Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Emir Sader: Política e religião


Geral

Vermelho - 12 de Janeiro de 2010 - 14h29

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Uma das mais importantes conquistas democráticas no mundo contemporâneo é a separação entre religião e política. Não é que não tenham nada a ver, mas as relações políticas, sociais, cívicas, não podem ser orientadas pelas opções religiosas. Os Estados democráticos são Estados laicos.

Por Emir Sader
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Todos devemos ser iguais diante das leis, sem influência de nossas opções individuais – religiosas, sexuais, de diferenças étnicas, etc. Somos diversos nas nossas opções de vida, mas devemos ser iguais nos nossos direitos como cidadãos.
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Os Estados religiosos – sejam islâmicos, sionistas ou outros – fazem das diferenças religiosas elementos de discriminação política. Xiitas e sunitas têm direitos distintos, conforme a tendência dominante em países islâmicos. Judeus e árabes são pessoas com direitos totalmente distin.tos em Israel. Para dar apenas alguns dos exemplos mais conhecidos.

Um Estado democrático, republicano, é um Estado laico e não religioso, nem étnico. Que não estabelece diferenças nos direitos pelas opções privadas das pessoas. Ao contrário, garante os direitos às opções privadas das pessoas. Nestas deve haver a maior liberdade, com o limite de que não deve prejudicar a liberdade dos outros de fazerem suas opções individuais e coletivas.
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Por razões de sua religião, pessoas podem optar por não fazer aborto, por não se divorciar, por não ter relações sexuais senão para reprodução, por não se casar com pessoas do seu mesmo sexo. São opções individuais, que devem ser respeitadas, por mais que achemos equivocadas e as combatamos na luta de idéias. Mas nenhuma religião pode querer impor suas concepções aos outros – sejam de outras religiões ou humanistas.
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A educação pública deve ser laica, respeitando as diferenças étnicas, religiosas, sexuais, de todos. Os que querem ter educação religiosa, devem tê-la em escolas religiosas, conforme o seu credo. Os recursos públicos devem ser destinados para as escolas públicas.
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Da mesma forma a saúde pública deve atender a todos, conforme suas opções individuais, sem prejudicar os direitos dos outros.
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A Teologia da Libertação é um importante meio de despertar consciência social nos religiosos, como alternativa à visão tradicional, que favorece a resignação (esta vida como “vale de lágrimas”, o sofrimento como via de salvação). Mas não pode tentar impor visões religiosas a toda a sociedade que, democrática, não opta por nenhuma religião. Os religiosos devem orientar seus fieis, conforme suas crenças, mas não devem tentar impor aos outros suas crenças.
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Religião e política são coisas diferentes. A opção religiosa ou humanista é uma opção individual, da mesma forma que as identidades sexuais, as origens étnicas ou outras dessa ordem.
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Misturar religião com política, ter Estados religiosos – Irã, Israel, Vaticano, como exemplos – desemboca em visões ditatoriais, até mesmo totalitárias. Na democracia, os direitos individuais e coletivos devem ser garantidos para todos, igualmente. Ninguém deve ter mais direitos ou ser discriminado por suas opções individuais ou coletivas, desde que não prejudique os direitos dos outros.
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Que possamos ser diversos, desde que não prejudiquemos aos outros. Iguais, nos direitos e nas possibilidades de ser diferentes. Diferentes sim, desiguais, não.
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Fonte: Agencia Carta Maior

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  • Ditadura do Estado, ditadura da religião.

    13/01/2010 12h49 É inegável que em toda a historia, quem determina a religião predominante e o Estado, mas sabemos que ate mesmo o Estado muda suas posições, quando percebe que as massas estão tendenciosas a outras crenças. Um grande exemplo foi Roma, que ao perceber o grande crescimento do cristianismo, mudou do politeísmo para o cristianismo, como crença oficial do estado. Isso só reforça que construir um estado laico, e uma tarefa difícil.
    Anderson Lima de Moraes
    São Paulo - SP
  • para ser salvo

    13/01/2010 10h27 Se você quizer ser salvo tem que lamber o cão da igreja. Toda noite orava a DEUS senão eria castigado. Orava o pai nosso. Até que um dia resolvi prestar atenção nessa oração que diz: Perdoe nossos pecados e ai conclui que o homem é o unico produto que pede perdão ao fabricante por ser fabricado errado. que engraçado. Se isso tudo for verdade DEUS DEVE SER BURRO
    Marcos Benith Zinani
    São Paulo - SP
  • Religião e política não se misturam?

    13/01/2010 9h53 "Uma das mais importantes conquistas democráticas no mundo contemporâneo é a separação entre religião e política." Antes fosse. A conquista - que ocorreu e se mantém em alguns países - é a separação entre religião e Estado. Religião sempre teve cunho político e não há como não tê-lo. No mais, artigo bom e útil.
    Carlos Pompe
    Brasília - DF
  • Religião e política não se misturam?

    13/01/2010 9h53 "Uma das mais importantes conquistas democráticas no mundo contemporâneo é a separação entre religião e política." Antes fosse. A conquista - que ocorreu e se mantém em alguns países - é a separação entre religião e Estado. Religião sempre teve cunho político e não há como não tê-lo. No mais, artigo bom e útil.
    Carlos Pompe
    Brasília - DF
  • Estado e religião

    12/01/2010 14h54
    O PNDH3 sugere que em organizações do Estado não devem existir símbolos religiosos. Perfeito. Não é porque a maioria da população é , ou se diz, católica, que os órgãos da administração pública devem conter símbolos da religião predominante. O catolicismo no Brasil, que nos anos 60 representava algo em trono de 95% da população, hoje está em torno de 65%. A religião, por outro lado, deve ser praticada em locais apropriados, igrejas, sinagogas, mesquitas, terreiros, templos, etc.. Os órgãos da administração pública não são locais de manifestação religiosa.
    Ricardo Oliveira
    Rio de Janeiro - RJ
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