Discurso de Lula da Silva (excerto)

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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer, segundo Raquel Varela e não só


Esta é uma opinião com que eu não concordo na íntegra, mas como o meu mural é uma tribuna de opiniões divergentes aqui deixo esta outra forma de ver Niemeyer.

"Raquel Varela
Niemeyer "foi um designer do betão". Haja coragem e sinceridade, porque a morte é sempre triste mas inventar heróis onde não existem não serve para nada, por isso deixo aqui as palavras do arquitecto Alberto Castro Nunes, um arquitecto que nunca se "vendeu ao betão" e que sem primitivismos infantis sempre respeitou a arquitectura popular, feita à dimensão do homem e não do capital ou, no caso de Neimeyer do nacional desenvolvimentismo, outra maneira de dizer capital.

"Pronto, agora vem a carpidela corporativa pelo Niemeyer, que foi "um grande arquitecto contemporâneo". Não foi, foi apenas um betonador notório que produziu uma "cidade" invivível e incorporou todas as distorções e flagelos que o capitalismo industrial infligiu sobre os nossos modos de habitar e construir. Foi mais um designer de construção industrial do jet set arquitectónico, que se evidenciou pelas circunstâncias históricas específicas e, como a maior parte da sua geração corporativa, se disfarçou de "comunista" ou de "esquerda" para desenhar o crescimento suburbano exponencial do capitalismo. O flagelo do betão, do "zoning" e dos subúrbios fica para as próximas gerações. RIP"

Gosto ·  ·  · há 3 horas · 


  • 6 pessoas gostam disto.
  • Mario Gomes A Raquel percebe tanto de Arquitectura como eu percebo de pesca submarina... a sensibilidade também me parece zero! Dizer que Niemeyer é um homem do betão é não compreender nada do que está a falar. Não vou perder tempo.
    há 3 horas · Editado · Gosto · 3
  • Manela Martins ele mesmo respondeu a tudo isto:

    - A vida é mais importante que a arquitetura", costumava dizer Oscar Niemeyer 

    "Eu olho para trás, não sou como os outros que dizem que fariam tudo igual, eu faria muita coisa diferente. A vida é difícil, a vida nos leva a coisas que às vezes a gente não quer. A vida é um sopro, a gente vem, conta uma história e todo o mundo esquece depois. (...) Cem anos não dá prazer. Eu ia passar os cem anos sem muita alegria. A vida passou, eu procurei ser correto, trabalhar, mas não estou contente, na verdade não traz nenhum prazer. Só se o sujeito pensar que é importante, e eu acho isso tão ridículo, se ele pensar que é importante ele está fora do mundo."
    há 3 horas · Gosto · 5
  • Maria Soares Não podia estar mais de acordo! Subscrevo Manuela Martins*
    há 3 horas · Gosto · 2
  • Mario Gomes Aquele comentário da raquel remete-me para aquilo que a cultura portuguesa tem de pior e foi diagnosticado por Fernando Pessoa. Quem tem ouvidos ouça... não vou dizer mais porque senão entraria no mesmo campo.
    há 3 horas · Gosto · 2
  • Mario Gomes Viva Oscar Niemeyer e a linha curva!!! E o betão que permite maiores vãos e maior plasticidade. Não tem nada a ver com construção em altura.
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  • Daniela Fonseca O RIP final tb diz muito sobre as subserviências do autor do texto....
    há 3 horas · Gosto · 1
  • Júlio Fernandes Dos Santos Eis o exemplo de um bom serviço prestado à cultura e por consequência à esquerda, este debate. Quisera eu também ser capaz de dar o meu contributo, mas não tenho o saber necessário, contudo quero deixar uma nota de grande apreço por quem, na época em que o fez, teve a coragem de se afirmar comunista, só por isso merece o meu respeito.
    há 3 horas · Gosto · 5
  • Maria Amélia Martins ele disse que a arquitetura não era o mais importante, embora todos lhe reconhecessem o mérito ele disse que isso era só a profissão...o mais importante era ser comunista...eu ouvi-o nessa entrevista na Antena-1...era um comunista, um homem bom, preocupado com as injustiças do mundo, é isso que importa.
    há 3 horas · Gosto · 3
  • António Nöel Barbosa Como sempre, invariávelmente, as ditaduras perseguem sempre a cultura. Tal como Niemeyer, também em Portugal, há um ditador, o Rabaça Gaspar, que quando lhe falam em cultura, empunha logo a tesoura e corta.
  • Helena Soares ainda bem que há divergência, já a conhecia, no Brasil é bem conhecida, mas eu gosto muito e era só o que faltava um comunista não poder trabalhar para o capital, se era esse quem lhe pagava. O regime era capitalista, então o que fazia, não trabalhava?, não comia? Que obra se perdia...

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