Discurso de Lula da Silva (excerto)

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Portugal - Pressão atmosférica causa tsunami raro



Algarve
Luís Costa
João Venâncio, operador marítimo-turístico no rio Arade, ficou com o seu barco quase em seco
Variação da pressão associada a ventos causa ondas e descida de 30 a 40 cm do mar.
Por:José Carlos Eusébio / A.M.S.
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A maré estava a encher e, de repente, vazou. Nunca tinha visto uma coisa daquelas', diz João Venâncio, operador de uma embarcação marítimo-turística, recordando a insólita experiência vivida ontem de manhã, pelas 09h25, no rio Arade, em Silves (Algarve). Pensou que tinha acontecido um tsunami gerado por um sismo no mar e deu o alerta à Polícia Marítima mas, afinal, assistira a um tsunami meteorológico, causado por variação da pressão atmosférica.
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'O fenómeno é comum nalgumas zonas do Mediterrâneo, mas nunca foi documentado no Algarve', diz Óscar Ferreira, professor de Ciências do Mar na Universidade do Algarve. Na origem esteve uma depressão que atingiu o Algarve durante a noite. 'Houve uma variação de pressão atmosférica súbita, com ventos associados, o que interfere com o nível do mar', refere Óscar Ferreira, adiantando que se geraram 'ondas de longo período, com oscilações do nível do mar de 30-40 centímetros'. 
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Os efeitos sentiram-se no Sul de Portugal e de Espanha, entre as 21h00 de anteontem e as 15h00 de ontem, refere o especialista, com base em dados obtidos pelos marégrafos, nomeadamente o de Lagos. 
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Já conhecedor das explicações científicas, o ‘mestre’ João Venâncio reconhece que, se a maré estivesse cheia, se calhar não se apercebia de nada, mas assim ficou com o barco quase em seco. E explica que 'o vazamento foi repentino e depois começou a encher com mais velocidade do que o normal'. Na ria Formosa, um barco que ligava Olhão à praia do Farol também terá ficado quase em seco. 

TORNADO VARRE MILFONTES
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Telhas arrancadas, toldos destruídos e árvores caídas foram alguns dos prejuízos provocados por um tornado que varreu, na madrugada de ontem, parte de Vila Nova de Milfontes, Odemira.
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'Os botes e barcos pequenos até faziam remoinho dentro de água. Por onde o tornado passou, fez estragos', disse Miguel Maia, funcionário da junta de freguesia.
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As fortes rajadas de vento foram ainda sentidas em todo o distrito de Beja. Segundo fonte do CDOS, uma dezena de árvores caiu durante a madrugada e manhã, sobretudo nos concelhos de Ferreira do Alentejo e Alvito. Foi ainda registada a queda de quatro postes da PT.
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Mais a Norte, no distrito de Évora, o CDOS recebeu alertas devido à queda de duas dezenas de árvores. Quinze foram arrancadas pelo vento ao longo da EN380, que liga Évora a Alcáçovas. As restantes caíram perto da localidade de São Cristóvão, concelho de Montemor-o-Novo. 
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BANHISTAS NÃO SE APERCEBERAM DO FENÓMENO
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Nas praias algarvias, nesta altura do ano já com muitos milhares de banhistas, não há indicações de que alguém se tenha apercebido do tsunami meteorológico. 'Com a ondulação do mar não se nota', explica Óscar Ferreira, especialista de Ciências do Mar.
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O comandante da Capitania dos Portos de Portimão e Lagos, Cruz Martins, diz que na sua área só houve uma participação – a que foi feita pela por João Venâncio, proprietário da embarcação marítima-turística ‘Barca do Arade’ –, não havendo registo de quaisquer danos materiais ou humanos.
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Segundo Cruz Martins, houve o cuidado de contactar o Instituto de Meteorologia para saber o que acontecera. 'Foi um fenómeno pontual e não é expectável que se repita', salienta.
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PORMENORES
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MAIS FRESCO
O Instituto de Meteorologia prevê para hoje pequena descida da temperatura, condições favoráveis a aguaceiros e trovoadas e vento forte nas terras altas. 
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MANCHAS
Partículas no ar, vindas de África, provocaram ontem manchas em viaturas e varandas, devido à chuva.
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AREIA BRANCA SEM AREIA
Fenómeno pouco habitual foi vivido na praia da Areia Branca no dia 3 de Janeiro, quando o mau tempo fez com que o mar levasse praticamente toda a areia da praia.
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Ferreira do Alentejo e Algarve

Pequeno tornado e "tsunami meteorológico" atingiram ontem o Sul do país

08.07.2010 - 13:38 Por Nuno de Noronha
Várias árvores derrubadas, um incêndio e a destruição de uma estrutura de protecção de animais são o balanço final de uma súbita mudança de pressão atmosférica que provocou ontem rajadas de vento na zona de Ferreira do Alentejo e um “tsunami meteorológico” no Algarve.
Também em Fevereiro de 2010, um tornado atingiu a zona sul do 
país. 
Também em Fevereiro de 2010, um tornado atingiu a zona sul do país. (Vasco Célio/PÚBLICO)

O alerta foi dado por volta das 10h00, quando os ventos já tinham derrubado várias árvores, destruído quatro postes da PT e um cabo de alta tensão.

Contactado pelo PÚBLICO, o Instituto de Meteorologia (IM) admitiu não saber para já o local exacto da ocorrência do fenómeno, mas a Protecção Civil de Beja indica que os ventos fortes afectaram sobretudo a região de Ferreira do Alentejo.

Vânia Lopes, do gabinete de comunicação do IM explica que o tornado de pequena escala terá sido causado por vários fenómenos associados a condições de instabilidade atmosférica, como ventos fortes, trovoadas secas ou molhadas e queda de granizo.

De acordo com o Segundo Comandante Distrital da Protecção Civil de Beja, Carlos Pica, o fenómeno atmosférico causou danos no concelho de Ferreira do Alentejo, na localidade de Odivelas, e em toda a extensão até Alcácer do Sal, já no distrito de Setúbal.

Os ventos fortes provocaram a queda de cinco árvores de grande porte e quatro de médio e pequeno porte, que obstruíram a circulação do trânsito em várias estradas da região. A queda de um cabo de alta tensão provocou um incêndio numa exploração agrícola, rapidamente extinto por elementos das corporações de bombeiros que se dirigiram para o local. Nas operações, estiveram envolvidas cinco viaturas, 17 bombeiros dos Corpos de Ferreira do Alentejo, Beja e Alvito. Carlos Pica garantiu ao PÚBLICO que não há registo de vítimas.

"Tsunami meteorológico" passou despercebido à maioria

Já no Algarve, as oscilações do mar chegaram aos 40 centímetros, apesar de o fenómeno ter passado quase despercebido à maioria das pessoas.

Óscar Ferreira, professor e investigador do Departamento de Ambiente e Ciências da Terra da Universidade do Algarve, assegura que a costa Sul do país foi atingida por um “tsunami meteorológico”, “provocado por uma rápida diferença de pressão atmosférica, dada a passagem de uma frente atmosférica de alta pressão, da parte da noite, na zona de Sagres”.

A onda, detectada em vários marégrafos de Portugal e Espanha, “esteve em ressonância e continuou a fazer-se sentir durante todo o dia de ontem”, disse Óscar Ferreira. O investigador esclarece que “o fenómeno é raro”, “não provocou quaisquer danos” e descarta a hipótese de o aquecimento global estar na origem do acontecimento.

Notícia corrigida
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