Discurso de Lula da Silva (excerto)

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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

EUA - O Outro lado da História

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A outra história americana

Existe um livro entitulado "Enterrem meu coração na curva do rio" (Bury my Heart at Wounded Knee) um best-seller do escritor Dee Brown, especialista em história norte-americana. É um clássico tido como o mais pungente relato da selvageria civilizatória dos Estados Unidos da América em sua marcha rumo ao lendário Oeste. Na verdade, o livro aborda um período de 30 anos, que se estende de 1860 à década de 1890. Ou seja, é este o período de pleno declínio das diversas nações e culturas índias.
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Publicado em 1970, o livro que foi baseado num extenso trabalho de pesquisa, ganhou a atenção do mundo e principalmente dos Estados Unidos para um assunto que até então era um tabu para os americanos. Virou um sucesso de vendas (4 milhões de cópias no mundo todo) e gerou muitos debates, reavivando um lado sinistro da história americana, até então oculto pela aura pura e gloriosa dos "pacíficos" colonos que se viam constantemente fustigados pelos "selvagens" peles-vermelhas. O que se conta aqui, não tem nada haver com isso, e sim com a cobiça, com assassinatos, massacres e espoliações patrocinados pelo governo de Washington. É história de nações prósperas e altivas que se viram empobrecidas e destruídas frente a avassaladora cobiça e força destrutiva do homem branco.

No entanto, o livro não pretende contar uma história das nações peles-vermelhas, e sim seu último suspiro, o seu grito por liberdade. é o relato de uma epopéia trágica que tem por fim a total submissão e extinção dessas nações. E quando digo submissão, não falo de algo consentido, muito pelo contrário, para que isso ocorresse, os americanos moveram guerras contra os diversos povos e acabaram também por sofrer derrotas homéricas e espetaculares. É sim, do começo ao fim, uma história triste, sem final feliz.

Personagens famosos do Oeste americano são retratados nessa obra, como os generais Custer e Crook, o coronel "Três Dedos" Mackenzie e mesmo Búfalo Bill. E grandes guerreiros e chefes índios como: Cavalo Doido, Touro Sentado, Cochise, Gerônimo, Nuvem Vermelha...
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Esta é sem dúvida uma história trágica, mas acima de tudo é um relato de resistência, coragem e amor por uma terra e um modo de vida ancestral. Me emocionei particularmente com a história de Cavalo Doido (Crazy Horse) um dos últimos grandes chefes guerreiros dos Sioux Oglalas... é um exemplo de honestidade e obstinada luta em favor de seus princípios e ideais. Afinal, o título deste livro é em sua homenagem (quem ler vai entender). Porém, é importante lembrar que nem todos os brancos eram contra os peles-vermelhas, o livro fala também sobre aqueles que procuraram defender os direitos dos índios e preservar suas culturas.

Guerreiros Cheyennes
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Ao ler esse livro, me perguntei até que ponto pode chegar a estupidez humana, em sua infinita ambição (destrutiva) por riquezas e poder. Por que homens matam outros com tanta disposição (e em nome de Deus) apenas porque estes os são estranhos, diferentes? O que faz um homem destruir toda uma cultura com o fim de impor a sua própria? O que faz um ser-humano se sentir melhor que outro?
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Com o passar do tempo, essa questão não mudou muito. E infelizmente o assunto continua recente, vivemos numa era de revolução tecnológica onde as distâncias são encurtadas, mas o racismo e o preconceito contra as minorias persiste em um mundo cada vez mais globalizado. a ignorância e o medo em relação ao que é diferente, continua alimentando e fomentando o ódio. Aonde tudo isso vai parar? É algo que não posso responder, mas as possibilidades me assustam.
Cabanas Sioux

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