O maior arquiteto do Brasil:101 anos e cheio de disposição
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Com 60 metros de altura, avistada a quilômetros quando pronta, a torre em forma de cogumelo foi projetada para ficar a dez passos da baía de Guanabara --e é rara no portfólio do mais consagrado arquiteto brasileiro.
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A Prefeitura de Niterói espera obter os R$ 19 milhões para a obra -ou ao menos parte deles- junto à iniciativa privada. Ao projetar a torre, Niemeyer procurava algo para suprir o veto da Igreja Católica, em 2004, à catedral que desenhara para Niterói -projeto do qual se orgulhava; reputava-o como um de seus melhores em décadas de trabalho. Da mesma forma, também não seria erguida a catedral evangélica.
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Quase lado a lado, as catedrais seriam destaques do Caminho Niemeyer, prédios do arquiteto ao longo da orla. O primeiro deles, na década passada, foi o MAC (Museu de Arte Contemporânea), grande atração turística brasileira. Também estão prontas uma estação hidroviária, a praça JK, o Teatro Popular (em reforma) e um memorial. Os museus Oscar Niemeyer e do Cinema já têm os prédios erguidos.
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''O tal Caminho Niemeyer vinha muito devagar, não havia dinheiro. De modo que, o tempo correndo assim lentamente, a gente vai tendo ideia. O projeto vai se modificando. A torre foi uma coisa que me ocorreu. Estava no meio da baía, lembrei da torre'', disse ele no escritório de Copacabana (zona sul do Rio).
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Para acompanhar as obras que estão em andamento, o arquiteto vai toda quarta a Niterói. Também projetou para o local um centro de convenções e uma nova estação de barcas.
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''Estou me dedicando muito a essa obra em Niterói. Acho que vai ficar muito bom. O momento não dá ideia. Os prédios estão dentro da praça. No dia em que tivermos a praça completa, os prédios aparecem. Acho que essa obra em Niterói vai ser uma surpresa.''
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Já o convite para construir a biblioteca na capital da Argélia veio no início do ano. Na década de 1970, Niemeyer projetou lá uma universidade e uma mesquita. A construção será uma das principais sedes do projeto BibliAspa (Biblioteca América do Sul-Países Árabes), aprovado em 2005, com o objetivo de criar uma rede de centros de divulgação e pesquisa. Ainda não há previsão de construção, conclusão ou custos.
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No Brasil, o projeto é dirigido por Paulo Daniel Farah, professor da USP. Tem um portal bilíngue na internet (www.bibliaspa.com.br). Além da divulgação de textos literários e acadêmicos sul-americanos, árabes e africanos, a BibliAspa Brasil promove cursos e pesquisas sobre temas pertinentes às regiões.
Fonte: Folha de S.Paulo
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