Mundo | 29.11.2009
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Numa decisão política surpreendente, os suíços votaram – em um plebiscito realizado neste domingo (29/11) – pela proibição da construção de minaretes no país. A iniciativa de políticos populistas de direita conquistou o apoio de 57,5% dos eleitores. Além de ter obtido 5 milhões de votos, a proposta de proibição foi aprovada pela maioria necessária de 26 dos 30 cantões da Suíça.
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A iniciativa popular "Contra a construção de minaretes", lançada pelos conservadores de direita do Partido Popular Suíço (SVP), parece ter encontrado respaldo da população apesar dos debates inflamados que precederam a votação.
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A outra questão a ser decidida no plebiscito deste domingo, a proibição da exportação de armas requerida por um grupo de esquerda, foi rejeitada pelos eleitores suíços, segundo indicam as primeiras projeções.
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Bildunterschrift: Cartaz de propaganda pelo 'não' dos suíços à construção de minaretes
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Comprometida a imagem de tolerância da Suíça
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Comprometida a imagem de tolerância da Suíça
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Os defensores da proibição da construção de novos minaretes consideram as torres das mesquitas um sinal político do risco de hegemonia por parte do islamismo. Os opositores, por outro lado, temem grandes prejuízos para o país, pois a proibição não apenas compromete a liberdade de religião, mas também pode gerar um conflito com o mundo árabe e prejudicar a economia do país.
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O governo suíço se opõe energicamente à proibição. O presidente Hans-Rudolf Merz argumentou que a tolerância religiosa tem tradição na Suíça e que a maioria dos muçulmanos é bem integrada e respeita a ordem social.
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A ministra da Justiça, Eveline Widmer-Schlumpf, teme que isso prejudique a imagem da Suíça no exterior. Ela se remeteu ao exemplo da Dinamarca e às ameaças de morte motivadas pela publicação das caricaturas de Maomé. Além disso, a ministra conta com represálias por parte dos parceiros econômicos árabes.
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"Uma cruzada contra o islamismo"
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Jean Ziegler
.O sociólogo suíço Jean Ziegler advertiu do surgimento de uma "atmosfera de pogrom" no país. Para ele, o plebiscito sobre a proibição de minaretes é, na verdade, um referendo sobre o islamismo.
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"Muitos muçulmanos temem atentados, violência e estigmatização", explica o ex-deputado social-democrata. "Inicialmente só havia um pequeno grupo dentro do Partido Popular Suíço, beirando ao fascismo, que exigia que se proibisse a construção de minaretes." E esse grupo acabou iniciando uma campanha gigantesca.
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Para Ziegler, o SVP vive do medo das pessoas. Eles sempre precisam da imagem de novos inimigos. "Agora o partido iniciou uma cruzada contra o islamismo; e os muçulmanos são os novos bodes expiatórios."
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O sociólogo prevê que o plebiscito seja só o começo dessa "cruzada" contra o islã e teme que ela ainda possa se acirrar. Além disso, Ziegler adverte que isso poderá transformar os suíços nos "novos inimigos" no mundo islâmico.
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Quatro minaretes para 340 mil muçulmanos
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Na Suíça vivem hoje 340 mil muçulmanos, em grande maioria provindos da antiga Iugoslávia e da Turquia. De aproximadamente 130 mesquitas e centros religiosos e culturais islâmicos, apenas quatro têm minarete. Estes se situam em Genebra, Zurique, Winterthur e nas proximidades de Olten.
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O que impulsionou a iniciativa de um plebiscito foram novos requerimentos para construção de minaretes em mesquitas até então pouco aparentes. O minarete é a torre ou plataforma elevada de onde os muezins chamam os fieis para a oração. Etimologicamente, a palavra provém do termo árabe "manara" (farol).
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sm/rtrs/dpa/epd/kna
Revisão: Roselaine Wandscheer
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