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Meia centena de embarcações antigamente utilizadas na caça à baleia, incluindo 11 lanchas e 40 botes, vão ser recuperadas e restauradas, numa iniciativa que pretende preservar a memória baleeira em várias ilhas dos Açores.
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A reabilitação destas embarcações conta com um apoio de 102 mil euros do governo regional, que se destina a intervenções de recuperação (47,8 mil euros), conservação (37 mil euros) e motorização (14,6 mil euros), estando ainda prevista uma verba de 2,7 mil euros para remos.
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As embarcações abrangidas, aprovadas pela Comissão Consultiva do Património Baleeiro, pertencem maioritariamente a clubes náuticos e navais (27) e a juntas de freguesia (17).
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A caça à baleia nos Açores teve o seu apogeu depois do final da II Guerra Mundial, altura em que se verificou uma acentuada subida do preço do óleo nos mercados internacionais.
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O último cachalote foi caçado nos Açores em 1987, na ilha do Pico, altura em que esta actividade acabou, devido às moratórias internacionais.
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A caça à baleia é o tema de um seminário internacional que se realiza a 24 de Julho nas Lajes do Pico, intitulado ‘Memória e Identidade - Uma perspectiva Multicultural’.
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O seminário, organizado pelo Museu do Pico, contará com comunicações de especialistas como Fabiana Comerlato, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal da Baía, Luís Freitas, do Museu da Baleia da Madeira, James Russell, do New Bedford Whaling Museum, e Jan Erik Ringstad, do The Whaling Museum Sandefjord, da Noruega.
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Dionísio Pereira González, da Federação Galega para Cultura Marítima e Fluvial, José António Rodrigues Pereira, do Museu da Marinha, e Manuel Francisco Costa Júnior, do Museu do Pico, são outros dos conferencistas.
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O Museu do Pico distribui-se por três núcleos, dois dos quais dedicados a esta temática, o Museu dos Baleeiros, nas Lajes, e o Museu da Indústria Baleeira, em S. Roque.
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Estes dois núcleos têm como objectivo a preservação da identidade cultural da ilha do Pico, através do levantamento, preservação, estudo e divulgação das suas memórias colectivas associadas à caça à baleia.
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Enquanto sede do património baleeiro regional, o Museu do Pico assume a gestão desse património e promove várias iniciativas de divulgação, entre as quais as regatas de botes baleeiros.
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