Malangatana
Carlos Lopes
Carlos Lopes
1936-2011
Malangatana : o pintor da identidade moçambicana
06.01.2011 - Sérgio C. Andrade
Era o nome mais reconhecido da arte africana lusófona. Autor de uma obra vasta e muito pessoal, Malangatana faz o cruzamento da cultura indígena com a cultura do colonizador, criando assim uma identidade cultural moçambicana. Tornou-se também numa espécie de senador do seu país.
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Actualmente, podem ser vistas obras de Malangatana em duas exposições em Portugal. Uma com desenhos inéditos, intitulada "Novos Sonhos a Preto e Branco", na Casa da Cerca, em Almada, outra com obras da colecção de arte africana de Pancho Guedes no Mercado de Santa Clara, junto à Feira da Ladra, em Lisboa. Há murais em Maputo e na Beira (Moçambique), mas também em espaços públicos na África do Sul e na Suazilândia, na Suécia e na Colômbia. E a sua arte está representada em colecções de museus de Lisboa e de Luanda, Harare (Zimbabwe) e Nova Deli (Índia). Além de ter realizado exposições, individuais e colectivas, em grandes museus e galerias de todo o mundo.
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São algumas das marcas do reconhecimento internacional de Malangatana Valente Ngweny, o pintor moçambicano que morreu na madrugada de ontem, aos 74 anos, em Matosinhos, no Hospital de Pedro Hispano, onde tinha sido internado há alguns dias para tratamento de um cancro.
Pancho Guedes, arquitecto seu amigo e a quem Malangatana ficou a dever as condições para afirmar a sua vocação de artista na capital moçambicana no final da década de 50, foi dos primeiros a expressar o seu pesar pelo desaparecimento deste "artista único". "É uma notícia terrível. Eu sabia que estava doente, mas ele, que era um grande optimista, dizia sempre que estava tudo bem", disse ontem ao P2 Pancho Guedes, agora a viver entre Lisboa e Sintra, mas que realizou grande parte da sua obra em Moçambique nos anos 50 e 60.
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"Malangatana foi o primeiro artista [plástico] africano, negro, moderno no espaço da lusofonia", diz José António Fernandes Dias, director da plataforma cultural África.cont, comissário e especialista em arte africana. A pintura de Malangatana configura um certo arquétipo da arte do continente negro, com as cores quentes e uma presença ostensiva da figura humana a ocupar todo o espaço da tela.
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O crítico Rui Mário Gonçalves diz que a originalidade da pintura de Malangatana está na forma como ele casa a tradição da sua terra, com destaque para a figuração das lendas da etnia ronga, com o imaginário do expressionismo e do surrealismo bebidos na pintura europeia, e até na obra de Picasso, de quem era "um admirador fascinado". Nesse sentido, este crítico coloca a obra do artista moçambicano na mesma linha da do cubano Wilfredo Lam (1902-1982), que também bebeu a influência do autor de Guernica.
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Alda Costa, professora moçambicana na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, lamenta o desaparecimento de Malangatana e recorda que ele acontece poucos dias após o do pintor Pais Shikani, falecido no último dia do ano passado naquela cidade, e também depois da morte, nos anos 90, do escultor Alberto Chissano. "É o fim de uma geração, de três artistas que trabalharam juntos nos anos 60", diz esta especialista em arte moçambicana, que, no entanto, ressalva ter sido Malangatana a conseguir o maior reconhecimento além-fronteiras. "É um artista sem escola, que fez o seu caminho de uma forma muito pessoal, mas dentro de um determinado contexto histórico", acrescenta.
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"Malangatana é muito importante, porque faz o cruzamento da cultura indígena com a cultura do colonizador. E consegue criar uma identidade cultural moçambicana", diz o crítico João Pinharanda. "É o mesmo que os escritores Craveirinha ou Mia Couto fazem com a língua portuguesa na sua obra, ou que Pancho Guedes faz com a arquitectura ocidental ao chegar a África", exemplifica.
Luísa Soares de Oliveira realça a importância que o pintor teve no processo de internacionalização da arte portuguesa nos anos 70, aproveitando "a frescura de estilo" que marcava as suas obras. "Reconhecia-se em Malangatana uma pintura que se afastava do folclorismo africano e que por isso se aproximava dos conceitos do modernismo", diz esta crítica, recordando que, a partir dos anos 80, a sua obra caiu num certo esquecimento, e lamentando que as suas obras não estejam hoje expostas nos principais museus portugueses, citando o Chiado e a Gulbenkian. "Estamos na hora certa para voltar a olhar para Malangatana com mais atenção", nota.
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1972, dupla exposição
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Rui Mário Gonçalves foi o responsável pela organização das duas primeiras exposições de Malangatana em Lisboa, em 1972 - na Sociedade Nacional de Belas-Artes e na Livraria Bucholz -, que viriam a torná-lo no "pintor moçambicano mais conhecido em Portugal", fazendo depois falar dele por todo o mundo, lembra o comissário. No início dessa década, Malangatana Valente Ngwenya (o apelido significa "crocodilo") contava já mais de duas dezenas de exposições, colectivas e individuais, realizadas na sua terra natal Matalana (distrito de Marracuene) e também em Lourenço Marques (actual Maputo), além de em cidades vizinhas na Nigéria e na África do Sul. Pancho Guedes recorda o papel que teve na revelação dos talentos do jovem que então "servia à mesa e era apanha-bolas de ténis" no Grémio, um clube da elite branca na capital da então colónia portuguesa. "À noite, ele estudava e frequentava o Núcleo de Arte, começou a pintar e rapidamente se tornou conhecido", recorda o arquitecto, que lhe cedeu um espaço na sua garagem para a montagem do seu atelier. "Malangatana fazia, no início, uma pintura muito própria e muito viva, sem nenhuma influência exterior, e com uma grande atenção pela África. Tinha uma imaginação excepcional", nota Pancho Guedes. Rui Mário Gonçalves confirma esta marca e realça a forma como o pintor miscigenava as suas influências: pintava mulheres africanas com cabelos compridos como se fossem europeias, conjugava as diversas crenças religiosas, as da sua terra com as do catolicismo e do protestantismo.
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"Nos seus quadros, há sempre muitos olhos, sempre muito abertos para o mundo", nota o escultor José Rodrigues. Rui Mário Gonçalves sintetiza, dizendo que se trata de "uma pintura altamente comunicativa".
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E isto correspondia a outra faceta da personalidade de Malangatana: o seu humanismo e envolvimento com a causa, primeiro, da luta contra o colonialismo (chegou a ser preso pela polícia política PIDE por causa da sua ligação ao movimento de libertação Frelimo) e, depois, com a da independência e com o Governo de Samora Machel.
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"Antes da independência, Malangatana pintava o sofrimento, a escravatura, o trabalho forçado", diz José António Fernandes Dias, que considera a primeira década da sua obra como "a mais criativa". Após a independência, "o pintor envolveu-se na criação de uma identidade nacional moçambicana" e na apologia do nacionalismo, acrescenta o responsável da África.cont. E acabou até por aceitar, no período maoísta do Governo de Samora Machel, ser colocado "num campo de reeducação" na zona do Zambeze. A diferença e a importância da sua obra viriam, no entanto, a ser mais tarde reconhecidas pela Frelimo, que o fez deputado (entre 1990-4).
Malangatana torna-se, então, um "senador" da República de Moçambique e uma referência da cultura nacional. Em 1997 é nomeado Artista da Paz pela UNESCO - o secretário-geral da organização da altura, Federico Mayor, disse dele: "É muito mais do que um criador; é alguém que demonstra que há uma linguagem universal, a linguagem da arte, que nos permite comunicar uma mensagem de paz e a recusa da guerra." E vai sendo homenageado com doutoramentos honoris causa em universidades como a de Évora, no ano passado.
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O Estado português, que o distinguiu com a medalha da Ordem do Infante D. Henrique, lamentou ontem o desaparecimento de Malangatana numa nota do Ministério da Cultura: "O carismático pintor moçambicano deixa um legado de intervenção e criação cultural de grande expressão no mundo lusófono e de reconhecimento internacional." E a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através do seu secretário executivo, Domingos Simões Pereira, citado pela Lusa, lamentou "a perda para África e para o mundo" resultante da morte do pintor.
Antes da trasladação do corpo de Malangatana para Maputo, realiza-se hoje uma cerimónia fúnebre no Porto, e outra amanhã, nos Jerónimos, em Lisboa, ambas organizadas pelo Ministério da Cultura português e pela Embaixada de Moçambique em Lisboa. À hora do fecho desta edição, não havia mais informação disponível sobre o funeral do pintor.
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Actualmente, podem ser vistas obras de Malangatana em duas exposições em Portugal. Uma com desenhos inéditos, intitulada "Novos Sonhos a Preto e Branco", na Casa da Cerca, em Almada, outra com obras da colecção de arte africana de Pancho Guedes no Mercado de Santa Clara, junto à Feira da Ladra, em Lisboa. Há murais em Maputo e na Beira (Moçambique), mas também em espaços públicos na África do Sul e na Suazilândia, na Suécia e na Colômbia. E a sua arte está representada em colecções de museus de Lisboa e de Luanda, Harare (Zimbabwe) e Nova Deli (Índia). Além de ter realizado exposições, individuais e colectivas, em grandes museus e galerias de todo o mundo.
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São algumas das marcas do reconhecimento internacional de Malangatana Valente Ngweny, o pintor moçambicano que morreu na madrugada de ontem, aos 74 anos, em Matosinhos, no Hospital de Pedro Hispano, onde tinha sido internado há alguns dias para tratamento de um cancro.
Pancho Guedes, arquitecto seu amigo e a quem Malangatana ficou a dever as condições para afirmar a sua vocação de artista na capital moçambicana no final da década de 50, foi dos primeiros a expressar o seu pesar pelo desaparecimento deste "artista único". "É uma notícia terrível. Eu sabia que estava doente, mas ele, que era um grande optimista, dizia sempre que estava tudo bem", disse ontem ao P2 Pancho Guedes, agora a viver entre Lisboa e Sintra, mas que realizou grande parte da sua obra em Moçambique nos anos 50 e 60.
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"Malangatana foi o primeiro artista [plástico] africano, negro, moderno no espaço da lusofonia", diz José António Fernandes Dias, director da plataforma cultural África.cont, comissário e especialista em arte africana. A pintura de Malangatana configura um certo arquétipo da arte do continente negro, com as cores quentes e uma presença ostensiva da figura humana a ocupar todo o espaço da tela.
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O crítico Rui Mário Gonçalves diz que a originalidade da pintura de Malangatana está na forma como ele casa a tradição da sua terra, com destaque para a figuração das lendas da etnia ronga, com o imaginário do expressionismo e do surrealismo bebidos na pintura europeia, e até na obra de Picasso, de quem era "um admirador fascinado". Nesse sentido, este crítico coloca a obra do artista moçambicano na mesma linha da do cubano Wilfredo Lam (1902-1982), que também bebeu a influência do autor de Guernica.
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Alda Costa, professora moçambicana na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, lamenta o desaparecimento de Malangatana e recorda que ele acontece poucos dias após o do pintor Pais Shikani, falecido no último dia do ano passado naquela cidade, e também depois da morte, nos anos 90, do escultor Alberto Chissano. "É o fim de uma geração, de três artistas que trabalharam juntos nos anos 60", diz esta especialista em arte moçambicana, que, no entanto, ressalva ter sido Malangatana a conseguir o maior reconhecimento além-fronteiras. "É um artista sem escola, que fez o seu caminho de uma forma muito pessoal, mas dentro de um determinado contexto histórico", acrescenta.
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"Malangatana é muito importante, porque faz o cruzamento da cultura indígena com a cultura do colonizador. E consegue criar uma identidade cultural moçambicana", diz o crítico João Pinharanda. "É o mesmo que os escritores Craveirinha ou Mia Couto fazem com a língua portuguesa na sua obra, ou que Pancho Guedes faz com a arquitectura ocidental ao chegar a África", exemplifica.
Luísa Soares de Oliveira realça a importância que o pintor teve no processo de internacionalização da arte portuguesa nos anos 70, aproveitando "a frescura de estilo" que marcava as suas obras. "Reconhecia-se em Malangatana uma pintura que se afastava do folclorismo africano e que por isso se aproximava dos conceitos do modernismo", diz esta crítica, recordando que, a partir dos anos 80, a sua obra caiu num certo esquecimento, e lamentando que as suas obras não estejam hoje expostas nos principais museus portugueses, citando o Chiado e a Gulbenkian. "Estamos na hora certa para voltar a olhar para Malangatana com mais atenção", nota.
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1972, dupla exposição
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Rui Mário Gonçalves foi o responsável pela organização das duas primeiras exposições de Malangatana em Lisboa, em 1972 - na Sociedade Nacional de Belas-Artes e na Livraria Bucholz -, que viriam a torná-lo no "pintor moçambicano mais conhecido em Portugal", fazendo depois falar dele por todo o mundo, lembra o comissário. No início dessa década, Malangatana Valente Ngwenya (o apelido significa "crocodilo") contava já mais de duas dezenas de exposições, colectivas e individuais, realizadas na sua terra natal Matalana (distrito de Marracuene) e também em Lourenço Marques (actual Maputo), além de em cidades vizinhas na Nigéria e na África do Sul. Pancho Guedes recorda o papel que teve na revelação dos talentos do jovem que então "servia à mesa e era apanha-bolas de ténis" no Grémio, um clube da elite branca na capital da então colónia portuguesa. "À noite, ele estudava e frequentava o Núcleo de Arte, começou a pintar e rapidamente se tornou conhecido", recorda o arquitecto, que lhe cedeu um espaço na sua garagem para a montagem do seu atelier. "Malangatana fazia, no início, uma pintura muito própria e muito viva, sem nenhuma influência exterior, e com uma grande atenção pela África. Tinha uma imaginação excepcional", nota Pancho Guedes. Rui Mário Gonçalves confirma esta marca e realça a forma como o pintor miscigenava as suas influências: pintava mulheres africanas com cabelos compridos como se fossem europeias, conjugava as diversas crenças religiosas, as da sua terra com as do catolicismo e do protestantismo.
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"Nos seus quadros, há sempre muitos olhos, sempre muito abertos para o mundo", nota o escultor José Rodrigues. Rui Mário Gonçalves sintetiza, dizendo que se trata de "uma pintura altamente comunicativa".
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E isto correspondia a outra faceta da personalidade de Malangatana: o seu humanismo e envolvimento com a causa, primeiro, da luta contra o colonialismo (chegou a ser preso pela polícia política PIDE por causa da sua ligação ao movimento de libertação Frelimo) e, depois, com a da independência e com o Governo de Samora Machel.
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"Antes da independência, Malangatana pintava o sofrimento, a escravatura, o trabalho forçado", diz José António Fernandes Dias, que considera a primeira década da sua obra como "a mais criativa". Após a independência, "o pintor envolveu-se na criação de uma identidade nacional moçambicana" e na apologia do nacionalismo, acrescenta o responsável da África.cont. E acabou até por aceitar, no período maoísta do Governo de Samora Machel, ser colocado "num campo de reeducação" na zona do Zambeze. A diferença e a importância da sua obra viriam, no entanto, a ser mais tarde reconhecidas pela Frelimo, que o fez deputado (entre 1990-4).
Malangatana torna-se, então, um "senador" da República de Moçambique e uma referência da cultura nacional. Em 1997 é nomeado Artista da Paz pela UNESCO - o secretário-geral da organização da altura, Federico Mayor, disse dele: "É muito mais do que um criador; é alguém que demonstra que há uma linguagem universal, a linguagem da arte, que nos permite comunicar uma mensagem de paz e a recusa da guerra." E vai sendo homenageado com doutoramentos honoris causa em universidades como a de Évora, no ano passado.
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O Estado português, que o distinguiu com a medalha da Ordem do Infante D. Henrique, lamentou ontem o desaparecimento de Malangatana numa nota do Ministério da Cultura: "O carismático pintor moçambicano deixa um legado de intervenção e criação cultural de grande expressão no mundo lusófono e de reconhecimento internacional." E a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através do seu secretário executivo, Domingos Simões Pereira, citado pela Lusa, lamentou "a perda para África e para o mundo" resultante da morte do pintor.
Antes da trasladação do corpo de Malangatana para Maputo, realiza-se hoje uma cerimónia fúnebre no Porto, e outra amanhã, nos Jerónimos, em Lisboa, ambas organizadas pelo Ministério da Cultura português e pela Embaixada de Moçambique em Lisboa. À hora do fecho desta edição, não havia mais informação disponível sobre o funeral do pintor.
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