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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Há um Velázquez desconhecido numa cave da Universidade de Yale

Conservador do museu americano garante autenticidade

01.07.2010 - 15:35 Por Sérgio C. Andrade
É uma descoberta de grande impacto na comunidade artística internacional – uma tela de Velázquez, pintada nos seus anos de juventude, foi identificada no armazém de uma universidade norte-americana. O Museu do Prado guarda “um prudente silêncio” sobre o caso. A revelação é da revista “Ars Magazine”, que vem citada no jornal espanhol “El País”: foi descoberto um novo quadro de Velázquez (Sevilha, 1599- Madrid, 1660), situação que apanhou de surpresa a comunidade artística mundial, e que, a confirmar-se a sua autenticidade, se tornará na mais importante incorporação feita no último século relativamente à obra do génio andaluz.

O conservador de Yale refere as semelhanças entre a obra agora 
identificada e outra de Velázquez, “Almuerzo”, que pertence à Colecção 
do Museu Hermitage  
O conservador de Yale refere as semelhanças entre a obra agora identificada e outra de Velázquez, “Almuerzo”, que pertence à Colecção do Museu Hermitage (DR)


A tela em causa terá como título “La Educación de la Virgen”, e representa Maria ainda criança a aprender a ler, com São Joaquim em fundo. O autor da descoberta é John Marciari, conservador e chefe do Departamento de Arte Europeia do Museu de Belas Artes de San Diego, tendo ela já sido autenticada por “especialistas de prestígio indiscutível”, nota o “El País”. Mas a confirmação oficial está ainda à espera do veredicto da comunidade científica especializada neste domínio.

Para defender a sua identificação, John Marciari escreveu um longo artigo na “Ars Magazine”, que já aparece citado no sítio desta revista especializada, e que sairá para as bancas na próxima semana.

O conservador norte-americano, que é especialista em arte espanhola e italiana, depois de fazer a análise detalhada da obra que estava armazenada numa cave da Universidade de Yale defende que ela contém todas as características que sustentam a atribuição da assinatura do Velázquez jovem, quando ainda vivia e trabalhava em Sevilha (onde se manteve até 1623). E avança mesmo que a data do quadro andará por volta de 1617. Vê, aliás, na “acção” representada em “La Educación de la Virgen” grandes similitudes com a de uma obra de Juan de Roelas (1560-1625), outro pintor sevilhano, da geração imediatamente anterior à de Velázquez. “Quem pintou então o quadro de Yale? À parte as referências específicas à obra de Roelas, as características técnicas dos pigmentos, o suporte e a tela apontam para um artista sevilhano do princípio do século XVII”, diz John Marciari, na reportagem da “Ars Magazine”. E acredita que esse autor só pode ser Velázquez, “que desde o início da sua carreira foi o responsável pela revolução na pintura espanhola”.

Semelhanças
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O conservador do museu de San Diego refere, em abono da sua tese, as semelhanças entre a obra agora identificada na universidade norte-americana e outra de Velázquez, “Almuerzo”, que pertence à Colecção do Museu Hermitage. E assinala também a similitude daquela com outras obras do pintor dessa época, como “La Adoración de los Magos”, “La Madre Jerónima de la Fuente”, “La imposición de la casulla a San Indefonso”, ou “Cena en Emaús”.

“La Educación de la Virgen”, que estava assinalada nos registos da universidade norte-americana com a cota 1.900.43, e como sendo de “um pintor não identificado da escola espanhola do século XVII”, apresenta várias deformações que fizeram com que fosse levada para a secção de restauro do museu. Faltam-lhe, pelo menos, nota Marciari, 25 centímetros na parte de cima, tem as margens esquerda e inferior ligeiramente comidas, além de mostrar os sinais da passagem do tempo, com parte da tinta já descolorida, e marcas de ter estado sujeita aos efeitos de um armazenamento deficiente.

John Marciari ousa mesmo reconstituir o “bilhete de identidade” e a história do quadro “La Educación de la Virgen”: terá sido pintado por encomenda para o convento carmelita de Santa Ana, em Sevilha, cujo altar-mor era dedicado à Educação da Virgem; terá sido salvo, juntamente com outros bens, das inundações que em 1626 destruíram muito do património daquele templo e, saltando depois no tempo, terá atravessado o Atlântico e chegado aos Estados Unidos em 1925, a bordo de um navio da companhia de navegação de Charles Townshend – é que há no museu de Yale o registo da doação, pelos dois irmãos Townshend, de “pinturas a óleo sobre tela, espanholas, com tema religiosos, ao estilo das de Murillo [1618-1682]” – o pintor do barroco espanhol que construiu todo um imaginário iconográfico do catolicismo ibérico.

Segundo o “El País”, o Museu do Prado, a autoridade máxima num caso com a envergadura deste, guarda oficialmente “um prudente silêncio”, certamente à espera do desenvolvimento da investigação que vai continuar a ser realizada à descoberta numa cave da Universidade de Yale.

Notícia corrigida às 18h11
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URL desta Notícia

http://publico.pt/1444773

Comentários 1 a 10 de 13


Anónimo . 02.07.2010 14:55
Via PÚBLICO

HÁ UM VELASQUEZ DESCONHECIDO NAS CAVES DE YALE

É possível que o quadro tenha sido pintado por esse artista castelhano de origem Portugesa, Diego da Silva y Velasquez. No entanto não me parece que o nome atribuido ao quadro possa estar certo Ele mostra uma cenaem que Santa Ana ensina Maria. Como sabemos na cultura Judaica os ensinamentos eram dados apenas aos rapazes. Não se tratará de Maria ensinando Cristo? Também os ensinamentos eram feitos pelos homens da família ainda que às mulheres sejam atribuidas as funções de organizar as vésperas do Shabat. Numa época e num país como Espanha onde na época de Velasquez existiam tantos Judeus, é muito natural que ele conhecesse um pouco da cultura Judaica. É natural que deva ter de haver que ser feita uma revisão às conclusões a que chegaram os investigadores de Yale.
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Diego Velázquez 016.jpg
El almuerzo
Diego Velázquez, 1617
Óleo sobre lienzo - Barroco
108 cm × 102 cm
Museo del Hermitage, San Petersburgo, Rusia.

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El almuerzo (Velázquez) - Wikipedia, la enciclopedia libre


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