O Caderno de José Saramago
O Prémio Nobel da Literatura da Língua Portuguesa lançou, no dia 25, em Lisboa, o seu novo livro, intitulado O Caderno. A sessão foi transmitida em directo para todo o mundo através da Internet e consistiu numa conversa entre o autor e os bloguistas Isabel Coutinho e José Mário Silva sobre meio ano de actividade do blog (http://blog.josesaramago.org) onde, desde Setembro de 2008, o escritor tem divulgado os textos agora reunidos numa edição impressa. Em Itália, onde o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, vetou a publicação do livro na editora Einaudi, de que é proprietário, o lançamento da obra está previsto para Setembro, sob a chancela da Bollati Boringhieri, e contará com a presença dos escritores Claudio Magris, Umberto Eco e Dario Fo que se solidarizaram com Saramago. O escritor português tem feito duras críticas ao governante transalpino, a quem chama «delinquente, corrupto, um líder mafioso». Por isso Berlusconi tentou impedir a publicação do livro, mas apenas fez com que a Einaudi perdesse um autor do qual já tinha publicado cerca de 20 títulos. |
Nenúfar no Charco é o título do romance de Avelino Cunhal, escrito e ilustrado pelo próprio em 1935, altura em que a sua publicação foi proibida pela censura fascista. Passados 74 anos, as edições Leitor trazem finalmente esta obra à luz do dia, embora, como salientou o editor, Leonardo de Freitas, seja quase certo que a nova censura económica impedirá que este livro, à semelhança de tantos outros, chegue ao grande público através das grandes superfícies que controlam a quase totalidade do mercado livreiro. Na sessão de lançamento realizada no dia 24, no Centro de Trabalho Vitória, em que esteve presente Eugénia Cunhal, o romance foi apresentado por Domingos Lobo que identificou influências de Dostoiévski e Tólstoi, de Zola e Victor Hugo no realismo social sempre perseguido por Avelino Cunhal tanto na literatura como no seu trabalho de pintor. Sobre o autor, José Casanova, director do Avante!, fez questão de lembrar o papel de Avelino Cunhal na defesa dos direitos e liberdades democráticas. Neste sentido, referiu, é legítima a associação com o seu filho, Álvaro Cunhal. |
Datado de 1942, Bárbara Ruiva é um conto de Rómulo de Carvalho, a quem muitos preferem chamar António Gedeão, só agora publicado pela editora Página a Página. O original, encontrado entre os papéis do escritor depois da sua morte, permaneceu inédito porque Rómulo de Carvalho o teria desvalorizado, como se refere no aprofundado prefácio de Manuel Gusmão. No entanto, sublinha ainda Manuel Gusmão, este conto «não é uma produção imatura nem inferior a alguns dos que integram o volume de ficções, A Poltrona e Outras Novelas, publicado em 1973». Tratando-se de «uma narrativa de uma súbita paixão (…) é um texto bem curioso, porque o acontecer dessa paixão nos é dado quase em directo». .. in Avante 2009.07.02 . . |
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