Rosa Coutinho teve uma carreira política breve mas que ainda hoje suscita polémica
Integrou a Junta de Salvação Nacional e o Conselho da Revolução. Foi uma das figuras do 25 de Abril de 1974. Mas a sua acção política foi sobretudo marcante e controversa em Angola
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O 25 de Novembro
A identificação de Rosa Coutinho com o sector gonçalvista do MFA não o impediu de assumir um papel pacificador no 25 de Novembro. "A Marinha praticamente evitou a guerra civil", diz o contra-almirante Martins Guerreiro, que conta ter ido com Rosa Coutinho à base naval do Alfeite, na noite do dia 24, para "impedir que gente mais exaltada tomasse uma atitude menos responsável".
Na manhã de 25, dirigiram-se ambos a Belém para "manifestar todo o apoio ao Presidente da República [Costa Gomes]".
Também a historiadora Maria Inácia Rezola atribui a Rosa Coutinho e a Guerreiro o mérito de terem evitado a insurreição dos fuzileiros, que poderia ter tido consequências dramáticas.
Na manhã de 25, dirigiram-se ambos a Belém para "manifestar todo o apoio ao Presidente da República [Costa Gomes]".
Também a historiadora Maria Inácia Rezola atribui a Rosa Coutinho e a Guerreiro o mérito de terem evitado a insurreição dos fuzileiros, que poderia ter tido consequências dramáticas.
Poucas figuras da política portuguesa do pós 25 de Abril suscitam ainda hoje tanta controvérsia como Rosa Coutinho. O "almirante vermelho", como lhe chamavam, morreu ontem, aos 84 anos, vítima de cancro, e as reacções ao seu falecimento mostram bem que os últimos 35 anos não bastaram para que se criasse consenso em torno do papel que desempenhou em Angola, onde foi alto-comissário nos meses que precederam a independência da ex-colónia.
Mal foi conhecida a notícia da sua morte - o funeral sai amanhã, às 15h00, da Capela de São Roque, nas instalações da Marinha, no Terreiro do Paço, para o cemitério dos Olivais, onde o corpo será cremado -, os sites dos jornais e a blogosfgera foram invadidos por comentários que o acusam de ter pactuado com o MPLA na perseguição e expulsão dos portugueses de Angola ou de ter negociado com os cubanos a intervenção militar no território. "Calúnias", disse ontem ao PÚBLICO Vasco Lourenço. "Os militares de Abril mais caluniados foram aqueles que se envolveram nos processos de descolonização", afirma o tenente-coronel na reserva, que não subscreve a tese de que Rosa Coutinho tenha privilegiado o MPLA em detrimento da UNITA e da FNLA, os outros dois movimentos angolanos de libertação.
Mas a posição mais consensual entre os historiadores não parece ser esta. Maria Inácia Rezola, que entrevistou o almirante no decurso dos seus estudos sobre os militares no pós 25 de Abril, conta que o próprio Rosa Coutinho "não escondia que favorecera o MPLA". É o que pensa também o historiador Pedro Aires Oliveira, que vê em Rosa Coutinho "um homem identificado com as estruturas do MFA em Angola" e que soube "estar à altura das circunstâncias". Não duvida de que o almirante tenha apostado no MPLA, que "era o movimento mais ocidentalizado e com elites mais aportuguesadas", mas acha que o seu papel fundamental não foi tanto esse, mas o facto de ter conseguido consolidar, naquele movimento, a liderança de Agostinho Neto, num momento em que esta estava seriamente ameaçada por facções internas, como a "Revolta Activa" dos irmãos Pinto Andrade, ligada aos sectores intelectuais, ou a "Revolta do Leste", dirigida por Daniel Chipenda. "Mesmo a URSS", diz Pedro Oliveira, "estava muito hesitante entre apoiar Neto, o seu interlocutor histórico, ou Chipenda, que dera boas provas de capacidade de liderança". O objectivo do almirante, defende, foi "dar tempo ao MPLA para chegar aos acordos de Alvor com um só líder e um só interlocutor".
Torturado no cativeiro
Como figura pública, Rosa Coutinho praticamente não existia antes do 25 de Abril. É quando surge como um dos nomes da Junta de Salvação Nacional que o país fica a conhecê-lo. Nascido a 14 de Fevereiro de 1926, em Celorico da Beira, iniciou-se na vida militar aos 18 anos, ingressando na Marinha, tendo-se depois formado em engenharia hidrográfica. O seu primeiro contacto com Angola aconteceu ainda nos anos 40, tendo depois integrado, em 1959, a Missão Hidrográfica de Angola e de São Tomé e Príncipe, informa a investigadora Leonor Figueiredo, No início da guerra colonial, em 1961, foi preso pela FNLA e terá sido torturado durante o cativeiro. A sua libertação, alegadamente feita por agentes da PIDE, nunca foi devidamente esclarecida. Com o 25 de Abril, o prestígio que granjeara "juntos dos seus camaradas mais novos da Armada", diz Vasco Lourenço, resultou no convite para integrar a Junta de Salvação Nacional. Em Julho de 1974, no primeiro governo de Vasco Gonçalves, foi nomeado presidente da Junta Governativa de Angola. Raimundo Narciso, presidente do movimento Não Apaguem a Memória, refere que Rosa Coutinho "estava praticamente ao lado do MPLA, na ala militar dos "gonçalvistas"". "Não foi uma figura consensual", diz o socialista Almeida Santos, antigo ministro da Coordenação Interterritorial: "Defendeu sempre ideias muito próximas do PCP e foi em Angola que conquistou mais adversários".
Rosa Coutinho conseguiu acordar um cessar-fogo com o MPLA, a UNITA e o FNLA, indispensável para as conversações sobre a independência. Ontem, Isaías Samakuva, presidente da UNITA, lembrou-o como alguém de "triste memória para Angola", e Ngola Kabango, da FNLA, disse que o almirante "influenciou negativamente o processo de descolonização, a favor do MPLA".
O PCP foi ontem o único partido a reagir à notícia da morte de Rosa Coutinho, lamentando o desaparecimento de um "aliado" e de um "amigo", e enaltecendo a sua "postura de total fidelidade aos valores e aos ideais da Revolução de Abril". O "almirante vermelho" regressou a Portugal em Janeiro de 1975, na sequência da assinatura do Acordo de Alvor. Após o 11 de Março, foi convidado a integrar o Conselho da Revolução (CR). Apesar da sua actuação pacificadora no 25 de Novembro, foi afastado do CR e, pouco depois, passado à reserva. Como figura pública, eclipsou-se, mas terá desempenhado um relevante papel nas décadas seguintes como mediador de negócios entre Portugal e o regime de José Eduardo dos Santos. Numa coisa, os historiadores estão todos de acordo. Rosa Coutinho continua a ser uma figura muito pouco estudada
.Mal foi conhecida a notícia da sua morte - o funeral sai amanhã, às 15h00, da Capela de São Roque, nas instalações da Marinha, no Terreiro do Paço, para o cemitério dos Olivais, onde o corpo será cremado -, os sites dos jornais e a blogosfgera foram invadidos por comentários que o acusam de ter pactuado com o MPLA na perseguição e expulsão dos portugueses de Angola ou de ter negociado com os cubanos a intervenção militar no território. "Calúnias", disse ontem ao PÚBLICO Vasco Lourenço. "Os militares de Abril mais caluniados foram aqueles que se envolveram nos processos de descolonização", afirma o tenente-coronel na reserva, que não subscreve a tese de que Rosa Coutinho tenha privilegiado o MPLA em detrimento da UNITA e da FNLA, os outros dois movimentos angolanos de libertação.
Mas a posição mais consensual entre os historiadores não parece ser esta. Maria Inácia Rezola, que entrevistou o almirante no decurso dos seus estudos sobre os militares no pós 25 de Abril, conta que o próprio Rosa Coutinho "não escondia que favorecera o MPLA". É o que pensa também o historiador Pedro Aires Oliveira, que vê em Rosa Coutinho "um homem identificado com as estruturas do MFA em Angola" e que soube "estar à altura das circunstâncias". Não duvida de que o almirante tenha apostado no MPLA, que "era o movimento mais ocidentalizado e com elites mais aportuguesadas", mas acha que o seu papel fundamental não foi tanto esse, mas o facto de ter conseguido consolidar, naquele movimento, a liderança de Agostinho Neto, num momento em que esta estava seriamente ameaçada por facções internas, como a "Revolta Activa" dos irmãos Pinto Andrade, ligada aos sectores intelectuais, ou a "Revolta do Leste", dirigida por Daniel Chipenda. "Mesmo a URSS", diz Pedro Oliveira, "estava muito hesitante entre apoiar Neto, o seu interlocutor histórico, ou Chipenda, que dera boas provas de capacidade de liderança". O objectivo do almirante, defende, foi "dar tempo ao MPLA para chegar aos acordos de Alvor com um só líder e um só interlocutor".
Torturado no cativeiro
Como figura pública, Rosa Coutinho praticamente não existia antes do 25 de Abril. É quando surge como um dos nomes da Junta de Salvação Nacional que o país fica a conhecê-lo. Nascido a 14 de Fevereiro de 1926, em Celorico da Beira, iniciou-se na vida militar aos 18 anos, ingressando na Marinha, tendo-se depois formado em engenharia hidrográfica. O seu primeiro contacto com Angola aconteceu ainda nos anos 40, tendo depois integrado, em 1959, a Missão Hidrográfica de Angola e de São Tomé e Príncipe, informa a investigadora Leonor Figueiredo, No início da guerra colonial, em 1961, foi preso pela FNLA e terá sido torturado durante o cativeiro. A sua libertação, alegadamente feita por agentes da PIDE, nunca foi devidamente esclarecida. Com o 25 de Abril, o prestígio que granjeara "juntos dos seus camaradas mais novos da Armada", diz Vasco Lourenço, resultou no convite para integrar a Junta de Salvação Nacional. Em Julho de 1974, no primeiro governo de Vasco Gonçalves, foi nomeado presidente da Junta Governativa de Angola. Raimundo Narciso, presidente do movimento Não Apaguem a Memória, refere que Rosa Coutinho "estava praticamente ao lado do MPLA, na ala militar dos "gonçalvistas"". "Não foi uma figura consensual", diz o socialista Almeida Santos, antigo ministro da Coordenação Interterritorial: "Defendeu sempre ideias muito próximas do PCP e foi em Angola que conquistou mais adversários".
Rosa Coutinho conseguiu acordar um cessar-fogo com o MPLA, a UNITA e o FNLA, indispensável para as conversações sobre a independência. Ontem, Isaías Samakuva, presidente da UNITA, lembrou-o como alguém de "triste memória para Angola", e Ngola Kabango, da FNLA, disse que o almirante "influenciou negativamente o processo de descolonização, a favor do MPLA".
O PCP foi ontem o único partido a reagir à notícia da morte de Rosa Coutinho, lamentando o desaparecimento de um "aliado" e de um "amigo", e enaltecendo a sua "postura de total fidelidade aos valores e aos ideais da Revolução de Abril". O "almirante vermelho" regressou a Portugal em Janeiro de 1975, na sequência da assinatura do Acordo de Alvor. Após o 11 de Março, foi convidado a integrar o Conselho da Revolução (CR). Apesar da sua actuação pacificadora no 25 de Novembro, foi afastado do CR e, pouco depois, passado à reserva. Como figura pública, eclipsou-se, mas terá desempenhado um relevante papel nas décadas seguintes como mediador de negócios entre Portugal e o regime de José Eduardo dos Santos. Numa coisa, os historiadores estão todos de acordo. Rosa Coutinho continua a ser uma figura muito pouco estudada
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Arquivo CM
Rosa Coutinho em 2004
Almirante tinha 84 anos
Rosa Coutinho vai ser cremado amanhã
O almirante António Alva Rosa Coutinho morreu esta quarta-feira, aos 84 anos, de doença prolongada. O corpo de uma das figuras mais destacadas e polémicas do pós-25 de Abril já se encontra em câmara ardente na Capela de São Roque, nas instalações da Marinha, em Lisboa, de onde partirá às 15h00 de quinta-feira para o Cemitério dos Olivais, onde será cremado uma hora mais tarde.
- 02 Junho 2010 - Correio da Manhã
Oficial da Armada, passou grande parte da sua carreira naval a bordo - e, a partir de um certo momento, no comando - de navios hidrográficos. Nos anos 60, uma missão de patrulhamento e pesquisa no rio Zaire valeu-lhe a captura por guerrilheiros da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e alguns meses de privação da liberdade.
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Aquando do 25 de Abril de 1974, era capitão-de-fragata e foi um dos elementos da Armada designados para integrar a Junta de Salvação Nacional (JSN); data de então a sua promoção a vice-almirante. Nos primeiros meses da nova situação a sua actuação foi discreta; chegou a coordenar o Serviço de Extinção da PIDE-DGS e da Legião Portuguesa.
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Em finais de Julho, após a demissão do último governador-geral de Angola, general Silvino Silvério Marques, Rosa Coutinho foi chamado a substituí-lo, na qualidade de presidente da Junta Governativa de Angola.
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.Confirmado membro da JSN após os acontecimentos de 28 de Setembro de 1974, ganhando a qualidade de alto-comissário em Angola a partir de Outubro, Rosa Coutinho permaneceu no território até à assinatura dos Acordos de Alvor (Janeiro de 1975), entre o Estado Português e os três movimentos de libertação - FNLA, Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). A sua actuação em Angola é normalmente vista como favorável ao movimento que ainda hoje detém o poder no país africano.
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A sua actuação ao longo de 1975, num sentido próximo do Partido Comunista (PCP), valeram-lhe o epíteto de "almirante vermelho". Nos primeiros meses do ano viu o seu nome ligado à preparação de "legislação revolucionária", num sentido de radicalização do processo político iniciado em Abril do ano anterior, o que se concretizou após os acontecimentos de 11 de Março. Após esta data ingressou no Conselho da Revolução (CR), então criado.
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Se a sua imagem 'esquerdista' não deixou de se acentuar, saliente-se que aquando da tentativa de golpe de 25 de Novembro do ano em causa cumpriu plenamente as instruções do Presidente da República e Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), general Francisco Costa Gomes, no sentido de desmobilizar forças navais da Margem Sul, inicialmente favoráveis aos golpistas.
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Afastado do CR no novo quadro pós-25 de Novembro, passado à reserva pouco depois, o almirante Rosa Coutinho não mais voltaria à ribalta político-militar.
REACÇÕES
'Almirante foi saneado injustamente da Armada'
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Recordando o almirante António Alva Rosa Coutinho, falecido esta quarta-feira, aos 84 anos, o coronel Sousa e Castro, que o substituiu após o 25 de Novembro de 1975, na presidência do Serviço de Apoio ao Conselho de Revolução - órgão que geria todo o apoio logístico e outros dossiers - diz que "o almirante foi saneado muito injustamente da Armada, depois do 25 de Novembro, pelo então Chefe de Estado-Maior da Armada, almirante Souto Cruz". Segundo Sousa Castro, "o próprio conselho de disciplina da Armada votou unanimamente pelo não afastamento de Rosa Coutinho", acrescento que "na altura, nem o Conselho da Revolução (extinto em 1982), nem o Presidente da República (Ramalho Eanes), que acumulava as funções de Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), poderiam ter feito alguma coisa par aimpedir o afastamento". Tratava-se, diz o capitão de Abril, de "uma decisão do chefe do ramo".
Sousa e Castro frisa que "tem sido muito injusta a ligação estabelecida entre o almirante Rosa Coutinho e sectores mais esquerdizantes e Partido Comunista, depois do 25 de Abril" e que "essa colagem se deve ao papel que ele teve em Angola e no processo dos Acordos de Alvor", que segundo este militar "está mal interpretado, devido a uma falsa percepção passada por antigos residentes nas colónias, particularmente, em Angola".
"O almirante deixou o SACR integro, e até para meu espanto na altura, quando assumi funções não encontrei nada que fosse, segundo os padrões da época, ilegal", revela este capitão de Abril.
Sousa e Castro recorda que António Rosa Coutinho mantinha inclusive "boas relações com o antigo embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, no período revolucionário, Frank Carlucci, com alguns empresários internacionais e até com jornalistas conotados com a direita, designadamente com Nuno Rocha director do jornal O Tempo" e que "não tinha qualquer ligação orgânica a nenhum partido".
O general Loureiro dos Santos, que foi secretário do Conselho da Revolução entre Abril e Agosto de 1975, afirma sobre António Rosa Coutinho "conheci-o muito pouco, mas o que constatei é que se tratava de um homem muito determinado, sabia o que queria, agia de acordo com as suas deliberações". Loureiro dos Santos adianta que "ele defendia com veemência as suas ideias".
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02-06-2010 17:21 - AngolaPress
Portugal
Morreu almirante Rosa Coutinho
Lisboa, - O almirante Rosa Coutinho, um dos mais controversos militares do 25 de Abril, morreu, hoje, quarta-feira, aos 84 anos, vítima de cancro.
O corpo de Rosa Coutinho está em câmara ardente na Capela de São Roque, nas instalações da Marinha, realizando-se o funeral na quinta-feira, a partir das 15 horas.
Na reserva desde Novembro de 1975, Rosa Coutinho notabilizou-se no pós-25 de Abril de 1974, tendo ficado conhecido como o "almirante vermelho" pela sua proximidade ideológica com o PCP.
Após a revolução de 1974 integrou a Junta de Salvação Nacional e em Outubro de 1974 foi designado Alto Comissário em Angola até à assinatura do Acordo de Alvor em janeiro de 1975.
No período pós-revolucionário, coordenou o Serviço de Extinção da PIDE-DGS e da Legião Portuguesa.
Na Marinha, Rosa Coutinho passou grande parte da sua carreira embarcado e capturado nos anos 1960 numa missão de patrulhamento e pesquisa no rio Zaire.
No 25 de Abril de 1974, era capitão-de-fragata e foi um dos elementos da Armada designados para integrar a Junta de Salvação Nacional
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Cremado no Cemitério dos Olivais
Miguel A. Lopes
Urna do almirante à saída da capela
Duzentos aplaudem urna de Rosa Coutinho
Cerca de 200 pessoas aplaudiram hoje a saída da urna com o corpo do almirante Rosa Coutinho da Capela de São Roque, nas instalações da Armada no Arsenal, para o Cemitério dos Olivais, em Lisboa.- 19h27 - Correio da Manhã
Numa cerimónia discreta em que não foram feitos elogios fúnebres, não se realizou qualquer rito religioso, nem se prestaram honras militares, por pedido expresso do almirante, que morreu na quarta-feira vítima de cancro, explicaram à Lusa fontes militares e da família.
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O chefe do Estado-Maior da Armada, Melo Gomes, que na quarta-feira esteve presente na capela, fez-se hoje representar pelo almirante Oliveira Viegas.
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O cortejo fúnebre seguiu para o Cemitério dos Olivais, onde o corpo do militar, que esteve envolvido na revolução do 25 de Abril de 1974, seria cremado.
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Hoje no pátio do Arsenal, entre cidadãos anónimos, amigos da família e do falecido militar, bem como antigos camaradas de armas, estavam presentes o coronel Vasco Lourenço, um dos homens do 25 de Abril, e o ex-ministro da Cultura José António Pinto Ribeiro.
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