Discurso de Lula da Silva (excerto)

___diegophc

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

TAMARA DE LEMPICKA: A MUSA DÉCO



09/03/2007

Bela, emancipada, moderna e escandalosa, personagem das noitadas nova-iorquinas e dos salões parisienses de Arte, Tamara de Lempicka encarnou a 'folia' dos 'anos loucos' – as décadas de 20 e 30 do século passado.

Tamara de Lempicka. Foto Studio Lorelle, c. 1928. Imagem: www.corriere.it
Tamara de Lempicka.
Foto Studio Lorelle, c. 1928.

Imagem: www.corriere.it


Sua vida e sua obra trafegaram entre os hotéis de luxo, os automóveis conversíveis, os amores bissexuais, os lazeres chic, e as amizades graúdas – D'Annunzio, Greta Garbo, Picasso, Jean Cocteau e André Gide, entre outras celebridades da época.

Eram esplendores que camuflavam o abuso de cocaína, a depressão, as dificuldades nas relações familiares e, por fim, a solidão.

Auto-retrato na Bugatti verde (1925) & Auto-retrato (c.1939). Tamara de Lempicka, óleo s/tela & grafite s/papel, respectivamente. Imagens: www.mystudios.com & www.corriere.it
Auto-retrato na Bugatti verde (1925) & Auto-retrato (c.1939).
Tamara de Lempicka, óleo s/tela & grafite s/papel, respectivamente.

Imagens: www.mystudios.com & www.corriere.it

*

Maria Gurwik-Górska, ou 'Tamara de Lempicka', nasceu em Varsóvia, na Polônia, em 1898. Sua mãe, Malvina Decler, era uma socialite de origem polaca; seu pai, um advogado judeu nascido na Rússia. Mas logo se divorciariam. Maria estudou em Lausanne, na Suíça, e cresceu paparicada pela avó Clementine, uma senhora rica que elevava sua auto-estima incentivando-a a se tornar uma menina 'extraordinária'. Em 1911, é Clementine quem a acompanha em sua primeira viagem à Itália. Visitam Florença, Roma, Veneza e desembarcam em Montecarlo onde, todas as noites, a avó se diverte no Cassino. Após a morte de Clementine, Maria se muda para a casa de uma tia em São Petersburgo onde, num baile de máscaras, conhece o nobre advogado polonês Tadeusz Lempicki.

Tamara e o retrato de seu marido. Foto Bonney, c. 1928. Imagem: www.corriere.it
Tamara e o retrato de seu marido.
Foto Bonney, c. 1928.
Imagem: www.corriere.it

Em 1916, numa cerimônia à qual se refere como 'fábula' – mas que provavelmente não passou de um simples matrimônio civil –, Maria conquista o solteiro mais cobiçado da cidade e, 4 anos após, dá à luz sua filha Kizette.

Retrato de Tadeusz de Lempicki (1928) & Kizette no Balcão (1927). Tamara de Lempicka, óleos s/tela. Imagens: cgfa.sunsite.dk
Retrato de Tadeusz de Lempicki (1928) & Kizette no Balcão (1927).
Tamara de Lempicka, óleos s/tela.

Imagens: cgfa.sunsite.dk


É em Paris, no entanto – para onde foge após a Revolução bolchevique –, que Maria encontraria seu verdadeiro destino. Adota um novo nome – 'Tamara de Lempicka' – e, em 1918, vai estudar Pintura na Académie de la Grand Chaumière, tornando-se discípula do pós-impressionista Maurice Denis e do neocubista André Lhote. Do primeiro, herdará o colorido brilhante e sólido; do segundo, o desenho geométrico e a maneira de decompor os volumes.

Retrato de Pierre de Montaut (1931) & Duas Garotas (1927). Tamara de Lempicka, óleos s/tela. Imagens: www.goodart.org & www.mystudios.com
Retrato de Pierre de Montaut (1931) & Duas Garotas (1927).
Tamara de Lempicka, óleos s/tela.
Imagens: www.goodart.org & www.mystudios.com


Em 1922, expõe no Salão de Outono – sua primeira coletiva –, mas seu estilo já é inconfundível. Os volumes agigantados, a atenção aos detalhes, o delineamento simples, e a materialidade quase explosiva de seus temas já consubstanciavam um estilo pessoal. São retratos que, freqüentemente, utilizam a técnica do trompe-l’oeil¹, alternando efeitos que vão de um gélido glamour à palpitante sensualidade.

Retrato de Madame Boucard (1931) & Retrato do Doctor Boucard (1929). Tamara de Lempicka, óleos s/tela. Imagens: www.goodart.org
Retrato de Madame Boucard (1931) & Retrato do Doctor Boucard (1929).
Tamara de Lempicka, óleos s/tela.
Imagens: www.goodart.org


Amigos, amantes e sua adorável filha Kizette – com quem nunca conseguiria manter uma relação equilibrada –, animam suas telas. Em 1925, realiza sua primeira exposição individual, em Milão, e exibe seus trabalhos na primeira mostra art déco de Paris.

Retrato do Conde Vettor Marcello (1933) & Retrato de Madame M. (1933). Tamara de Lempicka, óleos s/tela. Imagens: www.corriere.it & www.goodart.org
Retrato do Conde Vettor Marcello (1933) & Retrato de Madame M. (1933).
Tamara de Lempicka, óleos s/tela.
Imagens: www.corriere.it & www.goodart.org


De 1926 à metade dos anos 30, se transforma numa verdadeira diva. Já divorciada do primeiro marido, vive uma vida de sonhos. Seus retratos se valorizam e os jornais lhe dedicam extensas matérias. Sua casa-estúdio parisiense, decorada pela irmã arquiteta, torna-se um exemplo de modernidade e elegância.

O estúdio de Lempicka. Foto anônima, c. 1931. Imagem: www.goodart.org
O estúdio de Lempicka.
Foto anônima, c. 1931.

Imagem: www.goodart.org


Retrato da Duquesa de La Salle (1925) & Mulher com Luva Verde (s/d). Tamara de Lempicka, óleos s/tela. Imagens: www.corriere.it & www.mystudios.com
Retrato da Duquesa de La Salle (1925) & Mulher com Luva Verde (s/d).
Tamara de Lempicka, óleos s/tela.
Imagens: www.corriere.it & www.mystudios.com


Pegando carona em seu sucesso, a empresa Revlon – fabricante de cosméticos –, lhe dedica uma marca de batom. Por essa época, retrata o Rei Alfonso XIII da Espanha e a Rainha Elizabeth da Grécia. Em 1933, se casa com o Barão Raoul Kuffner – seu ex-mecenas –, e em 1939 se transfere para Beverly Hills, na California. As festas e o jet set hollywoodiano não bastam para salvá-la da depressão, que agora se expressa também em suas telas. Em 1941, após conseguir retirar a filha da Paris ocupada pelos nazistas, organiza em Nova Iorque uma mostra focada em temas religiosos e na 'gente comum': um retumbante fracasso.

Madre Superiora (1939) & O Moedor de Café (c.1941). Tamara de Lempicka, óleos, s/tela e madeira, respectivamente. Imagens: www.mystudios.com & www.corriere.it
Madre Superiora (1939) & O Moedor de Café (c.1941).
Tamara de Lempicka, óleos, s/tela e madeira, respectivamente.

Imagens: www.mystudios.com & www.corriere.it


As Duas Meninas com Laços de Fita (1925) & As Confidentes (1928). Tamara de Lempicka, óleos s/tela. Imagens: www.corriere.it
As Duas Meninas com Laços de Fita (1925) & As Confidentes (1928).
Tamara de Lempicka, óleos s/tela.

Imagens: www.corriere.it

Em 1943, se muda para a Big Apple. Mais tarde, ainda tenta novos caminhos, através do Abstracionismo e da pintura a espátula, técnica esta que adota nos anos 60. Mas a crítica e o público não a seguiriam. Após a morte do marido, em 1962, para de pintar e se muda, primeiro para Houston, no Texas, e em 1978 para Cuernavaca, no México, aonde viria a falecer, em 1980. Conforme expresso em seu testamento, suas cinzas foram dispersas, pela filha Kizette e o Conde Giovanni Agusta, sobre o vulcão Popocatepetl.

Retrato do Príncipe Eristoff. Tamara de Lempicka, óleo s/tela, 1925. Imagem: www.corriere.it
Retrato do Príncipe Eristoff.
Tamara de Lempicka, óleo s/tela, 1925.
Imagem: www.corriere.it


A Musicista (1929) & Ametista (1946). Tamara de Lempicka, óleos s/tela. Imagens: www.mystudios.com & www.goodart.org
A Musicista (1929) & Ametista (1946).
Tamara de Lempicka, óleos s/tela.

Imagens: www.mystudios.com & www.goodart.org


Entre os admiradores e colecionadores de sua obra figuram personalidades como o ator Jack Nicholson e a cantora Madonna, que a homenageia nos videoclips de Express Yourself e Vogue.

Nu Reclinado. Tamara de Lempicka, óleo s/tela, 1925. Imagem: www.mystudios.com
Nu Reclinado.
Tamara de Lempicka, óleo s/tela, 1925.

Imagem: www.mystudios.com


Retrado de Marjorie Ferry (c.1927) & A Pomba (1928). Tamara de Lempicka, óleos s/tela. Imagens: www.goodart.org & www.ocaiw.com
Retrado de Marjorie Ferry (c.1927) & A Pomba (1928).
Tamara de Lempicka, óleos s/tela.
Imagens: www.goodart.org & www.ocaiw.com


Andrômeda (1929) & Mulher Nua (s/d). Tamara de Lempicka, óleos s/tela. Imagens: www.mystudios.com & anonima.blogspirit.com
Andrômeda (1929) & Mulher Nua (s/d).
Tamara de Lempicka, óleos s/tela.
Imagens: www.mystudios.com & anonima.blogspirit.com


Rafaela sobre Fundo Verde (1927) & Nu com Edifícios (1930). Tamara de Lempicka, óleos s/tela. Imagens: www.corriere.it
Rafaela sobre Fundo Verde (1927) & Nu com Edifícios (1930).
Tamara de Lempicka, óleos s/tela.

Imagens: www.corriere.it


Adão e Eva (c.1932) & Quatro Nus (c.1925). Tamara de Lempicka, óleos s/tela. Imagens: www.goodart.org & www.ocaiw.com
Adão e Eva (c.1932) & Quatro Nus (c.1925).
Tamara de Lempicka, óleos s/tela.
Imagens: www.goodart.org & www.ocaiw.com

* * *

NOTA

1. Trompel'oeil: pintura mural realista e ilusionista, que utiliza técnicas apuradas de perspectiva com o objetivo de enganar o observador, fazendo-o sentir 'dentro' da cena pintada.

BIBLIOGRAFIA SOBRE A ARTISTA

Baroness Kizette de Lempicka-Foxhall, as told to Charles Phillips. Passion by Design: the art and times of Tamara de Lempicka. New York: Abbeville Press, 1987.

Alain Blondel. Tamara de Lempicka: a catalogue raisonné 1921-1979. Lausanne: Editions Acatos, 1999.

Alain Blondel & Ingried Brugger. Tamara de Lempicka: art déco icon. London: Royal Academy Books, 2004.

Envie este texto


[versão para impressão]


© ViverCidades 2001–2006. Direitos autorais reservados.
É permitida a reprodução de textos e imagens, desde que citada a fonte.

in

vivercidades.Revista

domingo, 27 de janeiro de 2008

Campanha pelo Direito à Vida !


* Victor Nogueira
.
... dos que morrem na Palestina, no Iraque, na América Latina, em África, na maioria dos países asiáticos. Que morrem e morreram vítimas da destruição das suas economias pelo capitalismo galopante e agora globalizante nos seus tentáculos. Pelas crianças que nasceram condenadas à subnutrição, pelas pessoas vítimas dos bombardeamentos e das guerras porque o fabrico e venda de armamento é um negócio para dar dinheiro aos grandes accionistas. Pelas vítimas do desemprego, da negação do direito ao trabalho e à felicidade. Pelas vítimas dos embargos económicos, hoje decretados pelos EUA, ou dos embargos da poderosa indústria farmacêutica. Pelas vítimas das perseguições religiosas pretensamente feitas hoje pelos muçulmanos, outrora tolerantes, e ontem e hoje pelas igrejas cristãs e as guerras em seu nome, incluindo a intolerante e misógena igreja católica apostólica românica, com os seus autos de fé e menosprezo pelas mulheres, durante séculos consideradas seres sem alma. Pelo direito à vida de todos nós, mesmo daqueles que não questionam nem fazem por mudar um sistema de organização da sociedade baseado em princípios egoístas e predadores, conducente à destruição da vida neste planeta, paulatinamente levada a cabo nos seus poucos séculos de existência face aos milhões de anos de existência de vida na Terra.
.
Porque o direito à vida não é apenas o direito a nascer. É o direito a viver em harmonia com a natureza e com os restantes seres vivos, com dignidade, com saúde, com inteligência, sem subordinação a senhoritos/as e seus capatazes e homens/mulheres de mão, bem ou mal cheirosos e vestidos com maior ou menor elegância, por cima da mentira e da miséria de milhões
.
2005.03.17
.
Distribuído pela minha mailing list em 2005.03.17 e publicado no Kant O Ximpi em - 2007 Maio 21 e na Travessa do Ferreira em - 2007 Maio 22

Hoje há «música» (41) - Fim de semana familiar nos EUA


.
Por gentileza do Artur Baptista

sábado, 26 de janeiro de 2008

Hoje há música (40) - Brecht - Canções


VIDEOS GRAVADOS AO VIVO NO MAC NITERÓI
DAS LIED VON DER HARTEN NUSS
ASSISTIR COM WINDOWS MEDIA PLAYER
ASSISTIR COM WINAMP
DER BILBAO SONG
ASSISTIR COM WINDOWS MEDIA PLAYER
ASSISTIR COM WINAMP
ALABAMA SONG (participação de Luciana Lazulli)
ASSISTIR COM WINDOWS MEDIA PLAYER
ASSISTIR COM WINAMP
DIE ZUHÄLTERBALLADE (participação de Luciana Lazulli)
ASSISTIR COM WINDOWS MEDIA PLAYER
ASSISTIR COM WINAMP
DAS LIED VON DER UNZULÄNGLICHKEIT MENSCHLICHEN STREBENS
ASSISTIR COM WINDOWS MEDIA PLAYER
ASSISTIR COM WINAMP
DER KANONEN SONG
ASSISTIR COM WINDOWS MEDIA PLAYER
ASSISTIR COM WINAMP
IM GEFÄNGNIS ZU SINGEN
ASSISTIR COM WINDOWS MEDIA PLAYER
ASSISTIR COM WINAMP

Hoje há música - (39) - Bertolt Brecht 1956–2006




Especial: Bertolt Brecht 1956–2006

Em 14 de agosto de 1956 o século 20 perdia um de seus dramaturgos mais revolucionários: Eugen Bertholt Friedrich Brecht, ou apenas Bertolt Brecht, como se assinava o artista.

Através dele, o teatro (re)encontrou técnicas inovadoras como a do distanciamento, transformando-se de deleite burguês em instrumento de acusação, protesto político, ou mesmo de doutrinação.

Porém sem jamais perder totalmente a poesia, o humor e o prazer. Afinal Brecht era, acima de tudo, um homem de teatro.

Passeie por este nosso dossiê, encontre as diversas facetas de um autor e diretor polêmico, paradoxal e mais vivo do que nunca.

.
.

Hoje há música (38) - A Portuguesa - Hino Nacional Português


.
Versão Actual - RelaxBrunex
.
versão glorificadora do «Estado Novo» - KonradKruger

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Silêncio pelas Vítimas do Terror




PDF Imprimir E-mail
25 de janeiro de 2007

Se você ainda está chocado com as imagens do dia 11/09/2001, aproveite para fazer um minuto de silêncio em homenagem aos supostos 2.031 civis inocentes, mortos covardemente por terroristas que ainda não se sabe ao certo quem são!!

"Os Americanos sabem, mas não querem entrar em contradições e inocentar os Muçulmanos"

Já que você está em silêncio, fique quieto mais 20 minutos em homenagem aos 1 milhão e 150 mil Iraquianos inocentes, mortos desde 1991.

Emende mais 15 minutos pelos 400 mil civis mortos e outros milhares morrem ainda hoje por culpa da radiação no Japão (Hiroshima e Nagazaki).

Mais 10 minutos pelos 1 milhão de civis mortos no Vietnã (sem contar os soldados mortos por amor à sua terra) e acrescente mais 14 minutos pelos 3 milhões de civis mortos na Coréia.

Pronto, você já está em silêncio por Uma Hora

1 minuto pelos Americanos e 59 por suas Vítimas

Não citamos as vítimas do Líbano, Palestina, Chechênia, Kosovo, Afeganistão, Cuba, ( Brasil, Colômbia, Argentina, Chile, Paraguai (de fome) ), Panamá, etc. . .

Para não passar o resto da sua vida em silêncio, Já Pensou!!

"Os Americanos são culpados pela pior forma de Terror,

que é espalhar a Fome pelo Mundo"


in

islam em linha - revista


.