Discurso de Lula da Silva (excerto)

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sábado, 12 de março de 2011

Setúbal medieval: séculos XIII a XV

Segunda-feira, 11 de Fevereiro de 2008


Setúbal medieval: séculos XIII a XV



Setúbal medieval: séculos XIII a XV
BRAGA, Paulo Drumond

Setúbal, Câmara Municipal de Setúbal, 1998
Apresentação da A. H. de Oliveira Marques
520 pgs.
ISBN 972-9016-26-7

A obra:
Dissertação de mestrado em História da Idade Média elaborada sob a orientação do Prof. Doutor A. H. de Oliveira Marques e apresentada, em 1992, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

O autor:
Paulo César Drumond Braga (1965)

Do proémio do autor, escrito em Fevereiro de 1998:
«Tendo começado, em 1984, quase sem método, ainda, a recolher documentos para um futuro trabalho de grande fôlego, surgiu, enfim, na frequência do segundo ano do curso de Mestrado de História Medieval, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, a possibilidade de dedicar a Setúbal a mesma atenção que a historiografia medieval portuguesa recente vinha dirigindo a urbes diversas, O bom acolhimento que o Prof. Doutor A. H. de Oliveira Marques, verdadeiro responsável pela renovação recente dos estudos de história urbana medieval, deu à ideia, determinou a sua «promoção» a tese de Mestrado. Faria Setúbal Medieval.
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O que até então se escrevera sobre a vila dos séculos XIII a XV havia sido pouco e algo desconexo. O corpus imenso, mas caótico, que Almeida Carvalho reuniu no século passado, com vista ao levantamento da síntese que já então, na sua mente, se impunha, acumula-se (com edições parcialíssimas modernas) no Arquivo Distrital de Setúbal, arrumado em centenas de pastas, mas colmatando a falta imensa e à primeira vista intransponível, que é a da ausência da documentação camarária. Esta, de facto, desapareceu com o incêndio verificado no edifício da edilidade, em 5 de Outubro de 1910. O fundo Almeida Carvalho não pode, todavia, ser encarado como um estudo global da vida setubalense de antanho, pois embora boa parte do material sobre o qual foi estabelecido seja de primeira água (além dos livros da câmara, a documentação da Torre do Tombo, como chancelarias reais, livros de Odiana e Ordem de Santiago), falta-lhe a arquitectura final. Para além disso, enferma dos imensos preconceitos ideológicos do seu compilador.
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Antes dele, surgira já uma síntese, ou uma tentativa disso, a Memoria... de Alberto Pimentel, de 1877, construída, como o próprio confessa, sobre elementos recolhidos por um ilustre erudito local, Manuel Maria Portella. Além de imprecisões de facto, enferma dos erros comuns à historiografia oitocentista, sobretudo à «localista» e de divulgação.
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Depois, que temos? O vazio. Se homens como Luís Gonzaga do Nascimento e Fernando Falcão Machado, deixaram, nos anos 40 e 50, meia dúzia de artigos dispersos; se, nas décadas de 50 a 80, Rogério Peres Claro mandou para os prelos alguns trabalhos de real mérito, mas quase todos referentes a épocas mais recentes da história setubalense - nada de sínteses no horizonte, precisamente por faltar a análise, cuidada, persistente, separando com rigor o trigo do joio.
Menção especial para as poucas páginas que Virgínia Rau, na sua história do sal, consagrou aos primeiros séculos de vida do burgo sadino. Escritas por alguém que nada tinha a ver com um certo «cocabichismo local», como diria Vitorino Magalhães Godinho, constituíram, durante muitos anos, o que de melhor se possuía sobre a matéria - mas, inexplicavelmente, ignoradas por quem de direito!
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Depois, foi o boom localista dos anos 80, centrado sobretudo em estudos de cariz mais arqueológico, como os de Carlos Tavares da Silva e Joaquina Soares, ou mais voltados para a história da arte, como os de Fernando António Baptista Pereira e José Custódio Vieira da Silva, ou ainda prestando atenção a épocas históricas posteriores à medieval, tal é o caso da brilhante dissertação de Mestrado de Laurinda Abreu. Saliente-se ainda o aparecimento de uma revista local, que veio, contudo, a morrer passado pouco tempo, a realização de dois encontros, um de estudos locais, em 1988, e outro comemorativo do quinto centenário do Convento de Jesus, em 1990, e um ciclo de conferências, entre 1984 e 1987, promovida pela Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão. Em tudo isto o que se verifica é que a percentagem de estudos sobre a Idade Média continua a ser confragedoramente pobre.
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Por tudo isso, afigurou-se-me que o «contágio» sofrido nos últimos anos entre a história local medieval e a historiografia de ofício, graças a Oliveira Marques, poderia dar bons frutos, se aplicado a Setúbal. E assim surgiu o presente trabalho, primeiro como tese de mestrado, agora como livro.»

O índice da obra:
Apresentação (A. H. de Oliveira Marques)
Proémio
Introdução. As origens de Setúbal
A lenda das origens
A época
pré-romana
A época romana
A época pós-romana
1. A área urbana
1.1. Superfície intra e extra-muros
1.2. Compartimentação interna
2. A população
2.1. Quantitativos e variações
2.2. Repartição funcional
2.3. Migração, emigração e imigração
3. A propriedade
3.1. Tipos de propriedade
3.2. Formas de propriedade
3.3. Posse dos meios de produção e circulação
4. A economia
4.1. A produção
4.1.1. Agricultura e pecuária
4.1.2. Caça e exploração florestal
4.1.3. Pesca
4.1.4. Salinicultura
4.1.5. Produção «industrial»
4.2. Circulação e distribuição
4.2.1. Transportes e comunicações
4.2.2. Comércio interno
4.2.3. Comércio externo
4.2.4. Moeda e preços. Pesos e medidas
4.3. O consumo
5. A sociedade
5.1. Clero
5.2. Nobreza
5.3. Terceiro Estado
5.4. Minorias étnico-religiosas
5.4.1. Mouros
5.4.2. Judeus
5.4.3. Escravos
5.5. Família e sexualidade
6. Administração pública e justiça
6.1. Legislação
6.2. Posição da vila na administração geral do País
6.3. Concelho. Orgãos e autoridades
6.4. Finanças locais
6.5. Administração da justiça
6.6. O tabelionado
6.7. Delegações a Cortes
6.8. Organização militar local
7. Religião
7.1. Organização religiosa
7.2. Igrejas e conventos
7.3. Outras casas religiosas
7.4. Confrarias
7.5. Vida religiosa da cidade
8. Alguns aspectos culturais
9. Higiene e saúde urbanas
9.1. Abastecimento de água
9.2. Assistência e beneficência
10. Setúbal na conjuntura medieval portuguesa
Conclusão
Fontes e bibliografia


1 comentário:

Unknown disse...

Olá boa noite. Estou interessada em adquirir o seu livro. Pode dizer-me onde o posso fazer??
Muito obrigada .
Catela, Conceição