Discurso de Lula da Silva (excerto)

___diegophc

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A História de Rui Ramos desculpabiliza o Estado Novo?



Salazar com Cardeal Cerejeira e os ministros Costa Leite (Finanças) e Duarte Pacheco (Obras Públicas) dr
.
Rui Ramos lamenta que em Portugal a História seja vista "a preto e branco, ou esquerda ou direita". E que se conviva mal com diferentes interpretações do passado. Mas outros historiadores vêem na mais recente História de Portugal, coordenada por este autor, um discurso que desculpabiliza o Estado Novo e diaboliza a I República. Há mesmo quem fale em "legitimação" do regime de Salazar. E quem acuse esta História de ignorar a violência daqueles anos. Por São José Almeida

O Estado Novo era fascista? Quantos presos políticos morreram durante o regime de Salazar? Viveu-se, nesses anos, um clima de medo ou tão-só uma "repressão light"? As respostas a perguntas como estas mudam conforme sejam dadas por um historiador de esquerda ou de direita? Não há apenas uma História, mas há quem considere que os portugueses têm horror a assumir a diferença entre as várias correntes historiográficas.

A História de Portugal coordenada por Rui Ramos - que é também co-autor, ao lado de Bernardo Vasconcelos e Sousa e Nuno Gonçalo Monteiro -, lançada recentemente pela Esfera dos Livros, é um exemplo de como as leituras do passado podem ser diversas e contêm várias abordagens que estão longe de ser consensuais. O P2 lançou o desafio a vários historiadores, incluindo Rui Ramos: quão diferentes podem ser as interpretações de períodos como a I República e o Estado Novo?

"Está na hora de haver um debate público entre historiadores do Estado Novo", apela Irene Flunser Pimentel, para quem há várias correntes historiográficas que convivem em Portugal sem que isso seja assumido. "Quem começou a estudar o Estado Novo, após o 25 de Abril, eram pessoas de esquerda e a História foi monopolizada pela esquerda. Depois surgiu a História de direita." E hoje? "Creio que, neste momento, os historiadores de esquerda, que sempre foram acusados de instrumentalizar, são mais cuidadosos a trabalhar e os de direita até fazem gala em provocar."

Esta historiadora, que se assume como sendo de esquerda, dá um exemplo muito concreto. Fala de Rui Ramos e da entrevista que ele deu em Janeiro à revista Ler, onde se assumia mais uma vez como uma personalidade da direita portuguesa e afirmava literalmente que gosta de provocar a esquerda. "Ele é óptimo historiador, mas corre o risco de deixar de ser porque, quando se diz numa entrevista que o objectivo é escandalizar a esquerda, está-se a instrumentalizar a História para atingir objectivos políticos", garante Irene Pimentel. "Eu não faço História para chatear a direita. Eu sou de esquerda, mas, se quiser fazer política, faço-o no espaço político, não no espaço da História, mesmo sabendo que a minha ideologia está lá."

Por seu lado, sem mais comentários, Rui Ramos afirma: "Toda a História é revisionista." E acrescenta: "A História é um domínio académico onde é necessário afirmar originalidade, o que leva às interpretações próprias e diversas."

"Vieram uns malandros"


António Costa Pinto reconhece que ser historiador não é uma actividade asséptica e até considera que nesta História de Portugal "houve uma notória preocupação de extirpar as dimensões mais ideológicas" que, na sua opinião, caracterizaram, no passado, o trabalho de Rui Ramos - "e os seus escritos radicais que reportam para a tese algo caricatural de que tudo estava bem na monarquia liberal e vieram uns malandros de uns republicanos... uma tese, [de resto], que é antes de Vasco Pulido Valente".

Porém, continua, "é notório, sobretudo no que diz respeito ao Estado Novo, numa ou noutra omissão ou esquecimento", que "o equilíbrio escapa", pois Rui Ramos esquece que "a história de uma ditadura tem que ser também a do seu funcionamento repressivo". E António Costa Pinto sublinha que "a ditadura caracteriza-se pela repressão sem muitos mortos".

Sobre a caracterização do 25 de Abril, Costa Pinto afirma que o que o novo texto de Rui Ramos faz, "mais do que alguma crítica velada à esquerda", é mostrar uma certa "desilusão com o que o PREC provocou no nascimento da direita democrática" - uma direita que acabou por ter que "nascer ao centro".

Essa mesma "desilusão" identifica Irene Flunser Pimentel. "Em relação ao 25 de Abril, Ramos segue a linha Braga da Cruz: "No marcellismo estava tudo bem.""

Já Manuel Lucena, um dos primeiros historiadores que estudaram o marcellismo e o salazarismo, considera que a obra de Rui Ramos faz uma boa "introdução a uma época". "Se a fôssemos julgar como uma História de especialidade sobre o Estado Novo, resultariam defeitos que não podem ser apontados do ponto de vista de uma História geral que tem que despertar a curiosidade. Desse ponto de vista, é um bom texto."

Caracterizando a obra como "uma porta de entrada na História", cujo objectivo é aguçar o apetite do leitor e fazer com que "as pessoas queiram ir ler mais", o próprio Rui Ramos assume que não está cem por cento satisfeito com o resultado final da sua obra. "Eu mesmo, olhando hoje o livro, vejo coisas melhores e coisas piores, umas porque são temas que estão por investigar, outras porque não fui feliz."

Porém, a razão pela qual, em seu entender, a sua interpretação do passado diverge da maioria dos historiadores destes períodos é esta: "Eu venho de trás para a frente, olho o Estado Novo a partir da Monarquia Constitucional, enquanto a maioria dos historiadores deste período olha a partir do 25 de Abril. Isso dá forçosamente uma interpretação diferente. Além dos pressupostos ideológicos, há a posição de observação."

Fascista ou não?

Lucena enumera as características positivas que vê neste texto, mas também aponta erros. Entre os elogios, salienta que Ramos "não se envolve na polémica sobre se o Estado Novo era ou não fascista". E explica que o historiador se limita "a notar que no plano do Estado e das instituições há nítidas semelhanças entre o Estado de Salazar e o de Mussolini". Por outro lado, continua, "não deixa de ver que há em Portugal uma dinâmica "revolucionária" como em Itália".

Ora é precisamente essa caracterização do regime que é criticada por Manuel Loff. Este historiador afirma que Ramos "faz a descrição do Estado Novo como se de uma monarquia constitucional se tratasse - em lugar do rei está o Presidente da República".

"Isto é uma interpretação totalmente desajustada da filosofia que preside à Constituição de 1933." Manuel Loff sustenta que "é verdade que este quadro de referência liberal resulta do peso que os republicanos conservadores tinham dentro do regime e é o legado de mais de um século". Contudo, "dizer ao leitor que é uma monarquia é um abuso de interpretação e uma banalização do próprio Estado Novo".

E conclui: "Rui Ramos faz parte de um grande número de historiadores que refutam o carácter fascista. Eu próprio rejeito essa classificação, só considero essa perspectiva de análise entre 1933 e 1945. Mas Rui Ramos o mais que faz, citando Braga da Cruz, é dizer que em 1936 se sentia nas ruas um real dinamismo fascista."

Indo mais longe, Loff considera que o coordenador da História de Portugal bebe as teses dos defensores do regime. "A tese central é semelhante à de José Hermano Saraiva: a de que Salazar era antifascista, pois mandou prender Rolão Preto."

Também Fernando Rosas discorda da caracterização do regime feita por Rui Ramos. Diz que ele "nunca tinha escrito aquilo sobre o Estado Novo" - contudo, afirma, "tudo o que tinha escrito sobre a República" fazia prever a análise que agora apresenta. "A República, para ele, é o caos terrorista, absurdo, despótico, que tinha de conduzir a um regime de ordem. Ele nunca tinha chegado à ordem, agora que chegou, tinha de comparar. A comparação tem vários absurdos. Compara considerando que Estado Novo tem lados positivos: matou menos, reprimiu menos."

"Sendo mais bem escrito, este discurso historiográfico parece o discurso de propaganda de legitimação do Estado Novo", continua. E remata: "É uma síntese generalista, com alguns pontos que são lugares-comuns da versão conservadora da História. O que tem de novo é, de facto, a comparação com a República, que ele diaboliza muito. Não pretende ser, em relação a estes períodos, um livro inovador. O livro tem como objectivo marcar pontos no centenário da República."

"Digo que parece"

Refutando as críticas, mas sem querer pormenorizar, Ramos garante: "Em momento nenhum defendo que há continuidade e digo claramente que Salazar é uma figura que não vem do campo liberal e que este é o primeiro regime que recusa os partidos. Mais: digo que parece uma monarquia constitucional na Constituição, não digo que é."

Ainda no plano da caracterização do regime, também Manuel Lucena aponta algumas discordâncias em relação à interpretação de Ramos. Nomeadamente a forma como fala da relação entre o Estado Novo e a Igreja. "Rui Ramos nota bem que não houve devolução de bens expropriados pela República e pela Revolução Liberal, mas da descrição dele não se tem noção da importância simbólica e ritual constante da Igreja no Estado Novo. A Igreja oficial esteve muito ao lado do regime, só tarde surgiram os católicos progressistas."

Outras notas de discordância de Lucena em relação às características do regime estabelecidas por Ramos têm a ver com a Guerra Colonial. "A parte relativa às colónias podia ser mais desenvolvida", afirma Lucena, que se manifesta, por outro lado, em desacordo com a interpretação de que "o Presidente da República tinha constitucionalmente maiores poderes e que era uma pedra angular apenas formalmente".

Já sobre as fontes usadas nesta História de Portugal, Lucena afirma que "há, por vezes, em matéria de facto, alguns reparos a fazer". Por exemplo: cita-se apenas o neto de Delgado para falar da morte deste, que é parte interessada, quando há o julgamento do caso Delgado feito após o 25 de Abril; refere-se à Associação Socialista Portuguesa, com base em testemunhos de Mário Soares; afirma-se que o PAIGC tem poucos adeptos com base em Otelo Saraiva de Carvalho - que combateu o PAIGC.

Neste domínio das fontes, Manuel Loff também questiona o porquê de a fonte sobre a repressão e as prisões políticas ser, por exemplo, Adriano Moreira, que foi ministro de Salazar por duas vezes (do Ultramar e da Educação): "Porquê? Há uma enorme produção, porquê citar as memórias de Adriano Moreira?"

Repressão preventiva


Mas é a discussão sobre até que ponto era o Estado Novo um Estado repressivo que mais polémica suscita. Fernando Rosas cita a tese de Ramos de que "o Estado Novo no pós-guerra admitiu algum pluralismo". Mas diz que este historiador "ignora o essencial" - "que o Estado Novo foi obrigado, pela pressão social do país e internacional, a abrir espaços de tolerância". "Parece que o Estado Novo é benévolo, não fascista, apenas autoritário, o que é uma leitura descupabilizante do regime."

E acrescenta: "Em 1933, a Censura é centralizada, as manifestações e todas as deslocações tinham de ser autorizadas pelo Ministério do Interior, deixou de haver iniciativa colectiva." Quanto aos mortos pelo regime, Rosas sustenta: "Ramos diz que há mais pessoas mortas em manifestações na República do que no Estado Novo, o que não diz é que no Estado Novo as manifestações eram proibidas. Diz que há mais mortos em greves. Mas não diz que não havia greves no Estado Novo."

"É de uma grande falta de seriedade intelectual estabelecer contínuo República-Estado Novo, como se não tivesse havido uma guerra civil larvar", continua. "A República não cai no 28 de Maio de 1926, o que cai é o Governo do António Maria da Silva. De 1926 a 1931 há uma guerra civil, o chamado Reviralho. Entre 1926 e 1931 há mais de dois mil presos e deportados e mais de 200 mortos. No 7 de Fevereiro, os marinheiros em Lisboa foram presos e são deportadas para Timor mais de 400 pessoas. Em 1931, prendem duas mil e deportam mais de mil pessoas. A República cai ao fim de anos e com grande resistência."

O próprio Manuel Lucena, que elogia genericamente o trabalho de Ramos, critica-o no que diz respeito à desvalorização que faz da repressão. É certo, diz, que Ramos "fala da repressão sistemática, da falta de liberdade, das mortes e do arbítrio das prisões", bem como "não deixa de anotar que, comparado com outros regimes, a Espanha, a Alemanha e os soviéticos, o Estado Novo era altamente moderado, como o é comparado com regimes precedentes, como Vasco Pulido Valente já tinha notado no seu O Poder e o Povo". Contudo, diz, se é correcto colocar a tónica na moderação do regime, "falta talvez a indicação de quanto foi um regime minuciosamente opressivo e asfixiante".

Ou seja: "A especialidade do dr. Salazar era não deixar nascer o que se lhe opunha. Era uma espécie de repressão preventiva. Os outros regimes esmagavam depois. Aqui era um regime sufocante." E conclui: "[Rui Ramos] faz uma apreciação que deixa escapar algo que não é o perfume, mas que é a essência, e que era essa repressão preventiva."

"O incomparável"

O problema, diz Irene Flunser Pimentel, é que Rui Ramos "compara o que não é comparável". E questiona: "Por que é que a PIDE mata menos, quando nasce em 1945, do que a anterior PVDE?" Para responder: "Porque a PVDE já o fez a partir de 1933, data em que foi criada. Ele contabiliza 45 mortos até 1945. Há muitos mais. Só no Tarrafal morreram 32. Há os presos que baixam ao hospital e morrem aí e que não são contabilizados como mortos na prisão."

Esta doutorada em História da PIDE garante que "a polícia política em Portugal não queria matar". Mas acrescenta: "É absurdo dizer que havia pluralismo e que a Censura e a PIDE eram suaves. Se se faz a comparação directa com a Alemanha, é evidente que em Portugal é mais suave. Mas não se mede só em mortes."

"No período da "guerra civil", de 1926 a 1932, há mortos em tiroteios e na rua que ele não contabiliza, fala sempre dos mortos antes", continua Flunser Pimentel. "É evidente que a República foi violenta. E que a seguir a sociedade é domesticada. Mas o PCP era sujeito a repressão. A PIDE percebe, a partir de certa altura, que é preciso prender o PCP, os funcionários e alguns apoiantes. É preventivo."

Manuel Loff discorda igualmente da "ideia de que o Estado Novo tem menos violência do que a I República". "Não sei onde é que Rui Ramos vai buscar os números, mas ignora a natureza da violência do regime."

"Ele tenta dizer que Estado Novo é banal, comparando com o de outros países, e igual ou menos violento que a tradição portuguesa. Ignora por exemplo a violência colonial" e "não percebe a natureza do Tarrafal".

Interpelando Ramos, Loff questiona: "Por que não menciona os quatro milhões de fichas do arquivo da PIDE? Uma percentagem elevada da população portuguesa foi fichada. É preciso haver mortes para haver terror? Eu não entro em discussões morais."

Salientando que Ramos "nunca usa a palavra tortura", fala antes de "métodos violentos e detenções de intimidação", Loff critica: "Parece que o conceito de terror só pode ser utilizado quando há eliminação física. Por essa ordem de ideias, só o franquismo foi totalitário e violento, porque houve guerra. Dá a ideia de que, como não há fuzilamentos, está tudo bem."

Ramos rejeita, mais uma vez, as críticas. Sublinha que fala do "ambiente de medo" que se vivia. E insiste que "a repressão é light porque a sociedade permite isso". Ou seja, estamos perante uma "sociedade rural, em que os patrões reprimem os operários e onde é possível fazer economia da repressão".

Defendendo a sua interpretação deste aspecto do Estado Novo, Ramos explica que "o medo afastava a sociedade do contacto com a oposição". O Estado, diz, "estava organizado no isolamento da resistência e da oposição, que estava identificada, cercada e infiltrada".

"Não há repressão de massas porque não há oposição de massas, mas quando é preciso a PIDE mata, como foi o caso de Delgado", continua. "Muito provavelmente, se Franco tivesse enfrentado a apatia que Salazar encontrou, não tinha agido como agiu", até porque, garante, "a repressão tem custos, os regimes não são sanguinários se não precisarem".

"Havia dissuasão. A repressão social era maior que a repressão política. Era uma repressão de ricos sobre pobres. A GNR agia como agia, não era necessário mais."

Originalidade mal vista

Rui Ramos lamenta que não se viva com naturalidade as divergências de interpretação. "Vivemos num mundo muito diferente do que eu vivi em Inglaterra ou em Espanha, onde nos mesmos seminários, congressos e departamentos convivem pessoas com ideias muito diferentes, discutindo acalorada ou friamente, mas debatendo e divergindo. Pessoas que se respeitam e vêem o trabalho dos outros com respeito."

Nesses países, insiste, há "uma nítida ideia de que a História é plural" e há quase tantas correntes como historiadores. "A universidade puxa à contradição e à crítica."

Em Portugal, diz, é diferente. "Convivemos mal com a pluralidade, achamos sempre: "A verdade é minha."" Vai mais longe: "A originalidade é mal vista. Por vezes, as teses têm dados num sentido, mas as introduções e as conclusões dizem o contrário porque os alunos querem repetir o pensamento dos orientadores. Há uma sujeição à hierarquia e os departamentos são marcados por correntes."

Não há matizes, garante. "A História é a preto e branco, ou genial ou porcaria, ou esquerda ou direita", sendo certo que, por vezes, nem é a questão ideológica que move os historiadores. É a "vassalagem" ao pensamento dominante.
.
.

Comentários 1 a 10 de 46

  1. vagostinho . 01.06.2010 20:56
    Via PÚBLICO

    Salazar

    Ilustre amigo, Pedro 1970, devo dizer-lhe que estou de acordo com os belíssimos comentários que escreveu. Devo apenas corrigir, que o Doutor Salazar não tomou conta das finanças em 1933, mas algum tempo depois do golpe de 1926 (28 de Maio). Demitiu-se e depois. Convencido por Duarte Pacheco e pelo padre Matteo, que com ele e Manuel Gonçalves Cerejeira, privou nos Grilos em Coimbra, regressou ao governo até se tornar Presidente do Conselho, sem nunca abandonar a pasta das finanças. Em 1928, afrmou " Sei muito bem o que quero e para onde vou".Grande abraço!
    • pedro1970 . 01.06.2010
      Via PÚBLICO

      RE: Salazar

      Muito obrigado pelo seu comentário e observação. Tem razão, sim senhor. De facto, é como diz.
  2. pedro1970 . 01.06.2010 18:20
    Via PÚBLICO

    É chegada a altura de uma análise sem complexos 5

    Com a morte de Salazar e a ascensão de Marcello Caetano ao poder (já no final da década de 60), foi mudado o nome da polícia política que se passou a chamar Direcção Geral de Segurança e a repressão conheceu um certo abrandamento. Também a censura passou a chamar-se exame prévio e foi abrandada. O próprio Expresso nasceu ainda antes do 25 de Abril de 1974 e tinha uma linha mais liberal. Aliás, o seu fundador (Pinto Balsemão) era deputado à Assembleia Nacional, fazendo parte da chamada ala liberal juntamente com Magalhães Mota e Sá Carneiro que, depois do 25 de Abril, haveriam de fundar o PPD-PSD (hoje PSD). O PS foi fundado em 1973. Mas o regime poderia ter tido, muito mais cedo, essa evolução, não fosse a teimosia de Salazar e a sua incapacidade em perceber que o mundo tinha mudado após o fim da segunda guerra mundial. Nesse período, assistia-se, então, à realidade da Europa das democracias e da ONU e o colonialismo estava a chegar ao fim. No final da década de 60, quando Marcello Caetano chegou ao poder, já era tarde demais e o 25 de Abril foi o desfecho inevitável.
    • Heliodoro , Olhão. 01.06.2010

      RE: É chegada a altura de uma análise sem complexo

      O colonialismo chegou ao fim, os franceses entregaram Guyana, a Reunion, a Guadaloupe, os britanicos entregaram Gibraltar, as Maldivas, etc... Haja Juízo
  3. pedro1970 . 01.06.2010 17:57
    Via PÚBLICO

    É chegada a altura de uma análise sem complexos 4

    É verdade que o regime era profundamente anti-comunista e o Partido Comunista foi ilegalizado. Todavia, é preciso não esquecer a realidade da guerra fria que se vivia por toda a Europa e EUA, em que o lado oposto eram os países comunistas, muito em especial a ex-URSS, vista pelo PCP como modelo de sociedade. É verdade também que existia a polícia política, mas cuja actividade não se restringia à luta contra o PCP e outras organizações opositoras do regime. Essa polícia estava também encarregue do sector de passaportes e da prevenção contra organizações terroristas internacionais e não só. E já no contexto da guerra colonial teve um papel fundamental em evitar mais mortos e estropiados no exército português, uma vez que lhe passava informações de atentados, emboscadas, etc, planeados. É verdade também que existiam prisões políticas e, portanto, presos políticos. O Forte de Peniche, o Aljube e o Tarrafal (este, em Cabo Verde), foram exemplos flagrantes dessas prisões e existia a censura.
  4. pedro1970 . 01.06.2010 17:42
    Via PÚBLICO

    É chegada a altura de uma análise sem complexos 2

    Exemplos de grandes obras públicas no Estado Novo: Estádio Nacional, Hospital de Santa Maria em Lisboa e Hospital de São João no Porto, Cristo Rei, Padrão dos Descobrimentos, Cidade Universitária em Lisboa, Biblioteca Nacional no Campo Grande, inauguração do metropolitano de Lisboa, Ponte sobre o rio Tejo, grandes barragens, electrificação do país (os postes e linhas de alta tensão são do tempo do Estado Novo), construção da auto-estrada Lisboa-Porto, etc. Foi também célebre, noutro âmbito, a campanha do trigo. E o país tinha grandes empresas como a Lisnave, a CUF, a Siderurgia Nacional, a fábrica de louças de Sacavém e outras.
  5. pedro1970 . 01.06.2010 17:36
    Via PÚBLICO

    É chegada a altura de uma análise sem complexos 1

    É necessário, antes de mais, compreender a ascensão de Salazar ao poder. É inegável que, sob vários aspectos, a 1ª República se desacreditou a si própria. Eram frequentes as cenas de pancadaria na Assembleia Nacional como o provam os diários da Assembleia, da altura. Em termos religiosos, foi posto em prática um anti-clericalismo extremado que não soube ter em atenção a sociologia religiosa do povo português nessa época. E em termos económico-financeiros foi o desastre total. Quando Salazar (eminente professor de Finanças, da Universidade de Coimbra) foi chamado em 1933, as contas públicas estavam arruinadas. Salazar pôs então em prática todo um programa (conjunto de medidas) que permitiram passo a passo o reequilibrio das contas públicas e isso tornou depois possível a política das grandes obras públicas que inegavelmente desenvolveram o país.
  6. Karluz . 01.06.2010 10:21
    Via PÚBLICO

    é isto a democracia???

    Só pode criticar quem faz melhor, não é o nosso caso presentemente. Salazar tinha os seus defeitos como políticos de agora também os têm, mas era um grande português e não metia ao bolso o que pertencia ao país. Os "portugueses" de agora foi só ensacar até deixarem o país de tanga. Foi o oiro que cá ficou foram os milhões que vieram da Europa, foi um encher vilanagem. Presentemente viv emos num facismo democrático, só falta a pide.
    • Kropotkine , Anarquia. 01.06.2010

      RE: é isto a democracia???

      Nem precisou de meter nada ao bolso, visto que esteve 30 anos na cadeira até cair dela! Quem é que precisa de roubar sabendo é o próprio Estado?! Essa conversa de que o professor bolorento entrou e saiu pobre é uma bela tanga!!! O gajo tinha fama de forreta, é certo, mas concerteza enquanto foi presidente do Concelho (que foi até à sua morte) nada lhe terá faltado... então para quê roubar?! Então e quem orbitava à volta do Regime? As 3 ou 4 grandes familias que neste país monopolizavam a economia e enchiam os bolsos como os Espirito Santo, etc?! De que valia ao país, sim, aos seus cidadãos terem um país cheio de ouro e sem dividas se esse dinheiro não era posto ao dispor da população? Sim, ou vão-me dizer que nesses tempos não havia miséria generalizada, especialmente nas zonas mais interiores do país? Que não havia uma taxa de analfabetismo brutal? Que havia infra-estruturas fabulosas... só faltará dizer que havia internet wireless em cada lar!! Então se o povo vivia na miséria, sem direitos e sem liberdades, onde andava todo o dinheiro de que se fala?!
  7. iarsu . 01.06.2010 08:50
    Via PÚBLICO

    O Professor Rui Ramos mente!

    Parabéns pelo artigo. Demonstra bem os pontos de vista em confronto e explora um tema interessante. Infelizmente, o Professor Rui Ramos foi meu professor na Faculdade. O que ele diz no fim do artigo é mentira. Nas aulas, enquanto Professor, nunca adimitiu a discussão de um ponto de vista diferente do seu e denegria os seus colegas Historiadores, afirmando que não sabiam fazer investigação. Os alunos fugiam das suas aulas e só foi docente durante um semestre devido à sua atitude desenquadrada do espaço universitário. É uma pessoa com uma personalidade conturbada que infelizmente é convidado para fazer comentários em televisão e escreve livros que as pessoas querem ler.
  8. vagostinho . 31.05.2010 22:25
    Via PÚBLICO

    MEDO

    Tal como o comentador Pedro 1970 referiu e muito bem, quaisquer comentários que não agradem ao situacionismo anti- salazarista tendem a ser apagados. Estes pseudo- democratas aceitam todas as opiniões, desde que sejam do seu agrado, as outras são cobardemente apagadas. Ainda bem que Rui Ramos produziu esta obra. Para mim, como professor de História, basta desagradar a Fernando Rosas e a Manuel Loff, para eu ir imediatamente adquirir a obra. É realmente impressionante verificar a dificuldade com que a esquerdalha lida com o medo das opiniões diferentes, mas também, de gente que defende Estaline, Trotsky, Castro, Pot e Mao, não seria de esperar outra coisa. Será medo de um dia se contar a verdade?
    • Anónimo , Gaia. 01.06.2010

      RE: MEDO

      Engraçado... quando dizes «... (de) gente que defende Estaline, Trotsky, Castro, Pot e Mao, não seria de esperar outra coisa»... eu ouço: «... (de) gente que defende Salazar, não seria de esperar outra coisa».
    • Gil Fonseca , Lisboa. 31.05.2010

      RE: MEDO

      Nenhuma pessoa aqui está a favor do Stalin, do Mao ou nada que se pareça. A única coisa que se pede é que se respeite a verdade dos factos e que não se tenha a lata de defender o que não é defensável. Mais nada.
  9. pedro1970 . 31.05.2010 18:51
    Via PÚBLICO

    É chegada a altura de uma análise sem complexos 6

    Quanto às relações entre o Estado Novo e a religião, é verdade que, desde cedo, aquele se colocou ao lado com os sectores mais conservadores da Igreja Católica e, nesse âmbito, é preciso não esquecer toda a influência do grande representante daqueles sectores: o Cardeal Cerejeira, grande amigo de Salazar e que tinha sido seu colega em Coimbra. Já os sectores progressistas da Igreja Católica viveram momentos bem difícieis, como por exemplo, D. António Ferreira Gomes. Foi precisamente no Estado Novo que foi construído o Santuário de Fátima que o regime apoiou com as duas mãos. E, no ensino público, prevalecia claramente a visão cristã, em termos de ensino de religião e de moral. Assumiu particular importância a Concordata de 1940, que no seu artº 21 afirmava que "O ensino ministrado pelo Estado nas escolas públicas será orientado pelos princípios da doutrina e moral cristãs tradicionais do País".
    • pedro1970 . 31.05.2010
      Via PÚBLICO

      RE: É chegada a altura de uma análise sem complexo

      Agora é que reparei: na foto da notícia, ao lado de Salazar está precisamente o Cardeal Cerejeira.
    • pedro1970 . 31.05.2010
      Via PÚBLICO

      RE: É chegada a altura de uma análise sem complexo

      Já agora, todo o artº 21: "O ensino ministrado pelo Estado nas escolas públicas será orientado pelos princípios da doutrina e moral cristãs tradicionais do País. Consequentemente ministrar-se-á o ensino da religião e moral católicas nas escolas públicas elementares, complementares e médias aos alunos cujos pais, ou quem suas vezes fizer, não tiverem feito pedido de isenção. Nos asilos, orfanatos, estabelecimentos e institutos oficiais de educação de menores, e de correcção ou reforma, dependentes do Estado, será ministrado, por conta dele, o ensino da religião católica e assegurada a prática dos seus preceitos. Para o ensino da religião católica, o texto deverá ser aprovado pela Autoridade eclesiástica e os professores serão nomeados pelo Estado de acordo com ela; em nenhum caso poderá ser ministrado o sobredito ensino por pessoas que a Autoridade eclesiástica não tenha aprovado como idóneas."
    • pedro1970 . 31.05.2010
      Via PÚBLICO

      RE: É chegada a altura de uma análise sem complexo

      Leia-se "aquele se colocou ao lado dos sectores"
  10. pedro1970 . 31.05.2010 17:00
    Via PÚBLICO

    É chegada a altura de uma análise sem complexos 3

    A nível de ensino, o país tinha uma divisão em Liceus, ensino técnico, ensino comercial e ensino artístico. Não é verdade que o ensino não liceal fosse inferior ou destinado a pessoas menos dotadas. O que sucedia é que, naturalmente, cada pessoa tinha a sua própria vocação e não havia a cultura de todos quererem ser "dótores". Mas nada impedia que pessoas vindas do ensino não liceal, pudessem tirar um curso superior. Por exemplo, os engenheiros vinham do ensino técnico, os formados em económico-financeiras vinham do ensino comercial, os formados pela Escola Superior de Belas Artes vinham do ensino artístico. Havia também uma escolaridade obrigatória definida e o ensino era centrado no professor (visto como um mestre) e o conhecimento tinha importância fundamental, mais até do que apenas as competências.
    • Anónimo , Cbr. 01.06.2010

      RE: É chegada a altura de uma análise sem complexo

      As escolas comerciais e o ensino técnico eram considerados socialmente inferiores. O que realmente importa era a instrumentalização da História e das Ciências Sociais. O que se ensinava em História nas escolas tinha caráter racista e colonialista. Não visava a compreensão da História, mas apenas e só enquadrar no mais puro estilo estalinista ( os extremos tocam-se!). A Sociologia foi proibida em Portugal até 1974 porque foi rotulada por alguém com preconceitos de marxismo (se calhar ideias avançadas como se dizia!). A partir da década de 1930 muitos dos melhores professores, artistas, arquitetos e intelectuais (Agostinho da Silva, Vieira da Silva e muitos dos melhores cientistas) ou foram demitidos no mais puro estilo estalinista ou nazi ou tiveram de emigrar. Como corolário, tivemos o elogio do analfabetismo nos anos de 1930. Em terra de cegos quem tem olho é rei. Assim, convinha que os portugueses fossem ignorantes para melhor os controlar e manipular. Ter barba ou se por acaso alguém usasse roupa vermelha podia dar aso as problemas com a PIDE. Sinto vergonha de ser português, quando vejo o atraso de vida e de mentalidades que grassavam em Portugal até 1974 e o lastro negativo ...
      .

      Comentários 11 a 20 de 46

      1. Caetanoven , Valongo/Porto. 01.06.2010 23:47

        Podemos ser os melhores!

        Em 1969 quando as crianças se reuniam umas com as outras, a falarem…os mais velhos, com medo dos “Bufos”, vinham avisar para não estarmos mais do que duas crianças juntas na via pública. (...esse acto era uma manifestação? ou era uma quaisquer conspiração política?). O problema é que hoje temos “novos Bufos dos aparelhos”, têm empregos a ganhar bem, sabem escovar as botas do chefe, e quando alguém está parado no seu serviço dizem – Estás parado!!! – (A vontade era a de responder: e tu o (…) andas aqui a fazer o quê? A espiar?). Podemos ser os melhores do mundo, mas…eles tratam de destruir a nossa reputação e imagem, basta para tal não sermos perfeitos!
      2. Caetanoven , Valongo. 01.06.2010 23:31

        O problema é não sermos perfeitos!

        Em 1969 quando as crianças se reuniam umas com as outras, a falarem…os mais velhos, com medo dos “Bufos”, vinham avisar para não estarmos mais do que duas crianças juntas na via pública. (...esse acto era uma manifestação? ou era uma quaisquer conspiração política?). O problema é que hoje temos “novos Bufos dos aparelhos”, têm empregos a ganhar bem, sabem escovar as botas do chefe, e quando alguém está parado no seu serviço dizem – Estás parado!!! – (A vontade era a de responder: e tu o (…) andas aqui a fazer o quê? A espiar?). Podemos ser os melhores do mundo, mas…eles tratam de destruir a nossa reputação e imagem, basta para tal não sermos perfeitos!
      3. Ryan , Cape Town. 01.06.2010 21:41

        Venham de volta

        Acho que um pouco de aperto a nossa sociedade nao faria mal nenhum. Nao falo de ditadura mas sim de um abanao para ver se paramos de andar a velocidades estonteantes chegando mesmo ao ponto de que a mentira foi so uma brincadeira ou que uma traicao foi um mal menor. Estamos no tempo em que o casamento e feito por pessoas do mesmo sexo. Pessoas sem valor nenhum governam o pais. Nao sao os cursos ou a falta deles que fazem a pessoa mas sim o valor que ela transparece. Portugal esta numa situacao em que quiz brincar com o fogo e temos por ai resultados. Para mim se as coisas fossem um pouco mais rigorozas talvez estivessemos num patamar bem mais avancado e seriamos um pais a serio. Assim somos um pais sempre adiado pela imitacao do que vemos la por fora e que nao cansamos de importar.
      4. Exorcista , Portugal dos pequeninos. 01.06.2010 21:28

        Credo!!

        As viúvas do Oliveira Salazar que aparecem por aqui estão mesmo avariadas da cabeça! Endeusar esta sinistra criatura com voz de menina, que só teve um objectivo e ideologia na vida: Poder. Com este tirano obscurantista e carola só tivemos isolamento, fome ( perguntem a vossa família se não viveram esses "lindos" anos) pobreza e uma guerra estúpida que nos deixou um país arruinado aqui e no antigo Ultramar. Quanto ao original historiador, é uma pena tanta desonestidade intelectual contida na sua equação de regimes mais e menos sanguinários. Atenção Viúvas! Não me lixem com o argumento falacioso do Salazar protetor contra os comunas, pois a alterrnativa real ao Salazar foi o Humberto Delgado que não era de todo democrata, e era a escolha do povo na altura.
      5. Eu , Aqui. 01.06.2010 18:34

        Viva o 25 de Abril!

        Durante o Estado Novo tínhamos um sistema judicial credível e um ensino de qualidade... mas hoje temos uma coisa bem melhor! Temos a liberdade de expressão! Agora já posso dizer que os nossos sistemas judicial e educativo são uma m€rd@!!!! Viva!!!
      6. Victor Trindade , Lisboa - Portugal. 01.06.2010 16:47

        PARECE QUE AGORA ESTÁ TUDO BEM !

        Há agora, muita gente "versada" no regime do Estado Novo, que não viveu o Tempo, e só conhece a situação pelo que vem a lume, desde Abril de 74. Seria óptimo se pudessem ter assistido e, sobretudo, lido a obra do Embaixador Franco Nogueira, talvez o homem, que do ponto de vista político, melhor conheceu Salazar. A PIDE, que semeava o terror, só não foi eliminada, porque Salazar se confessou já sem forças para "mexer naquele ninho de vesperas", conforme confessou a Franco nogueira. As pessoas esquecem que na primeira guerra mundial, muitos Portugueses desapareceram nos campos da Flandres e, por alturas da 2ª guerra, Salazar teve que negociar: para que os Portugueses não voltassem a morrer, como na 1ª guerra, tinhamos que enviar Trigo, volfrâmio, açuçar e toda uma Panóplia de Materiais. Passámos fome ( eu passei) mas ninguem morreu pela Alemanha. Hoje não há PIDE, mas será que está tudo Bem ? Ninguem passa fome ? os vencimentos estão razoávelmente destribuídos ? todos têm emprego ?.
        • pedro1970 . 01.06.2010
          Via PÚBLICO

          RE: PARECE QUE AGORA ESTÁ TUDO BEM !

          Cuidado. A PIDE era um dos pilares fundamentais do regime, quanto mais não seja porque o PCP estava ilegalizado e uma das actividades dela era a luta contra o PCP. A própria segurança de Salazar era feita por agentes da PIDE. Leia a obra Memórias de um inspector da PIDE (do inspector Fernando Gouveia) para ver a importância da PIDE no regime.
      7. Pedro Magalhães , Sintra. 01.06.2010 15:33

        O professor Rui Ramos não mente

        Também fui aluno do Prof. Ramos e discordo absolutamente do comentador que afirma que o Prof. Rui Ramos não admitia discussão. O que não admitia era confrontação e provocação. E nunca o ouvi dizer mal de outros historiadores, mas sim de certas correntes da História. A estes níveis, foi um professor igual a muitos outros.
      8. Tiago , Alverca. 01.06.2010 15:11

        Salazar patriota?

        A questão essencial do Estado Novo, é perceber de que lado estava a ditadura? E isto é claro! O Estado Novo, era um governo ao serviço dos patrões contra uma população trabalhadora, que estava reduzida à miséria e ao analfabetismo. Além do mais é preciso tirar a máscara a Salazar e afirmar objectivamente que não era um patriota. Porque entregou a riqueza do país (incluindo parcelas do seu território, como no caso das Lajes) às potências estrangeiras. Quem em plena Segunda Guerra Mundial, enquanto o povo passava fome, enviava tonelada de alimentos e minérios para a Alemanha nazi. Dizer que Salazar era um patriota quando era a sua antetíse... é apenas defender que a direita está minimamente preocupada com a soberania nacional. É neste tempo de crise, procurar dividir quem se une para combater quem esmaga quem vive do seu trabalho, para proteger os grandes senhores (que muitos deles até era protegidos do Salazar).
        • Anónimo , Cbr. 01.06.2010

          RE: Salazar patriota?

          De acordo com Tiago. Todo o apoio que foi dado aos franquistas na guerra civil espanhola quase saiu pela culatra quando Franco se encontrou com Hitler no sul de França em 1941 com entre outras intenções de conquistar e anexar Portugal. Ainda bem que os dois patifes não se entenderam! A política de Salazar quase que levou à desgraça completa duma ocupação espanhola e consequente repressão violenta a todos os níveis de Portugal. Em Espanha era nessa época proibido falar outras línguas senão o castelhano. E muitas foram as desgraças e erros que a exemplo de certos países estalinistas uma geração foi sujeita a uma lavagem ao cérebro nesses anos. O orgulhosamente sós e a cooperação com o regime do apartheid e outros párias da mesma laia só podia levar Portugal por maus caminhos. Demora tempo a corrigir todos esses erros desses anos perdidos.
      9. Ribeiro de Carvalho , Ponta Delgada. 01.06.2010 14:04

        Precisam de regressar à escola e estudar...

        Meus caros, de tudo quanto li, tanto nos comentários como nas entrevistas feitas (note-se que todos os entrevistados são doutorados, pelo menos) e vi um disparate que ficou sem emenda; logo deduzo que o recado que preciso de dar é para todos os senhores professores. Para quem não sabe, e vai ficar agora a conhecer, o regime salazarista sempre foi republicano. Quando um pateta que se diz professor e até historiador, mas que antes deveria ser estoriador, faz uma afirmação como esta: "A República cai ao fim de anos e com grande resistência." Só pode estar a brincar com a malta. Ou a transcrição está incorrecta ou estamos a lidar com mente-captos. Mas em Portugal a República cai quando o Salazar se levanta? É de pasmar que esta pérola estoriográfica seja dita, mas o mais estranho e dramático é que ninguém a corrija. Um abraço e precisam todos é de regressar à escola e estudar, estudar muito...Ribeiro de Carvalho, um mero e humilde aprendiz de História...
      10. Daniel Melim , Lisboa. 01.06.2010 13:53

        PARA QUANDO UM MUSEU DO ESTADO NOVO?

        creio que é uma discussão urgente, e que devia ter um local próprio onde as gerações possam aceder aos documentos e irar as suas próprias conclusões. é urgente não perder a memória,e trabalhá-la activamente!
        .

        Comentários 21 a 30 de 46

        1. ATILA , Lisboa, Portugal. 01.06.2010 12:06

          SALAZARISMO

          Era o Salazarismo Fascista? Não, como tudo o que se faz neste País era uma cópia muito mázinha do Fascismo Italiano, o primeiro idiologo fascista foi....Marcelo Caetano; tive nas minhas mãos um livro teórico deste homem de pensamento, mas naquela época o fascismo era visto como uma solução de Estado que poderia gerar desenvolvimento metendo o lobo e o cordeiro a conviverem irmamente, isto é os patrões e os trabalhadores, nas corporações por sector de actividade. Como os cordeiros resistiam o Estado tinha que ser musculado, claro! Mas mesmo nisso o beato Salazar acompanhado do menos beato Cerejeira (será canonizada esta personagem tétrica?)eram muito softs, enquanto Franco, Mussolini e Hitler matavam que se fartavam, estes torturaram, prenderam e mataram umas dezenas, mas sempre em nome do bom povo português e sobretudo com caridade cristã, isto é, eram uns seráficos ,mas, infelizmente, ainda hoje temos gente desta raíz....
        2. Anónimo , Anónimo. 01.06.2010 11:40

          Censura velada

          É interessante ver como um trabalho de investigação histórica que não se enquadra na doutrina dogmática da esquerda é logo atacado de forma analítica pelos jornalistas (de esquerda) do Público. A esquerda não admite a pluralidade. Ela é a detentora da verdade e qualquer opinião contrária é imediatamente apelidada de fascista. É bom ver o sentido de democracia da esquerda em Portugal. Não hesita em usar a censura com uma fachada de análise jornalística "imparcial".

        3. Kropotkine , Anarquia. 01.06.2010 10:13

          Galante, O Ignorante!!

          Ò GALANTE deverias mudar o nick para O IGNORANTE!!! Os erros de português que dás são do pior que tenho visto por estes lados!! E deixa de ser palhacito, porque ainda não comi sardinhas hoje, mas posso-te garantir que irei comer uma barrigada delas em breve!!! O "bom cristão" do Salazar gostava de meter na linha os "insurrectos" não era? Que bom cristão... ainda gostaria de perceber em que parte da "mensagem de Cristo" diz para pôr na linha os insurrectos e todos aqueles que têm opinião diferente da nossa!!! Curiosamente também, Jesus Cristo foi o primeiro revolucionário e se vivesse hoje concerteza seria comunista ou anarquista!!! Mas olha, já sei, o cristianismo do teu amor salazarento é aquele cristianismo dos homens, daqueles homens que queimaram "bruxas", que empalaram infieis, que enriqueceram pornograficamente, que abusaram de crianças, que emprenharam freiras e beatas várias por esse mundo, que apelam à vida mas apoiam o proliferar da SIDA!!! É esse o teu, e do teu salazarento amigo, cristianismo!!
          • O GALANTE , PORTUGAL. 01.06.2010

            RE: Galante, O Ignorante!!

            AINDA VOU-TE CONVENCER A SER SALAZARISTA , VAIS VER ...
          • O GALANTE , POOR-TUGAL A DERIVA. 01.06.2010

            RE: Galante, O Ignorante!!

            SIM SENHORES , FIZESTE UMA UM COMENTARIO A TUA MEDIDA , AGORA ESPERO QUE AO COMERES ESSA BARRIGADA DE SARDINHAS QUE TE ENGASGUES E QUE VAZ DIREITINHO PARA O INFERNO , NÃO TE MIJAVA EM CIMA SE TE VICE A ARDER SEU CUMUNISTA RANHOSO VAI PARA A SIBERIA CAMELO PARTASITA ...
        4. carla , vila pouca. 01.06.2010 10:09

          Sócrates, sim...

          Socrates, sim, porque comanda a "canalhocracia", e este povo "mansinho", já nem força tem para levantar a cabeça ! Democracia, neste país, é coisa que nunca existiu e sim...e sempre, oportunismo !
        5. Joe Freitas , California USA. 01.06.2010 06:23

          Memorias curtas.

          Ha quem diz que os mais de 5 milhoes mortos no Holocaust, e inxarecao. Eu quaze que aposto que na mentalidade comunista/socialista/esquerdista, um dia o Salazar ainda vai ser considerado responsavel por um Holocausto maior. Idiotas!!!!!!!
        6. Joe Freitas , California USA. 01.06.2010 05:40

          Historiadores? Quais historiadores?

          Enquanto esses chamados historiadores de esquerda, continuarem a odiar o Salazar, porque ele nao deixou o comunismo entrar em Portugal, eles no seu pensar vao estar sempre correctos. Digamos que o comunismo tinha conseguido entrar em Portugal na decade 50, e tinha tornado Portugal numa Siberia, ou num campo de arroz Maoista. Sera que eles ca estariam a denunciar a ideologia Marxista/Maoista? Eu duvido. Ou sera que eles ja algum dia, pararam e compararam o tempo do Estado Novo, que eles dizem ter sido o fascismo tirano, com o presente que eles dizem ser democracia. E o depois de compararem, ja notaram o crime e as mortes, que os regimes de hoje permitem. Querem eles dizer, que porque isso hoje acontece em democracia e toleravel?!? E se sao verdadeiras todas as acusacoes contra o Salazar, e essa foi a razao para o 25, porque e que a injustica, a corrupcao, e especialmente o crime que resulta em mortes, nao acabou desapareceu.
        7. Adolfo Benito , País do lava mais branco. 01.06.2010 03:48

          O Rui lava mais branco

          O Omo-historiador R.Ramos quer ser original, e para alcançar este fim utiliza a singela fórmula da comparação de horrores, isto é, Salazar foi aceitável pois foi menos sanguinário que o seu dileto amigo Franco e o seu muito estimado Mussolini (de quem tinha uma foto autografada sobre a mesa de trabalho).Este procedimento nem ao menos é original ( Perdoa oh sapiente Rui) Já foi usado no Brasil, por outros Omo-historiadores na tentativa de branquear a ditadura militar brasileira utilizando o argumento de que foi menos brutal que a da Argentina e a do Chile
        8. Caetanoven , Valongo. 01.06.2010 02:01

          O problema é sermos perfeitos!

          Em 1966 quando as crianças se reuniam umas com as outras, a falarem…os mais velhos, com medo dos “Bufos”, vinham avisar para não estarmos mais do que duas crianças juntas na via pública. (...esse acto era uma manifestação? ou era uma quaisquer conspiração política?). O problema é que hoje temos “novos Bufos”, têm empregos a ganhar bem, sabem escovar as botas do chefe, e quando alguém está parado no seu serviço dizem – Estás parado!!! – (A vontade era a de responder): e tu o (…C…) andas aqui a fazer o quê? A espiar? Podemos ser os melhores do mundo, mas…eles tratam de destruir a nossa reputação e imagem, basta para tal não sermos perfeitos!
        9. Jaquim , Beja. 01.06.2010 01:09

          Branqueamento de quem?!??!?

          O meu avô, José Hipólito Raposo, que os mais velhos sabem muito bem quem é, foi preso por motivos políticos no tempo de Salazar e no tempo da 1ª republica, e os meus tios Hipólito Raposo, filhos dele, foram presos no tempo do PREC, 3ª republica, pelos mesmo motivos políticos, sempre na luta por um Portugal melhor, digno e justo.
        10. Anónimo , Lisboa, Portugal. 01.06.2010 00:46

          Mortos do Fascismo

          Gostava de saber quantas pessoas o Estado Novo matou. Consigo identificar 37 mortos no Tarrafal, Catarina Eufémia, Humberto Delgado, a sua secretária, e Ribeiro dos Santos. Quantos mais ?
          .

          Comentários 31 a 40 de 46

          1. Luis , Portugal. 31.05.2010 23:10

            Sina

            Infelizmente, cada povo tem o regime que merece.No nosso caso, um regime republicano que nem permite ser questionado. E um povo indiferente.
          2. D , Oxford, RU. 31.05.2010 22:24

            Enfim

            Vê-se mesmo que de facto as pessoas percebem pouco de História. Rui Ramos tem razão, porque meus amigos, a Historia não é uma ciência exacta, ela está aberta a contradições e a discussão e a interpretação. Especialmente a interpretação. E tem que se saber lidar com isto, o que um historiador diz não é, nem pode ser a verdade absoluta. É muito díficil aceitar isto mas é necessário. O problema é que as pessoas não estão habituadas a lidar com fontes, fontes mesmo não com texto de historiadores. Fazem ideia de quantas interpretações possíveis se podem retirar de um documento histórico? Não claro que não e porquê? Porque para nós, tal como Rui Ramos disse, é tudo muito preto branco. Nós gostamos, é mais simples. Bom ou mau, preto ou branco, Direita ou Esquerda.
          3. Paulo Figueira , Porto. 31.05.2010 20:59

            Muito cedo

            O tempo ainda não é suficiente para que tantas medalhas dos heróicos combatentes do fascismo possam deixar passar um olhar diverso sobre a história recente. Toda a história é vista e determinada pelo poder. O caso em debate mostra que o o oficilismo recente está a mudar. Claro que mudar a história e varrer mesmo os personagens é possível ( e toda a gente, menos os que destas coisas fazem uma questão de credo a conhecem).Ainda é cedo, para ser aceite por muita gente a leitura de Rui Ramos ( de resto penso que muitos falam por um a questão ideológica, mas não leram, nem lerão ).
          4. Rui , Portugal. 31.05.2010 17:30

            Pobre Povo

            Resumindo, república como disse D.Carlos , passo a citar " è um país de bananas,governado por s.a.c.a.n.a.s......ok
            • Vilela , chaves. 31.05.2010

              RE: Pobre Povo

              Em cheio ! Não é preciso adiantar mais nada. Essa, é a verdade nua e crua !
          5. Aoidhowi , Aty. 31.05.2010 17:17

            Repressão light

            O meu avô, a quem a PIDE arrancou as unhas dos pés e das mãos e sem anestesia, se fosse vivo não concordaria com essas teorias de repressão light, o senhor Ramos se passasse pelo mesmo processo talvez concordasse com ele. O meu avô esteve preso anos e anos por questões politicas, a tortura das unhas é apenas uma das que sofreu, e o meu avô não foi o único a passar por isso!
          6. André Alves , Lisboa. 31.05.2010 16:39

            Orwell

            Este senhor Ramos não faz mais do que reescrever a história do ponto de vista de quem defende o regime fascista. Basta ler as prosas que semanalmente larga no "Espesso" para perceber o porquê de tanta página a defender a benevolência da ditadura salarazenta. Pode-se falar de liberdade de opinião e interpretações diversas quando não há fontes credíveis, para acontecimentos de há 500 anos. Para o que se passou no último século, há fontes de informação claras e não restam dúvidas. Neste caso, temos apenas uma tentativa de limpar a sujidade para aqueles que muito novos e mal informados, não podem saber o que se passou. É o saudosismo do tempo da outra senhora. Não é história.
          7. Mendes , Coimbra, Portugal. 31.05.2010 16:27

            Chega !

            Chega de ditadura facista, tivémos que viver 60 anos isolados dentro de uma Europa democratica e em expansão.Só com a chegada do 25 de Abril de 74 e mais tarde com a entrada na CEE em 1986 é que vimos o progresso nacional.Acabem de eleger quem isolou o país da liberdade, modernização e progresso. Estamos em 2007, deixem de olhar para trás, pois o caminho só tem uma direção...em frente que atrás vem gente !
            • heliodoro , Olhão. 31.05.2010

              RE: Chega !

              Se pensa dessa forma é de louvar, já que o progresso que defende está á beira do precipício.Desde a implantação da democracia que Portugal está mais pobre, o seu desenvolvimento deu-se porque o mundo evoluiu, não porque Portugal tenha avançado.Será que não viu que em 36 anos nem um novo aeroporto foram capazes de fazer? Será que não sabe que ainda se circula nos mesmos carris que foram montados há 60 anos? A televisão chegou há meia duzia de anos, o automóvel tambem, será que tem noção disso?Será que tem noção que com o actual modelo, bastará uma greve de 1 mês no sector dos transportes para desencadear uma guerra civil por falta de alimentos? Nada produzimos, somos deficitários em tudo!Essa realidade é aquilo que hoje temos.Com pensamentos Salazaristas, hoje o senhor teria " Meglev" português e não TGV com tecnologia do sec XIX. Se não entende o elementar, e se satisfaz com a cópula que nos brindam os actuais governantes, então, seja feliz!
          8. Heliodoro , Olhão. 31.05.2010 16:16

            Contra factos...poderão sempre argumentar

            - Cunhal formou-se em direito onde?-Quem era Rolão Preto?-Quem fez a separação entre a Igreja e a governação?-Quem serenou o povo?-Quem colocou as contas publicas em dia?-Quem fez de Portugal um País credível, que honrava os seus compromissos?-Quem disponibilizou os Açores, permitindo que os Aliados libertassem a Europa?-Quem permitiu que o seu povo dormisse de porta aberta?-Quem criou um País autónomo a nivel alimentar?-Quem permitiu a realização dos melhores filmes portugueses enquanto caíam bombas na Europa?-Quem mantinha os políticos na ordem?-Quem se atrevia a roubar a coisa publica?-Quem permitiu a Ponte sobre o Tejo?- Quem permitiu o maior porto de águas profundas da Europa?-Quem permitiu a construção de 52 aeroportos em 20 anos?-Quem permitiu a construção de navios de grande porte pela Lisnave?Poderia aqui escrever um livro sobre quem permitiu tudo isso, e se para o permitir foi imperativo travar os fascistas, os comunistas e outros activistas, até da Igreja, é fácil de entender....Os senhores que tanto escrevem, ainda não viram o essencial: -que faria hoje uma sociedade onde cada casal tivesse em média 7 filhos? Hoje os políticos servem-se da coisa publica enquanto ...
            • vagostinho . 31.05.2010
              Via PÚBLICO

              RE: Contra factos...poderão sempre argumentar

              Boa tarde! Devo felicitá-lo pela seu comentário, além do mais, hoje uma geração mais isenta, vê no Dr Salazar, não um demónio que comunistas, socialistas, sociais-democratas e as esquerdas mais radicais, "venderam ao país", encobrindo os factos que o senhor tão bem referiu e outros mais que poderiam ser apresentados. Graças a Deus existem pessoas sensatas!
            • ze0000 . 31.05.2010
              Via PÚBLICO

              RE: Contra factos...poderão sempre argumentar

              Quem perdeu os dentes ou a vida em Peniche, conta factos que o senhor desconhece. Os filhos e netos deles também! Ou, para si, a vida destas pessoas é só uma nota de rodapé?
            • pedro1970 . 31.05.2010
              Via PÚBLICO

              RE: Contra factos...poderão sempre argumentar

              Cunhal formou-se em direito onde?-Quem era Rolão Preto? Cunhal formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa e Rolão Preto foi um dos doutrinadores monárquicos ligado ao Integralismo Lusitano.
          9. Azerty , Qwerty. 31.05.2010 16:14

            .

            O estado novo uma ditadura? Nao, uma dita mole... como tudo em Portugal.
          10. Kropotkine , Anarquia. 31.05.2010 15:49

            Um meu bisavô, como bom alentejano...

            ...tinha como perdição o copo de tinto, à falta de menos embrutecedores hábitos - afinal de contas era homem de poucas posses - e eis que um dia, num dos tabernáculos que frequentava e em dia de menos rijeza, o borrachão disse o que lhe ia no coração! Não era homem de politiquices, mas eis que num laivo de indignação etilica fez soar palavras proibidas. Eram tempos de bufaria e o pobre homem foi metido na gaiola!! Depois de muito tempo incontactável, como era hábito naqueles tempos bolorentos de fervor salazarento, eis que minha bisavó e seus filhos souberam do paradeiro de marido e pai, respectivamente. Como informação era coisa cara naqueles tempos, pouco se foi sabendo... até ao dia que o homem "se enforcou" segundo versão oficial! Para a História fica o facto consumado, versões haverá muitas: a oficial, a da PIDE em quem não se podia confiar, e a outra, a do senso comum que diz ao ouvido experiente que o homem foi silenciado provavelmente em noite de desvario de pancadaria calabouciana!! Concluindo, com a História ou estórias, quem nesses tempos viveu sentido na pele o bafo pestilento do fascismo saberá melhor do que ninguém as "virtudes" de tal atasqueiro.
            • Emídio Cardoso , Vile. 31.05.2010

              RE: Um meu bisavô, como bom alentejano...

              O seu bisavô como muitos que eu conheci...justificavam a língua muito afiada,nos copos e nas tabernas.Outros que eu conheci,justificavam a lingua muito afiada no trabalho,ignorando a política.Isto não,justifica o regime ditatorial que se viveu naquela época,ao qual de modo algum sou soudosista.A PIDE,tinha o meu pai controlado pela maneira de proceder avançada,para aquela época....
              • Kropotkine , Anarquia. 01.06.2010

                RE: RE: Um meu bisavô, como bom alentejano...

                Caro Emidio... e a sua conclusão é?! Lingua afiada? Explique lá esse conceito!! Justifica-se prender, torturar e matar alguém por ter opinião politica?!
              • O GALANTE , POOR-TUGAL XUXA. 31.05.2010

                RE: RE: Um meu bisavô, como bom alentejano...

                A PIDE SERVIA PARA POR OS INSURRECTOS ANARQUISTAS CUMONISTAS E ALGUNS XUXA TRAIDORES NA LINHA , E QUE SALAZAR ERA UM HOIMEM DE BEM E CRISTÃO ...SE O PROFESSOR FOCE VIVO DAVA-LHE TAU-TAU POR DEFENDER TRAIDORES .
                .

                Comentários 41 a 46 de 46

                1. Kropotkine , Anarquia. 31.05.2010 15:35

                  Pluralidade?!

                  Acho piada ao dr. Rui Ramos em chorar o facto de em Portugal não haver pluralismo no que concerne à discussão histórica, usando para tal, o exemplo dos seus colegas que fazem uma critica sustentada ao seu trabalho!! Suprema ironia!! Ora, se os seus colegas lhe criticam a obra, que mais está a acontecer senão pluralismo?! Ou não a podem criticar? É proibido? Onde está o pluralismo do dr. Rui Ramos, então?!
                  • daniel , lisboa. 01.06.2010

                    RE: Pluralidade?!

                    concordo absolutamente. que se discuta e se deixe de queixinhas sobre "ai ai que neste pais nao se discute a sério, frontalmente". que se dê o exemplo e vai ver como outros o seguem na discussão séria.
                2. Gil Fonseca , Lisboa. 31.05.2010 14:12

                  Continuação

                  ...Um sistema que destruiu essa liberdade de opinião.
                3. Gil Fonseca , Lisboa. 31.05.2010 14:10

                  Chamemos as coisas pelos nomes

                  Penso que o que está em causa, e isso sim, é totalmente inaceitável, é tentar fazer passar a ideia de que era um sistema razoável ou justo, quando se podia ser preso por estar a falar num café ou torturado pela PIDE. Quando não existia liberdade de imprensa ou associação; quando a maioria dos Portugueses eram condenados à ignorância, à autoridade retrógrada da Igreja Católica, quando o país não se desenvolveu do ponto de vista tecnológico ou científico sequer. Exigir que isto não seja esquecido não é ser-se «comunista» ou «stalinista». É evidente que a comparação com estados totalitários piores (como a Alemanha de Hitler ou a URSS de Stalin) permite a alguns esquecidos ou desonestos esse branqueamento. E isso sim, não é aceitável. Aliás, acho que se devia investir mais em explicar aos jovens o que foi a ditadura. Mas é claro que nesta época de politiquice correcta em que cada vez mais se cultiva a superficialidade e a falta de sentido crítico, estão criadas sem qualquer dúvida as condições para o branqueamento do fascismo, usando de uma hpocrisia surreal: Quem defende o dr. Salazar e o Estado Novo tem direito a exprimir a sua opinião. Neste caso, defendendo um sistema que ...
                4. continuem que vão bem , cova do vapor. 31.05.2010 13:13

                  continuem que vão bem

                  continuem que vão bem.a este rítmo não falta muito para andarem a suplicar por um novo Dr Salazar.Que eixou os cofres cheios...
                  • Lingua Afiada , Madragoa. 31.05.2010

                    RE: continuem que vão bem

                    Os cofres cheios ..e quase 3 milhoes de portugueses a pirarem-se a salto, em 3 anos, para a Franca e Alemanha, por causa da miseria. Para se ser um bom mentiroso, tem que se ser inteligente e ter boa memoria, e Vexa nao tem nenhuma das duas.
                    • Heliodoro , Olhão. 01.06.2010

                      RE: RE: continuem que vão bem

                      Para si constitui uma verdade afirmar que metade da população da altura fugiu para o estrangeiro?Sobra-lhe inteligência e conhecimento.Os portugueses que sairam de Portugal procuravam uma vida melhor, tal como hoje!A maioria dos jovens procurava fugir á tropa, porque na altura havia um conceito de guerra bem diferente.Hoje há milhares que querem ir para a guerra, bem pagos naturalmente!À força de olhar para uma só árvore jamais verá o tamanho da floresta.
                  • perverso , país de analfabetos funcionais. 31.05.2010

                    RE: continuem que vão bem

                    que estranho que tenha deixado os cofres cheios não é? Tinha Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, Timor e São tomé e Principe a trabalhar para um só país. Tinha 5 vezes mais de população que temos agora, e a maior parte dessa população (negros) não tinha qualquer tipo de direitos e recebia um salário miserável. Quanto mais, não fazia qualquer tipo de obra ou desenvolvimento no país. Realmente...até assim os gajos de hoje em dia conseguiam encher os cofres do estado português.
                5. big bang , universo. 31.05.2010 12:43

                  saudades?

                  de quê? de uma guerra em 3 frentes por pura estupidez geo-política? do constante martelar do "orgulhosamente sós", do país "pequenino e humilde" que, passados estes anos todos, ainda faz com que os portugueses só saibam dizer mal do país e estejam convencidos de que "lá fora é que é bom"? ora, vão lamber sabão! Por outro lado, o que vejo neste artigo é precisamente uma discussão sobre os méritos ou não de uma visão histórica, portanto do que se queixa o autor do livro em causa? de que ninguém lhe diga "amen" e adopte a sua visão como verdade absoluta? mais um exemplo acabado de "faz o que eu digo, não facas o que eu faco" (perdão, mas não tenho cedilhas aqui à mão...), um tão genuíno mal português como o malfadado "oito ou oitenta"...
                6. Viper , em romaria para Santa Comba Dão..... 31.05.2010 11:59

                  Claro que não!

                  Como se pode branquear uma coisa.... que não necessita?Cada vez mais os portugueses têm saudades do nosso Salazar.
                  • Lingua Afiada , Madragoa. 31.05.2010

                    RE: Claro que não!

                    Qual nosso? Seu..! Voce e que e um ser inferior, que gostou de ser tratado como um inferior, pelo tirano.
                    .
                    .




Sem comentários: