sábado, 22 de Dezembro de 2007
Tinta aquosa à prova de graffiti
Este graffito do século II, que pode ser visto no monte Palatino, um museu ao ar livre situado numa das sete colinas de Roma, é um exemplo que explica porque o termo é usado desde o Império Romano para designar uma «marca ou inscrição feita num muro».
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Embora inscrições rupestres sejam as primeiras manifestações artísticas de que há registo histórico e o ressurgimento desta pecha em tempos mais modernos, no Maio de 68, esteja associado a um movimento artístico, hoje em dia muitos graffiti não passam de puro vandalismo que desfeiam as cidades e pesam nos orçamentos das câmaras que os removem.
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Quando estive este Verão em Colónia fiquei chocada com as dimensões do fenómeno nesta cidade, em que praticamente não há uma superfície livre de rabiscos e inscrições. Não me surpreende que na Alemanha se gastem 500 milhões de euros anualmente para os remover (ingloriamente no caso de Colónia, onde até a catedral estava graffitada quando a visitei).
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Esta praga levou ao desenvolvimento de tintas resistentes a produtos químicos que permitam a remoção dos graffiti sem ser necessário pintar de novo as superfícies vandalizadas, nomeadamente tintas aquosas à base de poliuretano que podem ser utilizadas em inúmeras aplicações domésticas. Em aplicações industriais, utilizam-se tintas dispersas em solventes orgânicos (cuja secagem implica a libertação de poluentes no ar).
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Há uns dias, a Bayer anunciou ter desenvolvido um produto aquoso com elevada resistência química (e anti-graffiti), uma dispersão de poliacrilato a que chamou Bayhydrol®, a ser usado em revestimentos de comboios, carros e aviões, entre outros. De acordo com Robert Reyer da Bayer MaterialScience:
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«Revestimentos com Bayhydrol® A XP 2695 são muito melhores no que respeita a resistência química que qualquer outro sistema aquoso. Apresentam até melhor desempenho em alguns testes que revestimentos formulados com solventes orgânicos».
O novo produto da Bayer, para além de uma «resistência química extraordinária» apresenta uma elevada resistência mecânica, nomeadamente a riscos, pelo que para além de aplicações sortidas industrais e em veículos comerciais, a Bayer considera o material adequado para revestir mobiliário de cozinha. Esperemos que este novo produto torne mais fácil (e menos oneroso) andar em transportes públicos sem o aspecto do eléctrico acima reproduzido.
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Embora inscrições rupestres sejam as primeiras manifestações artísticas de que há registo histórico e o ressurgimento desta pecha em tempos mais modernos, no Maio de 68, esteja associado a um movimento artístico, hoje em dia muitos graffiti não passam de puro vandalismo que desfeiam as cidades e pesam nos orçamentos das câmaras que os removem.
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Quando estive este Verão em Colónia fiquei chocada com as dimensões do fenómeno nesta cidade, em que praticamente não há uma superfície livre de rabiscos e inscrições. Não me surpreende que na Alemanha se gastem 500 milhões de euros anualmente para os remover (ingloriamente no caso de Colónia, onde até a catedral estava graffitada quando a visitei).
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Esta praga levou ao desenvolvimento de tintas resistentes a produtos químicos que permitam a remoção dos graffiti sem ser necessário pintar de novo as superfícies vandalizadas, nomeadamente tintas aquosas à base de poliuretano que podem ser utilizadas em inúmeras aplicações domésticas. Em aplicações industriais, utilizam-se tintas dispersas em solventes orgânicos (cuja secagem implica a libertação de poluentes no ar).
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Há uns dias, a Bayer anunciou ter desenvolvido um produto aquoso com elevada resistência química (e anti-graffiti), uma dispersão de poliacrilato a que chamou Bayhydrol®, a ser usado em revestimentos de comboios, carros e aviões, entre outros. De acordo com Robert Reyer da Bayer MaterialScience:
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«Revestimentos com Bayhydrol® A XP 2695 são muito melhores no que respeita a resistência química que qualquer outro sistema aquoso. Apresentam até melhor desempenho em alguns testes que revestimentos formulados com solventes orgânicos».
O novo produto da Bayer, para além de uma «resistência química extraordinária» apresenta uma elevada resistência mecânica, nomeadamente a riscos, pelo que para além de aplicações sortidas industrais e em veículos comerciais, a Bayer considera o material adequado para revestir mobiliário de cozinha. Esperemos que este novo produto torne mais fácil (e menos oneroso) andar em transportes públicos sem o aspecto do eléctrico acima reproduzido.
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6 comments:
- Pior do que um graffito num edifício recente, só um feito numa obra de Raul Lino. . Mas, pior ainda, é juntar a isso erros de ortografia, como este «AMU-TE INES» que se pode ver [aqui], repetido num edifício recente e num outro do famoso arquitecto...
- Palmira . Dou-lhe os parabéns. Um excelente post. Simples e informativo. Brilhante. . Bom solstício de Inverno ( vê como ou bom aluno? ;-) )
- Palmira F. da Silva já pensou na quantidade e qualidade da informação histórica perdida se os romanos tivessem moralistas do espaço público tão diligentes como aqueles que, nos nossos dias, vigorosamente se aplicam a esfregar tudo o que é grafitti? Enfim, o medo da livre criação no espaço público sempre foi característico das elites; o problema é que agora manipulam químicos sofisticados que apaguem tudo. Felizmente nos nossos dias temos duas coisas muito importantes, que resolvem metade dos iconoclastas dos nossos dias: máquinas fotográficas, que documentem estas manifestações gráficas, e textos, devidamente assinados e que justifiquem a alvura de tudo o que é superfície. Enfim, alguma coisa nos valha.
- Palmira diz... . "Embora inscrições rupestres sejam as primeiras manifestações artísticas de que há registo histórico..." . Que registo histórico? Alguém registou o momento da criação das pinturas há 20 000 ou 30 000 anos atrás? . .pinturas, em si mesmas, não são um registo historiográfico. Convém não confundir as pinturas com as reconstruções evolucionistas da história, em que essas pinturas são interpretadas e datadas com base na prévia aceitação de premissas evolucionistas. . . De resto, como a própria Palmira reconhece, pinturas rupestres sempre existiram e ainda existem nas nossas cidades. . Elas coexistem com a arte mais sofisticada e com as civilizações mais avançadas. . Não é de admirar que há 2000, 3000 ou 4000 mil anos atrás populações isoladas se refugiassem em cavernas e pintassem nas suas paredes. . Os índios americanos tinham muitas pinturas nas suas cavernas, curiosamente algumas delas representando formas de dinossauros! . Na verdade, ainda hoje, em pleno século XXI, existem tribos isoladas que vivem em árvores, cavernas ou cabanas dos mais variados materiais. E muitos continuam a pintar as suas paredes. . A pictografia é uma realidade comum em toda a história. . De resto, o mesmo acontece ainda hoje em Lisboa, Paris, Londres, São Paulo, Nova Iorque, Los Angeles, etc.
- "Que registo histórico? Alguém registou o momento da criação das pinturas há 20 000 ou 30 000 anos atrás?" . E as assinaturas dos autores da bíblia foram reconhecidas por algum notário? . Afinal Cristo morreu para nos salvar do quê? Há dois mil anos os factos eram registados tal e qual aconteceram. Hoje, o mesmo facto pode ser-nos revelado de formas tão diferentes quanto o número de relactores do facto. Não percebo :)
- No Brasil "grafiteiros" são aqueles que fazem trabalhos artísticos em muros, paredes.Aqueles que fazem rabiscos e sujeiras (vandalismos) são chamados de "pixadores" pelo uso do "pixe" ou latas de "spray" . Jamil
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