Passagem pode ser uma das várias minas da encosta do Cidral. Mas há quem suspeite de um refúgio para os monges ou para a população.
Imagem recolhida por uma das primeiras pessoas a visitar o túnel (Foto: DR)
As obras de alargamento da estrada que liga Vestiaria a Alcobaça, no lugar da Aliceira, puseram a descoberto um túnel que deverá ter centenas de anos. Um especialista ouvido pelo PÚBLICO acredita que a galeria foi, em tempos, uma mina de água para abastecimento local, mas o assunto ainda está em estudo.
O túnel, que tem cerca de um metro de largo e dois de altura, foi encontrado por acaso, no fim de Julho. "Os operários estavam a fazer um alicerce [para um passeio] e quando escavaram depararam-se com um buraco fundo, que abriram um pouco mais", explicou o presidente da Junta de Freguesia da Vestiaria, António André, citado pela Lusa. "O túnel tem continuidade, mas está barrado por raízes de eucalipto".
A Câmara de Alcobaça enviou um arqueólogo para estudar a origem da passagem subterrânea, mas ainda não existem conclusões. Porém, o vereador do Urbanismo, José Vinagre, acredita que o túnel é "uma ligação de água a uma conduta principal".
A teoria é partilhada por Pedro Tavares, engenheiro civil que tem estudado o sistema hidráulico do período áureo dos monges de Cister, que se fixaram em Alcobaça no século XII e ali construíram um mosteiro. Apesar de ainda não ter visitado o achado, o engenheiro acredita que aquela é uma das dezenas de minas da zona, semelhante às três que são conhecidas na encosta do Cidral. O especialista admite que a passagem terá sido aberta por volta do século XVII.
"O túnel foi escavado em arenito, uma rocha muito característica da zona, que absorve a água que escorre pela encosta", acrescenta. Sobre as dimensões da passagem, diz que são "suficientes para um homem poder escavar o túnel e fazer a limpeza do local". Nem a sala "com mesas e bancos", que o presidente da junta diz existir numa das extremidades do túnel, intriga Pedro Tavares. "A sala deve dar passagem para outros túneis. Os bancos [certamente escavados] seriam para descanso dos homens que tinham de estar muito tempo debaixo da terra a escavar", diz.
O presidente da junta acredita que o túnel (imagem cedida ao PÚBLICO por um dos primeiros moradores a visitá-lo) pode ter sido usado para ligar o mosteiro ao castelo, para refúgio dos monges ou para a evacuação da população. Pedro Tavares rejeita esta hipótese.
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O túnel, que tem cerca de um metro de largo e dois de altura, foi encontrado por acaso, no fim de Julho. "Os operários estavam a fazer um alicerce [para um passeio] e quando escavaram depararam-se com um buraco fundo, que abriram um pouco mais", explicou o presidente da Junta de Freguesia da Vestiaria, António André, citado pela Lusa. "O túnel tem continuidade, mas está barrado por raízes de eucalipto".
A Câmara de Alcobaça enviou um arqueólogo para estudar a origem da passagem subterrânea, mas ainda não existem conclusões. Porém, o vereador do Urbanismo, José Vinagre, acredita que o túnel é "uma ligação de água a uma conduta principal".
A teoria é partilhada por Pedro Tavares, engenheiro civil que tem estudado o sistema hidráulico do período áureo dos monges de Cister, que se fixaram em Alcobaça no século XII e ali construíram um mosteiro. Apesar de ainda não ter visitado o achado, o engenheiro acredita que aquela é uma das dezenas de minas da zona, semelhante às três que são conhecidas na encosta do Cidral. O especialista admite que a passagem terá sido aberta por volta do século XVII.
"O túnel foi escavado em arenito, uma rocha muito característica da zona, que absorve a água que escorre pela encosta", acrescenta. Sobre as dimensões da passagem, diz que são "suficientes para um homem poder escavar o túnel e fazer a limpeza do local". Nem a sala "com mesas e bancos", que o presidente da junta diz existir numa das extremidades do túnel, intriga Pedro Tavares. "A sala deve dar passagem para outros túneis. Os bancos [certamente escavados] seriam para descanso dos homens que tinham de estar muito tempo debaixo da terra a escavar", diz.
O presidente da junta acredita que o túnel (imagem cedida ao PÚBLICO por um dos primeiros moradores a visitá-lo) pode ter sido usado para ligar o mosteiro ao castelo, para refúgio dos monges ou para a evacuação da população. Pedro Tavares rejeita esta hipótese.
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