19 DE MAIO DE 2009 - 18h28
Pentágono vai gastar em 'máquinas de telepatia'
O Pentágono vai gastar no próximo ano quatro milhões de dólares em um programa para conseguir pôr os seus soldados a se comunicar mentalmente, em um aparelho que beira a ficção científica.
A Darpa – a principal agência de investigação e desenvolvimento do Departamento de Defesa dos EUA – desenvolve o sistema, apelidado de Silent Talk, com a finalidade de "permitir a comunicação de usuário a usuário no campo de batalha, sem a necessidade de um discurso vocalizado, usando apenas sinais neuronais", de acordo com a revista de informação e tecnologia americana Wired.
O ruído de explosões, tiros e todos os sons ensurdecedores das batalhas teoricamente não comprometeriam mais a troca de informações entre os soldados.
O sistema ainda vai ser aprimorado para decodificar os sinais e transmiti-los a uma curta distância. Os criadores do Silent Talk acreditam que ele poderá servir como interceptador dos pensamentos dos inimigos.
Antes de ser vocalizado, o discurso existe enquanto sinais neuronais específicos na mente de cada pessoa. Aquilo que a Darpa quer desenvolver agora é uma tecnologia que detecte esses sinais de "pré-discurso", analisá-los e depois transmiti-los para um interlocutor.
A Darpa quer usar a tecnologia da electroencefalografia para "ler" as ondas cerebrais. É uma técnica que também é usada em teste para aplicação a binóculos, que poderão ajudar os soldados de forma mais rápida do que seria de esperar em caso de ameaça.
O projeto tem três grandes objetivos, segundo a Wired, citando fontes da Darpa.
Em primeiro lugar fazer coincidir os padrões de eletroencefalografia de uma determinada pessoa com as suas palavras individuais. Depois, perceber se esses padrões são generalizáveis – se toda a gente tem padrões semelhantes. Finalmente, "construir um pré-protótipo aplicável que faça a conversão dos sinais neuronais para linguagem e os transmita no espaço".
Este tipo de avanço teria aplicações óbvias fora da esfera militar, podendo vir a dar uma melhor qualidade de vida a pessoas tetraplégicas, por exemplo, ou fazendo com que as pessoas perdessem seus segredos se forçadas a utilizar o aparelho e a pensar em ações que não gostaria de revelar.
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