Discurso de Lula da Silva (excerto)

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segunda-feira, 1 de março de 2010

Fado Hilario-Augusto Hilario


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PortuguesFado


 
O seu nome é bem conhecido de todos aqueles que apreciam o Fado de Coimbra e mesmo daqueles que preferem a canção de Lisboa, pois ficou imortalizado no célebre Fado Hilário que até Amália gravou. Mas não serão muitos aqueles que identificarão o Fado Hilário com uma pessoa que existiu realmente.
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Nascido em Viseu em 1864 e falecido prematuramente em 1896, Augusto Hilário foi o cantor que deu ao fado de Coimbra a forma-base que ainda hoje se mantém, o primeiro estilista do género. Estudante de medicina, actor, cultor da boémia e do romance, acompanhava-se à guitarra e escrevia os seus próprios poemas, embora musicasse igualmente contemporâneos seus como Guerra Junqueiro, António Nobre, João de Deus ou Teixeira de Pascoaes.
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Senhor de uma linda voz, de barítono, segundo uns, de tenor, segundo outros, as suas aparições em público eram sempre aclamadas. Fala-se de uma homenagem ao poeta João de Deus, no Teatro D. Maria de Lisboa, em 1895, na qual Hilário cantou o Fado Serenata do Hylário.
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O jornal O Primeiro de Janeiro recorda assim: " O Hylário, o querido boémio das serenatas alegres e doidejantes, improvisou durante o sarau esta quadra (...) e seguidamente ajoelhou e atirou (...) a sua mágica guitarra que ainda vibrava (...). Os espectadores pediram mais trovas".
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Infelizmente, da sua arte restam apenas as canções que deixou escritas e que outros gravariam mais tarde. Tendo vivido antes da expansão das artes do registo fonográfico, Hilário nunca gravou, embora se fale de um cilindro Edison que teria sido gravado com a sua voz em 1894 mas que não chegou aos nossos dias.
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Fado

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Nota: Para outros significados de Fado, ver Fado (desambiguação).


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O fado de Coimbra

Muito ligado às tradições académicas da respectiva Universidade, o fado de Coimbra é exclusivamente cantado por homens e tanto os cantores como os músicos usam o traje académico: calças e batina pretas, cobertas por capa de fazenda de lã igualmente preta. Canta-se à noite, quase às escuras, em praças ou ruas da cidade. Os locais mais típicos são as escadarias do Mosteiro de Santa Cruz e da Sé Velha. Também é tradicional organizar serenatas, em que se canta junto à janela da casa da dama que se pretende conquistar.
O fado de Coimbra é acompanhado igualmente por uma guitarra portuguesa e uma guitarra clássica (também aqui chamada "viola"). No entanto, a afinação e a sonoridade da guitarra portuguesa são, em Coimbra, diferentes das do fado de Lisboa na medida em que as cordas são afinadas um tom abaixo, e a técnica de execução é diferente por forma a projectar o som do instrumento nos espaços exteriores, que são o palco privilegiado deste Fado. Também a guitarra clássica se deve afinar um tom abaixo. Esta afinação pretende transmitir à música uma sonoridade mais soturna, relativamente ao Fado de Lisboa.
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Temas mais glosados: os amores estudantis, o amor pela cidade, e outros temas relacionados com a condição humana. Dos cantores ditos "clássicos", destaques para Augusto Hilário, António Menano, Edmundo Bettencourt.
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No entanto, nos anos 1950 do Século XX iniciou-se um movimento que levou os novos cantores de Coimbra a adoptar a balada e o folclore. Começaram igualmente a cantar grandes poetas, clássicos e contemporâneos, como forma de resistência à ditadura de Salazar. Neste movimento destacaram-se nomes como Adriano Correia de Oliveira e José Afonso (Zeca Afonso), que tiveram um papel preponderante na autêntica revolução operada desde então na Música Popular Portuguesa.
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No que respeita à guitarra portuguesa, Artur Paredes revolucionou a afinação e a forma de acompanhamento do fado de Coimbra, associando o seu nome aos cantores mais progressistas e inovadores. (Artur Paredes foi pai de Carlos Paredes, que o seguiu e que ampliou de tal forma a versatilidade da guitarra portuguesa que a tornou um instrumento conhecido em todo o mundo.)
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Fado Hilário, Do Choupal até à Lapa, Balada da Despedida do 6º Ano Médico de 1958 ("Coimbra tem mais encanto, na hora da despedida", os primeiros versos, são mais conhecidos do que o título), O meu menino é d’oiro, Samaritana – são alguns dos mais conhecidos fados de Coimbra.
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Curiosamente, não é um fado de Coimbra, mas uma canção, o mais conhecido tema falando daquela cidade: Coimbra é uma lição, que teve um êxito assinalável em todo o mundo com títulos como Avril au Portugal ou April in Portugal.
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