Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Almeida Júnior (1850– 1899)

Almeida Júnior (1850– 1899)
José Ferraz de Almeida Júnior, pintor de formação acadêmica foi, possivelmente, o primeiro artista plástico brasileiro a introduzir o homem do povo, em seu cotidiano, às telas, particularmente na última década de sua vida. O tratamento da luz tropical, o abandono da monumentalidade das obras e a inserção dos personagens no cotidiano brasileiro marcaram seu trabalho. Foi considerado um precursor dos modernistas.
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Paulista de Itu, aos dezenove anos ingressou na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde teve aulas de desenho com Jules Le Chevrel e de pintura com Victor Meirelles. Contemplado com uma bolsa, foi estudar na França entre 1876 e 1882, na Escola Nacional Superior de Belas Artes, como aluno de Alexandre Cabanel.
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Em seus últimos trabalhos, principalmente, revela influência dos realistas Courbet (que presidiu a comissão de belas-artes da Comuna de Paris) e Corot
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A Pinacoteca do Estado de São Paulo – que em 2000 realizou exposição em sua homenagem, quando vários artistas contemporâneos fizeram releituras de alguns de seus trabalhos – possui em seu acervo um conjunto de obras do artista. Algumas também podem ser vistas no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e no Museu de Arte de São Paulo, entre outros. 
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O Violeiro - 1899
óleo sobre tela - 141 x 172 cm
Pinacoteca do Estado de São Paulo

Caipira picando fumo - 1893
óleo sobre tela - 70 x 50 cm
Pinacoteca do Estado de São Paulo

As Lavadeiras - 1875
óleo sobre tela - 82 x 42 cm
Coleção Particular

Recado difícil - 1895
óleo sobre tela - 138 x (?) cm
Museu Nacional de Belas Artes

Pescando - 1894
óleo sobre tela - 64 x 85 cm
Coleção Particular



Crítica:
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"Creio que a questão da possibilidade de uma pintura nacional foi em São Paulo mesmo resolvida por Almeida Júnior, que se pode muito bem adotar como precursor, encaminhador e modelo. Os seus quadros, se bem que não tragam a marca duma personalidade genial, estupenda, fora de crítica, são ainda o que podemos apresentar de mais nosso como exemplo de cultura aproveitada e arte ensaiada."

Oswald de Andrade
ANDRADE, Oswald. Em prol de uma pintura nacional. In: ______. Estética e Política. São Paulo: Globo, 1991. [Texto publicado originalmente na revista O Pirralho. São Paulo, 2 jan. 1915, seção Lanterna Mágica].
"Já nos últimos dias monárquicos, a inteligência plástica brasileira principia se inquietante de sua funcionalidade nacional, de alguma forma anunciando os tempos modernos. A influência da técnica européia ainda predomina, e predominará até os nossos dias, mas os artistas de maior valor se voltam para a expressão da terra e do homem. O pernambucano Teles Júnior cria paisagens nordestinas de caráter vigoroso e fiel; e em São Paulo, Almeida Júnior, em luta aberta com as luzes do nosso dia e a cor da terra que a sua paleta parisiense não aprendera, analisa com firmeza os costumes e o tipo do caipira. Mas isto já era a República, e ecoa o que estavam fazendo na música, com as mesmas hesitações e felicidade intermitente, Alexandre Levi e Alberto Nepomuceno."

Mário de Andrade
ANDRADE, Mário. As artes plásticas no Brasil. Revista da Academia Paulista de Letras, ano VII, n. 26, 12 jun. 1944, p. 27. Citado na publicação ALMEIDA JÚNIOR: vida e obra. São Paulo: Art Editora, 1979, p. 30.
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