Discurso de Lula da Silva (excerto)

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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Filme sobre Fidel exibido na ABI comemora 50 anos de revolução

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A exibição do filme ''Fidel'', de Estela Bravo, na noite desta quinta-feira (30), na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, homenageou os 50 anos da Revolução Cubana e o Movimento 26 de Julho. Após o filme, houve debate sobre o movimento revolucionário de Cuba liderado por Fidel Castro.

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Filme revela imagens exclusivas

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O filme Fidel é de Estela Bravo, considerada uma das melhores cineastas do momento atual. Mexicana, radicada em Cuba, Estela tem dado grande contribuição à divulgação da Revolução Cubana com seus filmes e documentários sobre o tema.

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Muito bem recebido pela crítica e pelos conhecedores do cinema latinoamericano, o filme aborda atividades de Fidel no período pré-revolucionário e destaca eventos da maior importância sobre o avanço dos revolucionários cubanos até sua entrada triunfal em Havana, em 1º de janeiro de 1959; e também enfoca vitórias e conquistas da Revolução Cubana que está comemorando 50 anos da luta em prol do socialismo.

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A obra resgata a história da Revolução Cubana e aspectos da vida de Castro através de seu relato pessoal e depoimentos de personalidades como o Prêmio Nobel, jornalista e escritor Gabriel García Márquez, Sydney Pollack, Ted Turner e Muhammed Ali.


Imagens exclusivas dos arquivos do Estado cubano revelam momentos de intimidade do Presidente cubano ao lado do amigo Nelson Mandela, ou comemorado o aniversário com os músicos do grupo Buena Vista Social Club.

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De Brasília
Com informações da ABI

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in Vermelho - 31 DE JULHO DE 2009 - 15h52

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Os amores frustrados e a obra literária de García Lorca

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Nenhum verso de Federico García Lorca fala de sua homossexualidade. Sua única obra explícita nesse sentido, a peça El Público, foi encenada só 42 anos depois que ele morreu, fuzilado por franquistas na Guerra Civil Espanhola.

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Por Silas Martí, na Folha de S.Paulo

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Naquele ano de 1936, aos 38, Lorca escreveu num poema que queria matar a única testemunha do assassinato de suas flores, converter seu pranto e suor num duro monte de trigo. Foi por metáforas truncadas e enredos trágicos, a verter sangue, que Lorca, o maior poeta espanhol, expressou sua frustração por amar homens que nunca corresponderam a seu afeto. A história, até uma geração atrás, calou a esse respeito.

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“É difícil explicar os milagres do amor”, diz o historiador Ian Gibson, maior especialista em Lorca. Ele lançou neste ano um livro que associa de forma explícita as tramas e os versos de Lorca à sua homossexualidade — Lorca y el Mundo Gay, que saiu pela Planeta espanhola.

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Não é um dado novo de sua biografia, mas só depois que os irmãos de Lorca morreram é que foi possível pesquisar isso em seus arquivos pessoais. “Nenhum crítico se atrevia a falar disso, porque implicava não ter acesso aos arquivos", diz Gibson. "O irmão de Lorca não aguentava isso, era tabu."

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No caso de Gibson, irlandês radicado na Espanha, só foi possível porque foi ele quem esclareceu de uma vez por todas as circunstâncias do assassinato de Lorca em Granada. É um obcecado confesso pelo autor, passou mais de 40 anos revirando sua vida e a dos poetas de sua geração. Conseguiu relatos das últimas testemunhas da guerra e documentou tudo à revelia do conservadorismo espanhol, que foi vendo se dissipar aos poucos.

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Mas demorou. Seu livro decisivo, La Represión Nacionalista de Granada, de 1971, em que relata detalhes do assassinato de Lorca e outros poetas, foi proibido na Espanha, tendo de ser publicado em Paris. Gibson acabou deixando o país e só voltou dois anos depois da morte do ditador Francisco Franco, nos anos 70. Virou cidadão espanhol e hoje vê no país um clima de abertura parecido ao auge da Madri fabulosa em que conviveram Lorca, Salvador Dalí e Luis Buñuel.

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Só não esquece, em sua leitura de Lorca e da Espanha, que este é um “mundo de silêncios, um país trágico que não pôde ser o que poderia ter sido”. Eco da frustração de García Lorca e todos os seus desamores.

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in Vermelho - 31 DE JULHO DE 2009 - 16h01

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Racismo nos Estados Unidos: O professor mudará de tom?

http://www.timesonline.co.uk/multimedia/archive/00593/p36Gates_385x185_593212a.jpg
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Henry Louis Gates Jr arrested
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Agora, depois de Henry Louis 'Skip' Gates’ Jr. ter experimentado na pele uma pequena gota do que os negros pobres vivem diariamente nos EUA, será que o professor mudará de tom? Fato é que, mesmo naquele encontro entre professor e policial, a coisa não foi, com ele, como é com outros negros nos EUA.

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Por Ishmael Reed, para o site Counterpunch


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Se um negro, em bairro pobre de qualquer cidade dos EUA, tivesse hesitado ao identificar-se para um policial, ou se respondesse com maus modos ao policial, o mais provável é que o policial chamasse o Comando Especial SWAT. Oscar Grant, 22 anos, negro, empregado de um açougue, respondeu enviesado a um policial civil em Oakland e foi morto a tiros.

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Dado o que Gates tem escrito e dito desde o final dos anos 80, se eu fosse o policial que o prendeu, e o professor intelectual pós-racial me acusasse de racista, eu o faria provar o próprio veneno. Teria respondido que "o racismo não existe, professor Gates. Raça é um 'constructo social'" – exatamente o que o professor e seus colegas repetem sem parar há vinte anos.

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Será que, depois dessa experiência, Gates vai parar de atribuir os problemas dos que vivem nos bairros pobres ao comportamento "das avós de 35 anos que vivem nas favelas"? (Foi o que Gates disse, quando tentou comparar-se ao ganhador do Prêmio Nobel (1986), Wole Soyinka, como se o caso Gates e o caso Soyinka fossem iguais. Soyinka criticara um ditador nigeriano, foi preso e várias vezes ameaçado de morte.)

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Antes do final dos anos 80, as exortações de Gates ao tratamento 'carinho & linha-dura' [no original: tough love exhortations] visavam ao racismo nos salões acadêmicos. Naquela época, passou a adotar o argumento das intelectuais feministas, segundo as quais o racismo seria problema dos homens negros. Karen Durbin, que o contratou para escrever para The Village Voice, é responsável por ter inventado Gates como "intelectual público".

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Depois, Gates foi indicado por Rebecca Penny Sinkler, ex-editora de The New York Times Book Review, para escrever sobre autores (homens) negros. Em trabalho sob vários aspectos muito estranho, Gates concluiu alguma coisa próxima de: as escritoras (mulheres) negras são boas, mas não por méritos delas; são boas, porque os escritores (homens) negros são péssimos. Foi em resposta a um artigo de Mel Watkins, ex-editor do caderno de resenhas, que escrevera para alertar sobre tendência que, então, excitava as caixas registradoras das editoras: livros que se podem descrever como melodramas de segunda, em que mulheres brancas, puras e santificadas eram perseguidas por homens, negros, crueis e opressores, o tipo de imagem dos irmãos divulgada por Thomas Nelson Page e Thomas Dixon, romancistas confederados.

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Gates desqualificou vários escritores negros – entre os quais eu –, que acusou de misoginia; falou mal dos meus livros por todos os EUA e pela Europa. Até que Bill Clinton foi apanhado em ato de exploração sexual de uma jovem; Gates, então, disse ao Times que "poria a mão no fogo por esse presidente". Muitas feministas, como Gloria Steinem, por exemplo, também defenderam Clinton, apesar de terem escrito durante anos a fio sobre mulheres que são vítimas de machos chovinistas com poder – praticamente os mesmos que sempre financiaram a revista Ms.[para conhecer, ver http://www.msmagazine.com/].

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Não estou dizendo que retratos de negros devam ser uniformemente positivos – vários dos meus personagens não são exemplo de boa conduta moral –, mas a maioria dos roteiristas de cinema, diretores e produtores brancos que filmam esse tipo de material – e os professores e críticos que o divulgam – nada dizem sobre abuso contra mulheres brancas por brancos. Além disso, Alice Walker, Tina Turner e outras personagens já reclamaram de que, em mãos de roteiristas, diretores e produtores brancos, os negros tornam-se mais sinistros do que nos textos originais.

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As apostas são altas, entre os que promovem essa cultura. Atualmente, dois estúdios disputam os direitos de um filme, "Push", sobre um pai negro que engravida a filha analfabeta, no Harlem. Representante de um desses estúdios declarou ao Times que o filme será, para qualquer estúdio que o leve às telas, "uma mina de ouro de oportunidades".

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Como exemplo do duplo viés sob o qual brancos e pretos são tratados na sociedade norte-americana, praticamente no mesmo momento em que foi publicado o artigo de Gates sobre a misoginia negra, apareceu um artigo sobre escritores judeus norte-americanos: praticamente só autores homens; mencionaram-se pouquíssimas autoras, mulheres.

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Gates também foi pressionado por ter-se imposto como cabeça do mundo feminista negro; nas palavras da feminista Michele Wallace, por ter querido aproveitar a onda de vendas de estudos sobre o feminismo negro; como Wallace escreveu no Voice, Gates teria problemas não resolvidos com a mãe, já falecida, que, segundo Gates, seria nacionalista negra. As feministas negras quiseram aproximar-se dele. E Gates convidou-as para participar de seu projeto para a antologia Norton.

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Assim nasceu a Norton Anthology of African American Literature. Uma das editoras foi a professora feminista, já falecida, Dra. Barbara Christian. Barbara disse-me, reclamando, até quase o dia em que morreu, que ela e a também falecida Nellie Y. McKay, também editora, fizeram todo o trabalho, praticamente sozinhas; e que Gates apenas assinou e colheu as glórias. Esse parece ser padrão de atitude, em Gates: arranjar gente que trabalhe para ele. A revista Mother Jones acusou-o de explorar os escritores que trabalharam sob sua diração na produção da Encarta Africana, por manter quase um campo de tortura acadêmica e por insistir em não contratar negros. Julian Brookes, da revista Mother Jones, escreveu:

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“Henry Louis Gates Jr. sempre falou muito sobre ação afirmativa. O ilustre professor de Harvard sempre disse que não estaria onde hoje está, sem as políticas de ação afirmativa. Estranho, portanto, que, quando se tratou de organizar a equipe para editar uma enciclopédia da história dos negros, Gates tenha selecionado quase exclusivamente candidatos brancos. Dos quase 40 redatores e editores que trabalharam em tempo integral para produzir a Encarta Africana, só havia três negros. Pior que isso, Gates e o co-editor K. Anthony Appiah rejeitaram vários pedidos dos redatores para que se contratasse maior número de redatores negros. Mother Jones pediu explicações a Gates, por essa visível inconsistência. Teriam razão, afinal, os membros da equipe, que reclamavam que a equipe de Africana seria branca demais?”

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Gates respondeu:

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"Noção repugnante, essa, de que brancos não possam escrever sobre história dos negros – alguns dos maiores especialistas em África são brancos. Sintam-se livres para criticar a qualidade da enciclopédia, mas não cederei um milímetro [a quem critique a organização da equipe]. Estão fundamentalmente errados. Se eu gostaria que houvesse mais afro-americanos no grupo? Claro que sim. Mas fizemos o melhor possível, considerados os prazos e o orçamento."

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Embora a aliança com as feministas tenha dado considerável empurrão à carreira de Gates, o que o elevou à categoria de intelectual público aos olhos da elite dirigente foi o que publicou na coluna que assinou no Times: que os afro-americanos teriam opiniões antissemitas. Foi então consagrado intelectual afro-americano proeminente, quando, na lista dos intelectuais negros mais conhecidos nos EUA, Gates não apareceria nem entre os 25 primeiros.

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Deve ter sido selecionado em votação aberta, e beneficiou-se do poder que recebeu de seus patrocinadores, para construir e demolir carreiras acadêmicas. Como diria Quincy Troupe, editor de Black Renaissance Noire, Gates é um desses líderes que "os negros receberam", como doação feita a eles pelos grupos brancos dominantes e pelos brancos progressistas. Amy Goodman fala sobre Gates e Cornel West em termos de adolescente "Bobby Soxer"[2] elogiando Sinatra. Semana passada, Rachel Maddow disse que Gates seria “o principal intelectual negro dos EUA". E quem, rezam os salmos, seria o principal intelectual branco dos EUA, Rachel? Quem disse que só há um? E vale lembrar que Gates não publicou nenhum trabalho acadêmico realmente importante desde 1989.

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Pela CNN, as acusações feitas por Gates, de que os negros norte-americanos seriam antissemitas espalharam-se por todo o planeta. Por isso, em 2000, quando visitei Israel pela primeira vez, intelectuais israelenses perguntaram-me por que os negros norte-americanos tanto odiavam os judeus.

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Desmenti as ideias de Gates – sobretudo sua insistência em descrever os negros norte-americanos como grupo homogêneo – em meu livro Another Day at the Front, porque, na época em que ele escrevia como colunista do Times, a Liga Anti-Difamação [ing. Anti-Defamation League] publicara relatório em que mostrava um declínio do antissemitismo entre os negros norte-americanos. Citei o relatório. Gates disse que o Times prometera-lhe outra coluna em que escreveria sobre racismo entre os judeus norte-americanos. Essa coluna jamais foi publicada. Barry Glassner escreveu, com razão, em seu The Culture of Fear [a cultura do medo], que Gates inventou um preconceito dos negros norte-americanos contra judeus que jamais existiu.

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Quando Tina Brown era editora de The New Yorker, Gates foi contratado para "mastigar e cuspir" o pastor Louis Farrakhan [3] e o falecido dramaturgo August Wilson.

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A peça de Wilson apareceu depois de um debate entre Robert Brustein e Wilson sobre proposta de Wilson de que se criasse um teatro nacionalista negro. Gates apoiou Brustein. Pouco depois, Brustein e Gates receberam financiamento de um milhão de dólares, da Ford Foundation, para organizar apresentações de teatro seguidas de jantares em Harvard, num momento em que o teatro negro regional vivia à míngua, à beira da extinção. Tina Brown, que já patrocinou Gates, é hoje intelectual pós-racial, como Gates.

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No programa de Bill Maher, disse que as questões sobre raça saíram de moda, agora que os EUA elegeram um presidente negro. Essa senhora habita uma cidade na qual negros e latinos foram vítimas de limpeza étnica, resultado das políticas do prefeito Giuliani, que reproduz o pensamento do The Manhattan Institute [4]. Milhares de novaiorquinos negros e hispânicos continuam a ser detidos e presos, sem que se ouçam protestos vindos de Gates e de seu círculo de harvardianos ditos "pós-raciais", como Orlando Patterson.

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Até o governo Bush sabia que há segregação racial. Pois Gates diz que só depois de ter sido preso entendeu a extensão da segregação, problema já velho, de mais de 200 anos. Como é possível que "o principal intelectual negro dos EUA" não soubesse que há segregação racial nos EUA? Suas palavras ao ser preso, foram, precisamente: "A prisão fez-me ver o quanto os homens negros são vulneráveis, o quanto os pobres são vulneráveis às forças caprichosas de um policial estúpido." Incrível! O "principal intelectual negro dos EUA" em 2009, nunca ouviu falar de Charles Chesnutt, que já escrevia sobre segregação racial em 1905! (...) O que se passa com essa elite pós-racial de Harvard?

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Outra noite fui assistir ao show de Dick Gregory e Mort Sahl em San Francisco, a última dupla de grandes comediantes dos anos 60. Às tantas, Gregory disse que os netos estudam em tradicionais universidade negras, porque, embora viva perto de Harvard e tenha dinheiro para sustentá-los em Harvard, "nem meu cachorro entra em Harvard." Vai-se ver, sabe do que fala.

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Quando começou a moda do Poder Gay, Gates também se engajou. Em uma introdução a uma antologia de ensaios pró-gays, Gates escreveu que os gays enfrentam mais discriminação que os negros, nos EUA – afirmativa da qual discorda até Charles Blow, do serviço de estatísticas do Times, o qual, como Patterson e Gates, de Harvard, prega as soluções do "amor e linha-dura", mas só para negros. Recentemente, Blow publicou números que comprovam que na maioria dos casos de crime de ódio nos EUA, a vítima é negra; não usou os mesmos números para comprovar que na maioria dos casos de crimes de ódio nos EUA, o criminoso é homem, jovem e branco.

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E quantos gays há hoje, no corredor da morte das prisões nos EUA? Que grupo é majoritariamente cortado das listas de candidatos a empréstimos bancários – campo em que os negros têm de pagar bilhões de dólares pela equidade racial? O policial de Cambridge teria criado para dois gays brancos, os problemas que criou para Gates e seu motorista? Por que não discutir as acusações de racismo-gay feitas por Marlon Riggs, Barbara Smith e Audre Lorde? Quantos gays desarmados foram mortos por policiais? E quantos negros?

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Claro que há bolsões de homofobia entre os negros, mas em menor número do que em outras comunidades étnicas. Os negros esperam ansiosamente a aprovação da lei que permite casamento entre gays, e todos os negros deveriam empenhar-se nessa luta. Resolvido isso, talvez sobrasse algum oxigênio para que a esquerda, afinal, consiga pensar em outras lutas.

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Os gays e lésbicas brancos compararem sua luta à luta pelos direitos civis dos negros é como Gates comparar seu caso ao de Wole Soyinka. Além do mais, Barbara Smith conta que, quando tentou participar da Parada Gay do Milênio até Washington, os líderes a mandaram cair fora; estavam empenhados em mostrar aos EUA heterossexuais e brancos que "somos iguais a vocês" (brancos, pois).

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Será que o Gates de antes do final dos anos 80 ressuscitará agora, como resultado do que Toure, comentarista da MSNBC e da CNN chamou de "brado de alerta de Gates"? (É o mesmo Toure, brilhante ficcionista, que acaba de publicar um manifesto pós-racial no The New York Times Book Review, no qual chama os ativistas negros mais velhos de "esse punhado de 'Jesses'".)

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A Panopticon Review fala do "oportunismo" de Gates. Será que conseguirá não dizer o que disse depois da eleição de seu amigo, o presidente 'amor & linha-dura' Barack Obama? Gates disse que duvidava muito de que a eleição faria os negros pararem de consumir drogas e fazer filhos de mães solteiras.

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É possível que as coisas sejam mais complicadas do que golpes da tática do 'amor e linha-dura' que visam a obter patrocínios e seduzir padrinhos? Será que Gates alterará a linha conservadora pós-racial de seu blog (TheRoot.com, em http://www.theroot.com/), no portal do The Washington Post? Convidará Carl Dix e Askia Toure, que representam outras posições, tanto quanto Gates representa a posição de John McWhorter, ultra-direitista e portavoz do Manhattan Institute, além de negador da segregação racial? Continuará a dar entrevistas em programas como “Black In America” e “The Wire”, da CNN? (Como era de esperar, Anderson Cooper, da CNN, fez um carnaval, do caso Gates.) (...)

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A mídia segregada – o mesmo juri só de brancos dominando a discussão sobre raças, como sempre – deu ao policial de Cambridge o benefício da dúvida e os sindicatos de policiais o apoiaram. Os sindicatos de policiais sempre apoiam os policiais, também quando matam negros pelas costas, mesmo que estejam desarmados ou, como no caso de Papa Charlie James, em San Francisco, mesmo que seja velho e esteja deitado na própria cama. Apoiam-se uns os outros e todos juram dizer a verdade nos tribunais e todos mentem nos tribunais. (...)

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O livro Betrayal: How Black Intellectuals Have Abandoned The Ideals Of The Civil Rights Era [Traição: como os intelectuais negros abandonaram os ideias da era dos direitos civis], de Houston A. Baker Jr., critica moderadamente Gates, West e outros intelectuais públicos negros que, segundo o autor, "deixam-se envolver, em virtude de sua ideologia racial transcendente.” Betrayal foi da gráfica diretamente para as bancas de liquidação.

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O Village Voice prometeu dois artigos de Thulani Davis, romancista, dramaturgo e poeta, de crítica autêntica a Gates, que nunca apareceram. Cartas com críticas a Gates, de um de seus principais críticos em Harvard, Dr. Martin Kilson, foram censuradas.

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Kilson refere-se a Gates como "mestre da arte de escapar de qualquer compromisso intelectual." Até a professora Melissa Harris-Lacewell, mesmo quando, no blog The Nation, desafiou o ciclo de 24 horas de noticiário que descrevera Gates como "crítico nacionalista negro" (ela chamou-o de "crítico nacionalista negro recentemente surgido"; para ela, Gates é "apolítico") –, teve de conter os golpes.

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Como intelectual, o pensamento de Lacewell tem mais profundidade que todos os "líderes da intelecção negra", como a mídia branca dominante e também a mídia branca progressista descrevem os pregadores pós-modernos capazes de viradas retóricas à velocidade da luz.

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Resta saber se Gates, que se autodefine como "empreendedor intelectual", aproveitará agora seu "brado de alerta" para liderar um movimento que denuncie as disparidades raciais dentro do sistema judicial. Um sistema podre até as entranhas, no qual os brancos cometem a imensa maioria dos crimes, mas as cadeias estão superlotadas de negros e hispânicos.

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Um sistema prisional no qual tortura e estupro são rotina e no qual, em alguns estados, as condições em que vivem os presos são piores que as de Guantânamo. Os hospitais das prisões na California estão em tal estado, que foram declarados inconstitucionais, e a hospitalização naqueles hospitais foi considerada modalidade de tortura, contra a opinião do Procurador Geral Jerry Brown e de Arnold Schwarzenegger, que se alugaram aos ricos e, outro dia, estavam na televisão falando do "tratamento sério" que dispensam a esses problemas.

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Gates pode ajudar na luta para que os agentes da lei respeitem as minorias, em vez de nos chamarem de macaco e agirem como os policiais "gatilho feliz" de Marvin Gaye. Não são todos, mas são muitos. Ou Gates pode-se manter à margem. Continuar nesse comportamento negro-privado, que dorme à frente da televisão ligada, é a raiz das barreiras que se erguem contra milhões de negros norte-americanos.

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Voltará ao rigor intelectual de seu heroi W.E.B Dubois, ou continuará a agir como o tipo Charles Van Doren de intelectual negro? Mestre de cerimônias. Entertainer. (Alguém de dentro do Sistema Público de Comunicação, PBS, contou-me que a rede está pedindo que Gates comprove, com melhores provas, o que disse sobre os ancestrais de várias celebridades.)

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Gates estaria pensando em fazer um documentário sobre segregação por perfil racial. Convido-o a documentar uma reunião dos moradores da área próxima ao ghetto onde vivo, em Oakland; uma vez por mês nos reunimos com os policiais que patrulham o ghetto. (A maior parte dos nossos problemas têm a ver com os filhos de duas famílias que moram aqui. Vendem armas para vários subúrbios. Vendem armas para gangues e líderes de gangues. No quarteirão onde moro, o líder de gangue é branco. É proprietário da casa onde também vendem crack.)

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Se quiser, Gates pode trazer Bill Cosby com ele. Descobrirão que os problemas dos cidadãos nas cidades dos EUA são muito mais complexos que "avós de 35 anos que vivem nas favelas" e cantores de RAP de calças largas e cintura baixa, exibindo cuecas; e que o racismo ainda é, nos EUA, nas palavras do grande romancista John A. Williams, "força inexorável". (...)

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Se Gates trocar de personagem, se desistir do personagem de "empreendedor intelectual", se resolver assumir papel na luta contra a discriminação racial contra os negros nos EUA, contra as invasões policiais, questões que jamais deixaram de atormentar os negros e só os negros, há séculos, então, sim, se poderá dizer: "Ok, Skip; bem-vindo de volta ao lar."

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NOTAS

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[1] Ishmael Scott Reed, 1938. Poeta, ensaísta e romancista. Com Toni Morrison e Amiri Baraka, são os três mais conhecidos escritores afro-americanos de sua geração. Para saber mais, ver http://en.wikipedia.org/wiki/Ishmael_Reed


[2] Imagens em http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=Bobby+Soxers&meta=&aq=f&oq=


[3] Louis Farrakhan é o atual líder do grupo negro estadunidense "Nation of Islam", posto antes ocupado por Elijah Muhammad. Para saber mais, ver http://en.wikipedia.org/wiki/Louis_Farrakhan


[4] Para saber o que é, ver http://www.manhattan-institute.org/


Blog Vi o Mundo
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in Vermelho - 30 DE JULHO DE 2009 - 17h53
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Estudo indica que chimpanzés são capazes de apreciar música



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Uma pesquisa realizada por cientistas japoneses indica que os chimpanzés podem ter uma capacidade inata de apreciar música agradável - algo que se acreditava que fosse exclusivo dos humanos. A equipe dos pesquisadores Tasuku Sugimoto e Kazuhide Hashiya, da Universidade Kyushu, em Hakozaki, no Japão, observou as reações da chimpanzé Sakura a diferentes sons quando ela tinha entre 17 e 23 semanas de idade.


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A filhote nunca tinha sido exposta a qualquer forma de música. Durante os testes, Sakura ficou deitada em uma cama e um fio de lã foi amarrado à sua mão direita. Um sistema de som com alto-falantes foi colocado ao lado da cama, tocando melodias que duravam entre 38 segundos e 63 segundos. Toda vez que Sakura puxava o fio, o trecho de música era repetido.

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Foram feitos seis testes, um por semana, em seis semanas consecutivas, cada um durando cerca de 20 minutos. Entre os trechos de música tocados estavam composições alemãs dos séculos 17 e 18. As peças foram também alteradas com programas de computador para que ficassem dissonantes.

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Em três dos seis testes, os pesquisadores tocaram primeiro os trechos consonantes. Nos outros três, eles iniciaram o experimento com música dissonante. Nos seis testes, Sakura puxou o cordão muito mais vezes após ouvir música consonante do que quando ouviu música dissonante.


Surpresa

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O experimento foi descrito em um artigo na publicação científica Primates. "Ficamos muito surpresos com a coerência dos resultados", disse Ha.shiya.


"Ela rapidamente aprendeu a regra do mecanismo e consistentemente tocou música consonante, ao invés da dissonante, durante muito mais tempo." A descoberta pode ter implicações importantes sobre como a capacidade de apreciar música evoluiu.

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Os especialistas japoneses também acreditam que a preferência inata de chipanzés por melodias agradáveis possa ter alguma função biológica. Resta saber qual.

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Portal Terra
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in Vermelho - 30 DE JULHO DE 2009 - 18h17
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Cientistas criam estado completamente novo de matéria

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Cientistas criaram um estado de matéria completamente novo, um exótico material transparente à radiação ultravioleta.


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Cientistas alemães especializados em lasers criaram um estado de matéria completamente novo, transformando alumínio em algo "que ninguém jamais viu", um exótico material transparente à radiação ultravioleta.

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De acordo com o professor Justin Wark, do departamento de física da Universidade de Oxford, a descoberta é "quase tão surpreendente quanto descobrir que é possível transformar chumbo em ouro com a luz!".

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Eles alcançaram este milagre ao derrubar "um elétron-chave de cada átomo do alumínio", mas sem desfazer a estrutura metálica com o bombardeio a laser.

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Wark afirma que isso os ajudará a raciocinar sobre a criação de estrelas em miniatura com implosões de laser de alto poder, algo que "poderá um dia permitir a exploração do poder da fusão nuclear aqui na Terra". Ou destruir a todos nós.

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Portal Terra
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in Vermelho -
30 DE JULHO DE 2009 - 15h52
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quinta-feira, 30 de julho de 2009

I'll stand by you - The Pretenders (with lyrics)

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Music and lyrics from The Pretenders. Photos all made by myself, in Holland. I survived a copyright claim from WMG, my dispute was successful! Thanks to al the people who viewed, rated and comme...
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Music and lyrics from The Pretenders.
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Photos all made by myself, in Holland. I survived a copyright claim from WMG, my dispute was successful!
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Thanks to al the people who viewed, rated and commented my video. It means more to me than you"ll ever know. Thank you!
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Enviado por Sónia (hi5)
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I'll stand by you
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Oh, why you look so sad?
Tears are in your eyes
Come on and come to me now
Don't be ashamed to cry
Let me see you through
'cause I've seen the dark side too
When the night falls on you
You don't know what to do
Nothing you confess
Could make me love you less
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I'll stand by you
I'll stand by you
Won't let nobody hurt you
I'll stand by you
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So if you're mad, get mad
Don't hold it all inside
Come on and talk to me now
Hey, what you got to hide?
I get angry too
Well I'm a lot like you
When you're standing at the crossroads
And don't know which path to choose
Let me come along
'cause even if you're wrong
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I'll stand by you
I'll stand by you
Won't let nobody hurt you
I'll stand by you
Take me in, into your darkest hour
And I'll never desert you
I'll stand by you
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And when...
When the night falls on you, baby
You're feeling all alone
You won't be on your own
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I'll stand by you
I'll stand by you
Won't let nobody hurt you
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I'll stand by you
Take me in, into your darkest hour
And I'll never desert you
I'll stand by you
I'll stand by you
Won't let nobody hurt you
I'll stand by you
Won't let nobody hurt you
I'll stand by you
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As Sete Mulheres do Minho - Zeca Afonso


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batarda

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Enviado por Sónia (hi5)
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Dido - White Flag (Live @ TOTP)


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isntitironicTOTP
Dido performing 'White Flag' live at Top of the Pops, broadcast in September 2003.
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Enviado por Sónia (hi5)
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Antonio Variacões - E P'Ra Amanha


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MASMP


Antonio Variacoes - E P'Ra Amanha
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É p'ra amanha
Bem podias fazer hoje
Porque amanha sei que voltas a adiar
E tu bem sabes como o tempo foge
Mas nada fazes para o agarrar
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Foi mais um dia e tu nada fizeste
Um dia a mais tu pensas que nao faz mal
Vem outro dia e tudo se repete
E vais deixando ficar tudo igual
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É p'ra amanha
Bem podias viver hoje
Porque amanha quem sabe se vais ca estar
Ai tu bem sabes como a vida foge
Mesmo que penses que esta p'ra durar
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Foi mais um dia e tu nada viveste
Deixas passar os dias sempre iguais
Quando pensares no tempo que perdeste
Entao tu queres mas é tarde demais
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É p'ra amanha
Deixa la nao facas hoje
Porque amanha tudo se ha-de arranjar
Ai tu bem sabes que o trabalho foge
Mesmo de quem diz que quer trabalhar
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Eu sei que tu andas a procurar
Esse lugar que acerte bem contigo
Do que aparece nao consegues gostar
E do que gostas ja esta preenchido
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Enviado por Sónia (hi5)
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Ficheiros Secretos da Descolonização de Angola


* Rui Santos - Luanda

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Carissimos

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Ao fim de 34 anos virem agora pessoal falar de coisas que aconteceram num período conturbado e de guerra é "dose"...

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Estive vai não vai para simplesmente "ignorar" este mail mas depois de ler um comentário no site desafiando-me decidi responder...

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1- Ataca-se o MPLA e esquecem-se que o MPLA em 1975 estava apenas em Luanda e num raio máximo de 200 kms à volta de Luanda onde até 11 de Nov CO EXISTIA com o exército Português, que técnicamente era quem mandava mas que há muito se tinha retirado do seu papel de "força dominante"

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O Norte estava ocupado pela FNLA associda a um conjunto de mercenários ligadas ao Zaire e Mobutu

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O Sul estava ocupado pela UNITA e Africa do Sul ...

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ONDE ESTÁ A JUSTIçA ??? MPLA em Luanda, ocupando menos de 1/10 do terrítorio, TINHA que cumprir as leis Portuguesas !!!! E Fnla/Zaire e a Unita/Africa do Sul PODIAM ENTRAR POR ANGOLA DENTRO invadindo PORTUGAL sem que ninguém faça reparo nisso... Porque é que a senhora não faz um livro sobre isto ??

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2- Durante o período conturbado de 1974/75 houve muitos casos de pessoas que "desapareceram"... A maior parte dos casos estavam associados às chamadas BJR ( FNLA ) que faziam desaparecer pessoas com base na tribo, na raça ou no tipo de partido que alinhavam.

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Nunca ouvi falar em casos desses no MPLA excepto quando "encontravam pessoas que declaradamente eram da FNLA" ... Mesmo nestes casos as pessoas eram normalmente "presas formalmente"

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3- Eu pessoalmente, que sou angolano branco, estava à porta de um farmácia às 19 horas e numa altura em que a guerra entre os partidos era generalizada... Tinha-me esquecido do BI e fui levado para uma delegação do MPLA... Devido aos boatos que circulavam eu pensei que tinha chegado o meu dia... MAS NÃO ... Fui identificado num comité do MPLA e libertado logo a seguir com uma recomendação para nunca andar sem documentos... Nos locais onde passamos podia ter sido simplesmente morto sem qualquer consequências para o soldado do MPLA que me estava a levar... Eu cheguei a dizer a esse soldado que "se o camarada quer o meu carro e o dinheiro não precisa de me matar"... Ele ficou super ofendido por eu ter feito esse reparo e disse que as ordens que tinha eram de "levar todos os suspeitos para o comité piloto"..

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Em momento algum eu reagi, fui mal educado, insultei ou fiquei nervoso apesar de estar cagado de medo... Tive sorte ?? Não sei...

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4- É bem possível que no processo de confusão que se instaurou em Angola nesse período tivesse havido alguns abusos, mesmo do MPLA, EU JÁ AFIRMEI ISSO AQUI....Casos de vingança por coisas que pessoas possam ter feito em 1961, casos de invejas... Etc... É bem possivel...

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5- Faça-se uma estatistica... haviam em Angola cerca de 500.000 portugueses ou angolanos portugueses que bazaram ... São relatados aqui 250 casos atribuidos ao MPLA... TODOS DOCUMENTADOS...

ADMITINDO QUE SEJAM verdade, apenas posso dizer que é uma % muito baixa para a "confusão e falta de controlo que se estabeleceu nesse período".. No Congo foram milhares de mortos... No Rwanda foram milhões... Entre 1961 e 1964 os portugueses limparam o cebo a uns milhares também... Portanto, no meio da confusão que houve não se pode dizer que tenha sido mau...

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6- Comentando alguns comentarios aqui feitos

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a)- O seu pai consta dessa lista, tal como outras pessoas com quem falou para escrever este livro.

....absurdas. Não estou a dizer que são todos inocentes. Mas o ambiente era de repressão e qualquer coisa servia para atingir os fins políticos.....

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R: Faço um reparo ... Em momento de guerra criam-se regimes de excepção... Esta pessoa concorda que "não estou a dizer que são todos inocentes"...

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Ao fazer esta afirmação está apenas a alinhar com o "COMPORTAMENTO HUMANO E DOS PAÍSES QUANDO HÁ SITUAÇÃO DE EXCEPÇÃO"... Se o MPLA manteve pessoas presas depois da independência é preciso conhecer os processos... Que eu saiba todos os presos tinham processos .. Podiam até ser "errados ou pelas razões erradas" MAS TODOS tinham processos... ( ao contrário da BJR e Unita que simplesmente fazia as pessoas desaparecerem...).. O que o MPLA terá feito não é de todo diferente do que PORTUGAL FEZ ENTRE 1961 e 1964 ... Em caso de duvida prende ... Depois logo se vê ...

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Se no processo meia duzia de inocentes estiverem no rolo, azar dessas pessoas... MAS É ASSIM QUE FUNCIONAM TODOS OS PAÍSES ... VEJA-SE o que aconteceu nos States depois do 11 de Setembro ...

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b)- Essas prisões eram ilegais, clandestinas...

Claro. O que quer dizer que Portugal entregou Angola ao MPLA muito mais cedo do que se pensava. Cerca de meio ano antes.

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R: Porquê ?? Porque é que a senhora não fala do Sul invadido pelos Sul Africanos e do Norte invadido pelo Zaire... ACREDITAM mesmo que o Sul Africanos e os Zairenses iam levar as pessoas que detinham a Lisboa ??? Tenham dó !!!!

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C)- O próprio MNE admitiu, em 1977, segundo os documentos que pública, que o MPLA prendeu portugueses antes da independência?

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R: Exactamente.... O MPLA, OS SUL AFRICANOS E OS ZAIRENSES !!!! Amigos meus foram liquidados pelos sul africanos estando desarmados e simplesmente porque estavam na estrada quando os sul africanos iam a passar ... Porque é que SÓ FALAM do MPLA !!! A culpa, a existir algum, é dos portugueses que SE PUZERAM DE FORA DO PROCESSO E ABANDONARAM AS SUAS RESPONSABILIDADES ....

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d)- O que é que lhe disse?

“O teu pai desapareceu.” Desapareceu!? “O teu pai desapareceu!” E eu dei a interpretação de uma miúda de 17 anos: desapareceu? Como? O que é que isso quer dizer?

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R: Volto a repetir... Seria preciso saber a história do desaparecimento... Como, quem o levou ? Confirma-se se foi o MPLA ?? SE sim TEVE PROCESSO quase de certeza... E no processo devem constar as acusações sejam elas mais ou menos legitimas..É preciso ver que nessa altura estava-se em regime de excepção... Lembram-se da anedota do "morra Salazar" ... É mais ou menos isso... Nessa altura, bastava dizer ou reagir de alguma forma interpretada como "inimigo" para se ter problemas..

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e)- Teve irmãos e a sua mãe para a ajudarem a fazer essa interpretação?

...cor do MPLA. ...

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R: Que eu saiba nunca o MPLA fez desaparecer pessoas que não fôssem da "sua côr"... Estavam lixados .. .Existiam na data cerca de 11 milhões de Angolanos... O MPLA apenas tinha 50.000 membros... Que tivesse mais 120.000 soldados ( que não sendo do MPLA se podiam consideram como tal por serem das FAPLA ) façam as contas...

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f)- É verdade que a maioria dos presos era acusada de pertencer à UNITA ou à FNLA ou de manter contactos com os seus dirigentes?

Foi o que conclui da documentação que consultei.

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R: CONCLUIU !!!! Disse bem, É UMA CONCLUSÃO SUA .......

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g)- O que a leva a crer que tivesse sido raptado?

Pelo que descobri nos arquivos, as pessoas eram raptadas porque lhes cobiçavam o carro, os bens, ou porque não eram da cor política. Por variadíssimas razões. Acho que quiseram correr com os brancos de Angola que estavam lá radicados há mais tempo.

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A: Como disse antes... É possível que tivessem havido alguns abusos MAS essa não era a generalidade... De notar que as casas que ficaram abandonadas ESTIVERAM pelo menos até 1976 na sua maior parte desocupadas e o Governo teve que criar a Secretaria de EStado da HAbitação para "começar a atribuir e arrendar essas casas depois de confiscadas" ... Os contratos que na altura o SEH faziam eram "contratos provisório" e isso estava claramente estipulado no contrato.

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h)-Acredita que no caso dele foi por lhe cobiçarem os bens?

Não sei. Houve casos tão absurdos que qualquer coisa pode ter servido de pretexto.

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R:... Ela que diga por mail para mim pessoalmente ... Nome e empresa a que pertencia e a forma como despareceu "penso que pela forma" posso identificar quem pode ter feito... A forma de actuação do MPLA, BJR E Unita era totalmente distinta... Podem estar a atribuir ao MPLA uma coisa que este não fez.... As pessoas que o MPLA prendia tinham processos organizados... .

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i)- Faz ideia sobre como é que ele terá morrido?

Há a hipótese de ter sido fuzilado, como foram outros portugueses, nomeadamente, durante o 27 de Maio de 1977. As prisões em Angola, não tinham a lista dos que entravam, só dos que saiam. E isso vem reconhecido por um diplomata português, num telegrama. Não sabemos quantos ficaram pelo caminho...

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R: Fazer uma afirmação destas é mesmo uma posição sectária inaceitável ... Porque é que ela não veio a Angola ? Até a porcaria dos mercenários tiveram processos organizados e julgados ...

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j)-Como é que foram tratados estes prisioneiros?

Está aí tudo no livro. Eu acho que eles eram tratados pior que animais. Passavam fome, frio, não tinham sol, sofriam torturas inenarráveis. Não havia médicos, muitos morreram. Acusados sem julgamento. Este é o pedaço da nossa História Contemporânea que falta contar. O que se passou foi escandaloso.

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R: Nessa altura e depois das invasões sul africanas e zairenses e com o recomenço das agressoes sul africanas NÃO HAVIA COMIDA NEM MEDICOS para os civis normais quanto mais para os presos ...

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Ela tem razão quando afirma que passavam fome ( acredito...)

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frio ..( não acredito porque em Angola mesmo no do frio as temperaturas nunca são superiores a 18/20 graus, excepto no Lubango e alguns outros pontos de Angola onde não há cadeias...) ..

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Torturas inerranáveis... Sinceramente não acredito ... A unica altura em que Angola terá utilizado esses métodos foram entre 1961 e 1966 por Portugal e 1977 logo após o golpe de EStado pelo MPLA ... Tirando isso não acredito que tivessem havido torturas.

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Não haver médicos ... Isso é verdade ... Não havia mesmo nem para os civis soltos quanto mais para os presos...

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l)-O livro fala de ligações da polícia portuguesa e das Forças Armadas portuguesas com o MPLA. Qual era o interesse?

Achavam talvez que fosse legitimo que o MPLA tivesse o poder. Mas, de facto, Portugal assinou acordos com os três movimentos. E quem fazia parte dos outros movimentos não podia ter sido marginalizado.

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R: O MPLA apenas reagiu ao que foi "permitido per Portugal" ... De notar que logo a seguir aos acordos Portugal permitiu a "invasão do exercito zairense a pretexto de serem os soldados da FNLA"... DE notar também que cerca de 75% do exercito portugues em Angola já ERA de origem Angolana... A maior parte desses 75% viram-se mais no MPLA do que em qualquer outro ( o que aliás fazia todo o sentido porque no MPLA estavam muitos intelectuais angolanos e mesmo portugueses ...) ... A MENOS que eu veja uma prova escrita NÃO ACREDITO em nenhum acordo secreto sobre o assunto para deixarem Angola ao MPLA...

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m)-Conte-me o que descobriu sobre os movimentos clandestinos dos partidos políticos angolanos antes da Independência?

O que mais me chocou foi a Polícia Judiciária, muitos meses antes da independência, ter agentes seus a trabalhar com seguranças do MPLA – o que legitimava as prisões. E outra das coisas que me impressionou, foi saber que a PJ – que não tem nada a ver com esta de cá – era quem seleccionava os presos portugueses que eles deixavam embarcar.

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R: Está a dar-me razão... Primeiro ... Processos... Se por acaso houvesse prisões havia processos porque a PJ tinha toda a burocracia portuguesa ... Segundo ... Da mesma forma que o Exercito português já era em grande parte constituido por "angolanos" o mesmo acontecia à PJ ... Naqueles dias de confusão e ter que haver uma escolha tanto os Policias como os membros do exército viam-se no MPLA ...

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n)- O MPLA apresentou diversos presos como criminosos que fariam oposição ao processo de descolonização e de Independência de Angola. Fez-se propaganda com eles?

Fez-se: o MPLA deu uma conferência de imprensa, quatro dias após a independência, exibindo-os como mercenários. Não era verdade para todos. O próprio MPLA reconheceu que os aprisionara e não os tinha entregue às autoridades portuguesas, que era o que lhe competia.

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Nenhum deles nunca foi julgado, pois não?

Não, nenhum.

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R: NUNCA OUVI FALAR EM TAL CONFERÊNCIA de imprensa !!!! Gostava de ver os documentos ...

o)-Qual foi a história que conta no livro que mais a impressionou?

A da médica, porque ela desmentiu um boato: a imprensa do MPLA publicou uma notícia a dizer que tinham sido encontrados órgãos humanos numa das delegações da FNLA. Isso era mentira, porque tinham roubado esses órgãos do teatro anatómico da maternidade de Luanda, onde essa médica trabalhava. Foi ela que desmentiu o boato contra a FNLA. E isso levou a que a tivessem raptado. Ela é uma das desaparecidas. É preciso explicar o porquê.

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R: A Sra está a misturar alhos com bugalhos... Se quer contar a história do Pai porque via buscar o 27 de Maio e este tipo de coisas..

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Sobre este assunto dos orgãos encontrados nas delegações da FNLA... Existem mil histórias... Existem inclusivé até musicas que falam sobre isso...

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Esta história é APENAS MAIS UMA !!!

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p)-O JORNALISTA GEORGES LECOFF TESTEMUNHA O SOFRIMENTO DAS FAMÍLIAS DOS PRESOS

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'Dia 9 de Novembro de 1975. Era um domingo de fim de Primavera, e o jornalista Georges Lecoff dava uma volta por Luanda. Foi à fortaleza de São Miguel, ainda com sinais da presença de alguns funcionários e tropas portugueses que «há várias semanas» tinham a impressão de que já não faziam «nada» em Angola. Foi então que assistiu à presença de várias mulheres que choravam, pedindo aos militares portugueses para salvarem das prisões do MPLA «um pai, um marido ou um filho, sem nada conseguirem, além de boas palavras». O jornalista lembrava-se de que «algumas dezenas» de portugueses tinham sido encarcerados «sem que o exército português tivesse interferido»

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R: Em períodos de confusao podem acontecer muitas coisas... Não acredito que tenha havido coisas deliberadas do MPLA contra portugueses... Podem ter havido algumas vinganças, com aconteceu em 1977, podem ter havido alguns abusos MAS de forma alguma podemos GENERALIZAR....

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q)-UMA MÉDICA ENTRE OS VIVOS E OS MORTOS

'«(...) A minha mãe tinha estado a trabalhar na maternidade até às quatro ou cinco da manhã. Por isso, quando lhe foram bater à porta, ela veio abri-la em pijama. Eu só acordei quando ouvi o barulho da discussão. Venho à porta e vejo três negros à civil, a discutir com ela. Durou uns dois minutos. Estavam no patamar das escadas do prédio. Diziam: ‘A senhora vem, vem… já lhe disse que vem!’ Agarraram nela e levaram-na. Eu tinha 13 anos, não tive capacidade de reacção. Tenho o filme na minha cabeça. A minha mãe foi raptada, sem nenhuma dúvida. Agarraram nela, levaram--na, de camisa de noite e robe. Nem sequer a deixaram vestir-se. Meteram-na num jipe e foram embora. Agarraram-na e levaram-na. Foi assim…»' (...) '«O que nos foi dito é que terá sido levada para a Praça de Touros, em Luanda, e morta dois ou três dias depois de raptada.»'

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R: Os unicos mortos que alguma vez ouvi falar na Praça de Touros foram alguns soldados das FAPLA/MPLA que terão sido "condenados numa coisa que nas revoluções se chama tribunal popular" por terem morto uma ou duas familias de civis ( não sei se eram portugueses ou não... ) para roubarem coisas... Nunca ouvi falar em mais nenhum caso deste tipo na Praça de Touros ...

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r)-LUÍS GUERREIRA PEREIRA, DETIDO EM FINAIS DE JULHO DE 1975

'«Sofri muito no dia seguinte. Bateram--me bastante, torturaram-me diversas vezes. Fisicamente, três ou quatro vezes, mas psicologicamente muitas. A partir daí a minha detenção foi muito acidentada, porque eu não sabia o que me iam fazer a seguir. Levaram-me para quatro ou cinco sítios diferentes. Tiravam-me o adesivo dos olhos e o capuz, e de repente eu estava numa casa de banho. Nunca via o exterior. Na mesma época passei por quinze ou dezasseis, para não exagerar, cubículos diferentes: pequenas áreas, cozinhas, casas de banho… Levaram-me para a Praça de Touros, em Luanda, poucos dias depois, para ser abatido e enterrado. Eu ouvira dizer na FNLA que eles matavam ali as pessoas e enterravam-nas na arena. Lembro-me de estar lá, com as mãos amarradas atrás das costas, com adesivo nos olhos e um saco na cabeça. No corredor de acesso à arena, encostaram-me à parede e a caliça saltava e picava com os disparos que eles faziam à volta do meu corpo. Aquilo foi encenado, eu não era para ser fuzilado. Mas só vim a sabê-lo depois. Fiquei lá umas duas horas.»'

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R: Este senhor nas suas alegações está a DIZER PORQUE FOI PRESO... sic..." eu ouvira dizer na FNLA..."

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Portanto era alguém que, de alguma forma, foi connectado à FNLA... Ao não ser simplesmente fusilado ( coisa que a FNLA-BJR fazia precisamente para criar o clima de terror...) o MPLA deve ter considerado que o caso deste senhor não era "grave".

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s)- OS PRESOS TINHAM CONDIÇÕES 'RAZOÁVEIS', SEGUNDO O REPRESENTANTE DO MNE

Em Dezembro de 1975, informou Lisboa da presença «no Campo da Sapu de quinze presos acusados envolvimento FNLA antes independência». Dizia o representante português que as suas condições eram «razoáveis». «Alguns vêm trabalhar cidade, outros trabalham próprio campo. Não têm sido maltratados. Dizem não recear julgamento pois muitas acusações feitas seriam fantasia. Alimentação é muito fraca (...). Principal queixa que têm é incerteza sua situação: desde há três semanas que lhes dizem quase diariamente que vão ser libertados, o que não se verificou até agora.»'

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R: Eu não posso concordar com esta afirmação... Provávelmente fizeram uma "encenação" para o MNE ver ..

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É um facto que as cadeias angolanas ( e isto é herança do tempo colonial...) SÃO cadeias formativas/correctivas e não punitivas... Os presos têm processo, ficam nas cadeias centrais até julgamento e depois vão para os campos de "trabalho" ... DE qualquer forma NESSA ALTURA NãO havia comida nem grandes condições médicas nem para os civis... Portanto o MNE deve ter visto um cenário "montado para inglês" ver...

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T)-HOMEM DISCRETO E EMPRESÁRIO

Em 1928, aos 18 anos, João Cândido Figueiredo (na foto ao lado) partiu para Angola. Tornou-se empresário em Luanda. Era um homem discreto que não falava de política. Desapareceu em Julho, o mês mais crítico de 1975. A família, que já tinha fugido para Portugal, nunca mais ouviu a sua voz; nunca mais o viu. Seguiu-se um calvário indescritível para desvendar o seu estranho desaparecimento. A sua mulher meteu cunhas a ministros, chegou à fala com Melo Antunes, mas foi tudo em vão.

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R: Este deve ser o tal pai da sra que faz a entrevista... Como digo acima ... Se disser quem era, que empresa tinha, em que bairro era a empresa e a casa dela e se possível a forma como "desapareceu" pode-se tentar "adivinhar" que movimento o terá prendido.. OS métodos de actuação eram totalmente distintos...

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in PortugalClub

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Correio da Manhã

26 Julho 2009 - 00h00

Entrevista a Leonor Figueiredo e Pré-publicação do seu livro "Ficheiros Secretos da Descolonização de Angola"

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