Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quarta-feira, 12 de março de 2008

Artes portuguesas perdem Rogério Ribeiro

Mestre Rogério Ribeiro


Rogério Ribeiro. Repouso de Ícaro.


Artes portuguesas perdem Rogério Ribeiro


JOÃO CÉU E SILVA
O funeral do pintor e escultor realiza-se hoje, pelas 18.30, em Lisboa Podiam ver-se as suas obras espalhadas pelo mundo, fosse no Fórum Municipal de Almada, na estação de Metro de Santiago do Chile ou no Arquivo Histórico de Usuki, no Japão, mas nunca conseguir ver o seu monumento à Reforma Agrária na vila alentejana de Benavila. Rogério Ribeiro tinha o projecto pronto há anos para se o construir entre as águas da barragem e os bancos do jardim, onde a população da vila se senta a ver a bela paisagem da planície, mas faleceu sem ver subir qualquer uma das quatro paredes que limitariam o interior de onde se iria contar a história de um dos momentos cruciais da revolução do 25 de Abril.
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Os planos para o monumento de Benavila estavam guardados numa das muitas pastas arrumadas nas estantes do arquivo privado existente no seu estúdio, um 4.º andar - que se subia (e arfava-se) a pé - solarengo da rua Artilharia 1, em Lisboa. Também neste estúdio, o artista guardava consigo dezenas de telas desde há muito. Alguns dos quadros pertenciam a trabalhos em curso e outros eram parte do seu trabalho há décadas. Podia ver-se naquelas salas esboços que ilustraram Até Amanhã, Camaradas que Álvaro Cunhal escreveu sob o nome de Manuel Tiago, pranchas que deram vida à edição comemorativa d'O Ano de 1993, de José Saramago - cuja casa de Lisboa tem na fachada um painel de azulejos seus representando Blimunda de Memorial do Convento - e executara recentemente 25 pinturas para as Crónicas de Fernão Lopes, obra organizada pelo historiador Borges Coelho.
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Rogério Ribeiro nasceu em Estremoz, em 1930, fez a formação académica em Pintura na ESBAL. Expôs colectivamente desde 1950 e individualmente desde 1954, participou nas Exposições Gerais de Artes Plásticas e em diversas mostras colectivas nacionais e internacionais. As suas obras fazem parte de acervos de relevantes colecções públicas e privadas, foi sócio fundador da Gravura - Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses (1958) e teve intensa actividade como gravador no início da carreira, trabalhou em cerâmica e tapeçaria. Em 1961, iniciou a docência na escola António Arroio e, em 1970, na ESBAL. Militante do PCP, foi preso e planeou mais de uma dezenas de festas de O Avante!.
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A morte de Rogério Ribeiro, aos 77 anos, deveu-se a complicações cardíacas e aconteceu no Hospital de Santa Maria esta segunda-feira. O funeral realiza-se hoje, pelas 18.30, no cemitério do Alto de São João, em Lisboa. O corpo está em câmara ardente no Palácio Galveias.
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in Diário de Notícias 2008.03.12
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Faleceu Rogério Ribeiro
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Segunda, 10 Março 2008
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rogerio ribeiro

Faleceu Rogério Fernando da Silva Ribeiro destacado professor e artista plástico. Abraçou desde jovem a luta antifascista pela liberdade e a democracia. Em nota, o Secretariado do Comité Central do PCP evoca Rogério Ribeiro como «uma das figuras maiores da arte portuguesa, (...) ao legado da sua imensa obra plástica junta-se (...) o do combatente político pelas causas da emancipação humana, o do resistente e dirigente comunista».
+ Informação sobre Funeral de Rogério Ribeiro

Faleceu hoje Rogério Fernando da Silva Ribeiro. Nascido em Estremoz em 1930, destacado professor e artista plástico, Rogério Ribeiro abraçou desde jovem a luta antifascista pela liberdade e a democracia.

Rogério Ribeiro é uma das figuras maiores da arte portuguesa. Excepcional e multifacetada personalidade criadora, ao legado da sua imensa obra plástica junta-se o do seu incansável trabalho de construtor e dinamizador cultural, o do pedagogo entusiasta, o do combatente político pelas causas da emancipação humana, o do resistente e dirigente comunista. Sendo certamente uma das mais destacadas e originais personalidades criadoras enraizadas no movimento neo-realista, a sua obra é uma riquíssima e complexa construção e reflexão sobre o devir humano, sobre o seu tempo e sobre uma humanidade em certos aspectos intemporal. Nas nossas memórias visuais ficarão para sempre gravadas as suas ilustrações para o livro «Até amanhã camaradas» de Manuel Tiago.

Num dos seus testemunhos mais importantes e também um dos mais comoventes, Rogério Ribeiro falou da importância da Revolução de Abril na sua obra, não como um momento de viragem, mas como período em que a urgência histórica requeria toda a atenção criadora. Rogério Ribeiro que ao longo de toda a vida foi um trabalhador incansável realiza a partir dos anos 70 uma obra de amplitude e riqueza criadora incomparáveis atingindo um reconhecimento internacional significativo.

Destacado participante nas lutas do MUD Juvenil e nas lutas estudantis de 1962, Rogério Ribeiro estabeleceu contactos com o PCP desde 1953, tendo a ele aderido em 1975. Preso pela PIDE em 1958 vê-lhe negada a autorização para exercer o cargo de assistente da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Rogério Ribeiro que foi membro do Comité Central do PCP desde 1983 até Dezembro de 1992, deu durante três décadas uma elevada contribuição para a concepção e realização da Festa do Avante, da qual foi membro da sua comissão organizadora e para muitas outras realizações do Partido, das quais se destaca a exposição comemorativa dos 60 anos de vida do PCP.

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À família o Secretariado do Comité Central do PCP endereça as suas mais sentidas condolências.

O corpo de Rogério Ribeiro estará em câmara ardente a partir das 19h00, terça-feira, no Palácio das Galveias, no Campo Pequeno, em Lisboa.

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O funeral partirá dia 12, Quarta-feira, pelas 17h30, do Palácio das Galveias rumo ao cemitério do Alto de São João onde o corpo será cremado pelas 19h00.

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O Secretariado do Comité Central do PCP

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