* André Pereira
Desde cedo, a ficção científica tentou criar robôs semelhantes ao ser humano. A lista de filmes é extensa, mas ‘Cherry 2000 – A Boneca Mecânica’ será o que melhor representa as previsões de alguns investigadores. David Levy, especialista na área da inteligência artificial, afirma que por volta de 2050 o ser humano irá apaixonar-se, casar-se e manter relações sexuais com robôs.
A tese ‘Relações Íntimas com Parceiros Artificiais’ analisa uma série de áreas sensíveis do comportamento humano, como a Psicologia, Sociologia e Sexologia. A isto associa-se ainda a robótica e inteligência artificial. Na sua polémica investigação, Levy diz que “o sexo e amor com robôs será inevitável” e explica: “A tendência da robótica é criar algo o mais parecido possível com o homem. No início, eram usados em fábricas para construir automóveis. Depois começaram a ser usados nos escritórios, a entregar correio ou em museus para fazerem visitas guiadas. Agora, já existem animais de estimação robóticos.”
David Levy acrescenta que o desenvolvimento da inteligência artificial facilitará o relacionamento entre homem e robô, criando pontos de interesses comuns. “Os psicólogos identificaram uma série de justificações para uma pessoa se apaixonar e quase todas são programáveis e aplicáveis em relações entre humanos e robôs. A mais importante é saber-se que se é amado e isso também se pode reproduzir com inteligência artificial.”
Henrik Christensen, fundador da Rede Europeia de Investigação Robótica (EURON), vai mais longe e diz que será possível ter relações sexuais com um robô nos primeiros anos da próxima década. “Já existem empresas que comercializam bonecas reais, de silicone, para fins sexuais. É uma questão de se acrescentar electrónica e respostas pré-programadas. Falamos de algo primitivo, mas a tecnologia existe e é possível concretizar-se em breve”, sustenta.
O problema surge com a possibilidade de consumar a relação num casamento entre humanos e robôs. Mas Levy tem resposta pronta. “Há cem anos, o casamento interracial e homossexual eram impensáveis em todo o Mundo. A tendência é cada um casar-se com quem bem entender. A questão não é se vai acontecer, mas sim quando. E será muito mais cedo do que se está à espera”.
CEREJA NO TOPO DO BOLO
Apesar de polémica, a possibilidade de um humano apaixonar-se por um robô é aceite pela comunidade científica. César Analide, vice-presidente da Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial, do Departamento de Informática da Universidade do Minho, acredita nessa perspectiva. “Aceito a ideia, até porque o que está em jogo é a atribuição de características humanas a entidades virtuais. É um assunto muito discutido na área da Inteligência Artificial e os desenvolvimentos vão todos nesse sentido. Atribuindo-se emoções a um robô e sabendo-se que o homem é adepto de emoções, é natural que se envolva emocionalmente com um”, afirma o especialista, questionando: “Resta saber se o ser humano é suficientemente tolo para ter uma relação desse tipo.”
Certo é que os desenvolvimentos ao nível da mecânica e da electrónica abrem novos horizontes a cada ano que passa, devido aos desenvolvimentos tecnológicos que acontecem a um ritmo vertiginoso. César Analide explica que, “quando os movimentos forem cada vez mais suaves e semelhantes aos do homem, aliados ao desenvolvimento da electrónica e acrescentando uma inteligência artificial avançada, será como colocar a cereja no topo do bolo”.
BONECA REAL BATE INSUFLÁVEL
O reinado da boneca insuflável está condenado a terminar, com o aparecimento das chamadas ‘real sex dolls’. Feitas em silicone, onde tudo é o mais idêntico possível com o ser humano, as bonecas reais incorporam um esqueleto metálico que proporcionam posições anatomicamente reais. Os pormenores vão desde os vários tipos de cabelo, à cor dos olhos, à cor das unhas e à textura da pele. De acordo com a empresa norte-americana Abyss Creations, a Real Doll não tem cheiro, sabor e está sempre disponível. Os preços variam conforme as características da própria.
E A HONDA CRIOU ASIMO, O ROBÔ HUMANÓIDE
A Honda é a empresa criadora do robô mais parecido com o homem. ‘Asimo’ é o elemento mais evoluído da sua espécie que teve início em 1986, com o E0 - duas pernas mecânicas que imitavam o andar dos humanos. Com apenas 1,30 metros e 53 quilos de peso, ‘Asimo’ consegue reconhecer rostos de pessoas e comprimentá-las correctamente. A última versão deste humanóide de fabrico nipónico consegue correr à velocidade de seis quilómetros por hora, mover e transportar objectos.
O PEQUENO 'ANIMAL' CHAMADO TAMAGOTCHI
Desenvolvido em 1996, no Japão, o ‘Tamagotchi’ tinha o intuito de substituir o animal de estimação real por um virtual, necessitando também de ser tratado. Isso implicava alimentar, cuidar da higiene e até mimar. Caso contrário acabava por morrer.
AIBO, O CÃO DA SONY QUE VIVEU SETE ANOS
Em 1999, a Sony criou o pequeno ‘Aibo’, robô em forma de cão que podia aprender e interagir com o dono. Sete anos depois anunciou o fim do projecto, continuando a desenvolver a tecnologia que lhe deu forma. Logo em 2006 revelou o ‘QRio’, um humanóide que ainda não chegou ao mercado.
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in Correio da Manhã 2007.11.03
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in Correio da Manhã 2007.11.03
A Boneca Mecânica
› Cherry 2000
ano: 1987
país: EUA
género: Acção, Ficção Científica
realização
Steve De Jarnatt
intérpretes
Melanie Griffith, David Andrews, Ben Johnson
ano: 1987
país: EUA
género: Acção, Ficção Científica
realização
Steve De Jarnatt
intérpretes
Melanie Griffith, David Andrews, Ben Johnson
argumento
Cherry 2000
En el futuro, un hombre viaja hasta los confines de la Tierra para encontrar a la mujer perfecta... Sólo para descubrir que la había tenido todo el tiempo delante de sus narices... En esta aventura futurista, Melanie Griffith es una encantadora e imperturbable cazadora de recompensas encargada de localizar una réplica cibernética para la esposa cortocircuitada de un multimillonario.Cuando Sam Treadwell (David Andrews, El club de la lucha), un hombre de negocios de gran éxito, descubre que a su esposa androide modelo Cherry 2000 (Pamela Gidley, The Maze) se le han fundido los plomos, contrata a la sexy cazarrecompensas E. Johnson (Griffith) para que le encuentre una réplica exacta.Pero su búsqueda de una sustituta para la compañera perfecta les Zona, donde Treadwell acabará por comprender que la mujer perfecta no está hecha de chips y de diodos, ¡sino de carne y hueso!
Para saber mais sobre o filme ver:
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