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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Diretor do YouTube afirma que rival é a TV e não outros sites


 

Mídia

Vermelho - 2 de Janeiro de 2010 - 15h01

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O YouTube, o site de vídeos da Google, é cerca de 10 vezes mais popular que seu concorrente mais próximo. Mas Hunter Walk ainda acha que o site está em desvantagem. Para Walk, diretor de gestão de produtos do YouTube, a competição não é com outros websites, mas com a TV. "Nosso usuário médio passa 15 minutos por dia no site", ele disse. "Eles passam cerca de cinco horas na frente da televisão. As pessoas dizem 'O YouTube é tão grande', mas eu realmente vejo que ainda podemos melhorar."

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Para esse fim, Walk lidera uma equipe com cerca de 12 engenheiros, designers e gerentes de projeto que estão aperfeiçoando o YouTube para dar aos usuários o que eles querem, mesmo quando não têm muita certeza do que isso seja. O objetivo é fazê-los passar alguns minutos a mais no site todo dia.
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É mais fácil falar do que fazer. O YouTube não divulga o tamanho de sua biblioteca de vídeos, mas a companhia afirma que cerca de 20 horas de vídeo são carregadas no site a cada minuto. Isso é o equivalente a mais de 100 mil filmes inteiros carregados toda semana. Com centenas de milhões de clipes para escolher, o desafio que a equipe de Walk enfrenta é descobrir como selecionar cinco, 10 ou 20 deles que um usuário mais gostaria de assistir.
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Youtube ainda dá prejuízo
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A recompensa pode ser grande. Executivos da Google disseram que o YouTube ainda está perdendo dinheiro, mas a caminho de se tornar rentável. Fazer com que os usuários passem mais tempo no site iria ajudá-lo a atingir esse objetivo mais rápido, por meio da venda de anúncios. Isso também faria com que o site estendesse seu domínio, sustentando sua posição em relação a sites como Hulu, que estão atraindo um número crescente de usuários com filmes e programas de televisão na íntegra.
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E isso também ajudaria o YouTube a acompanhar outros concorrentes, incluindo ferramentas de busca de vídeo como Truveo e Blinkx, ou sites como Clicker.com, que se especializa na recomendação de vídeos profissionais criados online.
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Depois que o Blinkx acrescentou à sua ferramenta de busca uma melhor análise do conteúdo visual dos vídeos no início de 2009, por exemplo, o número médio de clipes assistidos pelos usuários pulou de 2,5 para quase cinco, disse Suranga Chandratillake, fundador e chefe-executivo do Blinkx.
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Para o YouTube, parte do desafio é lidar com as buscas das pessoas. Em novembro, os americanos digitaram cerca de 3,8 bilhões de palavras de busca no YouTube, mais do que em qualquer outra ferramenta de busca que não o Google, segundo a comScore, uma firma de pesquisa de mercado. Enquanto as buscas no Google tendem a ser bastante específicas, os usuários muitas vezes vão ao YouTube com pedidos vagos como "vídeos engraçados".
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Descoberta

Mas, talvez, mais importante que isso sejam as artimanhas de que o YouTube necessita para conseguir o que os técnicos chamam de descoberta. Essa é a arte de sugerir vídeos que os usuários possam querer assistir com base no que eles assistiram anteriormente, ou no que outros com gostos similares gostaram. O esforço exige o domínio de técnicas de exploração de dados similares às usadas por Netflix e Amazon para fazer recomendações de filme ou livro.
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"Não acho que o problema do YouTube seja diferente do problema do Netflix ou da Amazon", disse Christopher T. Volinsky, diretor-executivo de pesquisa estatística da AT&T Labs Research. Volinsky recentemente ajudou a liderar uma equipe que ganhou um prêmio de US$ 1 milhão, promovido pelo Netflix para melhorar a ferramenta de recomendações do site em 10%.
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O fato de que ele e sua equipe de ponta de cientistas da computação levaram três anos para realizar uma melhoria modesta no Netflix, que possui cerca de 70 mil títulos, ilustra a complexidade da tarefa, Volinsky afirma.
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O trabalho do YouTube nessas áreas é em grande parte escondido dos usuários e envolve dezenas de pequenos e grandes ajustes que a equipe de Walk realiza todo mês. Recentemente, por exemplo, o grupo começou a lidar com o que chama de exaustão de tópico. Por mais que os usuários gostem de assistir, digamos, aos destaques de Shaquille O'Neal, inevitavelmente chegará uma hora em que eles vão se cansar disso.
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Assim, embora o YouTube costumasse sugerir mais sobre o mesmo tópico aos usuários que assistiam a um certo vídeo, o site passou a delicadamente empurrá-los para outros tópicos relacionados. O vídeo de Shaquille O'Neal pode resultar em sugestões como os destaques de Kobe Bryant, clipes da NBA ou mesmo tópicos mais distantes, como estrelas do esporte que aparecem em filmes.
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"Se nosso palpite for equivocado, é possível que você deixe o site antes", disse Jamie Davidson, 25, gerente associado de produto da equipe de Walk. "Mas se acertamos, talvez façamos você assistir a outros 10 vídeos. Isso é muito difícil."
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Mapas conceituais
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As técnicas envolvem a criação de vastos gráficos, que Davidson chama de mapas conceituais, com conceitos relacionados como Shaquille O'Neal, NBA e Kobe Bryant, nos quais a proximidade de dois nós indica a similaridade de dois tópicos. A ferramenta de recomendações do YouTube utiliza esses mapas para encontrar novas áreas de assuntos que possam interessar o usuário.
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Com o tempo, o YouTube planeja depender mais da personalização e dos laços entre os usuários para refinar as recomendações.
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A equipe de Walk se reúne semanalmente para discutir ajustes no software do YouTube. Durante uma reunião recente, um pequeno grupo de engenheiros e designers da interface do usuário fez uma sessão de brainstorming sobre qual seria o próximo passo na evolução do site: páginas que começariam imediatamente a transmitir um fluxo de clipes feitos sob medida para um usuário, ao invés de oferecer listas de vídeos sugeridos. A ideia é empurrar mais vídeos aos usuários na esperança de que isso lhes permita abandonar o teclado e cada vez mais assistir ao YouTube do sofá.
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"No YouTube, a cada 45 segundos, você chega a um momento de decisão", Davidson disse. "Sempre que há um momento de decisão, as pessoas podem deixar o site. Não queremos eliminar a interatividade, mas a experiência padrão do usuário deveria ser muito mais fácil."
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Palash Nandy, um dos engenheiros da equipe, sugere algumas ideias. E se colocarmos um botão "Estou entediado" do lado da caixa de busca, imitando o famoso botão "Estou com sorte" do Google? Ou por que não dar aos usuários um controle para indicar o tempo que eles querem se entreter e deixar que o software do YouTube monte uma lista de execução de vídeos conforme isso?
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Nem tão cedo
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Nada disso deverá aparecer na página do YouTube tão cedo. Mas a equipe já está trabalhando em novas formas de permitir que os usuários criem coletivamente listas de vídeos com um tópico em comum, como gatos tocando teclados (youtube.com/bestofkeyboardcat). As ideias podem aparecer primeiro no TestTube, o site de atributos experimentais do YouTube.
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Medir o sucesso do YouTube até agora é difícil. O YouTube não revela estatísticas de tráfego detalhadas. Mas afirma que melhorias em seu software de busca e descoberta ajudaram a aumentar em 50% o tempo médio que os usuários passaram no site em 2008.
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Dados da comScore parecem sustentar isso. O usuário médio do YouTube assistiu a 83 clipes em outubro, em comparação a 53 no ano anterior, embora seja difícil saber quanto desse crescimento foi resultado das melhorias nos algoritmos do YouTube.
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De qualquer forma, a equipe de Walk planeja acelerar o passo da inovação para ajudar os usuários do YouTube a buscar menos e assistir mais. "Somos a segunda maior ferramenta de busca, mas, apesar disso, a busca não é o paradigma certo para a descoberta de vídeos", Davidson disse. "Estamos tentando ir além disso."
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Fonte: Terra

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