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quinta-feira, 3 de março de 2011

Roy Lichtenstein


Cultura | 13.07.2010

Mostra Lichtenstein em Colônia enfatiza absorção das vanguardas pela Pop Art

 

As imagens de histórias em quadrinhos pintadas em grande formato e em técnica de retícula o tornaram mundialmente famoso. Grande expoente da Pop Art norte-americana é objeto de retrospectiva em Colônia, na Alemanha.

 

Roy Lichtenstein não se importava com a distinção entre original e cópia. Ele se apropriava de motivos de catálogos, pôsteres ou calendários. Com sua singular técnica de retícula, ele pintava por meio de uma rede de pontos os motivos escolhidos, como – por exemplo – as Mulheres de Argel, de Picasso.
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Em 1963, Lichtenstein trabalhou um detalhe da famosa obra cubista, intitulando ironicamente sua versão de Mulher de Argel. Visto de longe, o quadro parece um Picasso autêntico; ao se aproximar da tela, o observador reconhece – no entanto – um verdadeiro Lichtenstein.
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O Museu Ludwig, em Colônia, detentor da maior coleção de Pop Art fora dos Estados Unidos, exibe até 3 de outubro 100 obras deste expoente da pintura pop, incluindo quadros em grande formato, desenhos e esculturas.
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Da série 'Brushstrokes', de 1966Bildunterschrift: Da série 'Brushstrokes', de 1966Cézanne, Picasso, Mondrian 
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Roy Lichtenstein denominava os seus pontos de retícula Benday dots, em referência ao pintor Benjamin Day, o primeiro a produzir superfícies com os pequenos pontos coloridos em um processo de impressão. 
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Com a técnica, Lichtenstein retrabalhou os "heróis" da história da arte, sobretudo Pablo Picasso, Henri Matisse, Piet Mondrian e Salvador Dalí. Sua abordagem oscilava entre valorização do original e desmontagem.
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Assim como em suas imagens extraídas de histórias em quadrinhos, nestas Lichtenstein também combina os pontos de retícula com cores vivas e contornos pretos. No início, ele desenhava os pontos ainda manualmente; mais tarde passou a usar estêncil.
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Até a década de 1970, Lichstenstein citava obras de arte isoladas. Quadros como As Banhistas, de Paul Cézanne, ou A Dança, de Henri Matisse, podem ser reconhecidos claramente como pontos de partida. Posteriormente, ele passou a se dedicar a correntes conhecidas da história da arte, como o cubismo, o futurismo ou o surrealismo.
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Apesar de a "reciclagem" de elementos da história da arte se estender por todo o seu período de produção, a maioria das pinturas expostas em Colônia é ignorada até por conhecedores da arte. "Até agora, nenhuma exposição enfocou esta vertente que – assim como os quadrinhos – representa um aspecto essencial de sua obra. Esse é um fio condutor que perpassa todo o seu trabalho", explica o curador Stephan Diederich.
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Estudo para a obra 'Preparedness', de 1968Bildunterschrift: Estudo para a obra 'Preparedness', de 1968Trabalho perfeito
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Muitas obras vêm de grandes museus, como o MoMA, de Nova York, ou da Fundação Lichtenstein. Girl with Tear (Garota com Lágrima) é uma mistura de tira de história em quadrinhos e surrealismo. O motivo faz referência ao fotógrafo Man Ray ou ao pintor surrealista René Magritte: um olho do qual escorre uma lágrima. Da imagem também surge uma mecha de cabelo loiro – como se fosse um jato de água.
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Lichtestein explorou obras-primas da história da arte e tornou-as consumíveis pelas massas, tentando se manter à parte como autor.
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O espantoso é que Roy Lichtenstein continuou trabalhando como um pintor clássico até a sua morte, há 13 anos. Suas pinturas não eram feitas de forma rápida e mecânica. Ele as preparava meticulosamente: procurava um motivo, fazia esboços, projetava-os com um projetor de slides sobre a tela, até finalmente produzir o estêncil.
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Seu amor pela pintura se manifesta, por exemplo, na famosa série Brushstroke (Pincelada). As pinceladas gigantescas são trasferidas para a tela com a técnica de retícula. Por um lado, uma homenagem ao gesto genial do artista; por outro, a expressão de uma profunda dúvida em relação ao mesmo.
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Faz sentido esta exposição ser realizada na cidade de Colônia. O Museu Ludwig, que recebe o nome do colecionador Peter Ludwig, não só possui uma importante coleção de Pop Art, mas também tem inúmeras obras-chave de Roy Lichtenstein – entre as quais, alguns ícones do pintor, como M-Maybe (T-Talvez), o retrato de uma loira à espera de seu namorado.
Na exposição de Colônia, o Lichtenstein conhecido pode ser revisto, e o desconhecido pode ser descoberto.
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Autor: Sabine Oelze (np)
Revisão: Simone Lopes
 
 

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