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domingo, 17 de janeiro de 2010

Livro mostra efeitos negativos da publicidade em crianças


 

Cultura

Vermelho - 29 de Novembro de 2009 - 23h15

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Nos últimos tempos, há alguns "ensaios" na legislação brasileira para tentar limitar a ação da propaganda na vida das crianças e adolescentes no Brasil. Isso não é uma novidade no mundo, que pensa em estratégias para diminuir a ação e o apelo das propagandas no mundo infanto-juvenil, com o objetivo de reduzir o convite ao consumo.

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Para ajudar ou até promover uma discussão sobre o assunto, a Editora Gente traz o livro, "Nascidos para Comprar" de Juliet B. Schor, economista e socióloga que abordou um tema que há muito preocupa pais, educadores, religiosos e psicólogos: o efeito dos comerciais de televisão nas crianças. A tese defendida pela autora é a de que há uma espécie de "complô" da indústria de marketing a serviço das corporações americanas para ganhar, a qualquer custo, os corações e mentes dos pequenos consumidores do país, através da propaganda dirigida maciça, veiculada pelos canais de tv.
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"As empresas de propaganda, o mercado e os publicitários de produtos de consumo têm se voltado para as crianças. Embora elas tenham uma longa participação no mercado consumidor, até recentemente eram pequenos agentes, ou compradoras de produtos baratos", afirma o livro, explicando que, até então, as compras e o processo de escolha do que comprar era comandado, principalmente, pela mãe.
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"Isso se alterou", segundo a autora. "Hoje em dia, crianças e adolescentes são o epicentro da cultura de consumo americana. Exigem atenção, criatividade e dólares dos anunciantes. Suas preferências direcionam as tendências de mercado. Suas opiniões modelam decisões estratégicas corporativas", garante ela.
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O hábito de assistir televisão durante muitas horas resultou em uma exposição sem precedentes aos comerciais, diz Juliet Schor, contando que foi a experiência com a filha que chamou sua atenção para a "comercialização da infância" nas famílias americanas e que pode se enquadrado como exemplo de conduta no Brasil. "As crianças americanas são as que mostram mais afinidade com as marcas", diz ela, "a ponto de ficarem "presas" às marcas dos produtos".
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Ao mesmo tempo, continua a autora, aumentaram as evidências de angústia entre as crianças. Cresceram também as taxas de obesidade, os diagnósticos de distúrbios de déficit de atenção e daqueles relacionados à hiperatividade e "um número recorde de crianças está ingerindo medicamentos para ajudá-las a encontrar autocontrole e foco. Irritação, provocação e atos violentos intencionais e gratuitos são comuns em escolas", afirma.
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Antes de partir para explorar as especificidades de seu tema, a autora de "Nascidos para comprar" comenta que a sociedade americana embarcou numa onda consumista ao ser tomada por um impulso de "trabalhar e gastar". Segundo ela, na "maior sociedade consumidora do mundo", as pessoas trabalham mais horas que em outros países industrializados. As taxas de poupança são mais baixas. Existem mais de 46 mil shoppings centers no país. Anualmente, um americano adulto adquire em média 48 novas peças de vestuário. É a nação com mais aparelhos de televisão por habitante - aproximadamente um por pessoa.
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"Nascidos para Comprar", lançamento de novembro da Editora Gente, é um livro intrigante, cheio de revelações que conduzem, inevitavelmente, à reflexão, até porque muitas das situações que descreve podem ser transpostas para o Brasil. Sua a autora é uma professora respeitada de Harvard, a mais renomada universidade dos Estados Unidos.
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Sobre a autora: Juliet B. Schor, economista de formação, é professora de sociologia na Faculdade de Boston. É autora de The overworked american e The overspent american. É membro fundadora do Center for a New American Dream e também do South End Press. Casada e mãe de dois filhos, vive em Newton, Massachusetts.

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