Discurso de Lula da Silva (excerto)

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domingo, 31 de maio de 2009

Há 20 anos ... morte de Salvador Dali

Cultura | 23.01.2009

Há 20 anos, o mundo perdia Salvador Dalí

Ícone do surrealismo, o artista catalão é uma das maiores autoridades da arte contemporânea. Para marcar duas décadas de sua morte, o museu que leva seu nome faz exposição especial.

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"Sou o surrealismo", dizia Salvador Dalí. Egocêntrico, excêntrico, rebelde e provocador, o artista foi um dos expoentes mundiais da arte contemporânea. Na manhã do dia 23 de janeiro de 1989, morria o homem que, acima de qualquer coisa, tentou – e conseguiu com grande êxito – nunca passar despercebido. Dalí tinha 84 anos e já fazia parte da história universal quando faleceu, há 20 anos, no hospital de sua cidade natal, Figueras, na Espanha.

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Para marcar o aniversário de sua morte, o Museu Dalí de Figueras expõe até o dia 18 de março uma das obras mais emblemáticas do artista catalão: A persistência da memória, pintada em 1931, quando Dalí tinha 27 anos. Popularmente conhecido como Os relógios moles, o quadro em que esses objetos parecem derreter-se foi cedido pelo Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA).

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'A persistência da memória', uma das mais emblemáticas obras de DalíBildunterschrift: 'A persistência da memória', uma das mais emblemáticas obras de Dalí"Por que os relógios são moles?", perguntaram certa vez a Dalí, em referência à obra, considerada um ícone do surrealismo. "O importante não é que sejam duros ou moles, e sim que marquem a hora exata", respondeu.

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Legado

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Para a história, ficou a vida de um homem que alguns consideram um gênio, e outros, um artista extravagante. No entanto, duas décadas depois, seu legado e sua lembrança se mantêm graças a entidades como a Fundação Gala-Salvador Dalí e sua Casa-Museu, em Port Ligat, o Teatro-Museu de Figueras, onde está enterrado, e a Casa-Museu Castelo Gala-Dalí, em Púbol, onde o artista se recolheu depois da morte de sua musa e companheira, em 1982.

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Atualmente, novos títulos presentes nas livrarias lembram o autor. Entre eles ¿Por qué se ataca a la Gioconda? (Por que ataca-se a Monalisa?), uma compilação de textos que Dalí escreveu entre 1927 e 1978 e que publicou na revista francesa Oui. A mesma editora, Siruela, pôs também no mercado outras duas outras obras em sua homenagem: El camino de Dalí (O caminho de Dalí), de Ignacio Gomez de Liaño, e El fenômeno del éxtasis (O fenômeno do êxtase), de Juan José Lahuerta.

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Menino mimado

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Nascido em 11 de maio de 1904 em Figueras, Dalí nunca foi uma criança comum. "Quando tinha 6 anos, eu queria ser cozinheiro e aos 7 anos, Napoleão. Desde então, minha ambição foi aumentando sem parar", escreveu no prólogo de Vida secreta. A morte de um irmão que nunca conheceu e que tinha o seu nome fez com que os pais o educassem como um menino mimado, consentindo todos os seus caprichos e o superprotegendo.

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A obra 'Metamorfose de Narciso'


Bildunterschrift: A obra 'Metamorfose de Narciso'

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Descobriu a pintura quase por casualidade, na casa de amigos da família. Sem técnica alguma, começou a pintar quadros com óleo e aquarela, surpreendendo os que viam seu trabalho.

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Seu caráter rebelde fez com que fosse expulso de todos os centros de ensino nos quais se matriculou, entre eles a Academia Real de Belas Artes de São Fernando, em Madri. O ingresso na instituição havia sido uma condição imposta pelo pai para que Dalí pudesse ser pintor.

García Lorca e Buñuel

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Teatro Museu em Figueras

Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Teatro Museu em Figueras

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A estadia na capital espanhola marcou sua vida. Foi onde experimentou o cubismo e o dadaísmo e conheceu o poeta Federico García Lorca e o diretor de cinema Luis Buñuel, dos quais se tornou amigo íntimo na residência de estudantes. Com Buñuel, realizou os filmes surrealistas Un chien andalou (Um cão andaluz) e L'Âge d'or (A idade de ouro).

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Dalí não se dedicou somente à pintura. Sua obra abrange também o cinema, a escultura, o desenho e a escrita. Sua primeira exposição individual de pintura aconteceu em 1925, em Barcelona. Com ela, Dalí conseguiu chamar a atenção de dois grandes artistas, Pablo Picasso e Joan Miró. Um ano depois, encontrou Picasso em Paris. "A arte somos Picasso e eu", chegou a afirmar.

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A imagem estrambótica de Dalí com bigode comprido e costeletas, vestido com casaco, meias e bombacha, é mundialmente conhecida. "Sabia vender melhor a si mesmo do que a sua obra. Foi um ícone da cultura de massa", segundo Javier Pérez Andújar, um de seus biógrafos. "Era um grande pintor, mas não um gênio" e acabou convertendo-se num "showman obcecado", opina o hispanista irlandês Ian Gibson.

Dalí e sua musa, Gala

Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Dalí e sua musa, Gala .

Depois de sua passagem por Paris, onde se integrou no círculo surrealista e se casou com Gala, a musa e companheira com a qual esteve até sua morte – apesar da infidelidade e das manias de ambos – Dalí foi aos Estados Unidos, forçado a deixar a França, em 1940, com o avanço das tropas alemãs. Regressou à Espanha oito anos depois.

Polêmico

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Anticomunista radical, apesar de ter circulado pela esquerda em sua juventude, era acusado por alguns de direitista. Contudo, há especialistas que afirmam que Dalí teria sido um oportunista, que utilizou o direitismo para fazer com que o ditador espanhol Francisco Franco lhe deixasse trabalhar em paz.

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Outra sombra que ronda a sua figura é a atração desmedida que tinha pelo dinheiro. De fato, seus últimos anos estiveram mais marcados pela comercialização de sua obra do que pela inovação.

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Os trabalhos de Dalí se converteram num negócio mundial, assim como suas falsificações. Dalí se importava tanto com essas cópias ilegítimas que até mesmo favoreceu suas produções, assinando folhas em branco. Na imitação de sua obra, via uma prova de sua grandeza.

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dpa (jba)

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