Arqueologia: Cetóbriga renasce em local inesperado
Setúbal esconde cidade romana
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José Luís Feronha
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A descoberta de um importante edifício romano do século I, nas obras em curso num prédio da Baixa de Setúbal, deverá resolver de vez uma questão que arqueólogos e historiadores debatem há décadas. Pela primeira vez foram encontradas sólidas provas que permitem identificar a célebre Cetóbriga, inscrita no Itinerário Antonino (século III), com a cidade à beira do Sado. "Agora é inquestionável", afirmou ontem em conferência de imprensa o arqueólogo Carlos Tavares da Silva.
Ao fazer um roço de um metro quadrado no piso térreo de uma antiga loja, visando a sua transformação em bar, os operários encontraram estranhos vestígios. A proprietária do edifício alertou responsáveis do Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS), localizado muito perto.
Pouco mais de um mês depois do achado, aquilo que foi posto a nu por três arqueólogos e outros tantos técnicos de arqueologia permite à directora do MAEDS, Joaquina Soares,afirmar com segurança:"Estamos perante um edifício de uma família aristocrática ou de carácter público de grandes dimensões."
Até agora, as únicas provas que permitiam equacionar a possibilidade de a Cetóbriga se situar na região residiam em Tróia. Aí, como em algumas áreas de Setúbal, foram descobertos desde o século XVIII vestígios do mais importante centro de produtos piscículas do Império Romano do Ocidente. Faltava, no entanto, encontrar residências e edifícios públicos.
ESCAVAÇÕES VÃO CONTINUAR
Os mosaicos policromos encontrados sob o piso térreo de um prédio na Baixa de Setúbal datam do século III. A sua qualidade é tal que, segundo o especialista Carlos Belouto, deverão ter sido importados do Norte de África, onde florescia uma importante indústria do ramo. O edifício romano reservava mais surpresas. Entre elas, o facto de os alicerces mergulharem a dois metros de profundidade. Esta vantagem contrasta vivamente com o facto de o prédio actual, que o sobrepõe, não dispor de caboucos, embora tenha três andares.
Por outro lado, a secção do esgoto romano é superior à do esgoto camarário moderno. As escavações vão prosseguir, a cargo do MAEDS e da Assembleia Distrital de Setúbal.
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in Correio da Manhã - 10 Abril 2008 - 00.30h
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Postado por Carlos Lopes
Os vestígios materiais da época romana em Setúbal sitam-se, cronologicamente, entre o século I e V d.C. Predominam os vestígios da indústria de preparados de peixe, dos quais o único visível é o conjunto de Cetárias da Travessa Frei Gaspar, onde se encontra o posto de informação da Região de Turismo da Costa Azul.
Os elementos que hoje podemos observar no Posto de Turismo, faziam parte de uma fábrica idêntica ás de Tróia. Foi utilizada entre os século I e V d.C.. Para além da fábrica da Travessa frei Gaspar, outras foram assinaladas e estudadas, na Praça do Bocage e na Rua António Januário da Silva.
Outros elementos identificados da época romana, situam-se numa área ao longo da Rua Direita do Troino até á zona de Palhais/Fontainhas passando pelo Lg da Misericórdia e Rua Antão Girão.
No início do século XX, foi descoberta uma necrópole nas proximidades do Miradouro. Esta necrópole, utilizada entre os séculos II e IV d.C., era de inumação.
Os elementos conhecidos permitem afirmar que a Setúbal da época romana se estendia por uma área que abrange a cidade medieval. Na zona do Miradouro situava-se o cemitério. A área industrial estendia-se ao longo da faixa anexa á actual Avenida Luisa Todi e Praça do Bocage.
Com o fim do Império romano e das rotas comerciais, os prepatrados de peixe de Setúbal, tal como os de Tróia e de toda a Lusitânea deixaram de ter acesso aos mercados do Mediterrâneo, entrando a cidade em declínio. Acrescenta-se ainda o facto de a cidade não oferecer condições de segurança.
Na margem esquerda do estuário do Sado conhecem-se vestígios da industria de preparados de peixe no Creiro, Rasca, Comenda, Cachoferra, Pedra Furada e Santa Catarina.
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in
Pérola do Sado
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