Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Mais de metade dos cibernautas usa redes sociais pelo menos uma vez por semana

Estudo

10.11.2010 - 07:00 Por João Pedro Pereira
Actividades como enviar e receber e-mails e procurar notícias continuam a ser as mais frequentes na Internet. Mas as redes sociais têm ganho popularidade e 51 por cento dos utilizadores de Internet em Portugal já vão pelo menos uma vez por semana a sites como o Facebook ou o Hi5. Quase um terço fá-lo todos os dias. E, dos que têm um perfil numa rede social, 72 por cento consideram estes sites “essenciais para a manutenção dos laços pessoais”.
As mulheres partilham ligeiramente mais do que os homens  
As mulheres partilham ligeiramente mais do que os homens (Thierry Roge/Reuters)


Os números são do relatório A utilização da Internet em Portugal, que é publicado hoje e foi elaborado pelo Lisbon Internet Network Institute (que agrega várias instituições de investigação), com o apoio da UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento.

O estudo revela que a larga maioria adere a sites como o Facebook para manter contacto com pessoas que “estão longe” e para fortalecer laços já existentes. Sem surpresas, são os mais jovens que têm uma rede mais alargada de contactos online, observa o investigador responsável pelo estudo, Gustavo Cardoso, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Bem acima de qualquer outra faixa etária, metade dos utilizadores entre os 15 e os 34 anos afirma ter mais de 100 “amigos” online.

“No início da década – nota Cardoso –, quando se pedia a uma pessoa para definir a sua rede de relações na vida em geral, este número estava em metade”. No caso dos jovens, as redes sociais “vieram duplicar a extensão dos relacionamentos”.

Como no resto da utilização da Internet, o género influencia a postura nas redes sociais. Embora a diferença não seja muito acentuada, são as mulheres que partilham mais informação pessoal: estão à frente no que diz respeito a publicar o nome, idade, fotografias pessoais, data de nascimento e localidade (os homens divulgam mais os interesses pessoais).

Elas, porém, parecem ser mais cautelosas a escolher as pessoas com quem se relacionam: só 18 por cento das mulheres disse ter uma lista de contactos composta na maioria por pessoas que não conhece pessoalmente. No caso dos homens, este número sobe para os 25 por cento.

“A cultura de relacionamento fora das redes sociais tende a reflectir-se lá dentro”, explica Gustavo Cardoso, frisando que, do ponto de vista de comportamentos, “as redes sociais não são espaços novos” e que “homens e mulheres têm comportamentos diferentes face a quem não conhecem”.

É também mais frequente entre os homens a ideia de que é importante que os políticos tenham presença na Web social: 69 por cento dos homens (contra 58 por cento das mulheres) consideraram “importante para a democracia que as figuras do Governo tenham um perfil nas redes sociais”. Este conceito é também mais popular entre os mais velhos. A faixa etária entre os 25 e os 34 anos foi a que menos mostrou interesse na existência de perfis dos políticos, logo seguida dos jovens entre os 15 e os 24. As pessoas com mais de 54 anos revelaram-se as mais adeptas da ideia.

41 por cento descarregam sem autorização

Um em cada três utilizadores admite descarregar música sem autorização dos detentores dos direitos de autor e 22 por cento faz o mesmo em relação a filmes. Em terceiro lugar na lista está o download de software. Seguem-se as séries de televisão e, por fim, os livros e revistas. Ao todo, 41 por cento reconhecem incorrer neste tipo de prática.

De longe, a justificação mais frequente – dada por 71 por cento dos inquiridos – é o simples facto de ser gratuito. Mas um em cada cinco sublinham que não fazem uso comercial do conteúdo descarregado e há quem aponte como outra razão a possibilidade de acesso imediato.
Por outro lado, cerca de 14 por cento dizem que pretendem experimentar antes de comprar (um dos argumentos frequentes de quem defende a livre partilha de ficheiros sugere precisamente que esta prática acaba por fomentar a compra).

Há também quem justifique o download com o facto de o conteúdo ainda não estar legalmente disponível em Portugal. São os mais jovens e os homens aqueles que mais descarregam.

Maioria não faz transacções

A Internet já chega a quase metade dos agregados familiares. Mas, em linha com outros estudos, o relatório mostra que a maioria ainda evita transacções online. Apenas nove por cento usam sistemas bancários online pelo menos uma vez por semana (embora cerca de 28 por cento já o façam mensalmente).Por outro lado, comprar bens e serviços pela Internet é uma opção para 35 por cento dos utilizadores – um número que cai drasticamente quando se conta os que o fazem regularmente: só nove por cento faz compras pelo menos todas as semanas através da Internet.
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