Digestivo nº 433 >>> Gran Torino, de Clint Eastwood | . Assim como Jack Nicholson vai ficando mais amargo e desiludido a cada novo papel na medida em que envelhece – vide Confissões de Schimdt (2003) e, mais recentemente, Antes de Partir (2007) –, Clint Eastwood vai se fechando irreversivelmente para o mundo e adotando o pessimismo como filosofia de vida, desde Menina de Ouro (2005) até este Gran Torino (2008, agora em DVD). Embora o roteiro não seja seu, a produção e a direção são suas, e, conforme observou o crítico do Los Angeles Times, ninguém poderia imaginar outro ator no papel principal. Ainda que o longa tenha sido escrito por Nick Schenk, a mensagem subliminar de Clint é bastante clara: o caldeirão de culturas nos Estados Unidos – sobretudo os confrontos de gangues nos subúrbios – vai resultar em violência sempre crescente, que pode conduzir o país a uma nova guerra civil. Ressaltando que a disputa não seria, agora, entre americanos do norte e do sul, mas entre negros, orientais e latinos, sem considerar a ameaça terrorista (que já opôs fundamentalismos como o muçulmano e o cristão). O choque de civilizações, de Huntington, se confunde, portanto, com o conceito hobbesiano de “um mundo pré-leviatã”, onde todos simplesmente lutariam contra todos. Estaríamos assistindo à falência do estado, que, na impossibilidade de estar em todos os lugares, deixa não só minorias, mas maiorias entregues à própria sorte? (Quem mora no Brasil, e já sofreu algum tipo de violência, conhece essa história.) Clint Eastwood parece sugerir que resta aos “cidadãos de bem” se engajar: àqueles últimos americanos, ou descendentes de europeus, que conheceram os EUA num período de relativa paz “doméstica” – mesmo com guerras, em fronts espalhados pelo mundo, e a ameaça do comunismo rondando durante quase um século... Em Gran Torino, a violência anunciada, porém, não se consuma, produzindo um anticlímax e a imolação do herói, que, reconhecendo-se impotente diante de uma sociedade corrompida, entrega-se ao sacrifício. Vale repetir que Gran Torino, no final das contas, não opta pelo confronto armado, mas anuncia que a barbárie ainda vai provocar muitas baixas, até que se restabeleça – por força da justiça – a civilização. . . |
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Descrição
- Walt Kowalski é um inflexível veterano da Guerra da Coréia, que está agora aposentado. Para passar o tempo ele faz consertos em casa, bebe cerveja e vai mensalmente ao barbeiro. Sua vida é alterada quando passa a ter como vizinhos imigrantes Hmong, vindos do Laos, os quais Walt despreza. Ressentido e desconfiando de todos, Walt apenas deseja passar o tempo que lhe resta de vida. Até que Thao (Bee Vang), seu tímido vizinho adolescente, é obrigado por uma gangue a roubar o carro de Walt, um Gran Torino retirado da linha de montagem pelo próprio. Walt consegue impedir o roubo, o que faz com que se torne uma espécie de herói local. Especialmente para Sue, mãe de Thao, que insiste que deve trabalhar para Walt como forma de recompensá-lo..
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- Procedência: Nacional
- Estúdio: Warner Home Video
- Título Original: Gran Torino
- Cor: Colorido
- Ano de Lançamento: 2009
- Elenco: CLINT EASTWOOD & SCOTT EASTWOOD & AHNEY HER & JOHN CARROLL LYNCH
- Recomendação: 14 anos
- Região do DVD: Região 4
- Legendas: Inglês, Português
- Idiomas / Sistema de som:
Inglês - Dolby Digital 2.0
Português - Dolby Digital 2.0 - Formato de tela: FullScreen
- País de Orígem: EUA
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