstieg und Fall der Stadt Mahagonny (Ascensão e queda da cidade de Mahagonny), também com música de Weill. Em Die Massnahme (1930; A medida), Brecht já é marxista, assim como em Die Heilige Johanna der Schlachthöfe (1930; A santa Joana dos matadouros), cujo cenário são os grandes frigoríficos de Chicago. Esse período compreende ainda breves peças didácticas, como Der Jasager, der Neinsager (1930; Aquele que diz sim e aquele que diz não), adaptação de um nô japonês, e Die Mutter (1933; A mãe), adaptação do romance homónimo de Gorki.

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O terceiro período brechtiano é o do exílio e inclui as obras mais elaboradas e conhecidas do autor. São também as que melhor representam suas teorias do "teatro épico" e do "efeito do distanciamento" na representação. De desatacar: Furcht und Elend des Dritten Reiches (1935 1938; Terror e miséria do Terceiro Reich), sequência de cenas realistas sobre a violência do nazismo; Die Gewehre der Frau Carrar (1937; Os fuzis da Sra. Carrar), sobre a guerra civil espanhola; Leben des Galilei (1937 1939; Vida de Galileu), em que Galileu é apresentado como uma espécie de anti herói, numa parábola satírica da relação entre o indivíduo e a ordem social; Mutter Courage und ihre Kinder (1914; Mãe Coragem e seus filhos), parábola do papel da pequena burguesia no meio de tempestades políticas, julgada por alguns a obra prima de Brecht. De 1938 1941 é Der Gute Mensch von Sezuan (1943; A boa alma de Se tsuan), parábola das máscaras sociais do indivíduo; de 1940, Herr Puntila und sein Knecht Matti (1948; O Sr. Puntila e seu criado Matti); e de 1941, Der Aufhaltsame Aufstieg des Arturo Ui (A ascensão resistível de Arturo Ui), paródia contra o nazismo e a grande indústria, simbolizados pelos gangsters e pelos trustes de Chicago. Os períodos finais de Brecht, nos Estados Unidos e em Berlim, incluem somente uma grande peça, também uma parábola, Der Kaukasische Kreidekreis (1948; O círculo do giz caucasiano), sobre a Rússia feudal, e várias adaptações, entre as quais Die Antigone des Sophokles (1947 1948; A Antígona de Sófocles).

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A poesia de Brecht, menos conhecida do que as suas peças, mas não menos importante, está representada sobretudo por Die Hauspostille (1927; O livro de devoção caseira) da sua fase iconoclástica, e pelas Svendborger Gedichte (1939; Poesias de Svendborg). O mais famoso poema de sua primeira fase é o autobiográfico "Vom armen B.B." ("Do pobre B.B."). Brecht como poeta é anti sentimental, de tom didático e dificilmente traduzível. Mais acessível é sua obra teórica, na qual se destaca o Kleines Organon für das Theater (1949; Pequeno instrumental para o teatro). Bertolt Brecht faleceu em 1956.

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Luís Gaspar

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in

www.truca.pt/ouro/biografias1/bertoldt_brecht



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