13.07.2010 - 12:32 Por Francisca Gorjão Henriques
Jovens africanos são os actores de uma "revolução" na travagem das infecções por VIH, diz um relatório da Onusida publicado ontem. Nos 25 países mais afectados, há sinais evidentes de um recuo nos que têm entre 15 e 24 anos, sobretudo na África Subsariana.
(Acess to Life)
"A prevalência do VIH entre os jovens está a baixar em vários países- chave", lê-se no relatório anual do Programa das Nações Unidas sobre o VIH. "Os jovens mostraram que podem ser os agentes da mudança na revolução da prevenção".
Dos 25 países mais afectados pelo vírus da sida, 16 conseguiram (ou estão prestes a conseguir ainda este ano) fazer baixar em 25 por cento a incidência entre os jovens. O recuo "é essencial para quebrar a trajectória da epidemia da sida", continua.
O relatório avança com as explicações para esta taxa de sucesso: uma mudança significativa no comportamento sexual em 13 países, que passa por uma entrada mais tardia na vida sexual activa, por uma redução no número de parceiros sexuais e por uma "utilização acrescida" do preservativo entre os jovens com vários parceiros.
A Onusida (que coordena as várias agências das Nações Unidas envolvidas na luta contra a doença) estima que cinco milhões de jovens entre os 15 e os 24 anos contraíram o VIH. Em 2008 registaram-se 900 mil novas infecções nesta faixa etária (60 por cento mulheres). E dos que neste grupo já estão infectados, quase 80 por cento (quatro milhões de pessoas) vivem na África Subsariana. Daí que seja particularmente importante que tenha sido nos países desta região que os números começaram a baixar.
Estes países "atingiram ou esperam atingir o objectivo internacional de redução de 25 por cento da prevalência do VIH entre os jovens, estipulado pela Conferência Internacional [das Nações Unidas] sobre População e Desenvolvimento, em 1994", continua o relatório.
Onusida falha prevenção
Entre os que conseguiram estão o Botswana, Costa do Marfim, Etiópia, Malawi, Namíbia, Zimbabwe e sobretudo o Quénia, com uma quebra de 60 por cento entre 2000 e 2005. E entre os países que esperam conseguir fazê-lo até ao fim deste ano estão o Burundi, Lesotho, Ruanda, Suazilândia, Baamas e Haiti.
Mas alguns analistas afirmam que a Onusida não poderá congratular-se com os resultados, porque a agência insistiu sobretudo na compra de medicamentos e não na prevenção, realça a AP. "Graças à asneira estratégica da ONU, há muito mais pessoas agora infectadas do que estariam caso se tivessem concentrado na prevenção mais cedo", condenou Philip Stevens, especialista em Saúde da International Policy Network.
A agência refere que este relatório vem dar mais provas de que a incidência da sida teve o seu pico há mais de uma década e que agora está em declínio, uma vez que no ano passado se referia que nos últimos dois anos o número de pessoas infectadas pelo VIH se tinha ficado pelos 33 milhões.
Outra crítica feita à Onusida diz respeito à forma como os investimentos no combate à sida desviam recursos necessários para outras doenças.
Stevens adianta que, se é verdade que mais pessoas a terem acesso a medicamentos contra a doença significou salvarem-se muitas vidas, também se registou uma distorção nos gastos públicos.
A sida é responsável por quatro por cento das mortes, mas recebe 20 por cento do dinheiro investido na saúde pública.
A Onusida defende que dez milhões de mortes podem ser evitadas até 2025, e um milhão de novas infecções todos os anos, se os objectivos que estabeleceu de combate à doença forem levados a sério.
Notícia substituída às 10h55, 14/07/2010
.Dos 25 países mais afectados pelo vírus da sida, 16 conseguiram (ou estão prestes a conseguir ainda este ano) fazer baixar em 25 por cento a incidência entre os jovens. O recuo "é essencial para quebrar a trajectória da epidemia da sida", continua.
O relatório avança com as explicações para esta taxa de sucesso: uma mudança significativa no comportamento sexual em 13 países, que passa por uma entrada mais tardia na vida sexual activa, por uma redução no número de parceiros sexuais e por uma "utilização acrescida" do preservativo entre os jovens com vários parceiros.
A Onusida (que coordena as várias agências das Nações Unidas envolvidas na luta contra a doença) estima que cinco milhões de jovens entre os 15 e os 24 anos contraíram o VIH. Em 2008 registaram-se 900 mil novas infecções nesta faixa etária (60 por cento mulheres). E dos que neste grupo já estão infectados, quase 80 por cento (quatro milhões de pessoas) vivem na África Subsariana. Daí que seja particularmente importante que tenha sido nos países desta região que os números começaram a baixar.
Estes países "atingiram ou esperam atingir o objectivo internacional de redução de 25 por cento da prevalência do VIH entre os jovens, estipulado pela Conferência Internacional [das Nações Unidas] sobre População e Desenvolvimento, em 1994", continua o relatório.
Onusida falha prevenção
Entre os que conseguiram estão o Botswana, Costa do Marfim, Etiópia, Malawi, Namíbia, Zimbabwe e sobretudo o Quénia, com uma quebra de 60 por cento entre 2000 e 2005. E entre os países que esperam conseguir fazê-lo até ao fim deste ano estão o Burundi, Lesotho, Ruanda, Suazilândia, Baamas e Haiti.
Mas alguns analistas afirmam que a Onusida não poderá congratular-se com os resultados, porque a agência insistiu sobretudo na compra de medicamentos e não na prevenção, realça a AP. "Graças à asneira estratégica da ONU, há muito mais pessoas agora infectadas do que estariam caso se tivessem concentrado na prevenção mais cedo", condenou Philip Stevens, especialista em Saúde da International Policy Network.
A agência refere que este relatório vem dar mais provas de que a incidência da sida teve o seu pico há mais de uma década e que agora está em declínio, uma vez que no ano passado se referia que nos últimos dois anos o número de pessoas infectadas pelo VIH se tinha ficado pelos 33 milhões.
Outra crítica feita à Onusida diz respeito à forma como os investimentos no combate à sida desviam recursos necessários para outras doenças.
Stevens adianta que, se é verdade que mais pessoas a terem acesso a medicamentos contra a doença significou salvarem-se muitas vidas, também se registou uma distorção nos gastos públicos.
A sida é responsável por quatro por cento das mortes, mas recebe 20 por cento do dinheiro investido na saúde pública.
A Onusida defende que dez milhões de mortes podem ser evitadas até 2025, e um milhão de novas infecções todos os anos, se os objectivos que estabeleceu de combate à doença forem levados a sério.
Notícia substituída às 10h55, 14/07/2010
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