'O Grupo Baader Meinhof': uma radiografia política da Europa

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Os mais quarentões certamente se lembrarão: os noticiários dos anos 60 e 70 falavam insistentemente de um tal Grupo Baader Meinhof, associado a atividades terroristas na Alemanha, com ramificações pelo Oriente Médio.
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Por Celso Sabadin, no Planeta Tela

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Era uma época de profundas convulsões políticas, onde imagens de manifestantes enfrentando policiais, ocultados sob densas camadas de gás lacrimogêneo (hoje em dia fala-se de "gás de efeito moral", coisa que eu nunca entendi exatamente o que significa) eram comuns nos telejornais noturnos.
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Com pouco mais de dez anos da época, eu colocava dentro do mesmo tacho nomes como Willy Brandt, Aldo Moro, Tupamaros e — sim — Baader Meinhof, que permaneceram no meu inconsciente preto e branco como coisas que o Cid Moreira e o Sérgio Chapelin falavam na época. Nada era muito claro para mim.
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Para dissipar estas dúvidas (e o gás lacrimogêneo) o drama O Grupo Baader Meinhof cai como uma luva. De forma clara e linear (e não por isso menos empolgante), o filme é uma verdadeira aula de história política dos pós-II Guerra, mostrando as origens, o desenvolvimento, a atuação e a queda do grupo radical de esquerda criado pelo ativista Andreas Baader (Moritz Bleibtreu, de Corrra, Lola, Corra) e pela jornalista Ulrike Meinhoff (Martina Gedeck).
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Um dos grandes méritos do diretor Uli Edel ao adaptar o livro de Stefan Aust foi equilibrar ação, suspense, política, reflexão histórica e — por que não? — um certo didatismo importante na contextualização dos fatos. E sem cair na fácil tentação de glamourizar a esquerda e demonizar a direita.
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O mundo é muito mais que isso, e o filme de Edel também. Os personagens são críveis, factíveis, os momentos de maior violência são bem dosados (ainda que flertem com a estética norte-americana, "pecado" cada vez mais recorrente no cinema europeu), e a discussão histórico-político da época é colocada de maneira que as duas horas e meia de filme não se mostrem, em nenhum momento, aborrecidas.
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O Grupo Baader Meinhof agrada tanto aos interessados por uma vertente política de cinema, como também aos que preferem simplesmente uma boa história de ação. E, não por acaso, abre com Janis Joplin e fecha com Bob Dylan... O filme teve várias indicações a prêmios em eventos internacionais — mas, mais importante que isso, reabriu algumas importantes discussões sobre a atuação do governo alemão sobre o caso.

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in Vermelho - 27 DE JULHO DE 2009 - 16h46

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Ver:
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Facção Exército Vermelho - Wikipédia, a enciclopédia livre

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YouTube - O Grupo Baader Meinhof (2009)

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