Crónicas do Novo Mundo
Festejando Darwin
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* F. Falcão-Machado, Embaixador de Portugal no México
Tem sido vasta a repercussão mundial das celebrações do segundo centenário de Darwin. Sem dúvida que a sua teoria evolutiva abriu muitos caminhos ao progresso científico, como se pode ver na magnífica exposição que se encontra na Gulbenkian.
Há que reconhecer porém que essa popularidade pode originar equívocos: para alguns, as teses do cientista inglês só interessam na medida em que negam o teor dos textos bíblicos, como parece mostrar a curiosa campanha a favor do ateísmo exibida nos cartazes dos autocarros de Londres. Mas, sem querer entrar numa polémica que noutros países tem sido acesa, creio que é de lembrar que, aquando da publicação de ‘A Origem das Espécies’, muitos crentes não tiveram qualquer problema em aceitar essas teorias e a própria Igreja Católica, que há muito superara as leituras literais da Bíblia, nunca as condenou. De facto, a existência de Deus não é nem pode ser objecto da Ciência.
Em contrapartida, estão a passar despercebidas outras possíveis implicações das teorias de Darwin: a Humanidade irá ficar para sempre como está hoje? Ou irão sobreviver apenas aqueles que melhor se adaptarem à evolução do meio? O darwinismo aplica-se aos domínios da cultura e da ética? Não falta, aliás, quem defenda que a teoria da selecção natural poderia ter muito que ver com a crise económico-financeira que aflige o mundo actual.
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in Correio da Manhã - 13 Março 2009 - 00h30
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Há que reconhecer porém que essa popularidade pode originar equívocos: para alguns, as teses do cientista inglês só interessam na medida em que negam o teor dos textos bíblicos, como parece mostrar a curiosa campanha a favor do ateísmo exibida nos cartazes dos autocarros de Londres. Mas, sem querer entrar numa polémica que noutros países tem sido acesa, creio que é de lembrar que, aquando da publicação de ‘A Origem das Espécies’, muitos crentes não tiveram qualquer problema em aceitar essas teorias e a própria Igreja Católica, que há muito superara as leituras literais da Bíblia, nunca as condenou. De facto, a existência de Deus não é nem pode ser objecto da Ciência.
Em contrapartida, estão a passar despercebidas outras possíveis implicações das teorias de Darwin: a Humanidade irá ficar para sempre como está hoje? Ou irão sobreviver apenas aqueles que melhor se adaptarem à evolução do meio? O darwinismo aplica-se aos domínios da cultura e da ética? Não falta, aliás, quem defenda que a teoria da selecção natural poderia ter muito que ver com a crise económico-financeira que aflige o mundo actual.
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in Correio da Manhã - 13 Março 2009 - 00h30
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