Para o jornalista — que é conhecido como o “pai” do New Journalism (novo jornalismo) —, a mídia cometeu abusos e noticiou como verdadeiras suposições sobre a vida do cantor. “Quero saber exatamente, em um texto compreensível, o que Michael Jackson fez. Simplesmente dizer que ele 'abusou' de alguém é pouco evidente. Lamento por Michael Jackson.”
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Talese também reforçou sua opinião sobre o papel da mídia na morte do cantor. “A autópsia vai apontar ataque cardíaco ou qualquer outra versão oficial. Mas ele vinha morrendo aos poucos há cinco anos, graças à humilhação imposta pelo desserviço de alguns jornalistas — queles que noticiaram como verdadeiras as declarações de pessoas que teriam sido abusadas por Michael Jackson.”.
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Ele também elogiou a decisão “provavelmente certa” do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. “Um diploma não torna você um jornalista”, afirmou Talese. “O que faz alguém um jornalista — e, mais do que isso, um profissional necessário — é ter posse de informações que vão influenciar as escolhas dos cidadãos de um país.”
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Para Talese, as faculdades de jornalismo não são o melhor lugar para aprender jornalismo — mas boas instituições "ensinam princípios ignorados com frequência na profissão, como equidade, precisão e objetividade. E como pesquisar profundamente um assunto”.
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O jornalista avalia que a crise na imprensa é causada pela falta de inovação. “Se o jornalismo deixa de lado a tarefa de fazer um trabalho realmente notável, então ele se torna dispensável. Neste momento, o jornalismo precisa definir o que fará para se diferenciar de qualquer um que tenha tecnologia à disposição”, avaliou.
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Talese afirmou que, hoje em dia, os jornalistas só reproduzem as versões oficiais. “Não há mais excelentes repórteres, heróis como existiam nos anos 60 — pessoas que faziam, por exemplo, a cobertura da Guerra do Vietnã, e que colocavam em dúvida o que o governo dizia. Em 2002, 2003, já não havia mais ninguém assim. Ao cobrir o Afeganistão, o Iraque, os jornalistas não podiam mais ver por si só, eles só reproduziam o que lhes era dito pelos militares.”
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Entre outros assuntos, Talese destacou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, seria um ótimo personagem para um perfil. “Ele é provavelmente o personagem mais interessante que eu já vi na minha vida. Ele é o homem mais interessante de todos porque sua vida é tão improvável, sua história e trajetória são tão inacreditáveis.”
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Da Redação, com informações do Comunique-se
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in Vermelho - 2 DE JULHO DE 2009 - 20h22
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