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A campanha que deu início à Segunda Guerra e proporcionou, em grande escala, a avaliação da Blitzkrieg pelo Estado-Maior alemão.
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Antes mesmo de começada a batalha, já se encontrava a Polônia perdida. Abandonada pelos seus aliados, o General Eduard Rydz-Smigly, seu comandante-chefe, teve de renunciar à sua intenção primitiva de marchar sobre Berlim. Os erros praticados na apreciação do rendimento das forças e as apreciações políticas impediram a adoção da única decisão acertada: concentrar o exército polaco atrás do Nareve, do Vístula e do San, para evitar que estivesse menos exposto a um cerco, mas o governo recusou sacrificar as províncias ocidentais. Rydz-Smigly adotou, pois, um plano gizado pelo antigo Ministro da Guerra, Casimiro Sosnkovski, o qual consistia em formar três grupos de exércitos em torno da Posnâmia, Lodz e Cracóvia e mandar avançar o grosso da cavalaria para a fronteira alemã. Isso equivalia a dispersar as forças que, insuficientemente motorizadas, não podiam aproveitar a vantagem procurada pelas linhas interiores.
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Os exércitos alemães dispunham de excelentes bases de distribuição. Dispersos pela Prússia Oriental, a Pomerânia, a Silésia e no território da Eslováquia aliada, envolveram completamente a Polônia Ocidental, o que, muito naturalmente, sugeriu uma grandiosa manobra de cerco. Duas alas para marcha foram constituídas: os Grupos de Exércitos do Sul (Rundstedt) e do Norte (Bock). O primeiro era constituído por três grandes unidades: o 8º Exército (Blaskowitz), a nordeste de Breslau; o 10º (Reichenau), em torno de Krensberg-Lublinitz; e o 14º (List), cuja ala esquerda se encontrava em Gleiwitz, enquanto a direita avançava em escalão muito mais a leste, nos Cárpatos eslovacos. O General Fedor von Bock comandava somente dois exércitos: o 3º (Küchler) e o 4º (Kluge), colocados duma parte e doutra do corredor, que deviam operar sua junção e depois marchar descendo do norte, ao encontro do 10º exército de Reichenau, encarregado da ação principal.
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A campanha começou por um ataque a fundo da 1ª Flotilha Aérea (Kesselring). Em 1º de setembro de 1939, às 4h e 40min, cerca de 1500 aviões lançaram-se ao assalto de todos os campos de aviação importantes existentes na Polônia Ocidental. Destruíram assim a maior parte dos aviões inimigos antes que estes pudessem decolar. No decurso das 48 horas seguintes, poucos caças e aviões de reconhecimento polcas se manifestaram, e destes, quase todos foram derrubados pela esmagadora superioridade alemã. Também, logo após o primeiro choque, as esquadras de bombardeamento lançaram-se ao ataque das vias de comunicações, a fim de evitar rápida e eficazmente os movimentos das unidades inimigas. Daí resultou a desaparição quase total da rede de transmissões a oeste de Varsóvia e uma destruição de todos os nós ferroviários de qualquer importância. As tropas não puderam atingir sua zona de desdobramento, e as reservas tiveram que permanecer, em grande parte, na margem oriental do Vístula. O abastecimento deixou de fazer-se.
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Durante esse tempo, os exércitos atravessaram a fronteira. Os primeiros combates da ala esquerda do 14º Exército contra a cintura das fortificações polacas originaram sacrifícios sangrentos. Mas o avanço do XXII Corpo blindado (Kleist), partindo do alto Tatra, entre Cracóvia e Tarnove, pôs-lhe rapidamente fim. O XVIII Corpo de montanha (Beyer) transpôs os Cárpatos, e as unidades eslovacas apossaram-se do colo de Doukla, o que obrigou o adversário a evacuar a Galícia Ocidental, para constituir, do outro lado do San, uma frente defensiva comandada pelo General Casimiro Sosnkovski r apoiada pela fortaleza de Przemysl. Mas esta caiu em 13 de setembro. Divisões alemãs atravessaram o San e dispuseram destacamentos com poderoso suporte de artilharia até às vizinhanças de Lembergue.
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Com estes êxitos, List criou as condições necessárias para uma entrada em ação rápida do 10º Exército.
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Mais ao norte, Blaskowitz desempenhou uma missão análoga com efetivos menos importantes. Chegou até a região de Lodz, onde pode repelir um forte ataque de flanco, executado pelo grupo de exércitos de Poznam, comandado pelo General Vladislav Bortnovski, que pôs especialmente à prova o X (Ulex) e XVIII (Weichs) Corpos de Exércitos. Entretanto, o 10º Exército de Reichenau adquiriu toda a liberdade de manobra. Ultrapassando a velocidade do inimigo em retirada, o XV Corpo Motorizado (Hoth) e o XVI Corpo Blindado (Hoepner) atingiram o Vístula. Hoth procurou apoderar-se das pontes sobre o rio em Optov e Demblin. Sete divisões polacas foram cercadas a oeste de Radom. Hoepner atravessou o rio em Gorja Kalvaria e chegou em frente a Varsóvia, donde o chefe de Estado, o governo e as altas autoridades tinham fugido, algumas horas antes.
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Rundstedt, comandante-chefe do Grupo de Exércitos Sul, não se inquietou tanto como os chefes locais da situação um pouco tensa que se tinha criado na ala esquerda do 8º Exército (Blaskowitz). Recusou-se a enviar o corpo blindado reclamado por Blaskowitz, preferindo transformar em batalha de envolvimento a crise que se tinha produzido. Esta lhe foi possível porque, os Grupos de Exércitos Norte e o 3º e 4º Exércitos conseguiram efetuar sua junção e exerceram desde então uma forte pressão sobre o Vístula, entre Plock e Modlin. Quando Klücher atravessou o rio, vindo do norte com um corpo de exércitos e Rundstedt voltou para oeste, os dois corpos do 10º Exército mais avançados, travou-se a maior batalha da campanha, em volta de Bzura. A resistência de doze a vinte divisões inimigas cessou na tarde de 7 de setembro: 170.000 soldados poloneses, cercados, depuseram as armas. Desde então a campanha estava militarmente terminada. A defesa de Modlim pelo General Vitor Thommée; os nove dias de combates sangrentos em torno de Lembergue, onde comandava o General Valdislav Langner; a resistência heróica do General Bronislav Prugar-Ketlings, nas florestas de Ianov; a sortida da cavalaria de Krechowce; a permanência obstinada de pequenos efetivos em lugares como Westerplatte, Oxhoft e Hela sob bombardeamento dos velhos couraçados Schleswig-Holstein e Schlesin; nenhum desses esforços heróicos pode mudar a sorte da Polônia. Entretanto, duas poderosas formações blindadas tinham empreendido uma vasta manobra de envolvimento muito mais a leste, impedindo qualquer possibilidade de intervenção das últimas reservas polonesas. O XIX Corpo Blindado (Guderian), partido da Pomerânia, avançou pelo corredor, pelo sul da Prússia oriental e pela depressão Bobr-Narev. Apossou-se de Brest-Litovsk e atingiu Vlodova, onde o XXII Corpo blindado (Kleist) se lhe juntou. No dia em que Brest-Litovsk caiu, e onde os últimos soldados do Grupo de Exércitos de Poznam depuseram as armas, numerosas divisões soviéticas atravessaram a fronteira polaca. Hitler, que quis impressionar as potências ocidentais por uma nova demonstração do entendimento germano-russo, tinha solicitado insistentemente esse movimento. Todo um grupo de exércitos, sob as ordens de S. K. Timochenko devia ocupar a parte que voltava à Rússia, nesta "quarta partilha" da Polônia. Na noite de 17 de setembro, Molotov declarou que não tendo o governo polonês dado sinais de vida, todos os tratados concluídos com ele prescreviam e que as fronteiras da república deixavam de existir. As tropas soviéticas avançaram desde a manhã, quebrando a resistência em toda a parte em que se encontravam. Os alemães deviam evacuar os subúrbios de Lemberg. O General Langner capitulou diante de Timochenko, quando de Moscou, o chefe do estado-maior soviético, Chapochnikov, lhe assegurara que podia retirar-se para a Romênia, mas ele veio a parar, com 217.000 soldados poloneses, atrás das barreiras de arame farpado dos russos.
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Se bem que as operações militares estivessem já terminadas, o General polonês Julinsz Rommel organizou a defesa de Varsóvia em ligação com o prefeito Stefan Starzjuski e com o Príncipe Loubomirski. A cidade tinha já sofrido bombardeios e visto cair vítimas inocentes quando os aviões da Luftwaffe atacaram-na. Intimada a capitular, recusou-se a tal. O General Blaskowitz iniciou o cerco, enquanto que numerosas divisões alemãs estavam já em via de passarem para o Oeste. A artilharia pesada demoliu os velhos fortes exteriores. Ataques de infantaria efetuados para transpor a linha de defesa causaram grandes danos nas aglomerações adjacentes. O comandante da praça capitulou ao fim de três dias. Os canhões de Modlin calaram-se 24 horas mais tarde. O pequeno porto militar de Hela rendeu-se em 2 de outubro.
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Ignora-se o número de soldados poloneses que foram desarmados pela Wehrmacht. O dos prisioneiros dado pelos soviéticos deve ser verdadeiro (270.000). Cerca de 60.000 homens passaram à Lituânia e Letônia. A Hungria e Romênia internaram cerca de uma centena de milhar. O presidente da república, Ignacio Moscicki, o governo e o alto-comando atravessaram igualmente a fronteira romena em Kouty. A 30 de setembro, em Paris, o antigo voivode Vladimir Raczkiewiscz constituiu um governo no exílio, presidido pelo General Sikorshi. Este organizou forças armadas - principalmente com voluntários polacos que habitavam no estrangeiro - e exerceu, pouco a pouco, influência sobre a população da sua pátria ocupada. A França, a Grã-Bretanha, quase todos os Estados da Comunidade (Commonwealth) e os Estados-Unidos reconheceram este governo.
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Hitler não pensou, evidentemente, em entabular conversações acerca de armistício com o governo de Sikorski após a "campanha dos dezoito dias"; criou primeiramente uma administração militar com o General Gerd von Rundstedt à frente. A situação política não ficou menos obscura. Desde o início do conflito, o ganleitier nacional-socialista do Danzig, Albert Forster, anexou a cidade à Alemanha. Após o Kremlin ter concordado, a Lituânia enviou tropas para a província de Vilna e anexou-a. As divisões soviéticas ocuparam então cerca de 200.000 quilômetros quadrados de território polonês, sem ter em conta a linha fixada anteriormente pelos alemães. A título de regulamento "definitivo", Ribbentrop e Molotov assinaram, em Moscou, no dia 29 de setembro, um tratado de delimitação das fronteiras e de amizade, que modificou o protocolo secreto de 23 de agosto. Stalin cedeu a Hitler os voivodados de Lublin e de Varsóvia, bem como o distrito Suwalki; mas, em troca, exigiu que a Lituânia fosse incorporada na sua zona de interesses.
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Essa colaboração germano-russa não produziu nas potências ocidentais o inteiro efeito que Hitler esperava. Como o protocolo secreto de Moscou foi ignorado até 1945-1946, não se podiam conhecer os compromissos tomados reciprocamente. Os aliados, completamente desorientados, viram no avanço das tropas soviéticas um ato arbitrário que podia ocasionar depressa um conflito armado entre os dois ditadores, e a maior parte dos observadores consideravam erradamente que um tal conflito podia ser vantajoso para o ocidente. Os governos de Paris e Londres tiveram uma nova desolação, embora seus acordos com a Polônia lhes impusessem a obrigação de declarar igualmente a guerra à União Soviética, abstiveram-se de falar em tal. Um tratado foi traçado acerca da Polônia, mas a esperança de uma aliança entre o Leste e o Oeste avivou-se.
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Os exércitos alemães dispunham de excelentes bases de distribuição. Dispersos pela Prússia Oriental, a Pomerânia, a Silésia e no território da Eslováquia aliada, envolveram completamente a Polônia Ocidental, o que, muito naturalmente, sugeriu uma grandiosa manobra de cerco. Duas alas para marcha foram constituídas: os Grupos de Exércitos do Sul (Rundstedt) e do Norte (Bock). O primeiro era constituído por três grandes unidades: o 8º Exército (Blaskowitz), a nordeste de Breslau; o 10º (Reichenau), em torno de Krensberg-Lublinitz; e o 14º (List), cuja ala esquerda se encontrava em Gleiwitz, enquanto a direita avançava em escalão muito mais a leste, nos Cárpatos eslovacos. O General Fedor von Bock comandava somente dois exércitos: o 3º (Küchler) e o 4º (Kluge), colocados duma parte e doutra do corredor, que deviam operar sua junção e depois marchar descendo do norte, ao encontro do 10º exército de Reichenau, encarregado da ação principal.
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A campanha começou por um ataque a fundo da 1ª Flotilha Aérea (Kesselring). Em 1º de setembro de 1939, às 4h e 40min, cerca de 1500 aviões lançaram-se ao assalto de todos os campos de aviação importantes existentes na Polônia Ocidental. Destruíram assim a maior parte dos aviões inimigos antes que estes pudessem decolar. No decurso das 48 horas seguintes, poucos caças e aviões de reconhecimento polcas se manifestaram, e destes, quase todos foram derrubados pela esmagadora superioridade alemã. Também, logo após o primeiro choque, as esquadras de bombardeamento lançaram-se ao ataque das vias de comunicações, a fim de evitar rápida e eficazmente os movimentos das unidades inimigas. Daí resultou a desaparição quase total da rede de transmissões a oeste de Varsóvia e uma destruição de todos os nós ferroviários de qualquer importância. As tropas não puderam atingir sua zona de desdobramento, e as reservas tiveram que permanecer, em grande parte, na margem oriental do Vístula. O abastecimento deixou de fazer-se.
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Durante esse tempo, os exércitos atravessaram a fronteira. Os primeiros combates da ala esquerda do 14º Exército contra a cintura das fortificações polacas originaram sacrifícios sangrentos. Mas o avanço do XXII Corpo blindado (Kleist), partindo do alto Tatra, entre Cracóvia e Tarnove, pôs-lhe rapidamente fim. O XVIII Corpo de montanha (Beyer) transpôs os Cárpatos, e as unidades eslovacas apossaram-se do colo de Doukla, o que obrigou o adversário a evacuar a Galícia Ocidental, para constituir, do outro lado do San, uma frente defensiva comandada pelo General Casimiro Sosnkovski r apoiada pela fortaleza de Przemysl. Mas esta caiu em 13 de setembro. Divisões alemãs atravessaram o San e dispuseram destacamentos com poderoso suporte de artilharia até às vizinhanças de Lembergue.
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Com estes êxitos, List criou as condições necessárias para uma entrada em ação rápida do 10º Exército.
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Mais ao norte, Blaskowitz desempenhou uma missão análoga com efetivos menos importantes. Chegou até a região de Lodz, onde pode repelir um forte ataque de flanco, executado pelo grupo de exércitos de Poznam, comandado pelo General Vladislav Bortnovski, que pôs especialmente à prova o X (Ulex) e XVIII (Weichs) Corpos de Exércitos. Entretanto, o 10º Exército de Reichenau adquiriu toda a liberdade de manobra. Ultrapassando a velocidade do inimigo em retirada, o XV Corpo Motorizado (Hoth) e o XVI Corpo Blindado (Hoepner) atingiram o Vístula. Hoth procurou apoderar-se das pontes sobre o rio em Optov e Demblin. Sete divisões polacas foram cercadas a oeste de Radom. Hoepner atravessou o rio em Gorja Kalvaria e chegou em frente a Varsóvia, donde o chefe de Estado, o governo e as altas autoridades tinham fugido, algumas horas antes.
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Rundstedt, comandante-chefe do Grupo de Exércitos Sul, não se inquietou tanto como os chefes locais da situação um pouco tensa que se tinha criado na ala esquerda do 8º Exército (Blaskowitz). Recusou-se a enviar o corpo blindado reclamado por Blaskowitz, preferindo transformar em batalha de envolvimento a crise que se tinha produzido. Esta lhe foi possível porque, os Grupos de Exércitos Norte e o 3º e 4º Exércitos conseguiram efetuar sua junção e exerceram desde então uma forte pressão sobre o Vístula, entre Plock e Modlin. Quando Klücher atravessou o rio, vindo do norte com um corpo de exércitos e Rundstedt voltou para oeste, os dois corpos do 10º Exército mais avançados, travou-se a maior batalha da campanha, em volta de Bzura. A resistência de doze a vinte divisões inimigas cessou na tarde de 7 de setembro: 170.000 soldados poloneses, cercados, depuseram as armas. Desde então a campanha estava militarmente terminada. A defesa de Modlim pelo General Vitor Thommée; os nove dias de combates sangrentos em torno de Lembergue, onde comandava o General Valdislav Langner; a resistência heróica do General Bronislav Prugar-Ketlings, nas florestas de Ianov; a sortida da cavalaria de Krechowce; a permanência obstinada de pequenos efetivos em lugares como Westerplatte, Oxhoft e Hela sob bombardeamento dos velhos couraçados Schleswig-Holstein e Schlesin; nenhum desses esforços heróicos pode mudar a sorte da Polônia. Entretanto, duas poderosas formações blindadas tinham empreendido uma vasta manobra de envolvimento muito mais a leste, impedindo qualquer possibilidade de intervenção das últimas reservas polonesas. O XIX Corpo Blindado (Guderian), partido da Pomerânia, avançou pelo corredor, pelo sul da Prússia oriental e pela depressão Bobr-Narev. Apossou-se de Brest-Litovsk e atingiu Vlodova, onde o XXII Corpo blindado (Kleist) se lhe juntou. No dia em que Brest-Litovsk caiu, e onde os últimos soldados do Grupo de Exércitos de Poznam depuseram as armas, numerosas divisões soviéticas atravessaram a fronteira polaca. Hitler, que quis impressionar as potências ocidentais por uma nova demonstração do entendimento germano-russo, tinha solicitado insistentemente esse movimento. Todo um grupo de exércitos, sob as ordens de S. K. Timochenko devia ocupar a parte que voltava à Rússia, nesta "quarta partilha" da Polônia. Na noite de 17 de setembro, Molotov declarou que não tendo o governo polonês dado sinais de vida, todos os tratados concluídos com ele prescreviam e que as fronteiras da república deixavam de existir. As tropas soviéticas avançaram desde a manhã, quebrando a resistência em toda a parte em que se encontravam. Os alemães deviam evacuar os subúrbios de Lemberg. O General Langner capitulou diante de Timochenko, quando de Moscou, o chefe do estado-maior soviético, Chapochnikov, lhe assegurara que podia retirar-se para a Romênia, mas ele veio a parar, com 217.000 soldados poloneses, atrás das barreiras de arame farpado dos russos.
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Se bem que as operações militares estivessem já terminadas, o General polonês Julinsz Rommel organizou a defesa de Varsóvia em ligação com o prefeito Stefan Starzjuski e com o Príncipe Loubomirski. A cidade tinha já sofrido bombardeios e visto cair vítimas inocentes quando os aviões da Luftwaffe atacaram-na. Intimada a capitular, recusou-se a tal. O General Blaskowitz iniciou o cerco, enquanto que numerosas divisões alemãs estavam já em via de passarem para o Oeste. A artilharia pesada demoliu os velhos fortes exteriores. Ataques de infantaria efetuados para transpor a linha de defesa causaram grandes danos nas aglomerações adjacentes. O comandante da praça capitulou ao fim de três dias. Os canhões de Modlin calaram-se 24 horas mais tarde. O pequeno porto militar de Hela rendeu-se em 2 de outubro.
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Ignora-se o número de soldados poloneses que foram desarmados pela Wehrmacht. O dos prisioneiros dado pelos soviéticos deve ser verdadeiro (270.000). Cerca de 60.000 homens passaram à Lituânia e Letônia. A Hungria e Romênia internaram cerca de uma centena de milhar. O presidente da república, Ignacio Moscicki, o governo e o alto-comando atravessaram igualmente a fronteira romena em Kouty. A 30 de setembro, em Paris, o antigo voivode Vladimir Raczkiewiscz constituiu um governo no exílio, presidido pelo General Sikorshi. Este organizou forças armadas - principalmente com voluntários polacos que habitavam no estrangeiro - e exerceu, pouco a pouco, influência sobre a população da sua pátria ocupada. A França, a Grã-Bretanha, quase todos os Estados da Comunidade (Commonwealth) e os Estados-Unidos reconheceram este governo.
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Hitler não pensou, evidentemente, em entabular conversações acerca de armistício com o governo de Sikorski após a "campanha dos dezoito dias"; criou primeiramente uma administração militar com o General Gerd von Rundstedt à frente. A situação política não ficou menos obscura. Desde o início do conflito, o ganleitier nacional-socialista do Danzig, Albert Forster, anexou a cidade à Alemanha. Após o Kremlin ter concordado, a Lituânia enviou tropas para a província de Vilna e anexou-a. As divisões soviéticas ocuparam então cerca de 200.000 quilômetros quadrados de território polonês, sem ter em conta a linha fixada anteriormente pelos alemães. A título de regulamento "definitivo", Ribbentrop e Molotov assinaram, em Moscou, no dia 29 de setembro, um tratado de delimitação das fronteiras e de amizade, que modificou o protocolo secreto de 23 de agosto. Stalin cedeu a Hitler os voivodados de Lublin e de Varsóvia, bem como o distrito Suwalki; mas, em troca, exigiu que a Lituânia fosse incorporada na sua zona de interesses.
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Essa colaboração germano-russa não produziu nas potências ocidentais o inteiro efeito que Hitler esperava. Como o protocolo secreto de Moscou foi ignorado até 1945-1946, não se podiam conhecer os compromissos tomados reciprocamente. Os aliados, completamente desorientados, viram no avanço das tropas soviéticas um ato arbitrário que podia ocasionar depressa um conflito armado entre os dois ditadores, e a maior parte dos observadores consideravam erradamente que um tal conflito podia ser vantajoso para o ocidente. Os governos de Paris e Londres tiveram uma nova desolação, embora seus acordos com a Polônia lhes impusessem a obrigação de declarar igualmente a guerra à União Soviética, abstiveram-se de falar em tal. Um tratado foi traçado acerca da Polônia, mas a esperança de uma aliança entre o Leste e o Oeste avivou-se.
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Fonte deste artigo: A Segunda Guerra Mundial - H. G. Dahms - Círculo Azul
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http://www.grandesguerras.com.br/artigos/text01.php?art_id=51
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A campanha dos Bálcãs
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As ocorrências políticas e militares no primeiro semestre de 1941 que levaram à guerra nos Bálcãs.
Os reveses italianos na Grécia, Somália e Eritréia inquietavam Hitler. Ele julgou-se no dever de ir em auxílio de Mussolini antes de desencadear o ataque à Rússia. Primeiro pensou em enviar tropas de montanha para a Albânia. No entanto uma inspeção efetuada pelo general Enno von Rintelen e objeções formuladas pelos dois comandos dissuadiram-no disso. A 10 de Janeiro, em compensação o X Corpo de exército aéreo (Geisler) atacou a esquadra britânica do Mediterrâneo, afundou-lhe um cruzador e avariou grandemente o porta-aviões Illustrious.
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Pouco depois o OKW e o comando superior concordaram em mandar para a Líbia (Operação "Sonnemblume") uma unidade blindada alemã (Rommel). Por outro lado estudaram durante algumas semanas a conquista de vários campos de aviação importantes, situados no norte da Grécia, a fim de lançar uma ofensiva de desopressão, cujos pormenores foram precisados pela Instrução do Führer nº 20 (Operação "Marita") e que foi definitivamente decidida em um encontro de Hitler e Mussolini, Ribbentrop e Ciano, a 19 e 20 de Janeiro de 1941.
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Esta operação ("Marita") precisava de grandes preparativos. As unidades de instrução que se encontravam na Romênia podiam ser atacadas sem grande dificuldade pela 16ª DB (Hube), mas, antes de organizar um exército ofensivo no território romeno, a Alemanha devia entender-se com a Hungria e a Bulgária por onde as tropas deviam atravessar. Ao mesmo tempo, era preciso evitar qualquer provocação à Iugoslávia e à Turquia. Esses países estavam, com efeito, desconfiados; Churchill não cessava de os prevenir e ofereceu-lhes o apoio da aviação britânica. Por outro lado eles receberam a visita do coronel Willlam J. Donavan, que não somente dirigia o serviço americano de informações, mas passava também por ter a confiança do presidente Roosevelt.
Finalmente, era preciso esclarecer a situação na Romênia. Os acontecimentos revolucionários de Setembro tinham provocado uma reação da ala esquerda da Guarda de Ferro. Os abusos cometidos pela "polícia legionária", dirigida pelo príncipe Alexandre Chyka, e por um grupo extremista, constituído principalmente por operários das oficinas Malaxa, que tinham relações comunistas e obedeciam a Dimitriu Grozea, ameaçavam derrubar o Governo de coalizão formado por Antonesco. O general desaprovava as vinganças exercidas pelos seus antigos amigos, principalmente as mortes de que foram vítimas dois ex-presidentes do Conselho e outros representantes do regime de terror precedente. Além disso, a notícia de que o embaixador alemão Wilhelm Fabricius ia ser substituído pelo SA-obergruppenführer Manfred von Killinger, provocou uma desavença entre Antonesco e o príncipe Sturdza. Quando o chefe de Estado afastou igualmente o Ministro do Interior, que pertencia à Guarda de Ferro, os legionários sublevaram-se, a 20 de Janeiro de 1941.
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Hitler não sabia a princípio por quem se pronunciar. A Guarda de Ferro tinha a sua simpatia porque praticara o anti-semitismo e procurara o estabelecimento dum regime autoritário; mas a personalidade de Antonesco tinha-o impressionado fundamente quando das visitas feitas por este em Novembro e em Janeiro. Finalmente, durante uma conversação telefônica entre o general e Ribbentrop, mostrou ser o "homem forte" da Romênia. O OKW autorizou a missão militar alemã a pôr-se ao lado de Antonesco. No entanto Fabricius incitou o general Erik Hansen a esperar ainda e Neubacher obteve de Horia Sima a promessa de que as barricadas seriam levantadas. Apesar disso travaram-se combates sangrentos, a Guarda de Ferro foi vencida pelas tropas governamentais e Antonesco condenou os chefes da revolta a uma morte ignominiosa no cadafalso. Homens do Serviço Secreto intervieram então para ajudar Horia Sima e os seus amigos a passar para a Alemanha onde Hitler os mandou acolher com todas as honras.
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Pouco depois os diplomatas alemães registraram importantes acontecimentos na Turquia, Bulgária e Hungria. Ismet Inönü chefe de Estado turco - convencido pelo embaixador Franz von Papen -, rejeitou todas as ofertas de Churchill, e ficou contente por ver que a Alemanha pediu a assinatura de um pacto de não agressão entre a Bulgária e a Turquia. O rei Bóris III e Bogdam Filoff, seu Primeiro-ministro, esquivaram-se também às tentativas de atração dos Russos.
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No fim de Fevereiro, receberam o enviado especial Hermann Neubacher, aderente ao pacto tripartite de 1º de Março, e autorizaram a passagem do 12º Exército alemão (List) que, no dia seguinte, atravessou o Danúbio e avançou para a fronteira grega. Anteriormente o almirante Miklos Horthy von Nagybanya, regente da Hungria, tinha permitido a esse mesmo exército que entrasse na Romênia pelo seu território e mandou declarar pelo conde Paul Teleki, chefe do seu governo que ia igualmente juntar tropas para o caso da Iugoslávia mostrar tendência para se juntar à Inglaterra.
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Isso não era provável por parte do Governo de Belgrado. O príncipe Paul, o Primeiro-ministro Dragisa Tsvetkovitch e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexandre Cincar-Markovitch, consideravam como certa a vitória da Alemanha. Não viam, pois, vantagem em se ligarem ao campo britânico. Quando a Bulgária foi integrada no sistema do Eixo, julgaram que era o momento propício de escapar ao cerco ameaçador, aderindo ao pacto tripartite e de receber por esta decisão o maior preço possível. A 25 de Março, no castelo de Velvedre, em Viena, Tsvetkovitch e Cincar-Markovitch assinaram o tratado.
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A Iugoslávia obtinha importantes concessões: a garantia das suas fronteiras, de então, e da sua integridade política. A segurança de que não teria jamais de receber tropas de ocupação nem de ceder bases, a liberação de qualquer pacto de assistência e diversas vantagens econômicas. Uma cláusula secreta atribuía-lhe o porto de Salonica, depois da guerra. Mas todos esses preciosos ganhos de pouco serviram ao Governo.
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O presidente do Conselho iugoslavo não calculava até que ponto estava cercado de conspiradores. Pouco antes, Stalin tinha acolhido o novo embaixador iugoslavo "como um irmão" e também encorajado a ligar-se a um conluio, que de modo lento, desconhecido até aí, se ligava a outros fios duma rede, vindos de Londres. Oficiais e membros da intelligentsia sérvia, padres ortodoxos, especialmente o patriarca Gavrilo, os francos-maçons da loja do "Grande Oriente parisiense" e diversas associações de estudantes deram o seu apoio. O movimento tinha à sua frente o general da aviação Dusan Simovitch, francófilo, que tinha tentado desde 1939-40, fazer entrar a Iugoslávia na guerra contra a Alemanha. Sabendo, a 26 de Março, que tropas britânicas tinham desembarcado na Grécia, pareceu-lhe que a frente macedônica da Primeira Guerra Mundial se reconstituía. Alguns minutos mais tarde ordenou ao general Bora Mirkovitch, e a alguns oficiais e soldados, que prendessem os "traidores" que regressavam de Viena.
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A ação executou-se às duas horas da manhã, sem efusão de sangue. Tsvetkovitch, Cincar-Markovitch, e outros homens de Estado e militares que simpatizavam com o Eixo, tiveram de abandonar o País. O príncipe-regente atravessava Zagreb, quando recebeu a notícia da rebelião. Em vão o político Vladimir Matchek o exortou a marchar sobre Belgrado com as tropas de Zagreb, comandadas pelo ex-general austro-húngaro August von Marich. Ao príncipe Paulo, que possuía delicada natureza de artista, repugnava recorrer à violência. Preferiu seguir os banidos para a Grécia.
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Simovitch pode então formar um "ministério da União Nacional", onde até o importante partido camponês croata de Matchok foi representado. Simultaneamente, decretou a mobilização geral. Somente na noite de 27 de Março, preveniu o príncipe Pedro (que até então de nada suspeitava), que era proclamado maior, apesar dos seus 18 anos e se tornava rei da Iugoslávia.
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Hitler, informado mais rapidamente que o novo rei Pedro II, tomou imediatamente decisões. A sua Instrução 25 prescreveu que se considerasse desde então a Iugoslávia "como um País inimigo", ainda que fizesse imediatamente declarações de lealdade. A campanha tornada necessária começaria "quanto possível", ao mesmo tempo em que a operação "Marita". Depois de ter penetrado na Grécia, o 12º exército (List) passaria a sua ala direita para o território iugoslavo pelo vale do Vardar. Outras forças se juntariam na Romênia e na Bulgária junto da fronteira oriental do País, assim como um forte grupo de assalto em Graz. O OKW devia entender-se com os italianos e os húngaros para a delimitação da zona de operações.
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O grupo blindado do general de exército von Kleist fixou-se diante da fronteira búlgaro-iugoslava. No Sul da Albânia e em Zara, o comando supremo dispunha de unidades rápidas para se apossar da rota que ladeava a costa dalmática, a fim de impedir uma retirada para o Adriático como em 1915. O 2º Exército italiano (Ambrósio) reuniu-se na Ístria, o 2º Exército alemão (Weichs) entre Klagenfurt e Bracs, o 3º Exército húngaro (Gorody-Novak) em Pecs e Szegedin.
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A Itália e a Hungria forneceram também unidades aéreas. A Bulgária e a Romênia não ofereceram nenhuma ajuda. A 4ª Flotilha aérea alemã (Löhr) foi encarregada do grande ataque inicial a Belgrado, aos principais nós de comunicação e aos campos de aviação. Dispunha de 780 aviões, dos quais 400 eram bombardeiros.
Enquanto um círculo de ferro se formava assim em volta da Iugoslávia, o general Simovitch fez efetivamente, por intermédio do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Momchilo Nitchitch, a declaração de lealdade prevista. Mas o envio duma missão militar a Moscou, a conclusão de um pacto de amizade entre a Iugoslávia e a União Soviética, mostraram bem o verdadeiro estado de espírito que se sentia em Belgrado, assim como os acontecimentos que acompanharam o serviço religioso celebrado pelo patriarca Gavrilo, para comemorar a ascensão do rei Pedro II ao trono. Quando o embaixador alemão compareceu nesta cerimônia, a multidão insultou-o. Estudantes sérvios percorreram as ruas de Belgrado, aos gritos de "Bolié rat nego pakt" (antes a guerra que o pacto). O embaixador Viktor von Heeren deixou logo em seguida a capital, seguido pelos representantes da Hungria, da Itália da Bulgária e da Romênia, de modo que se interromperam as relações diplomáticas entre a Iugoslávia e os países signatários do pacto tripartite.
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A iminência do ataque contra a Iugoslávia e a Grécia sacudiu a resignação temporária de Mussolini e inspirou-lhe o desejo de obter êxitos importantes na Albânia e sobre o mar antes do começo da ofensiva alemã. Compareceu na frente para assistir ao esmagamento da ala norte do exército grego. Mas a ofensiva, muito mal preparada, falhou com perdas sangrentas. A 27 de Março, um ataque executado pela esquadra do almirante Angelo Jachino teve resultado análogo. Cunningham, com os couraçados Warspite (almirante), Valiant e Barham, o porta-aviões Formidable, quatro cruzadores e treze destroyers, obrigaram os italianos a uma retirada rápida. Jachino perdeu os seus três melhores cruzadores e vários destroyers e já não pôde arriscar-se a atacar os transportes entre o Egito e a Grécia. Mas a partida de um corpo expedicionário do sudeste da Europa modificou a situação na África. A 5ª Divisão Ligeira (Streich), primeiro contingente alemão, tinha chegado. Os primeiros reconhecimentos efetuados com ela e com as forças italianas pelo general Erwin Rommel, levaram aos combates de El Agheila, Agedabia e Benghasi, donde se seguiu um avanço até à fronteira egípcia.
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Na manhã de 6 de Abril de 1941, um violento bombardeamento de Belgrado iniciou a campanha dos Bálcãs. O castelo, numerosos edifícios oficiais, vastos quarteirões residenciais e até a grande ponte, sobre o Danúbio, foram duramente atingidos. Os ataques dos contingentes aliados escalonaram-se no tempo, porque nem todos estavam preparados, e, como o exército iugoslavo contava 37 divisões podiam surgir dificuldades. Mas os iugoslavos, em vez de concentrarem os seus esforços, conservaram-se dispersos ao longo das suas fronteiras. Um grande número de reservistas, especialmente Croatas, Eslovenos e Macedônios, não se ligaram às suas unidades e até alguns se passaram para o inimigo. O Estado em numerosas nacionalidades decompôs-se rapidamente como previra Hitler. Quando os Húngaros ocuparam o triângulo de Barânia e o general Maximiliano von Weichs entrou em Maribor e em Zagreb, a maior parte da população aclamou as suas tropas.
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De começo, Kleist avançou ao longo da via férrea Sófia-Nich, depois derivou para o norte pelo vale da Morava. A 11 de Abril, pela noite, as guardas-avançadas blindadas pararam pelas alturas de Avala, ao sul de Belgrado; tinham já aberto passagem através de dois exércitos iugoslavos. Algumas horas depois, uma divisão blindada do 2º Exército, vinda de noroeste, entrou na capital em chamas, onde a resistência cessou rapidamente. Simovitch abandonou o comando e fugiu com o rei Pedro II para Montenegro, onde aviões britânicos foram buscá-los.
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O general Kotcha Katafatovitch, novo comandante-chefe, não chegou a organizar as suas forças, porque unidades alemãs rápidas tinham já atingido Sarajevo, enquanto os italianos ocuparam Ljubljana e a região costeira. Assim ordenou aos destacamentos dispersos que enviassem parlamentares, o que se fez, em geral, quase sem exceção. 344.000 homens capitularam na Bósnia.
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A 6 de Abril, o 12º Exército do marechal Wilhelm atacou igualmente. Protegido por unidades rápidas que atravessaram a fronteira búlgaro-iugoslava (ao mesmo tempo em que as tropas de Kleist) e se apossaram de Skoplié, a sua ala direita desceu o vale do Vardar em direção a Salonica. A ala esquerda recebeu a missão muito mais difícil de atravessar a Linha Metaxas, fortemente defendida.
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A 5ª Divisão de montanha (Ringel), principalmente, devia tomar de assalto potentes obras de defesa em Istibei, Popotlivitsa e Rupescu, a fim de franquear a passagem do Rupel e de prosseguir em seguida ao longo do vale de Strouma. Uma parte somente dessas obras pode ser reduzida, apesar da utilização de numerosos Stukas e da entrada em ação da artilharia pesada. No entanto os seus valentes defensores, os Evzones e outros soldados de escol, tiveram de capitular quando Salonica foi tomada, a 9 de Abril.
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Durante os dias seguintes duas outras divisões gregas travaram uma vigorosa batalha em Florina, mas essa de nada serviu, porque o general Papagos se decidiu muito tarde a retirar da Albânia o grosso dos seus dois exércitos vitoriosos para os lançar na direção nordeste. As suas colunas misturaram-se, atravancaram todos os caminhos do maciço do Pindo, onde sofreram fortemente sob os ataques de bombardeiros alemães e italianos, em vôo picado, e foram muito dizimadas pelas unidades motorizadas, que o marechal List mandou avançar por Metsovo e Trikala. As tropas gregas fixadas mais a leste, atrás de Peneios, retiraram-se combatendo sempre, para permitir a organização duma nova frente, mais curta, entre Eratine e as Termópilas. Era aí que devia juntar-se-lhe o Corpo Expedicionário Britânico. Este contava 62.000 homens, dispunha de bom armamento e devia estar em condições de lançar poderosos contra-ataques; mas o seu comandante, o general Henry Wilson, não soube reunir as suas forças a tempo. As tropas do Commonwealth (sobretudo os Australianos e os Neo-zelandeses) bateram-se nas Termópilas quase unicamente para cobrir a sua retirada. A posição teve de ser abandonada, os bombardeiros de Löhr causaram pesadas perdas no Pireu, e pára-quedistas alemães caíram sobre o istmo de Corinto. Depois disso, o reembarque efetuou-se em condições extremamente difíceis. Os aviões alemães possuíam o domínio do céu, os navios tinham de aproximar-se da costa rochosa e somente durante a noite. Em Mégara e Náuplia deram-se cenas semelhantes às de Dunquerque; vinte transportes e dois destroyers foram afundados; perdeu-se precioso material de guerra.
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Pouco depois o OKW e o comando superior concordaram em mandar para a Líbia (Operação "Sonnemblume") uma unidade blindada alemã (Rommel). Por outro lado estudaram durante algumas semanas a conquista de vários campos de aviação importantes, situados no norte da Grécia, a fim de lançar uma ofensiva de desopressão, cujos pormenores foram precisados pela Instrução do Führer nº 20 (Operação "Marita") e que foi definitivamente decidida em um encontro de Hitler e Mussolini, Ribbentrop e Ciano, a 19 e 20 de Janeiro de 1941.
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Esta operação ("Marita") precisava de grandes preparativos. As unidades de instrução que se encontravam na Romênia podiam ser atacadas sem grande dificuldade pela 16ª DB (Hube), mas, antes de organizar um exército ofensivo no território romeno, a Alemanha devia entender-se com a Hungria e a Bulgária por onde as tropas deviam atravessar. Ao mesmo tempo, era preciso evitar qualquer provocação à Iugoslávia e à Turquia. Esses países estavam, com efeito, desconfiados; Churchill não cessava de os prevenir e ofereceu-lhes o apoio da aviação britânica. Por outro lado eles receberam a visita do coronel Willlam J. Donavan, que não somente dirigia o serviço americano de informações, mas passava também por ter a confiança do presidente Roosevelt.
Finalmente, era preciso esclarecer a situação na Romênia. Os acontecimentos revolucionários de Setembro tinham provocado uma reação da ala esquerda da Guarda de Ferro. Os abusos cometidos pela "polícia legionária", dirigida pelo príncipe Alexandre Chyka, e por um grupo extremista, constituído principalmente por operários das oficinas Malaxa, que tinham relações comunistas e obedeciam a Dimitriu Grozea, ameaçavam derrubar o Governo de coalizão formado por Antonesco. O general desaprovava as vinganças exercidas pelos seus antigos amigos, principalmente as mortes de que foram vítimas dois ex-presidentes do Conselho e outros representantes do regime de terror precedente. Além disso, a notícia de que o embaixador alemão Wilhelm Fabricius ia ser substituído pelo SA-obergruppenführer Manfred von Killinger, provocou uma desavença entre Antonesco e o príncipe Sturdza. Quando o chefe de Estado afastou igualmente o Ministro do Interior, que pertencia à Guarda de Ferro, os legionários sublevaram-se, a 20 de Janeiro de 1941.
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Hitler não sabia a princípio por quem se pronunciar. A Guarda de Ferro tinha a sua simpatia porque praticara o anti-semitismo e procurara o estabelecimento dum regime autoritário; mas a personalidade de Antonesco tinha-o impressionado fundamente quando das visitas feitas por este em Novembro e em Janeiro. Finalmente, durante uma conversação telefônica entre o general e Ribbentrop, mostrou ser o "homem forte" da Romênia. O OKW autorizou a missão militar alemã a pôr-se ao lado de Antonesco. No entanto Fabricius incitou o general Erik Hansen a esperar ainda e Neubacher obteve de Horia Sima a promessa de que as barricadas seriam levantadas. Apesar disso travaram-se combates sangrentos, a Guarda de Ferro foi vencida pelas tropas governamentais e Antonesco condenou os chefes da revolta a uma morte ignominiosa no cadafalso. Homens do Serviço Secreto intervieram então para ajudar Horia Sima e os seus amigos a passar para a Alemanha onde Hitler os mandou acolher com todas as honras.
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Pouco depois os diplomatas alemães registraram importantes acontecimentos na Turquia, Bulgária e Hungria. Ismet Inönü chefe de Estado turco - convencido pelo embaixador Franz von Papen -, rejeitou todas as ofertas de Churchill, e ficou contente por ver que a Alemanha pediu a assinatura de um pacto de não agressão entre a Bulgária e a Turquia. O rei Bóris III e Bogdam Filoff, seu Primeiro-ministro, esquivaram-se também às tentativas de atração dos Russos.
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No fim de Fevereiro, receberam o enviado especial Hermann Neubacher, aderente ao pacto tripartite de 1º de Março, e autorizaram a passagem do 12º Exército alemão (List) que, no dia seguinte, atravessou o Danúbio e avançou para a fronteira grega. Anteriormente o almirante Miklos Horthy von Nagybanya, regente da Hungria, tinha permitido a esse mesmo exército que entrasse na Romênia pelo seu território e mandou declarar pelo conde Paul Teleki, chefe do seu governo que ia igualmente juntar tropas para o caso da Iugoslávia mostrar tendência para se juntar à Inglaterra.
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Isso não era provável por parte do Governo de Belgrado. O príncipe Paul, o Primeiro-ministro Dragisa Tsvetkovitch e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexandre Cincar-Markovitch, consideravam como certa a vitória da Alemanha. Não viam, pois, vantagem em se ligarem ao campo britânico. Quando a Bulgária foi integrada no sistema do Eixo, julgaram que era o momento propício de escapar ao cerco ameaçador, aderindo ao pacto tripartite e de receber por esta decisão o maior preço possível. A 25 de Março, no castelo de Velvedre, em Viena, Tsvetkovitch e Cincar-Markovitch assinaram o tratado.
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A Iugoslávia obtinha importantes concessões: a garantia das suas fronteiras, de então, e da sua integridade política. A segurança de que não teria jamais de receber tropas de ocupação nem de ceder bases, a liberação de qualquer pacto de assistência e diversas vantagens econômicas. Uma cláusula secreta atribuía-lhe o porto de Salonica, depois da guerra. Mas todos esses preciosos ganhos de pouco serviram ao Governo.
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O presidente do Conselho iugoslavo não calculava até que ponto estava cercado de conspiradores. Pouco antes, Stalin tinha acolhido o novo embaixador iugoslavo "como um irmão" e também encorajado a ligar-se a um conluio, que de modo lento, desconhecido até aí, se ligava a outros fios duma rede, vindos de Londres. Oficiais e membros da intelligentsia sérvia, padres ortodoxos, especialmente o patriarca Gavrilo, os francos-maçons da loja do "Grande Oriente parisiense" e diversas associações de estudantes deram o seu apoio. O movimento tinha à sua frente o general da aviação Dusan Simovitch, francófilo, que tinha tentado desde 1939-40, fazer entrar a Iugoslávia na guerra contra a Alemanha. Sabendo, a 26 de Março, que tropas britânicas tinham desembarcado na Grécia, pareceu-lhe que a frente macedônica da Primeira Guerra Mundial se reconstituía. Alguns minutos mais tarde ordenou ao general Bora Mirkovitch, e a alguns oficiais e soldados, que prendessem os "traidores" que regressavam de Viena.
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A ação executou-se às duas horas da manhã, sem efusão de sangue. Tsvetkovitch, Cincar-Markovitch, e outros homens de Estado e militares que simpatizavam com o Eixo, tiveram de abandonar o País. O príncipe-regente atravessava Zagreb, quando recebeu a notícia da rebelião. Em vão o político Vladimir Matchek o exortou a marchar sobre Belgrado com as tropas de Zagreb, comandadas pelo ex-general austro-húngaro August von Marich. Ao príncipe Paulo, que possuía delicada natureza de artista, repugnava recorrer à violência. Preferiu seguir os banidos para a Grécia.
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Simovitch pode então formar um "ministério da União Nacional", onde até o importante partido camponês croata de Matchok foi representado. Simultaneamente, decretou a mobilização geral. Somente na noite de 27 de Março, preveniu o príncipe Pedro (que até então de nada suspeitava), que era proclamado maior, apesar dos seus 18 anos e se tornava rei da Iugoslávia.
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Hitler, informado mais rapidamente que o novo rei Pedro II, tomou imediatamente decisões. A sua Instrução 25 prescreveu que se considerasse desde então a Iugoslávia "como um País inimigo", ainda que fizesse imediatamente declarações de lealdade. A campanha tornada necessária começaria "quanto possível", ao mesmo tempo em que a operação "Marita". Depois de ter penetrado na Grécia, o 12º exército (List) passaria a sua ala direita para o território iugoslavo pelo vale do Vardar. Outras forças se juntariam na Romênia e na Bulgária junto da fronteira oriental do País, assim como um forte grupo de assalto em Graz. O OKW devia entender-se com os italianos e os húngaros para a delimitação da zona de operações.
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O grupo blindado do general de exército von Kleist fixou-se diante da fronteira búlgaro-iugoslava. No Sul da Albânia e em Zara, o comando supremo dispunha de unidades rápidas para se apossar da rota que ladeava a costa dalmática, a fim de impedir uma retirada para o Adriático como em 1915. O 2º Exército italiano (Ambrósio) reuniu-se na Ístria, o 2º Exército alemão (Weichs) entre Klagenfurt e Bracs, o 3º Exército húngaro (Gorody-Novak) em Pecs e Szegedin.
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A Itália e a Hungria forneceram também unidades aéreas. A Bulgária e a Romênia não ofereceram nenhuma ajuda. A 4ª Flotilha aérea alemã (Löhr) foi encarregada do grande ataque inicial a Belgrado, aos principais nós de comunicação e aos campos de aviação. Dispunha de 780 aviões, dos quais 400 eram bombardeiros.
Enquanto um círculo de ferro se formava assim em volta da Iugoslávia, o general Simovitch fez efetivamente, por intermédio do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Momchilo Nitchitch, a declaração de lealdade prevista. Mas o envio duma missão militar a Moscou, a conclusão de um pacto de amizade entre a Iugoslávia e a União Soviética, mostraram bem o verdadeiro estado de espírito que se sentia em Belgrado, assim como os acontecimentos que acompanharam o serviço religioso celebrado pelo patriarca Gavrilo, para comemorar a ascensão do rei Pedro II ao trono. Quando o embaixador alemão compareceu nesta cerimônia, a multidão insultou-o. Estudantes sérvios percorreram as ruas de Belgrado, aos gritos de "Bolié rat nego pakt" (antes a guerra que o pacto). O embaixador Viktor von Heeren deixou logo em seguida a capital, seguido pelos representantes da Hungria, da Itália da Bulgária e da Romênia, de modo que se interromperam as relações diplomáticas entre a Iugoslávia e os países signatários do pacto tripartite.
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A iminência do ataque contra a Iugoslávia e a Grécia sacudiu a resignação temporária de Mussolini e inspirou-lhe o desejo de obter êxitos importantes na Albânia e sobre o mar antes do começo da ofensiva alemã. Compareceu na frente para assistir ao esmagamento da ala norte do exército grego. Mas a ofensiva, muito mal preparada, falhou com perdas sangrentas. A 27 de Março, um ataque executado pela esquadra do almirante Angelo Jachino teve resultado análogo. Cunningham, com os couraçados Warspite (almirante), Valiant e Barham, o porta-aviões Formidable, quatro cruzadores e treze destroyers, obrigaram os italianos a uma retirada rápida. Jachino perdeu os seus três melhores cruzadores e vários destroyers e já não pôde arriscar-se a atacar os transportes entre o Egito e a Grécia. Mas a partida de um corpo expedicionário do sudeste da Europa modificou a situação na África. A 5ª Divisão Ligeira (Streich), primeiro contingente alemão, tinha chegado. Os primeiros reconhecimentos efetuados com ela e com as forças italianas pelo general Erwin Rommel, levaram aos combates de El Agheila, Agedabia e Benghasi, donde se seguiu um avanço até à fronteira egípcia.
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Na manhã de 6 de Abril de 1941, um violento bombardeamento de Belgrado iniciou a campanha dos Bálcãs. O castelo, numerosos edifícios oficiais, vastos quarteirões residenciais e até a grande ponte, sobre o Danúbio, foram duramente atingidos. Os ataques dos contingentes aliados escalonaram-se no tempo, porque nem todos estavam preparados, e, como o exército iugoslavo contava 37 divisões podiam surgir dificuldades. Mas os iugoslavos, em vez de concentrarem os seus esforços, conservaram-se dispersos ao longo das suas fronteiras. Um grande número de reservistas, especialmente Croatas, Eslovenos e Macedônios, não se ligaram às suas unidades e até alguns se passaram para o inimigo. O Estado em numerosas nacionalidades decompôs-se rapidamente como previra Hitler. Quando os Húngaros ocuparam o triângulo de Barânia e o general Maximiliano von Weichs entrou em Maribor e em Zagreb, a maior parte da população aclamou as suas tropas.
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De começo, Kleist avançou ao longo da via férrea Sófia-Nich, depois derivou para o norte pelo vale da Morava. A 11 de Abril, pela noite, as guardas-avançadas blindadas pararam pelas alturas de Avala, ao sul de Belgrado; tinham já aberto passagem através de dois exércitos iugoslavos. Algumas horas depois, uma divisão blindada do 2º Exército, vinda de noroeste, entrou na capital em chamas, onde a resistência cessou rapidamente. Simovitch abandonou o comando e fugiu com o rei Pedro II para Montenegro, onde aviões britânicos foram buscá-los.
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O general Kotcha Katafatovitch, novo comandante-chefe, não chegou a organizar as suas forças, porque unidades alemãs rápidas tinham já atingido Sarajevo, enquanto os italianos ocuparam Ljubljana e a região costeira. Assim ordenou aos destacamentos dispersos que enviassem parlamentares, o que se fez, em geral, quase sem exceção. 344.000 homens capitularam na Bósnia.
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A 6 de Abril, o 12º Exército do marechal Wilhelm atacou igualmente. Protegido por unidades rápidas que atravessaram a fronteira búlgaro-iugoslava (ao mesmo tempo em que as tropas de Kleist) e se apossaram de Skoplié, a sua ala direita desceu o vale do Vardar em direção a Salonica. A ala esquerda recebeu a missão muito mais difícil de atravessar a Linha Metaxas, fortemente defendida.
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A 5ª Divisão de montanha (Ringel), principalmente, devia tomar de assalto potentes obras de defesa em Istibei, Popotlivitsa e Rupescu, a fim de franquear a passagem do Rupel e de prosseguir em seguida ao longo do vale de Strouma. Uma parte somente dessas obras pode ser reduzida, apesar da utilização de numerosos Stukas e da entrada em ação da artilharia pesada. No entanto os seus valentes defensores, os Evzones e outros soldados de escol, tiveram de capitular quando Salonica foi tomada, a 9 de Abril.
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Durante os dias seguintes duas outras divisões gregas travaram uma vigorosa batalha em Florina, mas essa de nada serviu, porque o general Papagos se decidiu muito tarde a retirar da Albânia o grosso dos seus dois exércitos vitoriosos para os lançar na direção nordeste. As suas colunas misturaram-se, atravancaram todos os caminhos do maciço do Pindo, onde sofreram fortemente sob os ataques de bombardeiros alemães e italianos, em vôo picado, e foram muito dizimadas pelas unidades motorizadas, que o marechal List mandou avançar por Metsovo e Trikala. As tropas gregas fixadas mais a leste, atrás de Peneios, retiraram-se combatendo sempre, para permitir a organização duma nova frente, mais curta, entre Eratine e as Termópilas. Era aí que devia juntar-se-lhe o Corpo Expedicionário Britânico. Este contava 62.000 homens, dispunha de bom armamento e devia estar em condições de lançar poderosos contra-ataques; mas o seu comandante, o general Henry Wilson, não soube reunir as suas forças a tempo. As tropas do Commonwealth (sobretudo os Australianos e os Neo-zelandeses) bateram-se nas Termópilas quase unicamente para cobrir a sua retirada. A posição teve de ser abandonada, os bombardeiros de Löhr causaram pesadas perdas no Pireu, e pára-quedistas alemães caíram sobre o istmo de Corinto. Depois disso, o reembarque efetuou-se em condições extremamente difíceis. Os aviões alemães possuíam o domínio do céu, os navios tinham de aproximar-se da costa rochosa e somente durante a noite. Em Mégara e Náuplia deram-se cenas semelhantes às de Dunquerque; vinte transportes e dois destroyers foram afundados; perdeu-se precioso material de guerra.
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No entanto, escaparam 50.000 homens, assim como o rei Jorge II da Grécia, o general Papagos e a maior parte dos membros do Governo. As tropas cercadas, às ordens do general Georges Tsolakoglou, capitularam diante do marechal List. A pedido de Mussolini, a rendição foi renovada na presença dos italianos. A 27 de Abril, um destacamento do regimento "Brandeburgo" atingiu os arredores de Atenas.
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Longas colunas de carros blindados, de veículos, de canhões, desfilaram nas ruas da capital. Outras unidades motorizadas, passando por Tebas, tinham já atingido Corinto e, indo do sul do Pindo, tinham assentado em Patras. Alguns dias mais tarde, os vencedores estabeleceram-se nos contrafortes do Peloponeso, enquanto grupos de assalto passavam para as ilhas do Egeu com aviões, barcos de pesca e navios apreendidos. Não encontraram em parte alguma resistência séria. A campanha estava terminada.
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Os alemães não invocaram nenhum fim político na Grécia. Assim Hitler transmitiu, sem reservas futuras, os direitos de ocupação a Mussolini que viu, enfim, realizado o seu sonho de dominar todo o mar Egeu. Ribbentrop e Ciano proclamaram a dissolução do Estado iugoslavo. Hitler anexou à Alemanha a Eslovênia setentrional. A Itália tomou o resto da Eslovênia com Ljubljana, a costa dalmática, as bocas de Cattaro, e todas as ilhas gregas jônicas. A Hungria recebeu uma parte de Drava e metade do Batchka. Grupos búlgaros ocuparam a Macedônia ocidental e a Trácia grega. O Montenegro pôde declarar-se independente, a Sérvia conservou uma modesta autonomia dos seus limites de 1912, sob a direção do general Georges Niditch.
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O Estado croata, que deixara de existir desde a Idade Média, restabeleceu-se. A Alemanha favoreceu esse restabelecimento por intermédio de um enviado especial, Edmundo Veessemmayer. Como Vladimir Matchek, chefe do importante partido camponês, hesitava, Anté Pavelitch e o seu fraco movimento fascista dos ustachis ganharam a partida. Em nome do chefe de Estado ("Poglavnik"), que voltou então ao seu País depois de 12 anos de exílio, Slavko Kvaternik proclamou um reinado. Quando Pavelitch chegou de Roma, Mussolini tinha-lhe tirado uma série de concessões, que encheram de amargura o coração de numerosos patriotas croatas e que equivaliam a uma futura "albanização" do País. A Itália devia não somente indicar o sucessor do antigo rei Svatomir, mas ocupar três grandes territórios com privilégios especiais. Em breve milhares de soldados sérvios dispersos, membros do partido de Matchek e agentes do Komintern afluíram à zona de ocupação mal vigiada dos italianos, e iniciaram uma atividade de partisans, que devia ser uma das mais importantes conseqüências da campanha dos Bálcãs.
No entanto, escaparam 50.000 homens, assim como o rei Jorge II da Grécia, o general Papagos e a maior parte dos membros do Governo. As tropas cercadas, às ordens do general Georges Tsolakoglou, capitularam diante do marechal List. A pedido de Mussolini, a rendição foi renovada na presença dos italianos. A 27 de Abril, um destacamento do regimento "Brandeburgo" atingiu os arredores de Atenas.
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Longas colunas de carros blindados, de veículos, de canhões, desfilaram nas ruas da capital. Outras unidades motorizadas, passando por Tebas, tinham já atingido Corinto e, indo do sul do Pindo, tinham assentado em Patras. Alguns dias mais tarde, os vencedores estabeleceram-se nos contrafortes do Peloponeso, enquanto grupos de assalto passavam para as ilhas do Egeu com aviões, barcos de pesca e navios apreendidos. Não encontraram em parte alguma resistência séria. A campanha estava terminada.
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Os alemães não invocaram nenhum fim político na Grécia. Assim Hitler transmitiu, sem reservas futuras, os direitos de ocupação a Mussolini que viu, enfim, realizado o seu sonho de dominar todo o mar Egeu. Ribbentrop e Ciano proclamaram a dissolução do Estado iugoslavo. Hitler anexou à Alemanha a Eslovênia setentrional. A Itália tomou o resto da Eslovênia com Ljubljana, a costa dalmática, as bocas de Cattaro, e todas as ilhas gregas jônicas. A Hungria recebeu uma parte de Drava e metade do Batchka. Grupos búlgaros ocuparam a Macedônia ocidental e a Trácia grega. O Montenegro pôde declarar-se independente, a Sérvia conservou uma modesta autonomia dos seus limites de 1912, sob a direção do general Georges Niditch.
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O Estado croata, que deixara de existir desde a Idade Média, restabeleceu-se. A Alemanha favoreceu esse restabelecimento por intermédio de um enviado especial, Edmundo Veessemmayer. Como Vladimir Matchek, chefe do importante partido camponês, hesitava, Anté Pavelitch e o seu fraco movimento fascista dos ustachis ganharam a partida. Em nome do chefe de Estado ("Poglavnik"), que voltou então ao seu País depois de 12 anos de exílio, Slavko Kvaternik proclamou um reinado. Quando Pavelitch chegou de Roma, Mussolini tinha-lhe tirado uma série de concessões, que encheram de amargura o coração de numerosos patriotas croatas e que equivaliam a uma futura "albanização" do País. A Itália devia não somente indicar o sucessor do antigo rei Svatomir, mas ocupar três grandes territórios com privilégios especiais. Em breve milhares de soldados sérvios dispersos, membros do partido de Matchek e agentes do Komintern afluíram à zona de ocupação mal vigiada dos italianos, e iniciaram uma atividade de partisans, que devia ser uma das mais importantes conseqüências da campanha dos Bálcãs.
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Fonte deste artigo: A Segunda Guerra Mundial – H. G. Dahms – Editorial Ibis
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http://www.grandesguerras.com.br/artigos/text01.php?art_id=173
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