23 de Maio de 2009
ESTA É A MINHA TERRA: NAMIBE (ANGOLA)
NASCER EM NAMIBE TOMBWA MIRABILIS
Quando nasci em Tombwa
mirabilis flor de cacimbo
a velha casa de adobe
e telhado de zinco
não ouviu de imediato
meu primeiro vagido.
Houve um momento silente
perdido de quase morte
até que a alma cadente
cantasse chorando
a nova sorte.
E depois o abraço fraterno
um árido afago
no pacto eterno
riscado no chão de oferta
coração enorme a pulsar Namibe:
a duna queimada
foi meu berço;
o cacimbo rendado
o tule do enxoval;
o pungo do mar
foi meu sustento;
o areal dourado
a manta de brincar;
o Curoca da fartura
foi água do ritual;
a garroa e a calema
meu poema d’embalar;
o cântico das casuarinas
foi meu guizo de ninar;
o povo mukubal
meu mestre de versejar;
o guelengue elegante
–meu mágico companheiro alado–
foi pégaso de cavalgar
o dorso quente futuro de Poesia.
Namibiano Ferreira
Quando nasci em Tombwa
mirabilis flor de cacimbo
a velha casa de adobe
e telhado de zinco
não ouviu de imediato
meu primeiro vagido.
Houve um momento silente
perdido de quase morte
até que a alma cadente
cantasse chorando
a nova sorte.
E depois o abraço fraterno
um árido afago
no pacto eterno
riscado no chão de oferta
coração enorme a pulsar Namibe:
a duna queimada
foi meu berço;
o cacimbo rendado
o tule do enxoval;
o pungo do mar
foi meu sustento;
o areal dourado
a manta de brincar;
o Curoca da fartura
foi água do ritual;
a garroa e a calema
meu poema d’embalar;
o cântico das casuarinas
foi meu guizo de ninar;
o povo mukubal
meu mestre de versejar;
o guelengue elegante
–meu mágico companheiro alado–
foi pégaso de cavalgar
o dorso quente futuro de Poesia.
Namibiano Ferreira
1 comentário:
Meu caro, muito obrigado. O Namibe agradece a homenagem.
Kandandu
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